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Fechado há seis anos, Rio Water Planet é desmontado e dará lugar a condomínio com 700 casas, heliponto e mais

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Considerada a Flórida brasileira, a região da Barra da Tijuca não tem hoje uma das principais marcas daquele estado americano: os parques de diversão. Não faltaram tentativas. Pelo menos três fizeram por algum tempo a alegria da garotada, mas hoje estão abandonados. Em Vargem Grande, o Rio Water Planet, construído em 1998 em uma área de 400 mil metros quadrados para ser o maior parque aquático da América Latina, funcionou por uma década. Nos primeiros meses de operação, recebia até 12 mil pessoas por dia, que se refrescavam em 45 brinquedos, como piscina de ondas e corredeiras.

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Mas o sucesso inicial da área de lazer, que engarrafava até a Estrada dos Bandeirantes, não suportou uma sucessão de acidentes. Agora, após anos de abandono, terá um novo destino. O projeto é construir ali um condomínio com 700 casas de dois pavimentos voltadas para a classe média: no lugar das corredeiras, entram heliponto, duas quadras de tênis e equipamentos de lazer. O terreno fica em uma área que é zona de amortecimento do Maciço da Pedra Branca, com vegetação de Mata Atlântica.

Também não vingaram o Terra Encantada, na Avenida Ayrton Senna, que fechou em 2010, e o Wet’n Wild, na Estrada dos Bandeirantes, em Vargem Grande. Ainda não há planos para a área de 110 mil metros quadrados do parque aquático. Já o terreno do Terra Encantada, onde os brinquedos já foram desmontados e o mato predomina, deve dar lugar a um residencial, segundo especulação do mercado imobiliário. A propriedade pertence à construtora Cyrella. Inaugurado em 1998, o Terra Encantada funcionou até 2010, quando fechou suas portas após uma mulher morrer ao cair da montanha-russa.

No Rio Water Planet, em 2001, mais de dez mil crianças e adultos se divertiam nas piscinas e tobogãs quando dez pessoas despencaram do teleférico, de uma altura de seis metros. O cabo que sustentava o brinquedo se soltou da roldana. Em 2011, um operário fazia a manutenção de um dos equipamentos quando recebeu uma descarga elétrica e morreu. Mas o que levou ao fechamento, em 2018, foi uma determinação da Justiça — os donos do terreno entraram com uma ação porque não recebiam o aluguel dos locatários.

Apesar dos exemplos negativos, a cidade tem vocação e potencial para ter parques temáticos, acredita a presidente da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra), Vanessa Costa.

— O carioca tem uma particularidade: vai a família toda ao parque, diferentes gerações juntas, são pais, filhos, avós. Foi uma infelicidade que os que abriram não tiveram êxito. Há uma lacuna. Outra vantagem do Rio é ser um dos destinos turísticos mais visitados do Brasil — diz Vanessa.

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Como exemplo de que a atividade é atraente, Vanessa cita o Imagine, apresentado em setembro pelo presidente da Rock World e criador do Rock in Rio, Roberto Medina, que promete ser o maior complexo de entretenimento da América Latina. O projeto prevê ocupar parte do Parque Olímpico com a montanha-russa do Iron Maiden, cheia de efeitos especiais de luzes, fogo e água; roda-gigante; anfiteatro para 40 mil pessoas; hub criativo com pista para patinação no gelo; espaço eterno para o Rock in Rio; resort; e torre de escritórios. A abertura é prevista para janeiro de 2028.

A resistência do Shanghai

Mas um empreendimento mostra que a diversão pode vencer qualquer crise: o Parque Shanghai, na Penha, na Zona Norte, está no mesmo endereço desde 1966. Foi fundado como atração itinerante em 1919, o que lhe confere o status de parque temático mais antigo do Brasil. O Rio só foi escolhido como sua casa em 1934. Por alguns anos, esteve nas proximidades do Aeroporto Santos Dumont, no Centro, mas, ao ser ampliado na década de 1940, mudou-se para a Quinta da Boa Vista, onde se manteve por cerca de 20 anos.

— Fazemos parte de uma tradição do carioca, que vai passando de geração para geração. Ao mesmo tempo em que modernizamos a operação, mantendo a tradição do parque. Mesmo com o avanço da tecnologia, conseguimos manter as “brincadeiras-raiz”. Bate-bate e carrossel não saem de moda — afirma Leonardo Waller, um dos sócios do parque.

Em meio a essa discussão, no terreno do antigo Rio Water Planet, os brinquedos estão sendo demolidos, e nada será reaproveitado no futuro condomínio. A Buriti Empreendimentos, que comprou a área, é especializada em adquirir grandes terrenos, dividi-los em lotes e implantar toda a infraestrutura para os moradores. No Estado do Rio, também desenvolve um projeto de loteamento em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

— A previsão é concluir a infraestrutura dos lotes até o fim de 2026. A decisão de quando construir será dos futuros proprietários, que seguirão alguns padrões que vamos sugerir. A área é muito bonita, perto da mata e próxima à Praia do Recreio, o que justificou a aquisição — explica o diretor da Buriti Empreendimentos, Lúcio Cornachini.

Embora fique numa região com muito verde, o projeto será implantado em uma área que sofre um processo de favelização.

— O condomínio ficará fora das regiões mais planas, onde há risco de inundações. O que possivelmente o projeto deverá exigir serão melhorias viárias nos acessos à Estrada do Sacarrão, para atender os novos moradores — aposta o ambientalista Ricardo Bittencourt, morador de Vargem Grande e pesquisador do programa de pós-graduação em Urbanismo da UFRJ, Pró-Urbe.

O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ), Marcos Saceanu, observa o crescimento da procura por terrenos e lotes no bairro e uma possível valorização da região como novidade:

— Empreendimentos bem desenvolvidos, respeitando restrições das leis e harmonizando com a paisagem da região agregarão valor ao bairro.

Área do Parque Aquático Rio Water Planet, em Vargem Grande — Foto: Custódio Coimbra

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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