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Folha faz evento em Londres para interferir em guerra comercial

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Folha faz evento em Londres para interferir em guerra comercial


Não faça o que eu faço

Texto da ombudsman da Folha de S. Paulo, Alexandra Moraes, publicado neste domingo (3/11), sob o título “Por que a Folha cruzou o Atlântico? Para falar de sustentabilidade”:

João Doria é parceiro da Folha em evento de sua empresa em Londres

“A Folha, que noticiou os modos e manias (e custos) do evento que acabou conhecido como Gilmarpalooza e de outros convescotes de poderosos, empregou seu nome e sua credibilidade num evento do Lide, empresa da família do ex-governador de SP João Doria que congrega outras empresas em torno de interesses comuns.

Assinantes perguntam por que fazê-lo.

O diabo, como é sabido, mora nos detalhes. O jornal tem produzido inúmeros Seminários Folha na última década, ainda que dependentes de patrocínio, sem ceder a outras empresas o protagonismo das ‘iniciativas’ — nem o domínio editorial sobre elas. Costuma fazer os eventos no Brasil.

Entrar como organizador na chamada Lide Brazil Conference, que já existia e que já carrega seus próprios propósitos e polêmicas (Nova York, 2022), é um passo arriscado. No jornal, a conferência de Londres foi apresentada como tendo sido promovida por Folha, UOL e Lide, nessa ordem.

Dois anos atrás, a presença de ministros do STF bancados pelo evento da família de Doria gerou barulho, confusão e ameaças aos integrantes da corte. Neste ano, o Banco Central arcou com as despesas do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto. Foi o concorrente O Estado de S. Paulo, porém e de novo, que detalhou que a ida de Campos Neto à conferência de Londres estava sendo paga com dinheiro público.

Segundo o que o Estado havia apurado com o BC, Campos Neto também participaria ‘de uma reunião com investidores organizada pelo banco alemão Deutsche Bank’.

Ao misturar seu nome a grupos de interesses de empresários e políticos, a Folha atravessa não apenas a rua mas também o Atlântico para pisar em casca de banana. A começar dessa pegadinha dos custos da viagem: se por um lado o jornal escapou de um escândalo como o de um trem da alegria do Judiciário, por outro vê seu nome misturado aos gastos da administração pública.

O conjunto dos participantes condizia pouco com discussões do jornal sobre diversidade. Dos 22 convidados para o evento de Londres, cinco eram mulheres. O número soa até razoável diante do score da próxima conferência da Folhacom Lide e UOL, em Lisboa. Lá, são duas as mulheres convidadas como keynote speakers. Ou seja, a cota para homens brancos é de 90%. Isso para ficar no gênero. Diversidade racial é quase inexistente.

Diversidade de ideias? Também mandou lembranças. A consonância empresarial e antigoverno, com quase nenhum espaço para o contraditório, pode ser uma escolha legítima para quaisquer grupos de empresários, mas soava em desacordo com os princípios editoriais da Folha.

Um dos poucos pontos altos nesse último quesito aconteceu longe do palco. O empresário Rubens Ometto, presidente do conselho de administração da Cosan, cobrou o presidente do Banco Central pela alta da taxa de juros no Brasil.

O encontro foi relatado pela colunista do UOL Raquel Landim, também uma das mediadoras. Segundo ela, Ometto ‘disse ao presidente do BC que, na sua avaliação, não fazia sentido continuar subindo os juros. O empresário argumentou que os juros altos estão inibindo os investimentos e que, por conta disso, o país corre o risco de um efeito reverso’.

Foi Landim também que contou, na última semana, que João Doria reforça o time do bilionário indonésio Jackson Widjaja ’em sua disputa contra os irmãos Joesley e Wesley Batista pelo controle da gigante de celulose Eldorado’.

Faltou indicar, no material da Folha, as ligações de Doria e de Michel Temer com a Paper Excellence, uma das patrocinadoras do evento. Uma nota no jornal contava que ‘os ex-senadores Romero Jucá (RR) e Cassio Cunha Lima (PB)’ foram ao encontro londrino ‘como representantes da empresa‘ e uma foto exibia Marcelo Itagiba, identificado como ex-deputado federal e advogado da Paper Excellence.

O material final publicado pela Folha tinha o título ‘Crescer sem destruir’. ‘Em evento organizado por Folha, Lide e UOL em Londres, políticos, empresários e acadêmicos debatem caminhos para um desenvolvimento sustentável’, afirmava o jornal. Difícil imaginar sustentabilidade compatível com os deslocamentos de dezenas de brasileiros até Londres falar aquilo que poderia ser dito aqui mesmo, para as mesmas pessoas.

‘Esse foi o primeiro seminário internacional feito pela Folha. Só foi possível realizá-lo, por causa dos custos, em parceria com o UOL e com o Grupo Lide, que tem grande experiência em eventos fora do país. A intenção de fazê-lo na Europa foi facilitar a participação de residentes no exterior e dar alcance maior ao que seria discutido’, afirma o secretário de Redação Vinicius Mota.

‘Ver a Folha e o UOL envolvidos num evento elitista e parcial me deu uma pontada de tristeza das grandes’, resumiu um leitor.”



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Vídeo: Manifestantes em todo o mundo condenam o plano de “aquisição” de Trump para Gaza

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Vídeo: Manifestantes em todo o mundo condenam o plano de "aquisição" de Trump para Gaza

Manifestantes de cidades de todo o mundo estão protestando contra o plano de “aquisição” do presidente dos EUA, Donald Trump, para Gaza.



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AUTRIA ENCANTE ‘ATTACE ISLAMISTO’, diz o ministro do Interior – DW – 16/02/2025

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AUTRIA ENCANTE 'ATTACE ISLAMISTO', diz o ministro do Interior - DW - 16/02/2025

O agressor de um ataque de faca no austríaco A cidade de Villach foi radicalizada on-line e tinha vínculos com o chamado grupo “Estado Islâmico”, disse o ministro do Interior da Áustria.

O suspeito sírio, que Começou aleatoriamente a atacar transeuntes Com uma faca no sábado, foi um “atacante islâmico”, disse o ministro do Interior, Gerhard Karner, no domingo. O ataque deixou um adolescente matado e causou cinco outros ferimentos.

“É um ataque islâmico com as conexões”, disse Karner a repórteres, acrescentando que o suspeito foi radicalizado on -line “em um curto espaço de tempo”.

Esta é uma história em desenvolvimento. Atualize para atualizações.

Editado por: Alex Berry



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Taiwan detecta dezenas de aeronaves chinesas perto da ilha | Notícias militares

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Taiwan detecta dezenas de aeronaves chinesas perto da ilha | Notícias militares

Os jatos chineses dizem ao navio de guerra canadense que transita pelo Estreito de Taiwan para mudar de rumo.

Taiwan detectou 24 aeronaves militares chinesas perto da ilha quando um navio de guerra canadense passou pelo sensível estreito de Taiwan, diz o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan.

As aeronaves chinesas incluíam caças e drones e foram vistos no domingo, realizando “patrulhas de prontidão conjunta de combate” com navios militares em torno de Taiwan, informou o ministério em comunicado.

Os militares da China transmitiram a fragata canadense, transitando pelo Estreito de Taiwan e o alertou para mudar de curso, informou a Media de Taiwan.

A fragata da classe Halifax HMCS Ottawa foi o primeiro navio naval canadense a transitar a hidrovia este ano, disse o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan. Seu trânsito veio dias depois Dois navios dos Estados Unidosum destruidor naval e um navio de pesquisa, fizeram a passagem.

Os EUA e seus aliados passam regularmente pelo Estreito de Taiwan de 180 km (112 milhas) para reforçar seu status de hidrovia internacional, irritando a China.

O navio Destruidor e Ocean Survey dos EUA viajou pelo Estreito a partir de segunda -feira, atraindo críticas das forças armadas da China, que disse que enviou o “sinal errado e aumento dos riscos de segurança”.

Os dados publicados pelo Ministério da Defesa de Taiwan mostraram que 62 aeronaves militares chinesas foram detectadas perto da ilha nas 48 horas até as 6h da quarta -feira (22:00 GMT na terça -feira), coincidindo com o trânsito dos navios dos EUA.

A última passagem de Washington pelo Estreito de Taiwan foi a primeira vez desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, assumiu o cargo em janeiro.

Ele veio depois que Trump e o primeiro -ministro japonês Shigeru Ishiba disseram que “se opuseram a qualquer tentativa de alterar unilateralmente o status quo (no estreito de Taiwan) por força ou coerção”.

‘Diferenças cruzadas’ a serem resolvidas pacificamente

Os EUA, como a maioria dos países, não têm laços diplomáticos formais com Taiwan, mas é o seu mais forte patrocinador internacional e fornece ajuda militar à ilha para ajudá -la a manter suas capacidades de defesa.

Embora Trump tenha enervado Taiwan desde que assumiu o cargo com as críticas ao domínio de Taiwan em fazer semicondutores, seu governo também ofereceu fortes palavras de apoio.

O governo de Taiwan rejeita as reivindicações de soberania de Pequim sobre a ilha e diz que apenas o povo de Taiwan pode decidir seu futuro. Taiwan diz É um país independente chamado República da China.

Pequim descreve Taiwan como seu “núcleo de interesses centrais”, denunciando regularmente qualquer demonstração de apoio a Taipei de Washington.

Na quinta -feira, o Departamento de Estado dos EUA removeu um comunicado em seu site que afirmou que não suporta a independência de Taiwan.

Também foi adicionada uma referência à página da web sobre a cooperação de Taiwan com um projeto de desenvolvimento de tecnologia e semicondutores do Pentágono, e diz que os EUA apoiarão a participação de Taiwan a organizações internacionais “onde aplicável”.

“Nós nos opomos a quaisquer alterações unilaterais no status quo de ambos os lados”, diz o site do Departamento de Estado atualizado.

“Esperamos que as diferenças cruzadas sejam resolvidas por meios pacíficos, livres de coerção, de uma maneira aceitável para as pessoas de ambos os lados do estreito (de Taiwan)”.

O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Lin Chia-Lung, “recebeu o apoio e a posição positiva nas relações EUA-Taiwan demonstradas no conteúdo relevante” do site, informou seu ministério em comunicado neste domingo.

As mudanças no idioma foram relatadas pela primeira vez pela agência de notícias central oficial de Taiwan no domingo.

A redação na independência de Taiwan também foi removida em 2022 antes de ser restaurada um mês depois.



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