Delegado federal diz que governador e dois secretários foram intimados para explicarem o porquê da nomeação de um homem preso por desvio de verba pública nas eleições.
Foto: Tião Viana foi intimado a depor durante operação da Polícia Federal sobre desvio de fundo eleitoral — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre.
O governador Tião Viana foi intimado a depor durante a Operação Santinho, deflagrada pela Polícia Federal do Acre nesta terça-feira (11). De acordo com o chefe da delegacia de Defesa Institucional, Eduardo Maneta, Viana e outros dois secretários foram intimados para explicarem o porquê da nomeação de um homem preso por desvio de fundo eleitoral.
Em nota, o governador informou que recebeu a equipe da Polícia Federal em seu gabinete e foi “convidado” a colaborar com a investigação, na Operação Santinhos, como testemunha. Segundo o governo, a equipe da polícia informou que o governador não está sendo investigado.
“Tião Viana se colocou imediatamente à disposição da instituição. O governador, antes da eleição, esteve cinco vezes na Polícia Federal, alertando sobre a violenta compra de votos que estava ocorrendo, inclusive, com envolvimento de organizações criminosas. O governador Tião Viana tem a trajetória na vida pública marcada pela defesa da transparência, da ética e do combate à corrupção”, diz em nota.
Durante a operação, os deputados estadual e federal eleitos na última eleição, Doutora Juliana e Manuel Marcos, ambos do PRB, e mais seis pessoas foram presos. Ao todo, 17 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Thaisson de Souza Maciel, de acordo com a Polícia Federal, foi preso por ser dono de uma empresa fantasma usada para desvios de recursos públicos do fundo partidário e fundo especial de financiamentos de campanha.
Ao todo, a polícia diz que foram desviados mais de R$ 1,5 milhão pelos dois deputados presos com a ajuda de Maciel. Ainda este ano, Maciel foi nomeado na Secretaria de Pequenos Negócios e a mulher dele na Secretaria de Saúde do Acre.
“Foram intimados nesse momento na condição de testemunhas, mas ainda vão ser ouvidos. O governador vem esclarecer os fatos na condição de testemunha, a gente quer saber o motivo da nomeação, isso que a Polícia Federal precisa esclarecer. Os gestores também vão ser ouvidos, justamente para a gente saber quem indicou e se foi o gestor que indicou”, disse o delegado.
Polícia Federal fez operação em Rio Branco nesta terça-feira (11) — Foto: Divulgação/PF-AC. Por Iryá Rodrigues, G1 AC.