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Gusttavo Lima não teria regravado ‘A noite’ se dependesse da liberação de Tiê – Farol de Notícias

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Tiê compôs “A Noite” em 2014. Dez anos depois, Gusttavo Lima colocou a regravação no topo das paradas musicais — Foto: Reprodução/Instagram

Do g1

Gusttavo Lima está em primeiro lugar na lista das músicas mais tocadas nas rádios, segundo a Crowley, e na segunda posição do Top 50 do Spotify com a regravação de “A Noite”.

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Mas se dependesse da liberação da cantora Tiê, uma das responsáveis pela versão brasileira da música italiana “La Notte”, o sertanejo não teria nem gravado a canção.

“Eu confesso que, na época que o Gusttavo Lima foi gravar, eu não achei legal. Ele tava envolvido com um monte de coisa, pedido de prisão, fugindo para Miami, na mesma semana… Falei: ‘Putz, gente, eu não teria liberado’. Mas eu não tenho voz”, afirma a cantora em entrevista ao g1.

“Quem decide é o italiano que fez a canção. Então é isso, vida que segue.”

O italiano em questão é Giuseppe Anastasi, que compôs “La notte” em 2012. Quando liberou sua música para regravação, o artista optou por não compartilhar os direitos autorais com os versionistas.

Com isso, Tiê, Adriano Cintra, André Whoong e Rita Wainer, responsáveis pela versão brasileira, não só não recebem pelos direitos autorais em caso de regravações como também não podem opinar sobre quem grava ou não “A Noite”.

“Eu poderia não autorizar a minha letra, mas na hora que você topa fazer uma versão de alguém, você libera a sua opinião”, explica Tiê.

Gusttavo Lima lançou a música dentro do projeto “Embaixador Acústico” em agosto de 2024, dias antes de ser indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa em investigação sobre jogos ilegais. Em setembro, o cantor teve sua ordem de prisão revogada pela justiça.

A trajetória de ‘A noite’

Um premiado pop italiano, que virou MPB de novela e, agora, é hit de Gusttavo Lima. A trajetória de “A noite” completa 12 anos (contando por seu nascimento italiano) e mostra que seus versos seguem vivos, emocionando diversos públicos e gerações. “É uma música que realmente emociona tanto as crianças quanto as senhorinhas, eu acho maravilhoso”, diz Tiê.

Em 2012, a cantora italiana Arisa ficou em segundo lugar no Sanremo Music Festival com “La notte”. Dois anos depois, a faixa composta por Giuseppe Anastasi ganhou sua versão brasileira.

Tiê  — Foto: Divulgação/ Lucas Seixas
Tiê — Foto: Divulgação/ Lucas Seixas

“A noite” foi a estreia de Tiê como versionista. Ela assina a música com Adriano Cintra, André Whoong e Rita Wainer. Lançada em dezembro de 2014 com o álbum “Esmeraldas”, a faixa foi parar, no ano seguinte, na trilha da novela “I love Paraisópolis”, e rendeu o Prêmio Extra de Televisão de Melhor Tema Musical.

Tiê diz ter uma grande paixão e carinho por “A Noite” por ela ter levado a cantora para “casas e ouvidos inesperados”, seja pelo sucesso da novela, pela recordação constante da faixa em vídeos no TikTok ou pelas regravações ao longo dos anos.

Em 2021, “A noite” ganhou novas batidas e interpretação com a regravação de João Gomes. Ao comentar sobre o projeto, Tiê, que já havia declarado nas redes ser fã do cantor, foi só elogios ao artista.

“Ele é superquerido, a gente sempre se fala por Instagram. É maravilhoso, porque tem essa troca. Ele também acabou de ter neném. Então a gente fica mandando foto de neném, fica dando risada. Ele é uma coisa pessoa muito querida.” Jorge, primeiro filho de João e Ary Mirelle, nasceu em janeiro. Já Tiê deu à luz sua terceira filha, Rosa, em dezembro de 2023. A cantora também é mãe de Amora, de 11 anos, e Liz, de 14.

Agora, em 2024, 10 anos após o lançamento de Tiê, além da já citada regravação de Gusttavo, a faixa ainda ganhou uma MTG assinada pelo DJ Luan Gomes.

Por contar com a voz de Tiê, a faixa é a única versão que a cantora recebe direitos autorais. Mas enquanto intérprete. Inicialmente, a cantora derrubou o remix das plataformas.

Ela explica que, para fazer MTGs, os DJs não pedem autorização para os autores originais. “Inclusive é uma questão para os artistas e para os direitos autorais. Muitos artistas entram em vários conflitos, ficam caçando a pessoa. E realmente subiram sem autorização”, diz.

“E ela tinha uma letra muito explícita. Tinha parte da minha voz e, depois tinha, assim…[uma letra] que eu não posso nem cantar. Era superproibida para menores. E aí quando eu ouvi, eu falei: ‘Putz, não vai rolar’,”, relembra.

Tiê afirma que é superaberta para que façam versões com suas músicas e que adora funk, mas por ter também um público infantil, além de três filhas, precisa prestar a atenção em algumas letras.

“Uma letra que não valoriza a mulher, uma letra que fale de agressão, não dá. A gente tem que prestar atenção e não consumir. O funk em si eu acho maravilhoso”, diz.

Tiê conta que entrou em contato com o DJ e autorizou o uso de sua voz sob a condição de que fosse retirada da música a parte pornográfica. “E aí para mim é ótimo, não tem problema. O problema era a letra que realmente não condiz com o que eu prego. Não é moralismo, mas não tem a ver.”

‘Não foi fácil fazer a versão’

Apesar de todo o sucesso de “A noite” ao longo dos anos, a música quase não saiu.

Quando Sérgio Affonso, presidente da gravadora Warner na época, propôs que a cantora fizesse uma versão de “La Notte”, Tiê não gostou da música.

“Eu não entendi direito a música. Então, eu fiquei meio: ‘Ah, será que eu faço?’. Não foi muito fácil assim, eu fiquei meio enroscada.”

Tiê durante show para mulheres vítimas de violência doméstica na Zona Leste. 'A música tem esse lugar de colo', disse a cantora. — Foto: Celso Tavares/g1
Tiê durante show para mulheres vítimas de violência doméstica na Zona Leste. ‘A música tem esse lugar de colo’, disse a cantora. — Foto: Celso Tavares/g1

Foi então que o músico e produtor Adriano Cintra insistiu para que Tiê aceitasse a proposta de fazer a versão, sem ficar presa à tradução. “Essa música é número um na Itália. Vai que ela vira também, pode ser ótimo”, argumentou Adriano na época.

Tiê, então, sentou com Adriano e com o produtor André Whoong para escrever a letra. Já a contribuição de Rita Wainer foi feita através de um bloquinho de notas.

“Ela tinha um caderno de poesia e poemas que estava comigo. Então ela não estava nem presente, mas o caderno dela tava comigo e eu falei: ‘Rita, vou usar’. Então fui eu, a Rita via caderno, Adriano Cintra e o André Whoong, que hoje é meu parceiro”, explica Tiê.

A cantora atribui o sucesso da música a uma série de fatores. “Não é só estar na novela ou só a música. É uma soma de mil coisas.”

“Nesse caso, a música encaixou bem, a letra ficou muito profunda, a minha voz está bonita, o arranjo ficou bom, a novela foi bem, a Bruna [Marquezine, intérprete da personagem Mari, que ganhou a trilha sonora] foi muito bem na novela. Então foi uma soma de coisas, e aí estourou mesmo.”

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É sobre separação ou saúde mental?

Tiê no clipe de "A Noite", lançado em 2014 — Foto: Reprodução/YouTube
Tiê no clipe de “A Noite”, lançado em 2014 — Foto: Reprodução/YouTube

O medo que cresce, o coração acelerado e o fato de não conseguir dormir são sentimentos que compõem os versos da canção, dando duas possibilidades para o contexto da faixa: uma separação amorosa ou a saúde mental.

Tiê explica que a obra é sobre as duas coisas. “Ela é uma música que fala, sim, sobre separação, e fala também de saúde mental, claro.”

E sobre a abertura da música, que diz que “palavras não bastam”, ela afirma ser algo “muito forte”.

“Porque é isso. As palavras têm uma força muito grande. Às vezes a gente não dá importância para essa força e fala umas palavras, umas merdas que a gente não precisava falar. E a palavra tem poder. E ao mesmo tempo, elas não bastam mesmo. A gente precisa de outras coisas.”



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Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

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A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



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Professora da Ufac é nomeada membro afiliada da ABC — Universidade Federal do Acre

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A professora da Ufac, Simone Reis, foi nomeada membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na terça-feira (5), em cerimônia realizada na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém (PA). A escolha reconhece sua trajetória acadêmica e a pesquisa de pós-doutorado desenvolvida na Universidade de Oxford, na Inglaterra, com foco em biodiversidade, ecologia e conservação.

A ABC busca estimular a continuidade do trabalho científico de seus membros, promover a pesquisa nacional e difundir a ciência. Todos os anos, cinco jovens cientistas são indicados e eleitos por membros titulares para integrar a categoria de membros afiliados, criada em 2007 para reconhecer e incentivar novos talentos na ciência brasileira.
“Nunca imaginei estar nesse time e fiquei muito surpresa por isso. Espero contribuir com pesquisas científicas, parcerias internacionais e discussões ecológicas junto à ABC”, disse a professora Simone Reis.



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Reitora assina contrato de digitalização de acervo acadêmico — Universidade Federal do Acre

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A reitora da Ufac, Guida Aquino, assinou o contrato de digitalização do acervo de documentos acadêmicos. A ação ocorreu na tarde de quarta-feira, 13, no hall do Núcleo de Registro e Controle Acadêmico (Nurca). A empresa responsável pelo serviço é a SOS Tecnologia e Gestão da Informação.

O processo atende à Portaria do MEC nº 360, de 18 de maio de 2022, que obriga instituições federais de ensino a converterem o acervo acadêmico para o meio digital. A medida busca garantir segurança, organização e acesso facilitado às informações, além de preservar documentos físicos de valor histórico e acadêmico.

Para a reitora Guida Aquino, a ação reforça o compromisso institucional com a memória da comunidade acadêmica. “É de extrema importância arquivar a história da nossa querida universidade”, afirmou.

A decisão foi discutida e aprovada pelo Comitê Gestor do Acervo Acadêmico da Ufac, em reunião realizada no dia 7 de julho de 2022. Agora, a meta é mensurar o tamanho dos arquivos do Nurca para dar continuidade ao processo, assegurando que toda a documentação esteja em conformidade legal e disponível em formato digital.



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