ACRE
Impacto na dinâmica de poder regional – DW – 12/11/2024

PUBLICADO
10 meses atrásem
A Somalilândia, uma região separatista do Somáliarealizará eleições presidenciais na quarta-feira.
Segundo o direito internacional, a Somalilândia pertence à Somália. No entanto, em 1991, a região no extremo noroeste da Somália declarou unilateralmente a sua independência – embora as suas reivindicações de soberania tenham permanecido não reconhecidas pela comunidade internacional.
“As eleições na Somalilândia estão definidas conforme planeado”, disse à DW Mohamed Warsame Dualeh, antigo conselheiro presidencial e atual membro do Partido Popular da Somalilândia (SPP).
“A Comissão Nacional Eleitoral (NEC) fez todos os preparativos excepcionalmente bem”, disse ele, acrescentando que o público está pronto para votar e não há “nenhum relato de violência ou confrontos em qualquer parte do país”.
“Estas eleições porão fim a dois anos de instabilidade política”, segundo Mubarak Abdulahi Daljir, político, economista e vice-presidente da Universidade Admas, com sede em Adis Abeba.
“Irá melhorar ainda mais as credenciais democráticas da Somalilândia e irá melhorar a imagem da Somalilândia na arena internacional.”
Situação tensa no Corno de África
A Somalilândia tornou-se o centro de uma grande disputa entre a Somália e Etiópia.
Em Janeiro, o líder da Somalilândia, Muse Bihi Abdi assinou um Memorando de Entendimento (MoU) com o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed.
Segundo o acordo, a Etiópia arrendaria terras da Somalilândia para construir uma base naval, enquanto a Etiópia usaria Porto Berbera da Somalilândia para o comércio internacional.
A Somalilândia, em troca, receberia uma participação na Ethiopian Airlines e uma promessa do governo de Abiy de que “faria uma avaliação aprofundada no sentido de tomar uma posição relativamente aos esforços de Somalilândia ganhará reconhecimento.”
“Esperamos que outros países de África e de outros países sigam o exemplo”, disse Daljir à DW.
Os detalhes do acordo não foram publicados – e o possível reconhecimento da Somalilândia ainda não foi oficialmente confirmado por Adis Abeba. Mas também não foi oficialmente negado.
O Memorando de Entendimento gerou grande raiva na Somáliaque considera a Somalilândia como seu território, e levou a uma disputa diplomática e militar com a Etiópia.
Em Abril de 2024, a Somália expulsou o embaixador etíope do país e retirou o seu próprio representante de Adis Abeba.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Somália ameaçou apoiar grupos armados na Etiópia se Adis Abeba não parasse os seus passos no sentido do reconhecimento diplomático da Somalilândia.
Em agosto de 2024, a Somália concluiu um acordo de segurança com o Egitoqual forneceu armas a Mogadíscio logo após o acordo ser assinado.
Etiópia e Somália estão unidas na sua luta contra o Al-Shabaab
No entanto, de acordo com o Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança (SWP), um grupo de reflexão com sede em Berlim, é pouco provável que ecloda realmente um conflito armado grave entre a Etiópia e a Somália.
Isto deve-se em parte ao equilíbrio de poder militar — a Etiópia é uma das maiores potências militares da região e muito superior à Somália — e em parte porque ambos os Estados têm um interesse comum em combater a Al-Shabaab milícias no sul da Somália, que pretendem estabelecer um Estado islâmico no Chifre da África.
De acordo com o SWPa Etiópia está actualmente a destacar cerca de 10.000 soldados na Somália, dos quais apenas um terço faz parte das missões de manutenção da paz AMISOM e ATMIS do União Africana (UA).
Adis Abeba enviou o resto por sua própria iniciativa. A fim de conter as capacidades do Al-Shabaab no país vizinho, manter uma zona tampão e assim evitar os seus ataques na própria Etiópia.
Somália e Somalilândia: Aqui estão as diferenças e questões
Todos os candidatos presidenciais são a favor do Memorando de Entendimento
“Para melhorar as relações da Somalilândia com a Somália, seria certamente necessário suspender o Memorando de Entendimento com a Etiópia”, disse o Dr. Gerrit Kurtz do SWP.
No entanto, isso não parece provável. Na Somalilândia, praticamente todos os candidatos presidenciais estão a jogar esta carta – sobretudo o próprio Bihi em exercício.
Os oponentes de Bihi, Abdirahman Mohamed Abdullahi (conhecido como ‘Ciro’ ou ‘Irro’) do Partido Nacional da Somalilândia (Waddani) e Faysal Ali Warabe do Partido da Justiça e Bem-Estar (UCID), não criticaram o acordo.
Bihi, no entanto, o fez. Depois que Bihi adiou a eleição por dois anos por “razões técnicas e financeiras”, ele reprimiu violentamente os protestos contra ela. Ele também é acusado de regime autoritário, o que levou a divisões entre os clãs poderosos.
Conflito no leste da Somalilândia
“Um dos problemas mais urgentes é certamente a relação entre os clãs, especialmente o conflito em Las Anod, que envolve a secessão de uma área”, disse Kurtz, referindo-se a Las Anod no norte e leste da Somalilândia. É a capital da região de Sool, reivindicada tanto pela Somalilândia como pelos estados autónomos somalis de Puntland e Khatumo.
Houve repetidos distúrbios violentos em Las Anod nos últimos anos. A Somalilândia perdeu o controlo de Sool em 2023, após meses de confrontos com forças pró-Mogadíscio.
“O próximo presidente tem de acabar com a insegurança e a guerra em Las Anod”, disse Daljir.
Etiópia assina acordo de acesso marítimo com a Somalilândia
Fome e inflação
Além dos conflitos, a fome e a inflação estão entre os principais desafios que o novo governo enfrenta.
“O próximo presidente terá de lidar com o nível de desemprego e inflação incrivelmente elevados”, disse Daljir.
A região empobrecida tem cerca de 1,2 milhões de eleitores, a maioria dos quais gostaria de ver uma recuperação económica.
A Somalilândia não tem acesso directo ao financiamento global, bem como à ajuda humanitária e ao desenvolvimento, que devem ser canalizadas através de Mogadíscio.
No período que antecedeu as eleições, Mohamed Farah Hersi, da Academia para a Paz e o Desenvolvimento da Somalilândia, falou em “navegar pela incerteza”.
Se Waddani vencer, pode-se presumir que as negociações bilaterais com a Somália poderão pelo menos ser retomadas.
Ele considera improvável que a Etiópia reconheça a Somalilândia num futuro imediato.
A situação é extremamente complexa — e o equilíbrio de interesses no Corno de África é extremamente delicado.
Editado por: Keith Walker
Relacionado
ACRE
Ufac promove ações pelo fim da violência contra a mulher — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
1 dia atrásem
25 de agosto de 2025
A Ufac realizou ações de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, em alusão à campanha Agosto Lilás. A programação, que ocorreu nesta segunda-feira, 25, incluiu distribuição de adesivos na entrada principal do campus-sede, às 7h, com a participação de pró-reitores, membros da administração superior e servidores, que entregaram mais de 2 mil adesivos da campanha às pessoas que acessavam a instituição. Outro adesivaço foi realizado no Restaurante Universitário (RU), às 11h.
“É uma alegria imensa a Ufac abraçar essa causa tão importante, que é a não violência contra a mulher”, disse a reitora Guida Aquino. “Como mulher, como mãe, como gestora, como cidadã, eu defendo o nosso gênero. Precisamos de mais carinho, mais afeto, mais amor e não violência. Não à violência contra a mulher, sigamos firmes e fortes.”
Até 12h, o estacionamento do RU recebeu o Ônibus Lilás, da Secretaria de Estado da Mulher, oferecendo atendimento psicológico, jurídico e outras orientações voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher.
Relacionado
ACRE
Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
6 dias atrásem
20 de agosto de 2025
A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.
O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.
Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”
O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”
A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”
A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”
O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.
Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.
Relacionado
ACRE
Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
1 semana atrásem
19 de agosto de 2025
A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.
A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.
Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.
O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.
A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.
Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login