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Irá a Índia finalmente abordar a migração climática? – DW – 08/11/2024

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Índia está testemunhando uma infinidade de problemas devido a eventos climáticos extremos, como calor sufocante, secas e inundações massivas.

Entre eles, migração induzida pelo clima tem um significado particular para a nação do Sul da Ásia, onde um número surpreendente de pessoas já enfrenta a ameaça de deslocamento, prevendo-se que os números aumentem exponencialmente.

Em 2020, cerca de 14 milhões de pessoas na Índia foram forçadas a migrar como consequência da eventos climáticos extremossegundo dados do Centro de Monitoramento de Deslocados Internos (IDMC) do país.

O relatório de 2022 do IDMC afirma que a Índia regista o terceiro maior número de deslocações internas devido a catástrofes, depois da China e das Filipinas.

Um homem sentado sob uma torneira de água fria durante o calor extremo em Nova Delhi
O aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos está colocando muitas comunidades na Índia em maior risco de migração forçadaImagem: Satyajit Shaw/DW

Prevê-se que o número de migrantes relacionados com o clima na Índia atinja os 45 milhões até 2050, de acordo com a Rede de Acção Climática do Sul da Ásia.

Apesar dos graves riscos da migração climática, a Índia ainda carece de um quadro político.

“Estão ocorrendo muitas mobilidades humanas que são, em parte, devidas às mudanças climáticas, mas não são identificadas como ligadas ao clima”, explicou Mathew A Varghese, professor do Centro de Estudos Urbanos da Universidade Mahatma Gandhi.

Política de migração climática na Índia

Apesar de ser o sétimo país mais vulnerável ao clima do mundo, enfrentando o gigantesco desafio da migração climática, a Índia não possui políticas concretas em vigor para resolver a questão.

Em 2008, a Índia lançou o Plano de Acção Nacional sobre as Alterações Climáticas (NAPCC), que estabeleceu um quadro amplo para abordar o que a Índia poderia fazer para enfrentar mudanças climáticas em diferentes setores.

No entanto, “há um vazio político significativo em termos de como o quadro visa gerir o deslocamento”, disse Saransh Bajpai, diretor associado do programa de Economia e Finanças Climáticas do World Resources Institute, à DW.

“A Autoridade Nacional de Gestão de Calamidades, embora reconheça a deslocação e a mobilidade, não consegue estabelecer mecanismos financeiros concretos para enfrentar este desafio (da migração climática). Portanto, existe definitivamente um vazio político.”

Chuvas torrenciais atingem o norte da Índia

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Em 2022, pela primeira vez, Pradyut Bordoloi, um membro do Parlamento do estado de Assam, vulnerável ao clima, no leste, apresentou o Projeto de Lei dos Migrantes Climáticos (Proteção e Reabilitação) como um projeto de lei privado para membros no Parlamento.

Bordoloi disse à DW que o projeto de lei foi motivado pelo sofrimento das pessoas nas ilhas do rio Brahmaputra que, depois de perderem as suas casas e meios de subsistência em cada estação chuvosa, são forçadas a mudar-se. Ele disse que eles se tornam vulneráveis ​​à discriminação e à perseguição.

Ao apresentar o projeto de lei, Bordoloi disse que a legislação proposta procura “estabelecer um quadro político apropriado para a proteção e reabilitação de migrantes climáticos deslocados internamente e para todos os assuntos relacionados com isso”.

O projeto de lei também procurava estabelecer um fundo para a migração climática. No entanto, não foi aprovado.

“Os governos locais ou estaduais poderiam desempenhar um papel partidário, e é por isso que deveria haver uma autoridade federal que cuidasse das necessidades dos migrantes climáticos”, disse Bordoloi à DW, acrescentando que “esta autoridade deveria receber uma dotação orçamental do governo da Índia”.

COP29: uma oportunidade para a Índia?

A Índia carece de uma política sobre migração climática, apesar de ser signatária do Quadro Sendai da ONU, que reconhece as deslocações provocadas por catástrofes como uma questão significativa e um importante factor de risco de catástrofes.

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) também reconhece o tema da migração, deslocação e relocalização planeada como uma questão crucial de gestão dos riscos climáticos.

Financiar a luta contra as alterações climáticas

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COP28a conferência climática da ONU do ano passado, realizada no Dubai, assistiu ao primeiro balanço global em que a mobilidade humana foi reconhecida como um grande impacto das alterações climáticas que afectam as pessoas e as comunidades. O Fundo de Perdas e Danos, operacionalizado pela primeira vez durante as conversações, também incluiu deslocados e pessoas deslocadas no seu âmbito.

A Índia pretende assumir a liderança na defesa de melhores oportunidades de financiamento climático para os países em desenvolvimento em cimeira climática da ONU da próxima semana, COP29que acontecerá na capital do Azerbaijão, Baku.

Apesar da sua participação e papel activo em fóruns globais que discutem as alterações climáticas, a Índia não tem em conta a migração climática interna, que tem um enorme impacto económico.

“A Índia posiciona-se muito firmemente nos processos de negociação globais e tem sido muito ativa no que diz respeito à adaptação, às perdas e aos danos”, disse Bajpa, que observou que a Índia poderia beneficiar do financiamento filantrópico para as alterações climáticas.

“A Índia deveria fornecer algo inovador para… envolver-se com essas filantropias e obter uma contribuição sem compromisso”, disse ele, acrescentando que “então a política de migração deveria permitir a criação de um mecanismo financeiro confiável na Índia”.

Editado por: Keith Walker



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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou nesta segunda-feira, 1º, na sala ambiente do bloco de Nutrição, a entrega oficial do material destinado ao Laboratório de Toxicologia Analítica e ao Projeto Farmácia Viva, reforçando a infraestrutura científica da instituição e ampliando o suporte às ações de ensino, pesquisa e extensão.

A ação integra o Projeto de Implantação do Laboratório de Toxicologia Analítica, que recebeu a doação de 21 equipamentos permanentes, adquiridos com recursos do Ministério Público do Trabalho da 14ª Região (MPT-14), mediante autorização da Primeira Vara Federal do Acre. A iniciativa reconhece o interesse público e a relevância social das atividades desenvolvidas pela Universidade Federal do Acre, especialmente nas áreas da saúde, inovação científica e desenvolvimento regional.

Os equipamentos recebidos fortalecem duas frentes estratégicas da instituição. No âmbito do Projeto Farmácia Viva, eles ampliam a capacidade de cultivo, processamento e controle de qualidade de plantas medicinais, reforçando também as ações de extensão voltadas à promoção da saúde e ao uso racional de fitoterápicos. Já na área de toxicologia analítica, os novos aparelhos permitem o desenvolvimento e validação de métodos de análise, o processamento de matrizes biológicas e ambientais e o suporte a investigações científicas e forenses.

“Parabenizo os três professores que estão à frente desse projeto: a professora Marta Adelino, Dayan Marques e Anne Grace. Isso moderniza nossa universidade e representa um salto qualitativo na formação de profissionais”,  afirma a reitora Guida Aquino.

O professor Dayan de Araújo Marques, docente do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) e farmacêutico industrial, realizou a apresentação das fases do projeto. Ele destacou que a parceria com o MPT-14 representa a consolidação de um espaço científico. “Essa consolidação é capaz de oferecer respostas mais rápidas e precisas às demandas de saúde e meio ambiente no Acre, reduzindo a dependência de laboratórios externos e ampliando o impacto social das pesquisas desenvolvidas na universidade”.

Com a entrega desse conjunto tecnológico, a instituição eleva seu potencial de atuação laboratorial e reafirma o compromisso com a produção de conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade acreana.

Também compuseram o dispositivo de honra o Pró Reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; a coordenadora do projeto do laboratório de toxicologia analítica, Marta Adelino da Silva Faria; a procuradora do Trabalho, representando o ministério público, Ana Paula Pinheiro de Carvalho.

 



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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