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Junta do Mali ganha músico como aliado, enquanto críticos dão alarme – DW – 20/11/2024

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7 meses atrásem
O renomado cantor e compositor maliano Salif Keita apoiou a junta militar governante do Mali, elogiando a sua governação e rejeitando alegações de violações dos direitos humanos. Mas os seus comentários geraram inúmeras reações, com os críticos apontando para evidências de repressãoe abusos sob o regime militar.
‘Precisamos dos militares’
Keita declarou recentemente o seu apoio inabalável ao governo militar liderado pelo Coronel Assimi Goïta. Ele descreveu o junta como o último bastião de esperança para o Mali no meio de anos de turbulência política e insegurança.
“Decidi apoiar o governo militar porque o Mali é um país que foi vendido”, disse Keita numa entrevista à DW. “O povo levantou-se pela sua soberania e o governo militar veio apoiá-lo para que vidas não fossem perdidas. . Precisamos dos militares. Eles são a nossa última esperança e sempre os apoiaremos.”
A visão de Keita sobre a democracia difere das definições convencionais. Ele argumentou que o Mali está a abraçar uma “democracia africana”, que é distinta dos modelos ocidentais.
“Somos uma nação democrática e qualquer pessoa que diga o contrário tem uma definição diferente de democracia”, disse ele.
Keita também rejeitou as acusações de violações dos direitos humanos, chamando-as de falsas e com motivação política. Ele afirmou que a junta goza de um apoio público esmagador.
“Eles são seguidos e amados por 99,99% do seu povo. Estamos felizes por eles estarem no comando porque assumiram o controle do país e estão prontos para morrer pela sua pátria”, disse ele à DW.
Defensores dos direitos humanos discordam
Apesar da defesa da junta por parte de Keita, as organizações de direitos humanos e os especialistas locais pintam um quadro completamente diferente do Mali. Aguibou Bouaré, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Mali, disse que qualquer cidadão, incluindo Keita, tem o direito de expressar a sua opinião, mas destacou que, na realidade, os abusos dos direitos humanos são generalizados no Mali.
“A situação é preocupante, principalmente no que diz respeito à luta contra o terrorismo”, disse Bouaré. “Registamos alegações de violações da vida, segurança e integridade física por parte de terroristas e das forças de defesa, bem como dos seus parceiros russos. E a redução do espaço cívico e político é aparente.”
Bouaré disse também que o crescimento das comunidades deslocadas, o número de desaparecimentos forçados e a erosão das liberdades civis sob a junta eram grandes causas de preocupação. Embora estejam a ser feitos esforços para formar as forças de segurança em questões de direitos humanos, ele enfatizou que seria um empreendimento importante.
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Um clima de repressão
O ex-ministro da Justiça, Mamadou Ismaïla Konaté, também criticou os elogios de Keita à junta, descrevendo-a como desconectada da realidade. Ele apontou para atrocidades contínuas e a supressão da dissidência como prova de um regime autoritário.
“Quando olhamos para as atrocidades cometidas hoje, incluindo a duração das detenções preventivas nas prisões, e como qualquer pessoa que se manifesta contra este regime é caçada, vemos que alguém pode ser um apoiante do actual regime e negar violações dos direitos humanos. apenas até o dia em que eles próprios sejam direta ou indiretamente afetados”, disse Konaté.
Os recentes desenvolvimentos políticos apresentam provas desta repressão. A figura da oposição Issa Kaou N’Djim, um antigo aliado da junta, foi preso no Mali por criticar a junta governante do Burkina Faso. A sua detenção, segundo o especialista em governação Paul Amegapko, revela a crescente intolerância da junta face à dissidência.
“A prisão de Issa Kaou N’Djim é uma manifestação flagrante do desejo das autoridades de perseguir vozes dissidentes que exigem responsabilização”, disse Amegapko. Aliança dos Estados do Sahel (AES)apoiado pela junta, corre o risco de minar os princípios democráticos.
A retórica polarizadora de Keita
Os comentários de Keita, contudo, vão além de uma crítica à governação. Numa conversa com a DW, ele sugeriu que os insurgentes jihadistas no Mali são “pagos para se passarem por jihadistas” e rejeitou a ideia. Bloco da África Ocidental CEDEAO como uma “ferramenta de manipulação do Ocidente”.
“Amamos todos os países membros da CEDEAO; simplesmente não gostamos das políticas do bloco. Elas não trabalham para os nossos interesses”, disse Keita à DW. Em vez disso, aplaudiu as forças da Aliança dos Estados do Sahel pelos seus esforços no combate ao terrorismo.
Sobre a questão das eleições e O futuro político do MaliKeita apoiou a extensão do mandato do Coronel Goïta, argumentando que os malianos – e não as potências externas – deveriam determinar a sua liderança.
“Ele é mais do que competente. É jovem e compreende os desafios que o Mali enfrenta. O Ocidente não decidirá por nós, os próprios malianos decidirão”, disse ele.
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Um contexto preocupante
As declarações de Keita surgem no meio de uma tendência política desconcertante no Mali. A actual trajectória política do país decorre de uma série de golpes de Estado que abalaram a sua estabilidade. Em Agosto de 2020, o Coronel Assimi Goïta liderou uma tomada militar, depondo o Presidente Ibrahim Boubacar Keïta após protestos em massa contra a corrupção, a instabilidade económica e uma escalada da insurgência jihadista. Em Maio de 2021, Goïta deu um segundo golpe de Estado, removendo os líderes civis interinos e consolidando o seu controlo. Desde então, a junta adiou eleições e enfrentou críticas por silenciar vozes dissidentes.
Em Fevereiro de 2023, o Mali, ao lado do Burkina Faso e do Níger, estabeleceu a AES, a Aliança dos Estados do Sahel (l’Alliance des États du Sahelin, francês). O bloco foi formado em resposta a preocupações de segurança partilhadas e visa coordenar esforços militares para combater grupos jihadistas e afirmar a soberania regional. No entanto, ainda não está claro se serão ou não capazes de atingir tais objectivos no meio da crescente agitação na região.
Os problemas económicos do Mali pioram sob o regime militar
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MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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