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Ligação entre álcool e câncer deve ser alertado em bebidas – 03/01/2025 – Equilíbrio e Saúde

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Anna Edney, Deena Shanker

Bebidas alcoólicas, como cerveja e vinho, devem trazer avisos sobre risco de câncer, afirma a principal autoridade pública de saúde dos Estados Unidos. Ele cita que há falta de conscientização do público sobre os danos à saúde causados por esses produtos tão populares.

As provas sobre a ligação entre consumo alcoólico e câncer têm aumentado nas últimas décadas, mas menos da metade dos norte-americanos reconhece essas consequências, diz o cirurgião geral-geral Vivek Murthy, em um comunicado divulgado na última sexta (27).

O cirurgião-geral é a principal autoridade pública americana na área da saúde, à frente da pasta federal do tema — uma espécie de ministro da Saúde.

O álcool causa cerca de 100.000 casos de câncer e 20.000 mortes relacionadas a cada ano nos EUA, disse Murthy, muito mais do que as 13.500 mortes anuais associadas ao álcool no trânsito.

O acréscimo de um aviso sobre o câncer destacaria preocupações graves com a saúde para produtos que mais de 70% dos adultos nos EUA consomem pelo menos uma vez por semana, com vendas nacionais de cerca 260 bilhões de dólares só em 2022.

Após o anúncio, as ações dos fabricantes de bebidas caíram. A Anheuser-Busch InBev NV, fabricante da cerveja Budweiser, fechou em baixa de 2,8% em Bruxelas. A Constellation Brands Inc. estava em baixa de 0,2% às 14h37 em Nova York e a Molson Coors Beverage Co. caiu 3,4%.

Estudos têm ligado o câncer ao álcool desde a década de 1980, e ele fica atrás apenas do tabaco e da obesidade entre as causas evitáveis da doença.

Conexões entre a doença e o álcool foram mostradas entre o álcool e pelo menos sete tipos de câncer, incluindo os de mama, garganta, boca, esôfago, laringe, cólon e fígado, de acordo com o boletim do cirurgião-geral.

As diretrizes para o uso devem ser avaliadas para considerar esses riscos, e os médicos devem destacar o perigo do álcool ao aconselhar os pacientes sobre o consumo de bebidas, disse o anúncio.

A Associação Médica Americana disse há anos que “o consumo de álcool em qualquer nível, não apenas o uso pesado de álcool ou o uso viciante de álcool, é um fator de risco para o câncer”, disse o presidente da AMA, Bruce Scott, em comunicado.

A atualização do aviso e rótulo “reforçará a conscientização, melhorará a saúde e salvará vidas”, disse a associação.

O problema é global, com cerca de 741.300 casos de câncer atribuíveis ao consumo de álcool em todo o mundo em 2020. No entanto, em uma pesquisa de 2019, apenas 45% dos americanos estavam cientes do risco representado pelo álcool, em comparação com cerca de 90% de conscientização para a exposição à radiação e tabaco, de acordo com o comunicado.

Outros Avisos

Dos 47 países membros da OMS (Organização Mundial da Saúde) com rótulos de advertência sobre álcool, apenas a Coreia do Sul cita o câncer. A Irlanda exigirá um aviso sobre câncer a partir de 2026.

Em 2020, grupos de defesa do consumidor e médicos solicitaram ao Departamento do Tesouro dos EUA, que regula os rótulos de álcool, para alterar o aviso nos rótulos de álcool. Atualmente, garrafas e latas afirmam que o álcool “pode causar problemas de saúde” com um aviso contra o consumo por mulheres grávidas.

O Tesouro americano teria que trabalhar com o cirurgião-geral para alertar o Congresso sobre a necessidade de quaisquer atualizações, de acordo com o Centro de Ciência de Interesse Público, um dos grupos que apresentou a petição. O Departamento do Tesouro não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Kenneth Shea, analista da Bloomberg Intelligence, disse que as evidências do cirurgião-geral para a atualização do rótulo não eram particularmente convincentes. “Provavelmente é menos ameaçador a curto prazo do que o mercado sugere no momento”, disse Shea.

Debate persiste

O debate em torno do consumo de álcool e saúde está longe de ser resolvido. Conselheiros do governo nas Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos divulgaram um relatório no mês passado sobre numerosos estudos sobre álcool que encontraram efeitos positivos e negativos na saúde.

Pessoas que nunca bebem álcool têm mais probabilidade de morrer por qualquer causa – não apenas câncer ou doenças cardíacas – do que aquelas que bebem moderadamente, de acordo com o relatório dos conselheiros. Beber moderadamente também pode reduzir o risco de morte por doenças cardíacas, afirmou.

O relatório constatou que mulheres que bebem moderadamente têm maior risco de câncer de mama do que as que não bebem, mas o aumento do consumo de álcool foi associado a um maior risco de câncer colorretal. Os autores não puderam tirar conclusões sobre os riscos de outros cânceres relacionados ao consumo moderado de álcool e disseram que são necessários mais estudos sobre álcool e saúde em geral.

Diretrizes

O Departamento de Agricultura e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos disseram que levarão em consideração o relatório das Academias Nacionais ao elaborar novas diretrizes alimentares para 2025-2030.

Embora beber álcool tenha sido por muito tempo uma norma social para adultos americanos, a sobriedade também ganhou popularidade nos últimos anos. Em 2020, a Anheuser-Busch InBev lançou a Budweiser Zero; no ano passado, a Molson Coors lançou sua marca não alcoólica Naked Life nos EUA.

Cervejarias artesanais, como Sierra Nevada e Boston Beer Co., também oferecem produtos sem álcool. Os americanos mais jovens são ainda mais propensos do que os mais velhos a tentar reduzir o consumo de álcool, segundo uma pesquisa de janeiro de 2024 da NCSolutions.

Representantes da AB InBev, da destilaria francesa Pernod Ricard e da unidade de vinhos e destilados da LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton se se recusaram a comentar sobre a medida para a reportagem e a Diageo Plc e a Heineken não responderam aos pedidos de entrevista.

A LVMH possui marcas como Moët & Chandon e Dom Perignon Champagne, bem como o conhaque Hennessy. A Diageo é a fabricante da vodka Smirnoff e da tequila Don Julio. As marcas da Pernod Ricard incluem a vodka Absolut e o uísque Jameson.

Outros grupos do ramo ainda não se manifestaram sobre o anúncio. O Conselho de Bebidas Destiladas dos Estados Unidos disse que ainda está avaliando como será o aviso. Já a WineAmerica, a Associação Nacional de Vinícolas Americanas, se recusou a comentar, assim como o Beer Institute.



Leia Mais: Folha

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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