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‘Longevidade extraordinária’: grandes baleias podem viver muito mais tempo do que pensávamos – se as deixarmos em paz | Oceanos

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6 meses atrásem
Philip Hoare
EUEm Moby-Dick, romance épico de Herman Melville de 1851, o autor pergunta se as baleias sobreviveriam à impiedosa caçada humana. Sim, ele diz, pois ele prevê um futuro mundo inundado no qual a baleia sobreviveria a nós e “jorraria seu desafio espumoso para os céus”.
Moby Dick era um velho cachalote grisalho que milagrosamente escapou dos arpões. Mas um novo artigo científico deverá provar o que os povos oceânicos – como os inuítes, Naturalmente e haida – há muito que acreditamos: que as baleias são capazes de viver durante muito tempo. Na verdade, muito mais pessoas do que pensávamos serem possíveis podem ter nascido antes de Melville escrever o seu livro.
O artigo, publicado na revista Science Advances, sugere que a caça industrial de grandes baleias, como cachalotes, baleias azuis, baleias-comuns e francas, “mascarou” a capacidade desses gigantes subaquáticos de viver até idades avançadas.
Sabe-se desde a década de 1990 que as baleias-da-groenlândia do Ártico, com seu metabolismo lento possibilitado por águas frias e comida abundante, podem atingir 200 anos ou mais, conforme indicado pela datação por carbono de antigas pontas de arpões de pedra Inuit. encontrado incrustado em bowheads que sobreviveram às caçadas anteriores.
Mas o novo estudo indica que a mesma expectativa de vida pode se aplicar às baleias francas e às baleias-comuns. Os primeiros relatos científicos de “longevidade extraordinária” surgiram quando os cientistas examinaram os tampões auditivos das baleias-comuns e azuis caçadas pelos baleeiros japoneses no final da década de 1970. Ao contar as camadas de crescimento anual dos tampões, descobriram que os animais que se pensava viverem até aos 70 anos tinham pelo menos 114 anos.
“Na época, esses eram os mamíferos não humanos mais antigos documentados”, dizem os autores do estudo. “Essas idades de aposentadoria não deveriam ser inesperadas. As baleias são os maiores animais vivos e o tamanho do corpo está altamente correlacionado com a longevidade.”
O estudo oferece uma perspectiva melhor para os cetáceos – embora apenas se as ameaças ambientais e humanas urgentes forem desconsideradas. O moratória à caça de grandes baleiasintroduzido em 1982, tem ajudou populações de jubarte e baleias-comuns aumentar. O relatório sugere que, sem a predação humana, as baleias poderiam recuperar a sua longevidade natural.
Os conservacionistas também argumentariam que esta é uma razão ainda mais premente para países como a Islândia e o Japão pararem com a caça às baleias. O relatório surge na sequência da notícia de que Islândia quer matar mais baleias-comunso segundo maior animal da Terra, e Japão quer voltar a caçá-los.
Os cientistas alcançaram as suas novas descobertas analisando o tempo de vida de duas espécies semelhantes: a baleia franca austral – encontrada abaixo do equador – e a baleia franca do Atlântico Norte, outrora abundante nas costas do norte da Europa mas agora quase inteiramente confinado à costa leste dos EUA. Eles descobriram que até 10% das espécies prósperas do sul vivem mais de 130 anos. Das espécies do norte muito caçadas, apenas 10% viveram além dos 47 anos. A conclusão é clara: deixadas sozinhas, as baleias podem viver até muito velhas.
Mas é uma corrida contra o tempo. A população do Baleia franca do Atlântico Norteum parente próximo da baleia-da-groenlândia, está agora tão diminuída após os abates intensivos do passado, quando era a baleia “certa” para caçar devido à sua espessa camada de gordura rica em petróleo, que não pode ser recuperada. De acordo com Massachussets’ Centro de Estudos Costeiros (CCS)que realizou um dos estudos mais antigos sobre a população criticamente ameaçada, restam apenas 372 indivíduos.
O declínio da força genética, os choques com navios, o emaranhamento em artes de pesca, os efeitos das alterações climáticas e a poluição sonora enfraqueceram-nos a tal ponto que foram agora declaradas “funcionalmente extintas” no Atlântico Oriental, enquanto a população do Atlântico Ocidental “não está a recuperar”.
O Dr. Charles “Stormy” Mayo, cientista sénior do CCS, afirma: “A longevidade é extremamente importante para espécies que produzem um pequeno número de crias. Portanto, a mortalidade causada pelo homem – outrora a caça, agora a indústria marítima – está a encurtar tanto o tempo de vida natural e o período reprodutivo das baleias que elas estão ameaçadas de extinção.”
Christy Hudak, colega de Mayo no CCS, relata que as primeiras baleias francas acabaram de aparecer ao largo de Cape Cod, em Massachusetts, na sua migração anual para norte. As baleias que regressaram, identificadas a partir de um levantamento aéreo, são ambas juvenis, com quatro e três anos de idade.
O zooplâncton do qual se alimentam – forçando os minúsculos organismos através das barbatanas bizarras e de aspecto pré-histórico das suas mandíbulas do tamanho de um carro – está presente de forma incomum no início deste ano. “Será emocionante ver se a fonte de alimento se revelará uma temporada excepcional para as baleias francas na Baía de Cape Cod”, diz Hudak, com otimismo cauteloso.
Nos meses de inverno, estas baleias raras reúnem-se em grupos de alimentação e acasalamento, perto das amplas praias de Cape Cod. Vê-los, rolando e mergulhando nas águas geladas do Atlântico, continua a ser um sinal de sobrevivência contra todas as probabilidades – apesar do que o futuro possa trazer.
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MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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