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Lula não vendeu maior reserva de urânio do Brasil para a China

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É falso que revista ‘Charlie Hebdo’ comparou Bolsonaro a Hitler na capa

  • Posts nas redes compartilharam prints de sites de notícias que veicularam incorretamente que a China havia comprado uma reserva rica em urânio no Amazonas;
  • Na realidade, o que houve foi a venda da empresa Mineração Taboca S.A., que produz estanho no interior do Amazonas, para a empresa China Nonferrous Trade Co. Ltd, subsidiária de uma estatal chinesa;
  • A mineradora fica na região em que está localizada a mina de Pitinga, que contém a maior reserva de urânio associado a outros minerais do Brasil;
  • Constituição Federal prevê que a exploração do mineral é monopólio da União e feita exclusivamente pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
  • Não é verdade que o governo do presidente Lula vendeu para a China uma reserva rica em urânio situada no estado do Amazonas. A exploração do urânio no Brasil, diferente do que alegam os posts enganosos, é exclusiva da União. Posts distorcem uma negociação que vendeu a empresa privada Mineração Taboca S.A., que produz estanho no interior do Amazonas, à empresa China Nonferrous Trade Co. Ltd..

    Publicações nas redes com o conteúdo enganoso acumulavam quase meio milhão de visualizações no TikTok e 170 mil espectadores no YouTube até a tarde desta sexta-feira (29). A peça ainda alcançou 14 mil curtidas no Instagram, 5.000 compartilhamentos no X (ex-Twitter) e ainda circula no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).

    Lula vende maior reserva de urânio da Amazônia para China! A maior reserva de urânio do Brasil agora é 100% chinesa.

    Publicações nas redes enganam ao afirmar que o governo do presidente Lula teria vendido à China a mina de Pitinga, a maior reserva de urânio do Brasil, que fica a 300 km de Manaus. As peças omitem, no entanto, que o mineral é considerado estratégico para o país, que detém o monopólio de extração e processamento do produto, feitos exclusivamente pela estatal INB (Indústrias Nucleares do Brasil).

    Em nota enviada ao Aos Fatos, a INB esclareceu que não houve “nenhuma venda de mina de urânio em Pitinga, no Amazonas” e que cabe apenas à INB a “a pesquisa, a lavra e a comercialização de minérios nucleares, de seus concentrados e derivados, e de materiais nucleares, e sobre a atividade de mineração”, de acordo com a lei 14.514/2022.

    As peças enganosas distorcem a venda da empresa Mineração Taboca S.A pela Minsur S.A., grupo peruano que detém o controle acionário da mineradora, para a China Nonferrous Trade Co. Ltd., subsidiária da estatal chinesa China Nonferrous Metal Mining Group Co. — ou seja, um acordo comercial privado, sem qualquer participação do governo.

    A Mineração Taboca, em Presidente Figueiredo (AM), explora os minerais cassiterita, nióbio e tântalo e produz estanho refinado. Essa área também possui resíduos ricos em urânio, que vão para os rejeitos por não haver tecnologia viável para que o material seja separado.

    Apesar disso, a mineradora não possui direitos para a exploração do urânio, mineral considerado estratégico para o Brasil. A atividade é exclusiva da INB e regulada pela lei 4.118/62, que criou a Política Nacional de Energia Nuclear.

    Sendo assim, seria impossível conceder a exploração do urânio para a China ou qualquer outro país sem que antes houvesse uma mudança na Constituição.

    Aos Fatos também procurou o Ministério de Minas e Energia, mas não obteve retorno até o momento da publicação desta verificação.

    Origem da desinformação. Diversos veículos de comunicação divulgaram nesta quinta-feira (28) que a China havia comprado uma área rica em urânio no Amazonas, que ficaria na mina de Pitinga, reserva com maior potencial de mineração do elemento químico no Brasil, situada na cidade de Presidente Figueiredo, a 300 km de Manaus. O caso rendeu diversas críticas vindas da oposição.

    Horas depois, portais de notícias como g1 e O Globo corrigiram a informação. Na verdade, a empresa Mineração Taboca S.A., que atua na região da mina, foi vendida para a China Nonferrous Metal Mining Group Co., uma estatal chinesa. Apesar de situada na região da mina de Pitinga, não houve a venda de áreas para a exploração de urânio, uma vez que isso é vedado pela Constituição.

    O conteúdo enganoso ganhou ainda mais tração após desinformadores vincularem a falsa venda da mina de urânio para a China com a visita do presidente chinês Xi Jinping a Brasília, no último dia 20 de novembro, depois do encontro do G20, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o líder chinês e o presidente Lula assinaram 37 acordos bilaterais. Nenhum deles trata da comercialização de urânio.

    Essa peça de desinformação também foi verificada pelo Monitor do Mercado.

    O caminho da apuração


    Aos Fatos verificou que de fato houve a venda da Mineração Taboca S.A., a 300 km de Manaus, que explora os minerais cassiterita, nióbio e tântalo na região da mina de Pitinga, considerada a reserva com maior de exploração de urânio do Brasil, em Presidente Figueiredo (AM). No site da mineradora, há uma nota sobre a venda da empresa para uma estatal chinesa.


    A reportagem também identificou que a Constituição Federal determina o monopólio da exploração do urânio em território nacional pela União, limitando a mineração exclusivamente às Indústrias Nucleares do Brasil (INB), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME). Aos Fatos acionou a estatal e o ministério por email. Em nota, a INB negou a venda de mina de urânio em Pitinga (AM). O MME não respondeu até o momento da publicação.


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    Tsunami meteorológico atinge litoral sul de Santa Catarina

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    Tsunami meteorológico atinge litoral sul de Santa Catarina

    Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil

    O município de Jaguaruna, litoral sul de Santa Catarina, registrou, na madrugada desta segunda-feira (2), um fenômeno natural raro: um tsunami meteorológico. De acordo com a defesa civil do estado, o mar avançou de forma súbita e percorreu uma longa extensão em direção ao continente.

    A central de monitoramento localizada na estação maregráfica de Balneário Rincão chegou a registrar uma elevação de um metro no nível do mar em poucos minutos. “O evento ocorreu em condições incomuns, já que os modelos meteorológicos não indicavam maré alta ou agitação marítima”, destacou a defesa civil.

    Em nota, o órgão detalhou que que o fenômeno foi causado por uma intensa linha de instabilidade presente na região naquele momento. “Essas linhas, formadas por tempestades alinhadas, geram alterações bruscas na pressão atmosférica e ventos fortes. Esse conjunto de fatores cria pulsos de pressão que se propagam no oceano, amplificando as ondas à medida que se aproximam da costa”.

    Apesar de serem classificados como raros outros tsunamis meteorológicos, de acordo com a defesa civil, já foram registrados no litoral sul de Santa Catarina, sobretudo no período da primavera – o mais recente ocorreu em novembro do ano passado, no município de Laguna.

    “Felizmente, o evento desta madrugada não causou danos significativos nem deixou feridos. As autoridades reforçam a importância do monitoramento constante das condições meteorológicas e da conscientização da população sobre como agir em situações semelhantes”, concluiu o comunicado.



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    A Alemanha ainda pode pagar o financiamento das artes? – DW – 03/12/2024

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    A Alemanha ainda pode pagar o financiamento das artes? – DW – 03/12/2024

    Alemanha gosta de se promover como uma nação de cultura. Mas essa imagem está em desacordo com os controversos planos atuais do estado de escassez de dinheiro Berlim reduzir o financiamento das artes em 12%.

    Os cortes afetariam tanto instituições de renome mundial como organizações independentes nas áreas de teatro, orquestra, cinemas, dança e literatura.

    O Conselho Alemão de Cultura, a organização que guarda as associações culturais, declarou que “a era de ouro da cultura acabou”.

    A situação é semelhante em todo o país: cada vez mais municípios e estados federais enfrentam dificuldades financeiras. O governo federal, importante fonte de financiamento, também está cada vez mais cauteloso. Após o colapso do governo de coligação do Social-democratas, Verdes e Democratas Livreso governo federal não tem orçamento para 2025. São tempos incertos para as artes. Então, o que podem os gestores artísticos esperar?

    Menos dinheiro do governo federal

    Até recentemente, as coisas pareciam boas para o financiamento das artes na Alemanha.

    De acordo com o Relatório de Finanças Culturais do Serviço Federal de Estatística para 2022, as despesas públicas culturais só avançaram numa direcção nos últimos 10 anos: para cima. Subiu de 9,3 mil milhões de euros (9,8 mil milhões de dólares) em 2010 para 14,5 mil milhões de euros em 2020, um aumento de nada menos que 55,1%. Será interessante ver os novos números, que serão publicados em dezembro de 2024.

    “Berlim é pobre, mas sexy” – o slogan da era dos anos 80 do ex-prefeito de Berlim Klaus Wowereit hoje soa como uma zombaria aos ouvidos de muitos profissionais das artes: Democrata CristãoO Senado liderado por Berlim está a reduzir o seu orçamento em três mil milhões de euros, com a despesa com as artes a cair 130 milhões de euros.

    E o cenário cultural? Está a reagir com horror: as críticas vão desde “cortes severos” a “cortes rasos”. O mundo das artes está em pé de guerra contra as decisões e recentemente organizou uma grande manifestação de trabalhadores das artes e da cultura na Praça Berlim Portão de Brandemburgo.

    Dois homens vestidos de preto e branco sobem em um palco com cenário em tons de cinza. Entre eles está uma estátua cinza de uma mulher encapuzada.
    Uma cena de ‘Nathan, o Sábio’ no Deutsch-Sorbisches Volkstheater em Bautzen, onde o financiamento também será cortadoImagem: Miroslaw Nowotny

    Longa lista de cortes em Berlim

    Os cortes estão a afectar os sectores e instituições culturais de forma diferente.

    Entre os teatros de Berlim, o Schaubühne (cortes de 1,8 milhões de euros; sem compensação por aumentos salariais) teme ir à falência antes de 2025, sendo uma sociedade de responsabilidade limitada.

    O Conjunto Berlinense (1,75 milhões de euros) terá de cancelar produções. O Volksbühne (2 milhões de euros) teme pela sua capacidade de desempenho, tal como o teatro juvenil Grips (300.000 euros), o teatro infantil e juvenil Theatre an der Parkaue (800.000 euros) e o Teatro Alemão (3 milhões de euros).

    Também na lista de cortes estão o Konzerthaus am Gendarmenmarkt (1,8 milhões de euros), o Friedrichstadt-Palast (1,6 milhões de euros), os cinemas de Berlim (3,5 milhões de euros), as casas de literatura da capital (450 mil euros) e muitas outras. O Senado também está interrompendo a reforma em andamento do Ópera cômica (10 milhões de euros).

    Alemanha Komische Oper Berlim
    Renovações interrompidas: a Komische Oper de Berlim também sofre com medidas de austeridadeImagem: Eventpress Hoensch/aliança de imagens

    É necessário pensamento econômico

    Será que este derramamento de sangue fará com que Berlim perca o seu apelo internacional? Será que a cidade, outrora dividida e depois reunificada, se tornará, como perguntou publicamente um diretor de teatro, um “anão cultural”, ou mesmo uma “metrópole sem alma em declínio”?

    Tendo em conta a situação económica e financeira e a consequente queda no financiamento das artes, Dorothea Gregor, especialista cultural da Fundação Liz Mohn, acredita que o teatro e a paisagem cultural alemã enfrentam “uma enorme mudança estrutural”.

    No entanto, ela diz à DW que muitos teatros “consideram que o dinheiro continuará a fluir como antes”, e acrescenta que os diretores artísticos precisam descobrir como podem administrar seus teatros de forma mais eficiente e, ao mesmo tempo, oferecer qualidade superior. Na opinião de Gregor, é necessário pensamento empreendedor, inclusive quando se trata de encontrar novas opções de financiamento.

    O valor das artes e da cultura

    Lutz Hillmann é diretor do Alemão-Sérvio teatro folclórico em Bautzen, Saxôniae o presidente estadual da Associação Alemã de Palco. Ele observa o debate sobre os cortes em Berlim com certo desamparo. O estado da Saxónia também enfrenta uma situação orçamental crítica, com graves consequências para o panorama cultural dos museus, teatros e orquestras. Hillmann diz que os teatros em Zwickau, FreibergAnnaberg-Buchholz, Görlitz-Zittau e até mesmo Chemnitz — que será Capital Europeia da Cultura em 2025 — temem pela sua existência.

    “Que valor têm a arte e a cultura?” pergunta Hillmann. “Se os políticos decidirem que as artes não são tão importantes no contexto de todas as tarefas federais, estaduais, municipais e municipais, isso terá efeito!” Os teatros e orquestras, por exemplo, há muito que deixaram de cumprir apenas funções tradicionais, como actuações num local permanente. “Somos locais de encontro social, trabalhamos com crianças e jovens, saímos para a arena pública, fazemos networking”. Ele enfatiza que a oferta cultural é particularmente importante nas áreas rurais. “Se não tivermos isto em mente”, avisa Hillmann, “teremos resultados eleitorais ainda mais desastrosos porque as pessoas ficarão cada vez mais insatisfeitas”.

    Discurso democrático

    Olaf Zimmermann, diretor-gerente do Conselho Cultural Alemão, segue a mesma linha. “Neste momento, são urgentemente necessários espaços culturais para debater questões atuais, para oferecer espaços de discurso democrático, para estimular a reflexão ou simplesmente para criar coesão”, escreve Zimmermann no atual número da publicação da associação.

    Olaf Zimmermann, um homem de terno cinza e óculos, gesticula com as mãos enquanto fala.
    Olaf Zimmermann, diretor administrativo do Conselho Cultural AlemãoImagem: Felix Zahn/fototeca/aliança de imagens

    “Os cortes nas instituições também terão impacto na cena independente e nas artes e nas indústrias criativas”, alerta a associação. Seja em Colônia ou Dresdaem muitos lugares existe uma ameaça de cortes nos orçamentos artísticos que será profundamente sentida. Alerta que orçamentos apertados não devem assinalar o fim de projectos importantes, como a introdução de salários mínimos para artistas, a digitalização ou a melhoria da sustentabilidade ambiental do sector das artes.

    Artes e cultura alienadas uma da outra

    Entretanto, Dorothea Gregor, da Fundação Liz Mohn, destaca a falta de comunicação entre as instituições culturais e os seus doadores, até mesmo uma “alienação” total. Ela diz que é importante neste momento que ambos os lados se sentem à mesma mesa e discutam os próximos passos como iguais. “Estamos no mesmo barco”, diz Gregor, “não há ninguém, nem mesmo em Berlim, que diga que já não precisamos das artes!”

      Dorothea Gregor, uma mulher usando batom vermelho e brincos pendurados, olhando para a câmera.
    Responsável pelo Monitor de Relevância Cultural da Fundação Liz Mohn: Dorothea GregorImagem: Besim Mazhiqi/Liz Mohn Stiftung

    E o que as pessoas esperam das artes? De acordo com um “Monitor de Relevância Cultural” realizado pelo Fundação BertelsmannNo Centro Liz Mohn, uma grande maioria (91%) das pessoas na Alemanha deseja que as ofertas artísticas, como os teatros, sejam preservadas para as gerações futuras porque fazem parte da sua identidade cultural (82%). Três quartos dos inquiridos também foram de opinião que as ofertas artísticas deveriam continuar a ser apoiadas com fundos públicos. Em nenhum lugar do mundo, diz Dorothea Gregor, responsável pelo Relevance Monitor, a densidade de teatros, orquestras e casas de ópera é maior do que na Alemanha – por razões históricas. “Quando vou ao teatro”, diz ela, “é a melhor maneira de ver o dinheiro dos meus impostos em ação”.

    Este artigo foi escrito originalmente em alemão



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    Deficiência significativa atinge uma em cada seis pessoas no mundo

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    Deficiência significativa atinge uma em cada seis pessoas no mundo

    Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo vivam com algum tipo de deficiência classificada como significativa. O número corresponde a uma proporção de uma em cada seis pessoas. 

    “Pessoas com deficiência têm direito ao mais alto padrão de cuidado em saúde possível, assim como pessoas sem deficiência”, destacou a entidade.

    Dados do relatório global sobre igualdade na saúde para pessoas com deficiência, publicado pela OMS, mostram que, embora alguns progressos tenham sido registrados ao longo dos últimos anos, o mundo ainda está longe de concretizar esse direito para diversas pessoas com deficiência “que continuam a morrer mais cedo, têm uma saúde mais precária e experimentam mais limitações no dia a dia”.

    “Esses resultados ruins se devem às condições injustas enfrentadas por pessoas com deficiência em todas as áreas da vida, incluindo no próprio sistema de saúde. Os países têm a obrigação, conforme previsto na legislação internacional sobre direitos humanos, de abordar as desigualdades na saúde enfrentadas por essas pessoas”, destacou a entidade.

    A OMS apela aos estados-membros que tomem medidas para promover a igualdade na saúde para pessoas com deficiência e pede ainda que a sociedade civil, incluindo organizações de pessoas com deficiência e outros parceiros na promoção da saúde, colabore e defenda a implementação de ações que permitam alcançar o mais elevado padrão de saúde possível para todos.



    Leia Mais: Agência Brasil



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