POLÍTICA
Lupi confirma ida a comissão da Câmara à espera de…

PUBLICADO
3 dias atrásem

Nicholas Shores
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, reiterou à Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara que vai comparecer ao colegiado nesta terça-feira, às 14h.
A audiência já estava convocada desde antes da operação da PF contra fraudes bilionárias aplicadas sobre segurados do INSS, mas ganhou nova dimensão depois da eclosão do escândalo.
A única correligionária de Lupi na comissão é a deputada Flávia Morais (PDT-GO). Por outro lado, há seis parlamentares do PL na composição do colegiado.
O presidente da comissão, Ruy Carneiro (Podemos-PB), disse que, no início da audiência, Lupi terá tempo de fala para fazer uma apresentação sobre as ações do ministério e o planejamento para o restante do atual mandato do presidente Lula, mas que ele e outros deputados abordarão o escândalo no INSS em suas perguntas.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
POLÍTICA
Colunistas de VEJA analisam escândalo de corrupção…

PUBLICADO
1 hora atrásem
2 de maio de 2025
Da Redação
O escândalo de corrupção no INSS e a nova federação formada por União Brasil e PP são temas em destaque no programa Os Três Poderes desta sexta, 2, transmitido ao vivo nos canais digitais de VEJA a partir das 12h. O deputado federal Arthur Maia, do União Brasil, participa da edição, que tem apresentação do editor Ricardo Ferraz e comentários dos colunistas Matheus Leitão, Marcela Rahal e José Benedito da Silva.
Reportagem da semana mostra os bastidores da nova crise do governo. O presidente Lula tinha um plano: depois de semear na primeira metade do mandato, ele finalmente iniciaria a colheita em 2025. Programas prioritários do governo deslanchariam e cairiam no gosto popular, principalmente na área da saúde. O pessimismo com os rumos da economia seria revertido com uma série de medidas, do prometido combate à inflação dos alimentos à injeção direta de recursos no bolso dos trabalhadores. Uma renovação de acordos políticos com partidos de centro fortaleceria a posição do mandatário no Congresso e, de quebra, a sua eventual candidatura à reeleição. A combinação desses fatores garantiria o sucesso da safra, que seria coroada com a recuperação de uma popularidade que derreteu na virada do ano. O roteiro era claro e otimista, mas até agora quase nada saiu como planejado. Para piorar, o petista passou a lidar com um velho fantasma: a corrupção, que voltou à agenda nacional com o escândalo dos descontos ilegais de benefícios pagos a aposentados e pensionistas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por mais que se esforce, Lula ainda terá de remar muito contra a maré.
Relacionado
POLÍTICA
Negócios caseiros: os suspeitos contratos do governo Lula com ‘organismos internacionais’

PUBLICADO
3 horas atrásem
2 de maio de 2025
Hugo César Marques
Em março do ano passado, o presidente Lula assinou um decreto autorizando “organismos internacionais” a participar da preparação de três grandes eventos que o Brasil vai sediar: a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, o fórum do Grupo dos Vinte (G20), no Rio de Janeiro, e o encontro de cúpula do Brics, também no Rio. O mesmo decreto aumentou de 5% para 10% a taxa de administração que as entidades podem receber pelo serviço e ainda permitiu que elas terceirizem algumas tarefas. Esse arcabouço teria o objetivo de driblar a burocracia, economizar tempo e reduzir custos. As boas intenções, no entanto, têm apontado numa certa direção. Como não há necessidade de licitação, cabe ao governo escolher as entidades capacitadas para realizar o trabalho — e, ao que parece, elas vêm sendo selecionadas de acordo com critérios bastante objetivos.
O Ministério do Meio Ambiente, por exemplo, contratou recentemente a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) para organizar a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, uma reunião preparatória para a COP30. Apesar do nome pomposo, pouco se sabe sobre essa “organização internacional” que recebeu 15 milhões de reais para promover um encontro que será realizado em Brasília na próxima semana. O site da entidade informa que ela desenvolve atividades de “docência de pós-graduação e outras modalidades de cooperação no campo do desenvolvimento econômico e social e da integração da América Latina e do Caribe”. Parece realmente algo importante, embora amplo demais. Quem responde pela Flacso em Brasília é Rita Gomes do Nascimento, conhecida como Rita Potyguara, uma militante de causas indígenas, professora lotada na Secretaria de Educação do Ceará e próxima ao ministro da Educação, Camilo Santana. Nas redes sociais de Potyguara, são muitas as postagens simpáticas a Lula e ao governo.
A sede da Flacso funciona numa pequena sala no 1º andar da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o que é estranho. A Enap é uma repartição pública ligada ao Ministério da Gestão. Tem-se, portanto, uma entidade privada que presta serviços ao governo e funciona dentro de uma instalação do governo como se fosse um órgão de governo. VEJA esteve duas vezes no local. Na primeira, não havia qualquer referência de que lá funcionava um “organismo internacional”. Depois da visita da reportagem, um adesivo foi fixado na porta com o nome da entidade. “A manutenção da sede administrativa da Flacso Brasil nas dependências da Enap se fundamenta na proposição de que ambas as partes reconhecem os mútuos benefícios da conjugação de esforços para a promoção do ensino e pesquisa”, informou, por meio de nota, a direção da escola. A Flacso foi autorizada a ocupar o espaço em 2015, durante o governo da então presidente Dilma Rousseff.

Em fevereiro passado, Rita Potyguara foi nomeada por Camilo Santana para ocupar uma vaga no Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação que define, entre outras coisas, a concessão de bolsas de estudo no exterior. Assim, a professora ocupa um cargo no governo e, ao mesmo tempo, comanda uma entidade que presta serviços em caráter privado ao próprio governo. É o que em Brasília se costuma chamar de comportamento anfíbio. O Ministério do Meio Ambiente informou que a contratação da Flacso atendeu aos requisitos estabelecidos no decreto assinado pelo presidente Lula. “O critério fundamental é a comprovação de expertise na matéria, o que é o caso da mencionada fundação, conforme a lista oficial da Agência Brasileira de Cooperação”, justificou. Nos últimos seis anos, a entidade recebeu 4,8 milhões de reais dos cofres públicos a título de “contribuição regular”. A última delas, de meio milhão de reais, ocorreu em abril do ano passado. Procurada por VEJA, nem a Flacso nem sua representante quiseram se manifestar.

Por ser uma “organização internacional”, a Flacso não está sujeita à fiscalização de órgãos como o Tribunal de Contas da União. É uma blindagem que poupa essas entidades de dar maiores explicações sobre detalhes que podem ser espinhosos. No início de abril, deputados encaminharam ao TCU um pedido para que a Corte investigue a relação da primeira-dama Janja com a Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura. A OEI foi contratada por 478 milhões de reais para organizar a COP30. Janja é uma das coordenadoras da OEI. Mas não é apenas isso que chama atenção. Dias após a assinatura do decreto presidencial, Lula teve uma reunião com Leonardo Barchini, então diretor da OEI. Depois disso, ele foi nomeado secretário-executivo do Ministério da Educação. Na sequência, a entidade formalizou a parceria milionária com o governo. Procurado, o agora ex-diretor da OEI esclareceu que Janja atua na entidade desde 2023 e que ele ainda não havia tomado posse no cargo público quando o contrato foi assinado — portanto, não haveria qualquer conflito de interesses. Um detalhe curioso: na condição de secretário-executivo do MEC, foi Barchini quem empossou Rita Potyguara como conselheira no ministério. São simples coincidências, claro.
Publicado em VEJA de 2 de maio de 2025, edição nº 2942
Relacionado
POLÍTICA
Escândalo no INSS frustra roteiro otimista de Lula…

PUBLICADO
4 horas atrásem
2 de maio de 2025
Daniel Pereira
O presidente Lula tinha um plano: depois de semear na primeira metade do mandato, ele finalmente iniciaria a colheita em 2025. Programas prioritários do governo deslanchariam e cairiam no gosto popular, principalmente na área da saúde. O pessimismo com os rumos da economia seria revertido com uma série de medidas, do prometido combate à inflação dos alimentos à injeção direta de recursos no bolso dos trabalhadores. Uma renovação de acordos políticos com partidos de centro fortaleceria a posição do mandatário no Congresso e, de quebra, a sua eventual candidatura à reeleição. A combinação desses fatores garantiria o sucesso da safra, que seria coroada com a recuperação de uma popularidade que derreteu na virada do ano. O roteiro era claro e otimista, mas até agora quase nada saiu como planejado. Para piorar, o petista passou a lidar com um velho fantasma: a corrupção, que voltou à agenda nacional com o escândalo dos descontos ilegais de benefícios pagos a aposentados e pensionistas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por mais que se esforce, Lula ainda terá de remar muito contra a maré.
O desafio mais imediato é o caso do INSS, que envolve roubo a pessoas consideradas vulneráveis, revela omissão e incompetência do governo e tem forte apelo popular. No último dia 23, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma operação para combater um esquema nacional que descontava valores de aposentadorias e pensões sem a autorização dos segurados e repassava os recursos para sindicatos e entidades de classe que dizem representá-los. De acordo com as investigações, 6,3 bilhões de reais foram descontados entre 2019 e 2024, mas ainda não se sabe quanto de forma ilegal — ou seja, sem concordância prévia. Uma pequena amostragem citada pelas autoridades dá uma noção do tamanho do problema: de 1 300 casos analisados, 97% registraram irregularidades, como assinaturas fraudadas. Os descontos são de pequenas quantias no caso individual de cada aposentado e pensionista, mas somados encheram os caixas de entidades de classe. Tanto que houve uma ordem judicial para o sequestro de bens de cerca de 1 bilhão de reais como forma de garantir eventuais reparações. Conforme as investigações, só um operador do esquema repassou 7,5 milhões de reais a pessoas e empresas ligadas ao procurador-geral do INSS, Virgílio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho, que foi afastado do cargo.
Pelas regras atuais, os sindicatos e associações assinam um acordo de cooperação com o INSS que permite o desconto de valores, desde que autorizado, em troca de alguns benefícios para aposentados e pensionistas, como auxílio jurídico e assistência médica. O modelo começou a funcionar no governo de Michel Temer, ganhou tração na gestão de Bolsonaro, quando a totalidade de descontos (legais ou não) superou 700 milhões de reais, e explodiu na gestão Lula, ultrapassando a casa de 2 bilhões de reais. Independentemente da origem, a bomba explodiu no colo do petista. Não bastasse isso, uma das onze entidades que foram alvo de medidas judiciais na ação realizada por PF e CGU, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, tem como diretor, desde 2008, e como vice-presidente, desde o ano passado, Frei Chico, irmão do presidente da República. Ele não é investigado, mas o dado inflamou ainda mais o ânimo da oposição, que protocolou na quarta 30 o pedido para abertura de uma CPI sobre o caso. “Frei Chico está em evidência apenas por seu parentesco com o presidente Lula. Trata-se de pura politicagem eleitoral, que engana muita gente de boa-fé”, reagiram os presidentes de seis centrais sindicais em nota.

Diante da gravidade do caso, Lula — aconselhado por ministros como Sidônio Palmeira, responsável pela comunicação do governo desde janeiro — determinou uma série de medidas para tentar conter o desgaste. De início, seus auxiliares difundiram a versão de que, ao contrário do que acontecia agora, o problema não foi enfrentado em gestões anteriores. Seria um ponto positivo, portanto, para a atual administração. O presidente também determinou a demissão do comandante do INSS, que até então tinha sido apenas afastado da função por ordem judicial. O mandatário só não contava que o próprio ministro da Previdência, Carlos Lupi, passaria a alimentar a crise. Logo na entrevista coletiva convocada para demonstrar o suposto rigor do governo no caso, Lupi saiu em defesa do subordinado do INSS que seria exonerado e se manifestou como se ele, o ministro, nada tivesse a ver com o problema. Tem e muito. Em 2023, a questão dos descontos foi levada ao Conselho Nacional de Previdência Social. No ano seguinte, a CGU enviou ao INSS os resultados preliminares de uma auditoria que mostravam as fraudes contra aposentados e pensionistas. Mesmo assim, a reação só veio agora.
Acomodado na pasta da Previdência por ser o mandachuva do PDT, Lupi não é propriamente conhecido pelos êxitos como gestor. Ao assumir o cargo, prometeu acabar com a fila do INSS, que superou 2 milhões de pessoas na virada do ano. Convocado para se explicar sobre o caso numa comissão da Câmara, ele defendeu a tese de que o INSS deixe de intermediar a relação entre sindicatos e segurados. Que pare de fazer o desconto no contracheque. Que as entidades emitam um boleto e, como ele disse, os velhinhos façam o Pix. É aquela história: não adianta colocar a tranca na porta depois que ela foi arrombada, numa ação perpetrada por criminosos com a ajuda da omissão governamental. Até a última quinta, 1º, Lupi continuava firme no cargo, apesar de aliados do presidente, protegidos pelo anonimato, defenderem a sua demissão. A exoneração, se ocorrer, deve resultar na saída do PDT do governo, segundo o líder da legenda na Câmara, Mário Heringer (MG). Lula, que sempre prioriza mais as conveniências políticas do que as necessidades administrativas, não quer abrir mão do aliado, que conta com uma bancada de dezessete deputados e tem um eterno presidenciável em seus quadros, o ex-ministro Ciro Gomes.

O presidente, como se sabe, já enfrenta obstáculos demais na sua conturbada relação com os partidos de centro, como demonstram três episódios recentes. Em abril, a oposição conseguiu o número mínimo de apoios ao requerimento de urgência para o projeto de anistia aos golpistas do 8 de Janeiro. A maior parte da adesão ao texto veio de deputados filiados a siglas que têm ministérios no governo. O requerimento só não foi colocado em votação porque o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), segurou, por enquanto, a pressão oposicionista. Também em abril, o líder do União Brasil na Câmara, deputado Pedro Lucas Fernandes, desistiu de assumir a pasta das Comunicações duas semanas depois de ser anunciado para o cargo pela ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Foi um revés inédito para Lula, considerando os seus três mandatos. Na última terça-feira, 29, o mesmo União Brasil, que controla três ministérios, anunciou a formação de uma federação com o PP, que comanda uma pasta. Juntos, terão a maior bancada na Câmara e o maior fundo eleitoral em 2026, ativos que pretendem usar para impulsionar uma candidatura de oposição.
O presidente, em tese, poderia retaliar as traições ou as afrontas do Centrão, mas não tem força para isso. Hoje, suas prioridades são evitar debandadas da base governista e garantir que pelo menos parte de partidos como PSD, MDB, Republicanos, União Brasil e PP fique ao seu lado durante a campanha eleitoral de 2026. Anunciada pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, para ser realizada em janeiro, exatamente com o objetivo de estreitar laços com essa turma, a reforma ministerial até agora não saiu do papel — não na amplitude que era esperada, já que o presidente mexeu, com exceção das Comunicações, apenas em cargos controlados pelo PT. Neste ano, Lula tem apostado até aqui em fortalecer seus acordos não com as agremiações, mas com os comandantes da Câmara, o já citado Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), investindo na parceria com eles para aprovar medidas consideradas prioritárias, como a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 000 reais. Essa iniciativa é uma das principais apostas do presidente para melhorar a sua imagem, que sofreu um desgaste considerável em razão do encarecimento dos alimentos e da campanha oposicionista que dizia que o governo taxaria as transações realizadas por meio do Pix, o que não ocorreu.

A esperança de reação reside no pacote de medidas populistas, tendo à frente a isenção do imposto de renda. A tática já apresentou algum efeito, mas talvez menos do que o esperado. No levantamento mais recente, realizado pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, o presidente e o governo conseguiram recuperar algum fôlego na popularidade. Só que o saldo permanece negativo, a despeito do esforço empregado nos últimos meses. A aprovação ao mandatário, que era de 44,9% em março, subiu para 46,1% em abril, ainda abaixo da reprovação, que caiu de 53,6% para 50,1%. O levantamento foi realizado entre 20 e 24 de abril. Ou seja: terminou um dia após a ação da PF e da CGU no caso do INSS, o que, até por isso, pode não ter impactado no resultado.

Dentro do Palácio do Planalto existe a percepção de que é preciso fazer muito mais. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, prometeu cadeia para aqueles que roubaram aposentados e pensionistas. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a orientação do governo é ressarcir as pessoas prejudicadas pelos descontos indevidos. Seriam sinais alvissareiros se o governo estivesse entregando o que prometeu, o que não está ocorrendo, como reconheceu o próprio Lula na última reunião ministerial. Um timoneiro experiente sabe quando e por que o mar está revolto — e sabe, principalmente, a dificuldade e o perigo de remar contra a maré.
Publicado em VEJA de 2 de maio de 2025, edição nº 2942
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- MUNDO5 dias ago
Conheça o robô humanóide que faz café, lava roupa e ajuda nas tarefas da casa; você compraria?
- MUNDO4 dias ago
Mutilação genital: Brasil concede refúgio a 133 meninas e mulheres que sofreram a violência
- POLÍTICA6 dias ago
Gramsci às avessas | VEJA
- MUNDO4 dias ago
Bia Souza é ouro, agora no Pan de Judô. Maravilhosa!
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login