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Magic Johnson mudou a forma como o HIV e a AIDS são percebidos – DW – 28/11/2024

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“Por causa do vírus VIH que obtive, terei que me aposentar do Lakers hoje”, disse o então jogador de 32 anos em uma entrevista coletiva silenciosa em Los Angeles, em 7 de novembro de 1991.

O armador do Los Angeles Lakers acrescentou logo em seguida que não tinha AIDS, mas HIV. Isto foi confirmado pelo Dr. Michael Mellman pouco antes daquela conferência de imprensa. HIV, ou vírus da imunodeficiência humana, pode levar à síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), que tem consequências fatais.

O Lakers instruiu Johnson a retornar a Los Angeles depois de um jogo de pré-temporada em Utah, para que o médico do time pudesse lhe dar as más notícias pessoalmente.

“No início, quando ele me anunciou isso pela primeira vez, pensei: ‘Ah, cara, vou morrer. Acho que acabou.’ E ele disse: ‘Não, não, não é assim.'” Johnson lembrou mais tarde em uma entrevista à emissora pública norte-americana PBS.

Mellman garantiu-lhe que, se tomasse a medicação, poderia viver uma vida longa

Um choque comparável ao assassinato de Kennedy

Na altura, ser infectado pelo VIH era geralmente considerado uma sentença de morte, razão pela qual a conferência de imprensa de Johnson foi um choque tão grande. Alguns americanos compararam isso ao que sentiram ao saber do assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963 ou da renúncia de Richard Nixon por causa do escândalo Watergate em 1974.

O anúncio veio quando Magic Johnson estava no auge como basquetebol jogador. Ele já havia levado o Lakers a cinco títulos da NBA e sido nomeado MVP da liga três vezes.

Magic Johnson em um jogo do Lakers em 1989 contra o Denver Nuggets
Magic Johnson era quase impossível para seus oponentes pararem, seu movimento principal: o passe sem olharImagem: Ícone SMI/IMAGO

Até então, o VIH e a SIDA eram amplamente vistos como doenças que apenas contraíam homens homossexuais ou toxicodependentes. No entanto, como salientou Johnson, ele não pertencia a nenhum destes grupos.

“Serei um porta-voz deste vírus HIV porque quero que eles (as crianças) entendam que o sexo seguro é o caminho a seguir”, disse Johnson aos repórteres.

“Às vezes pensamos que apenas os gays podem contrair isso, isso não vai acontecer comigo. Aqui estou dizendo que isso pode acontecer com qualquer um, até mesmo comigo, Magic Johnson, isso pode acontecer”, disse ele.

O anúncio ocorreu apenas dois meses depois de Johnson ter casado com a sua esposa Cookie, que, sublinhou, não tinha o vírus. Só mais tarde é que Johnson revelou que tinha contraído o VIH durante relações sexuais desprotegidas com outra mulher.

O ‘efeito Johnson’

Pouco depois de saber da sua infecção, ele criou a Fundação Magic Johnson, que fornece apoio financeiro a grupos e campanhas contra a SIDA. E o próprio Johnson nunca se cansou de fazer campanha em nome das pessoas afetadas e de educar as pessoas sobre a doença.

Ele foi um dos palestrantes principais doConferência do Dia Mundial da AIDS em 1999, quando descreveu o vírus como “inimigo público número 1”.

As palavras de Johnson não caíram em ouvidos surdos. Estatísticas divulgadas por cientistas norte-americanos em 2021 demonstraram que a conferência de imprensa de 7 de novembro de 1991 fez com que um número significativamente maior de homens americanos fizessem o teste de VIH. Isto foi particularmente verdadeiro para negros e hispânicos heterossexuais em cidades com clubes da NBA.

A carreira de Magic Johnson no basquete não terminou naquele dia de novembro. Em 1992, ele jogou no NBA All-Star Game e mais tarde fez parte do “Dream Team” dos EUA que conquistou o ouro olímpico em Barcelona. Johnson também retornou à NBA, passando a temporada 1995-96 no Lakers, antes de se aposentar definitivamente como jogador.

Tendo alcançado tudo o que havia para ser alcançado no esporte, o Lakers retirou seu número, 32, e ele foi incluído no Hall da Fama do Basquete do Naismith Memorial em 2002.

Johnson com sua família
Johnson com sua famíliaImagem: Frazer Harrison/Getty Images

Bilionário e filantropo

Agora que o Dia Mundial da SIDA é assinalado no domingo, Johnson é um investidor de sucesso, tendo investido o seu dinheiro em imóveis, cinemas e empresas como a EquiTrust e a Starbucks. A revista Forbes estima que a fortuna atual de Johnson seja de cerca de 1,2 mil milhões de dólares (1,14 mil milhões de euros).

Durante muitos anos, a sua fundação esteve envolvida não apenas em projectos contra a SIDA, mas também noutras organizações que apoiam a educação, a saúde e as necessidades sociais de pessoas em cidades etnicamente diversas.

Quando Johnson foi diagnosticado com HIV em 1991, a azidotimidina (AZT) foi o primeiro medicamento para HIV no mercado. Hoje existem inúmeras substâncias ativas que ajudam a reduzir a carga viral abaixo do limite de detecção. Se isso for bem sucedido, o sistema imunológico do paciente se recupera e o paciente pode viver e trabalhar normalmente. O VIH é agora considerado tratáveldesde que a infecção seja detectada precocemente e o tratamento seja iniciado imediatamente.

O número de pessoas seropositivas em todo o mundo é hoje estimado em cerca de 40 milhões. Mais de metade deles vive na África Austral. Um quarto de todas as pessoas infectadas em todo o mundo não recebe nenhum medicamento. Johnson admite que tem sorte.

Até hoje ele não tem AIDS.

“Não estou curado. Acabei de tomar meus remédios”, disse Johnson naquela entrevista à PBS. “Estou fazendo o que deveria estar fazendo e graças a Deus o vírus HIV em meu sistema sanguíneo e em meu corpo está morto, de certa forma, e não queremos que nada o desperte”.

Este artigo foi publicado originalmente em alemão.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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