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Mais mulheres iranianas são forçadas a abortos ilegais – DW – 01/06/2025

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Embora as autoridades iranianas tenham restringido amplamente o acesso ao aborto numa tentativa de reverter declínio demográficomais mulheres estão indo além da lei para acabar com gravidezes indesejadas.

De acordo com dados do Ministério da Saúde iraniano divulgados pelo Khabaronline website de notícias em junho de 2024, mais de 600.000 abortos ilegais são realizados anualmente no Irã.

Especialistas dizem que a pobreza, o desemprego e a falta de segurança social são factores que contribuem para forçar as mulheres a fazerem um aborto, apesar dos sérios riscos.

Em novembro de 2021, os legisladores iranianos, sob os auspícios do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, aprovaram uma lei chamada “rejuvenescimento da população e apoio à família”.

A “lei populacional”, que está em vigor por um período experimental de 7 anos, rapidamente atraiu condenação.

Especialistas em direitos humanos da ONU emitiram uma declaração pedindo a revogação da lei. Eles condenaram a legislação como “um impacto direto violação dos direitos humanos das mulheres nos termos do direito internacional.”

“Esta lei viola os direitos à vida e à saúde” ao bloquear o acesso a uma “gama de serviços de saúde reprodutiva” e a informações sobre direitos reprodutivos, afirmam os ativistas da ONU.

Severas restrições aos cuidados de saúde reprodutiva

De acordo com a lei populacional, o aborto em caso de ameaça à vida da mãe ou do feto só será permitido com a permissão de um painel composto por um juiz, um médico nomeado pelo tribunal e um médico legista.

Médicos ou cirurgiões que realizam abortos ilegalmente correm o risco de perda permanente da sua licença, penas de prisão de dois a cinco anos e pesadas multas.

Os contraceptivos também já não são fornecidos gratuitamente nos centros de saúde ou farmácias. Além disso, a lei criminaliza qualquer forma de esterilização, incluindo procedimentos como vasectomia e laqueadura tubária.

Os direitos ao aborto aumentam globalmente – com exceções

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O código penal islâmico permite que os homens denunciem as suas esposas por terem feito um aborto. Nesses casos, as mulheres enfrentam multas, dependendo dos resultados das investigações forenses.

Não há mais testes genéticos antes da gravidez

Em Outubro de 2024, o chefe do Centro para o Crescimento Populacional do Ministério da Saúde do Irão alertou que o pessoal do centro estava a identificar activamente casais que planeavam abortos em hospitais e consultórios médicos para os pressionar e dissuadir de o fazer.

A lei também aboliu a obrigação de se submeter a testes genéticos antes da gravidez. Antes de sua adoção, o aborto era permitido se três médicos comprovassem deficiências graves do feto. Espera-se que isso leve a um aumento dramático nos defeitos congênitos.

De acordo com a lei, os laboratórios devem cadastrar on-line os dados de seus pacientes. Isto permite que as mulheres grávidas sejam identificadas e punidas se posteriormente não conseguirem dar à luz.

“Os dados mostram claramente que criminalizar a interrupção da gravidez não reduz o número de mulheres que recorrem ao aborto”, afirmaram os especialistas da ONU. “Em vez disso, força as mulheres a arriscar as suas vidas submetendo-se a procedimentos clandestinos e inseguros”.

Mulheres recorrem ao aborto no mercado negro

Há múltiplas indicações de que as restrições governamentais transformaram o Irão num mercado negro em expansão para drogas abortivas.

Parvin Delshad, médico e professor da Universidade de Queensland, na Austrália, disse à DW que essas leis restritivas aumentam a mortalidade materna através de “abortos clandestinos”.

“Independentemente de o aborto ser realizado em casa com medicação para promover sangramento ou por intervenção cirúrgica, ele deve ser realizado sob supervisão de um especialista. Em ambos os casos, deve-se garantir que não há perigo de vida”, ela disse.

Delshad enfatizou que os médicos devem garantir que as mulheres que planeiam um aborto não sofram de doenças sexualmente transmissíveis, pois isso aumenta o risco de infecções pélvicas e subsequente infertilidade.

Segundo o médico, as mulheres que fazem uso ilegal aborto muitas vezes não têm consciência das complicações de saúde e colocam as suas vidas em risco ao interromperem a gravidez de forma insegura.

Dados do Ministério da Saúde iraniano indicam que cerca de 60% dos abortos são realizados em casa com pílulas abortivas, 30% em clínicas médicas e 10% em “lojas de ervas” com preparações à base de plantas.

‘Aborto é saúde e saúde é um direito de todos’

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O problema populacional do Irã

Em Novembro de 2024, o vice-ministro da Saúde do Irão, Alireza Raisi, alertou que o declínio das taxas de natalidade significaria que a população do Irão poderia diminuir 50% antes de 2100.

Juntamente com as restrições estritas à saúde reprodutiva, as autoridades iranianas estão a oferecer “incentivos” ao abrigo da lei populacional para encorajar as famílias a terem mais filhos.

Estas incluem o fornecimento de 200 metros quadrados de terreno para uma família com um terceiro filho, veículos novos para mães que tenham um segundo filho e seguro de saúde completo para mães desempregadas com três ou mais filhos.

No entanto, um sociólogo da Universidade de Teerão disse à DW que duvida que as autoridades iranianas possam realmente fornecer estes incentivos às famílias.

“Antes de discutir o crescimento populacional, deveríamos perguntar-nos quantos recursos estão realmente disponíveis. Será que estas promessas podem ser cumpridas?” disse o especialista sob condição de anonimato. Acrescentou que sem a plena aceitação do público iraniano no sentido de ter mais filhos, as leis terão apenas um efeito superficial, mesmo que sejam impostas por medidas opressivas.

“E quanto à qualidade de vida e ao bem-estar social? Existe acesso justo aos cuidados de saúde e à educação? E qual é a capacidade do mercado de trabalho?” ele perguntou.

Mesmo que as leis incentivem mais pessoas em situações economicamente deprimidas a terem mais filhos, os problemas estruturais na do Irã a economia e a sociedade continuarão a ser um desafio ao crescimento no futuro, segundo o sociólogo.

Editado por: Wesley Rahn



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Ufac recepciona estudantes de licenciaturas que farão o Enade — Universidade Federal do Acre

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Ufac recepciona estudantes de licenciaturas que farão o Enade — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta sexta-feira, 24, no Teatro Universitário, a recepção aos alunos concluintes dos cursos de licenciatura que participarão do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), neste domingo, 26.
O evento teve como objetivo acolher e motivar os estudantes para a realização da prova, que tem grande importância para a formação docente e para a avaliação dos cursos de graduação. Ao todo, 530 alunos participarão do Enade Licenciaturas este ano, sendo 397 em Rio Branco e 133 em Cruzeiro do Sul.
Participam do Enade Licenciaturas os concluintes dos cursos de Física, Física EaD, Letras/Português, Letras/Inglês, História, Geografia, Ciências Biológicas, Química, Matemática, Matemática EaD, Pedagogia, Ciências Sociais, Filosofia e Educação Física.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, que representou a reitora Guida Aquino, destacou o papel da universidade pública na formação docente e o compromisso social que acompanha o exercício do magistério. “A missão de quem se forma nesta instituição vai além do diploma. É defender a educação pública, a democracia e os direitos humanos. Vocês representam o que há de melhor na educação acreana e brasileira. Cada um de vocês é parte da história e da luta da Ufac.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou o caráter formativo do exame e o compromisso da universidade com a qualidade da educação. “O Enade é mais do que uma prova. Ele representa uma etapa importante da trajetória de cada estudante que trilhou sua formação nesta universidade. É um momento de reflexão sobre o aprendizado, o esforço e o legado que cada um deixa para os próximos alunos.”
Ela reforçou que o desempenho dos estudantes é determinante para o conceito de cada curso e destacou a importância da participação responsável. “É fundamental que todos façam a prova com dedicação, levando o nome da Ufac com orgulho. Nós preparamos esse encontro para motivar, orientar, e entregar um kit com lanche, água, fruta e caneta, ajudando os alunos a se organizarem para o domingo.”
A pró-reitora lembrou ainda que a mesma ação está sendo realizada no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, com o apoio da equipe da Prograd e dos coordenadores locais. “Lá, os alunos estão distribuídos em três escolas, e nossa equipe vai acompanhá-los no dia da prova, garantindo o mesmo acolhimento e suporte.”

O evento contou com apresentação cultural da cantora Luzienne Lucena e do Grupo Vibe, do projeto Pró-Cultura Estudantil, formado pelos acadêmicos Gabriel Daniel (Sistemas de Informação), Geovanna Maria (Teatro) e Lucas Santos (Música).
Também participaram da solenidade a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; e os coordenadores de cursos de licenciatura: Francisca do Nascimento Pereira Filha (Pedagogia), Lucilene Almeida (Geografia) e Alcides Loureiro Santos (Química).

 



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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre

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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre

A Coordenadoria de Vigilância à Saúde do Servidor (CVSS) da Ufac realizou, nesta quinta-feira, 23, o evento “Cuidar de Si É um Ato de Amor”, em alusão à Campanha Outubro Rosa. A atividade ocorreu no Setor Médico Pericial e teve como público-alvo servidoras técnico-administrativas, docentes e trabalhadoras terceirizadas.

A ação buscou reforçar a importância do autocuidado e da atenção integral à saúde da mulher, indo além da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O objetivo foi promover um momento de acolhimento e bem-estar, integrando ações de valorização e promoção da saúde no ambiente de trabalho.

“O mês de outubro não deve ser apenas um momento de lembrar dos exames preventivos, mas também de refletir sobre o cuidado com a saúde como um todo”, disse a coordenadora da CVSS, Priscila Oliveira de Miranda. Ela ressaltou que muitas mulheres acabam se sobrecarregando com as demandas da casa, da família e do trabalho e acabam deixando o autocuidado em segundo plano.

Priscila também explicou que a iniciativa buscou proporcionar um espaço de pausa e acolhimento no ambiente de trabalho. “Nem sempre é fácil parar para se cuidar ou ter acesso a ações de relaxamento e promoção da saúde. Por isso, organizamos esse momento para que as servidoras possam respirar e se dedicar a si mesmas.” 

O setor mantém atividades contínuas, como consultas com clínico-geral, nutricionista e fonoaudióloga, além de grupos de caminhada e ações voltadas à saúde mental. “Essas iniciativas estão sempre disponíveis. É importante que as mulheres participem e mantenham o compromisso com o próprio bem-estar”, completou.

A programação contou com acolhimento, roda de conversa mediada pela assistente social Kayla Monique, lanche compartilhado e o momento “Cuidando de Si”, com acupuntura, auriculoterapia, reflexologia podal, ventosaterapia e orientações de cuidados com a pele. A ação teve parceria da Liga Acadêmica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e da especialista em bem-estar Marciane Villeme.

 



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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.

Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”

Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.



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