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Mangueira empolga no primeiro dia de desfiles no RJ – 03/03/2025 – Cotidiano
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Yuri Eiras, Everton Lopes Batista
Contado a história do povo banto e sua influência na formação da cidade do Rio de Janeiro, a Estação Primeira de Mangueira empolgou na Marquês de Sapucaí no primeiro dia de desfile do Grupo Especial, na madrugada de domingo (2).
O povo banto foi trazido da África para o Brasil, no período a escravidão, de uma região na qual ficam hoje a Angola e o Congo.
A torcida da Mangueira era maioria entre os presentes no sambódromo. O público vibrou com as diversas paradinhas que a bateria da escola fez. O refrão forte também fez sucesso e ajudou as pessoas a cantarem o samba.
A Comissão de Frente na qual figuras do povo banto se transformavam nos “crias” das favelas foi um dos pontos que mais geraram vibração do público, em especial, quando os dançarinos simulavam a forma de empinar uma pipa em meio aos chamados “passinhos”, um jeito de dançar funk.
Unidos de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense e Viradouro foram outras escolas que estiveram na avenida.
O novo formato de desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro colocou, neste ano, duas das principais escolas da década dividindo o protagonismo em sequência.
Unidos do Viradouro e Imperatriz Leopoldinense desfilaram em seguida — a segunda e terceira escolas, respectivamente — nesta primeira noite de apresentações na Marquês de Sapucaí.
Este ano, a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) instituiu pela primeira vez o desfile dividido em três noites (domingo, segunda e terça-feira). De 1984 a 2024, os desfiles aconteceram em duas noites.
O tempo de apresentação das escolas também aumentou. Agora, as escolas têm entre 70 e 80 minutos para completar o desfile (antes, a conclusão deveria acontecer entre 60 e 70 minutos).
Sorteadas para desfilar em sequência, Viradouro e Imperatriz protagonizam uma rivalidade recente.
A Viradouro, estruturada com subvenções das prefeituras do Rio e de Niterói, cidade base da escola, venceu títulos em 2020 e 2024 (com a Imperatriz vice). A Imperatriz levou o título de 2023 (com a Viradouro vice).
A atual década marca uma mudança de postura institucional da Imperatriz. A escola, no vitorioso início dos anos 2000, era chamada pelos adversários de “Certinha de Ramos”, por conta da boa técnica de desfile e uma certa frieza com o público.
Atualmente a escola de Ramos tenta se reconectar com o Complexo do Alemão, morro mais perto de sua quadra, fazendo exibições na comunidade e ampliando a presença de moradores por lá.
Com Leandro Vieira, o mais celebrado carnavalesco atual, a agremiação tem apresentado enredos leves.
No primeiro desfile do Grupo Especial do Rio, a Unidos de Padre Miguel fez uma homenagem a Iyá Nassô, considerada mãe dos terreiros de candomblé no Brasil. Ela foi a fundadora da Casa Branca do Engenho Velho, um dos terreiros de candomblé mais antigos do país.
“Iyá Nassô é rainha do candomblé!”, cantou a escola ao passar pela avenida em uma apresentação que celebrou a herança africana e a força do axé que faz viver.
Na Comissão de Frente, a atriz Jéssica Ellen interpretou Marcelina Obatossi, que deu continuidade ao trabalho de Iyá Nassô.
Durante o desfile, carros e alas retrataram a vida de escravizados e as manifestações da fé.
A Revolta dos Malês, uma insurreição de escravos, muitos deles mulçumanos, que aconteceu em 1835, em Salvador, também foi lembrada no desfile com uma ala que teve representação dos dois lados do embate.
Segunda escola a entrar na Sapucaí na primeira noite do Grupo Especial do RJ, a Imperatriz Leopoldinense colocou uma lenda africana na avenida e desfilou com orixás pela Sapucaí.
A Comissão de Frente trouxe uma dança das águas, com uma fonte jorrando sobre os dançarinos, em uma coreografia que simbolizava purificação.
“O enredo conta a história da visita de Oxalá a Xangô, os percalços do caminho dos encontros de Oxalá com Exu e encerra esse Carnaval olhando para o mito que se transforma em rito na cerimônia das águas de Oxalá, praticada por inúmeras casas de candomblé no Brasil”, disse à TV Leandro Vieira, carnavalesco da escola.
Durante o desfile, foi anunciado que “Ainda Estou Aqui”, filme de Walter Salles, foi o vencedor do Oscar de melhor filme internacional. Com o desfile em andamento, não houve divulgação na Sapucaí, mas o público foi descobrindo aos poucos e comemorou o prêmio, o primeiro Oscar brasileiro.
A Unidos do Viradouro, terceira escola a desfilar na primeira noite do Grupo Especial, na Marquês de Sapucaí, entrou na avenida sob gritos de “É campeã”.
Os gritos vieram do setor 1, onde ficam mobilizados torcidas organizadas das escolas.
Antes do início do desfile, o locutor oficial da Sapucaí anunciou a vitória de “Ainda Estou Aqui” no Oscar, na categoria de melhor filme estrangeiro.
A escola de Niterói atual campeã, conta a trajetória de João Batista, líder do Quilombo do Catucá no século 19, cuja luta por liberdade o tornou Malunguinho, figura reverenciada na Jurema Sagrada, uma tradição espiritual afro-indígena.
O último carro, com o tema “Essência de jurema”, trouxe Malunguinho tomando a bebida feita a partir da planta.
O fogo apareceu já Comissão de Frente, que trouxe uma representação do personagem em um canavial se tornando Malunguinho, sendo encantado e derrotando com fogo seu algoz, um feitor que o havia ferido.
O segundo carro alegórico trouxe um efeito holográfico de uma chave brilhante –”a chave que um dia abriu a tranca dos portões do cativeiro, agora fecha o corpo dos enfermos”, diz a escola na sinopse do enredo.
Rainha da bateria, a atriz Erika Januza usou uma fantasia com penas douradas da qual saía fumaça, elemento que carrega significados espirituais na mitologia de Malunguinho.
A Mangueira, quarta e última escola a desfilar na primeira noite de desfiles do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí, teve representantes do movimento negro entre seus componentes.
A ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) e o jornalista Rene Silva, do Voz das Comunidades, vão desfilar na escola.
O enredo da Mangueira fala sobre a cultura banto no Rio de Janeiro e a identidade da juventude negra. O enredo também menciona os impactos da violência no cotidiano dos jovens negros.
“O alvo que a bala insiste em achar/Lamento informar/Um sobrevivente”, diz um trecho do samba-enredo.
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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre
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4 de novembro de 2025O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.
“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”
A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.
O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.
Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:
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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre
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31 de outubro de 2025A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.
Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.
Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.
Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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