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Memória, arte e tradições: uma convocação para a Consciência Negra

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O retrato de um afrodescendente figura, pela primeira vez, na Sala dos Grandes de Minas do Palácio da Liberdade, na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A cerimônia de entronização (enaltecimento) do quadro do patrono das artes no Brasil, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), será hoje (20/11), Dia da Consciência Negra, às 15h, na construção de 1894 que já foi sede do governo estadual e funciona, atualmente, como equipamento cultural.

 

Aleijadinho ficará ao lado de Santos Dumont (1873-1932, o ‘Pai da Aviação’), de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792, expoente da Inconfidência Mineira) e dos ex-governadores de Minas Gerais, entre eles Juscelino Kubitschek (1902-1976) e Tancredo Neves (1910-1985)”, informa o secretário de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas Oliveira. “Fazemos, agora, uma reparação histórica. Pela primeira vez, um mestiço participa da galeria na qual se encontram os grandes da nossa história”, acrescenta o secretário.

Filho do português Manuel Francisco Lisboa e da negra alforriada Isabel, Aleijadinho nasceu em Ouro Preto, na Região Central do estado, onde foram lembrados, na última segunda-feira (18/11), os 210 anos de sua morte e celebrado o Dia do Barroco Mineiro. O retrato do artista, obra do Arquivo Público Mineiro/Secult, tem uma longa trajetória.

 

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Feito no século 19 por Euclásio Penna Ventura, o trabalho (óleo sobre pergaminho) consiste em um ex-voto medindo 20 centímetros por 30cm e mostra um homem mestiço bem vestido. Originalmente, pertencia à Casa dos Milagres de Congonhas, na Região Central, onde fica a obra-prima do mestre do Barroco — 12 profetas em pedra-sabão no adro do Santuário Bom Jesus de Matosinhos e 64 esculturas em cedro, dentro das capelas ou Passos da Paixão de Cristo, conjunto reconhecido como Patrimônio Mundial.

 

O quadro foi vendido em 1916 a um comerciante de Congonhas, identificado como Senhor Baerlein, proprietário da Relojoaria da Bolsa do Rio de Janeiro. A alegação de que se tratava de Antônio Francisco Lisboa se baseou na imagem representada ao fundo da pintura, em segundo plano, que parece idêntica a uma obra de autoria do artista.

 

 

Leônidas explica que, em 12 de setembro de 1972, a Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais oficializou o retrato do artista como oficial. Eis parte do texto: “Fica reconhecido como efígie oficial de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, o retrato miniatura pintado a óleo por Euclásio Penna Ventura, que se encontra depositado no Arquivo Público Mineiro e de propriedade do Estado.”

 

Certificação

Também como parte do Dia da Consciência Negra, será realizada na Casa da Cultura Negra (perto da Igreja Santa Efigênia), em Ouro Preto, na Região Central, a entrega da declaração de inscrição dos reinados e congados no Livro de Expressões do Patrimônio Cultural de Minas. Estarão presentes representantes da Comissão Ouro-pretana de Folclore, de congados locais, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e da Prefeitura de Ouro Preto.

 

Na programação, haverá também homenagem “a pessoas que contribuem de forma relevante para a memória, as vivências e manifestações reinadeiras e congadeiras da cidade”, conforme diz o capitão da Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia, Kedison Guimarães, que ocupa o cargo de diretor de Promoção de Igualdade Racial do município.

 

Segundo Kedison, o reconhecimento de manifestações religiosas e culturais centenárias, como patrimônio imaterial, é de grande importância para que sejam preservadas e tenham salvaguarda. Em Minas, onde há cerca de 900 desses grupos, o reconhecimento veio em agosto, pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep).

 

 

Os grupos de Ouro Preto são os seguintes: Guarda de Moçambique Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia, Banda de Congado Santa Efigênia e Nossa Senhora do Rosário, Guarda de Congo de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia do Alto da Cruz, Guarda de Congo Manto Azul de Nossa Senhora Aparecida e São Benedito, Reinado de Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia e São Benedito “A fé que canta e dança”, Congado de Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Graças, Reinado da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de Ouro Preto e Congado de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.

 

 

Itapecerica comemora 235 anos de história

 

Antiga Vila de São Bento do Tamanduá, a cidade de Itapecerica, no Centro-Oeste de Minas, comemora hoje (20/11) 235 anos de história. Na programação (das 8h às 17h), Exposição de artes afrobrasileiras e 1ª mostra de afroempreendedoris-mo, no Mercado Municipal Mineiro, chamam a atenção. E mais: haverá um desfile cívico às 8h30 pelo aniversário de emancipação político-administrativa do município, com participação das escolas municipais, sarau Poesia ao pé da árvore, desfile de modas e roda de samba.

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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