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Militares da Coreia do Norte devem atuar na fronteira da Rússia com a Ucrânia; saiba mais sobre essas forças

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  • Tensão: Zelensky afirma que 10 mil soldados norte-coreanos estão sendo preparados para se juntar às tropas russas
  • Execução de 30 funcionários na Coreia do Norte: Imprensa internacional repercute ordem de Kim Jong-un após 4 mil mortes em enchente

Os relatos de que soldados da Coreia do Norte estão sendo treinados pela Rússia circulam desde a assinatura, em junho, de um acordo entre Moscou e Pyongyang, que prevê ações de defesa mútua em caso de ataque aos países — e como aponta a imprensa ucraniana, a decisão de mandá-los para a guerra parece ter sido tomada.

Nesta primeira etapa, cerca de 3 mil militares fariam parte de uma formação especialmente criada pela Rússia, o “Batalhão Especial Buriate” — fisicamente, boa parte da população da Buriátia, região na Sibéria mencionada no nome da unidade, se assemelha aos norte-coreanos. Eles atuarão ao lado da 11ª Brigada de Assalto Aéreo na região de Kursk, onde forças ucranianas ainda controlam parte do território russo. Há operações previstas ainda em Sudja, uma pequena cidade na mesma área que foi tomada por Kiev nos primeiros dias da incursão, em agosto.

— Eles estarão prontos [para lutar na Ucrânia] no dia 1º de novembro — disse, em entrevista ao site militar The War Zone, Kyrylo Budanov, chefe do Serviço de Inteligência Militar do Ministério da Defesa da Ucrânia.

Na mesma entrevista, Budanov disse que há cerca de 11 mil soldados norte-coreanos na Rússia, e os serviços de inteligência da Coreia do Sul dizem que voos de transporte de tropas estão acontecendo de forma regular através da fronteira entre os dois países. O treinamento ocorre nos arredores de Vladivostok, na costa do Pacífico e a cerca de 780 km da fronteira norte-coreana.

  • Amplo arsenal: Quais são as armas que a Coreia do Norte é acusada de enviar à Rússia?

A Coreia do Norte mantém uma estreita parceria militar para fornecer armas e, especialmente, munições para o esforço de guerra russo na Ucrânia, uma parceria que ignora sanções internacionais, e que se intensificou a partir de setembro do ano passado, após uma visita do líder do país, Kim Jong-un, à Rússia.

Peças de artilharia, vitais em um conflito travado ao longo de trincheiras, foguetes de curto alcance e armas leves passaram a ser transportadas dos arsenais norte-coreanos até as linhas de frente, e deram aos russos uma vantagem sobre um rival que enfrenta problemas para se defender das investidas.

O envio de tropas, que também não foi confirmado por Rússia ou Coreia do Norte, eleva a parceria a um novo patamar, mas com efeitos práticos ainda incertos: embora numerosas e supostamente bem-treinadas, essa é a primeira vez em que as forças norte-coreanas são mandadas em grande número para uma guerra no exterior.

Durante a Guerra do Vietnã (1955-1975), Pyongyang enviou pilotos de caça e unidades de guerra psicológica, e na Guerra do Yom Kippur (1973), pilotos e militares de apoio foram empregados no Egito. Conselheiros foram enviados ainda a outros países do Oriente Médio e África.

— Para a Coreia do Norte, que forneceu à Rússia muitos projéteis e mísseis, é crucial aprender a manusear diferentes armas e ganhar experiência de combate no mundo real — disse à AFP Lim Eul-chul, professor do Instituto de Estudos do Extremo Oriente de Seul. — Isso pode até ser um fator determinante por trás do envio de soldados norte-coreanos: para fornecer a eles experiências diversas e treinamento em tempo de guerra.

Para os russos, a presença dos militares pode ser crucial para expulsar os ucranianos de Kursk sem comprometer as operações na Ucrânia, mas a decisão de empregar combatentes estrangeiros também expõe as limitações humanas da Rússia e a pouca vontade do presidente Vladimir Putin de anunciar uma nova e impopular mobilização.

  • Assinado em junho: Tratado com Coreia do Norte prevê ‘assistência mútua’ em caso de ‘agressão’, diz Putin

A escolha das tropas enviadas à Rússia não foi por acaso. Segundo a agência sul-coreana Yonhap, os militares integram uma unidade de elite do Exército, conhecida como Corpo de Assalto, composta por brigadas aérea, de infantaria e de atiradores de elite. Estima-se que a unidade tenha entre 40 mil e 80 mil integrantes.

Os militares atuam em áreas da fronteira com a China, e serviços de inteligência citam sua lealdade ao regime e sua “crueldade” durante as operações — a unidade afirma ter autoridade para “atirar para matar” em qualquer um que se aproxime da divisa do país, seja combatente ou civil. Ela ainda estaria envolvida em ações para conter “comportamentos inapropriados”, como a distribuição de panfletos contra o regime ou o comércio ilegal de músicas e séries da Coreia do Sul. Kim Jong-un, afima a Yonhap, teria inspecionado a unidade ao menos duas vezes desde setembro.

Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un (no centro, de preto) acompanha teste de artilharia ao lado de soldados — Foto: KCNA VIA KNS / AFP

Há alguns dias, informações preliminares já apontavam para a presença de militares da Coreia do Norte em áreas de combate. Citando testemunhas em Mariupol, o jornal Kyiv Post disse que foram observadas pessoas na cidade usando uniformes “que não pareciam russos”.

— Há confirmação de nosso pessoal lá, mas infelizmente sem fotos ou vídeos, apenas testemunhas. Também há relatos dos russos — disse o prefeito pró-Kiev de Mariupol, Petro Andriushchenko, ao Kyiv Post. — E não são apenas soldados, há instrutores também. Pessoas importantes.

No começo do mês, Kiev e Seul afirmaram que seis oficiais norte-coreanos morreram em um ataque com mísseis na região de Donetsk. Como esperado, não houve confirmação por parte de Moscou ou Pyongyang.

  • Em visita a Pyongyang: Putin diz a Kim Jong-un que ‘aprecia o apoio norte-coreano’ sobretudo em relação à Ucrânia

Em paralelo, a mídia estatal norte-coreana revelou, na quarta-feira, que “1,4 milhão de jovens sindicalistas e jovens estudantes em todo o país solicitaram veementemente o alistamento ou a entrada no serviço militar do Exército Popular”. Um movimento associado ao aumento das tensões com a Coreia do Sul: nos últimos dias, a Coreia do Norte destruiu estradas que ligavam os dois lados da Península, e Pyongyang acusou Seul de invadir seu espaço aéreo com drones.

“Milhões de jovens estão na vanguarda de uma luta maciça que irá aniquilar o povo coreano, que criou um estado de tensão às vésperas de uma guerra que está a acelerar a autodestruição através de graves violações da soberania contra a capital da nossa nação, e que ainda estão falando contra o inimigo e fazendo comentários ultrajantes”, diz o texto da agência estatal KCNA. “O grande Exército apareceu.”

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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