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Modo crise continuará em 2025 – DW – 26/12/2024
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Parece provável que o maior desafio da política externa da Alemanha em 2025 resultará do próximo presidente dos EUA, Donald Trump. Espera-se que ele se oponha a muito do que foi priorizado pelo Chanceler Olaf Scholze o seu recentemente rompido governo de coligação de centro-esquerda.
“Agora está claro que a velha fórmula – de que podemos contar com os EUA para salvaguardar a nossa segurança – não se aplica mais”, disse Thorsten Benner, diretor do Instituto Global de Políticas Públicas (GPPI) em Berlim, à DW. “Trump é a nova regra – e quatro anos sob Biden foram os últimos abalos do velho transatlantismo.”
Como consequência, a Alemanha deve preparar-se para um mundo “no qual temos de pagar muito mais pela nossa própria segurança na Europa, e fazê-lo enquanto há uma guerra no continente europeu”, acrescentou Brenner.
Alemanha pondera um papel na Ucrânia do pós-guerra
Uma opção: a Europa paga, os EUA fornecem armas à Ucrânia
As mudanças na política externa do próximo ano poderão muito bem ser mais óbvias na forma como afectam o guerra na Ucrânia. Trump reiterou recentemente que “certamente” cortaria o apoio à Ucrânia – e apelou a um “cessar-fogo imediato”.
O que isso significaria para a Alemanha? Ministro das Relações Exteriores Annalena Baerbock dos Verdes, expôs algumas das posições do país no Fórum de Política Externa de Berlim, em meados de Novembro: “A Alemanha apoia a Ucrânia, independentemente dos resultados das eleições dos EUA”, disse ela, acrescentando que “não pode haver negociações de paz sobre a Ucrânia cabeças.” Com essa declaração, Baerbock respondia às insinuações de Trump de que poderia acabar com a guerra na Ucrânia através de conversações diretas com o presidente russo. Vladímir Putin.
Para evitar esse cenário, Benner acredita que a Alemanha deveria “abordar a administração Trump com uma oferta”. Uma possibilidade poderia ser: “Pagaremos a você para continuar a fornecer bens militares à Ucrânia”. A Europa simplesmente não tem capacidade de produção para fornecer o mesmo nível de ajuda militar à Ucrânia que os EUA têm – mas poderia financiá-la.
Benner está convencido de que a Alemanha deve aumentar os seus gastos com a Ucrânia, bem como com a segurança geral. Contudo, dado o orçamento apertado da Alemanha, só poderia fazê-lo contraindo novas dívidas.
Alemanha e Europa são apenas ‘espectadores’ do Médio Oriente
O segundo grande desafio da política externa é o Médio Oriente. A destituição do presidente sírio Bashar al-Assad por grupos rebeldes no início de Dezembro complicou enormemente a situação naquele país. Enquanto os sírios celebram o fim do governo de Assad, que foi apoiado pela Rússia e pelo Irão, a Alemanha ainda espera para ver se os islamistas irão impor o governo religioso no país. Síriao que poderá desencadear novos fluxos de refugiados que chegam à Europa. Mas a agitação na Síria é apenas um acontecimento, embora o mais recente, no Médio Oriente.
Seguindo o Ataque terrorista do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023a subsequente retaliação de Israel na Faixa de Gaza e a sua luta contra o Hezbollah no sul do Líbano, a Alemanha tem tentado um ato de equilíbrio.
A caminhada diplomática da Alemanha na corda bamba na guerra Israel-Hamas
Por um lado, forneceu armas a Israel com base no que a Alemanha chama de “razão de estado.” Por outro lado, em numerosas viagens à região, Baerbock defendeu os palestinos e a desescalada.
“O equilíbrio não foi perfeito, mas fazê-lo de outra forma que não a que tem sido feita até agora teria sido difícil”, disse Hans-Jakob Schindler, especialista em Médio Oriente do Projecto Contra-Extremismo (CEP).
Toda a União Europeia reduziu substancialmente o seu envolvimento no conflito do Médio Oriente há muitos anos, e Schindler observa que desde 7 de Outubro, a UE e a Alemanha tiveram “quase nenhum peso nas conversações, no que diz respeito às decisões”. “Portanto, foi realmente um diálogo americano-israelense, e os europeus foram – no máximo – espectadores, oferecendo comentários à margem”, disse ele à DW.
Com Trump como presidente dos EUA, a questão é: “Como irá ele conciliar a sua posição muito pró-Israel com o seu objectivo de pôr fim aos conflitos?”
Schindler está convencido de que “a Alemanha e a Europa não desenvolverão qualquer tipo de posição mais forte que possa influenciar o conflito”. Ele acredita que só na melhor das hipóteses – alguma reconstrução futura na Faixa de Gaza e no Sul do Líbano – a Europa poderá reafirmar-se, envolvendo-se activamente.
China se ressente de palestras em alemão
Durante três anos, Baerbock tem sido a principal figura da política externa da Alemanha – e ocasionalmente tentou defender os direitos humanos, abordando abertamente as violações dos direitos humanos com parceiros comerciais importantes como a China.
No entanto, durante uma conferência de imprensa em 2023 com o então ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, ele respondeu dizendo: “O que a China menos precisa é de um professor do Ocidente”.
Thorsten Benner afirma que as políticas externas baseadas em valores são difíceis de implementar. “Claro, é bom ter uma meta ambiciosa – para evitar cair com muita facilidade em compromissos realpolitik excessivamente complicados. Mas acredito que mesmo a própria Sra. Baerbock, em qualquer futura coligação alemã, poderá já não querer ancorar uma política externa baseada em valores. da mesma forma”, disse ele.
China: rival e parceira da Alemanha
Alemães não querem um ‘papel de liderança’
As sondagens de opinião sugerem que o próximo governo alemão será muito provavelmente liderado pela União Democrata Cristã (CDU) e pelo seu partido irmão bávaro, a União Social Cristã (CSU), sob a liderança do Chanceler Friedrich Merz. Henning Hoff, do Conselho Alemão de Relações Exteriores (DGAP), acredita que uma política externa liderada por Merz não será realmente tão diferente da atual da Alemanha. “Há um consenso sobre a política externa que temos na Alemanha. Este é um fator estabilizador durante este período de crise”, disse Hoff à DW. Esse consenso sustenta que o país deve tornar-se mais activo na política externa e de segurança.
A população alemã, no entanto, não concorda totalmente com isto. Num inquérito encomendado pela Fundação Körber logo após as eleições nos EUA – e pouco depois do colapso da coligação de Scholz – 73% dos entrevistados disseram que a Alemanha deveria investir mais na segurança europeia. No entanto, 58% eram contra a Alemanha assumir um papel de liderança no Ocidente, caso os EUA se retirassem da cena internacional.
Tão longe quanto OTAN está preocupado, um inquérito YouGov realizado em meados de Novembro, após a eleição de Trump, mostrou que apenas 33% dos alemães sentiam que o seu país deveria desempenhar um papel mais importante na liderança da NATO. Outros 41% queriam que desempenhasse um papel igualmente forte e 16% queriam que desempenhasse um papel menor.
Parece que qualquer novo governo alemão, independentemente de quem o lidera, também enfrentará um desafio na frente interna: convencer os alemães de que o seu país deve assumir uma maior responsabilidade global.
Este artigo foi escrito originalmente em alemão.
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Ufac recepciona estudantes de licenciaturas que farão o Enade — Universidade Federal do Acre
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24 de outubro de 2025A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta sexta-feira, 24, no Teatro Universitário, a recepção aos alunos concluintes dos cursos de licenciatura que participarão do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), neste domingo, 26.
O evento teve como objetivo acolher e motivar os estudantes para a realização da prova, que tem grande importância para a formação docente e para a avaliação dos cursos de graduação. Ao todo, 530 alunos participarão do Enade Licenciaturas este ano, sendo 397 em Rio Branco e 133 em Cruzeiro do Sul.
Participam do Enade Licenciaturas os concluintes dos cursos de Física, Física EaD, Letras/Português, Letras/Inglês, História, Geografia, Ciências Biológicas, Química, Matemática, Matemática EaD, Pedagogia, Ciências Sociais, Filosofia e Educação Física.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, que representou a reitora Guida Aquino, destacou o papel da universidade pública na formação docente e o compromisso social que acompanha o exercício do magistério. “A missão de quem se forma nesta instituição vai além do diploma. É defender a educação pública, a democracia e os direitos humanos. Vocês representam o que há de melhor na educação acreana e brasileira. Cada um de vocês é parte da história e da luta da Ufac.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou o caráter formativo do exame e o compromisso da universidade com a qualidade da educação. “O Enade é mais do que uma prova. Ele representa uma etapa importante da trajetória de cada estudante que trilhou sua formação nesta universidade. É um momento de reflexão sobre o aprendizado, o esforço e o legado que cada um deixa para os próximos alunos.”
Ela reforçou que o desempenho dos estudantes é determinante para o conceito de cada curso e destacou a importância da participação responsável. “É fundamental que todos façam a prova com dedicação, levando o nome da Ufac com orgulho. Nós preparamos esse encontro para motivar, orientar, e entregar um kit com lanche, água, fruta e caneta, ajudando os alunos a se organizarem para o domingo.”
A pró-reitora lembrou ainda que a mesma ação está sendo realizada no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, com o apoio da equipe da Prograd e dos coordenadores locais. “Lá, os alunos estão distribuídos em três escolas, e nossa equipe vai acompanhá-los no dia da prova, garantindo o mesmo acolhimento e suporte.”
O evento contou com apresentação cultural da cantora Luzienne Lucena e do Grupo Vibe, do projeto Pró-Cultura Estudantil, formado pelos acadêmicos Gabriel Daniel (Sistemas de Informação), Geovanna Maria (Teatro) e Lucas Santos (Música).
Também participaram da solenidade a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; e os coordenadores de cursos de licenciatura: Francisca do Nascimento Pereira Filha (Pedagogia), Lucilene Almeida (Geografia) e Alcides Loureiro Santos (Química).
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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre
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23 de outubro de 2025A Coordenadoria de Vigilância à Saúde do Servidor (CVSS) da Ufac realizou, nesta quinta-feira, 23, o evento “Cuidar de Si É um Ato de Amor”, em alusão à Campanha Outubro Rosa. A atividade ocorreu no Setor Médico Pericial e teve como público-alvo servidoras técnico-administrativas, docentes e trabalhadoras terceirizadas.
A ação buscou reforçar a importância do autocuidado e da atenção integral à saúde da mulher, indo além da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O objetivo foi promover um momento de acolhimento e bem-estar, integrando ações de valorização e promoção da saúde no ambiente de trabalho.
“O mês de outubro não deve ser apenas um momento de lembrar dos exames preventivos, mas também de refletir sobre o cuidado com a saúde como um todo”, disse a coordenadora da CVSS, Priscila Oliveira de Miranda. Ela ressaltou que muitas mulheres acabam se sobrecarregando com as demandas da casa, da família e do trabalho e acabam deixando o autocuidado em segundo plano.
Priscila também explicou que a iniciativa buscou proporcionar um espaço de pausa e acolhimento no ambiente de trabalho. “Nem sempre é fácil parar para se cuidar ou ter acesso a ações de relaxamento e promoção da saúde. Por isso, organizamos esse momento para que as servidoras possam respirar e se dedicar a si mesmas.”
O setor mantém atividades contínuas, como consultas com clínico-geral, nutricionista e fonoaudióloga, além de grupos de caminhada e ações voltadas à saúde mental. “Essas iniciativas estão sempre disponíveis. É importante que as mulheres participem e mantenham o compromisso com o próprio bem-estar”, completou.
A programação contou com acolhimento, roda de conversa mediada pela assistente social Kayla Monique, lanche compartilhado e o momento “Cuidando de Si”, com acupuntura, auriculoterapia, reflexologia podal, ventosaterapia e orientações de cuidados com a pele. A ação teve parceria da Liga Acadêmica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e da especialista em bem-estar Marciane Villeme.
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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre
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22 de outubro de 2025A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.
Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”
Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.
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