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Não é só para todo mundo ficar magrinho, diz EMS – 28/12/2024 – Painel S.A.
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A farmacêutica brasileira EMS, dona da maior carteira de genéricos do país, obteve aval da Anvisa para produzir uma droga prima do Ozempic. Segundo Iran Gonçalves Jr., diretor médico do grupo fundado pelo pai do bilionário Carlos Sanchez, a companhia dará uma salto a partir de agora.
Produzirá medicamentos voltados para o emagrecimento muito mais baratos do que os importados e com entrega rápida devido ao novo sistema de fabricação, mirando o SUS e exportações para os EUA e Europa.
Vocês vão fabricar o similar do Ozempic?
Ele é protegido por patente e estamos esperando ela cair. Mas são todos primos: Saxenda, Ozempic e Mounjaro.
A autorização é para qual?
A Anvisa deu autorização para produzirmos o que é baseado na liraglutina. Ela é menos potente que a semaglutida, que é a nossa próxima [medicação]. Mas são todos parentes. A grande diferença é o mecanismo de ação. A gente não tem similar do medicamento, nem do processo de produção. O peptídeo é uma pequena proteína e, com uma linha de produção, você pode fabricar diversos medicamentos [nessa base].
O aval é para a substância e para a linha de montagem?
Exato.
O que é diferente na produção?
A fabricação de insulina e de outros peptídeos, como a semaglutida [Ozempic], é feita em tanques, e, como a cerveja, por fermentação. São bactérias geneticamente modificadas que produzem o medicamento que você colocar no código genético delas. No nosso processo, tudo é feito sinteticamente, sem bactérias, e em escala industrial.
Qual é a vantagem?
Primeiro, teremos similares. Hoje esses medicamentos são importados. Essa nova forma de produzir permite que o processo fabril seja muito mais rápido e muito mais barato.
Isso dá ao EMS competitividade global?
O Brasil entra agora nessa corrida tecnológica. O plano é, inclusive, vender nos EUA. A fábrica foi aprovada pelo FDA [a Anvisa norte-americana], o que é uma coisa inédita no Brasil. Então, foi uma vitória até da própria Anvisa.
O SUS deve ser um grande comprador porque muitas doenças orbitam a obesidade, não?
Esse é o principal ponto, porque diminui o gasto de saúde no futuro. Tem menos infarto, menos AVC [derrames], menos hipertensão, menos insuficiência renal, menos diálise.
Essas drogas são boas para tudo mesmo?
O primeiro medicamento que saiu era para o controle da diabetes. Com os primeiros estudos clínicos, com dezenas de milhares de pacientes, percebeu-se que as pessoas perdiam muito peso. Depois, essa via metabólica começou a ser vista como boa para tudo. Por isso que todo dia sai uma notícia nova, principalmente com a semaglutida, que é boa para a prevenção de Alzheimer e Parkinson. Ela ajuda na intoxicação alcoólica, diminuindo o número de episódios. Quem tomou semaglutida na época do Covid morreu menos.
Mas a ideia é combater a obesidade.
A gente começou a abrir o olho para isso porque, antes, não tinha tratamento para a obesidade. A população brasileira tem 40% de obesos. Nos EUA, eles são metade da população. Tudo que era difícil teve resposta melhor [com a medicação]: o tratamento de hipertensão, da diabetes. Ah, mas então nós estamos vendo isso só para todo mundo ficar magrinho? Não, você começou a diminuir a incidência de infarto, derrame e AVC.
Não dá para resolver só com dieta e exercício?
Sou cardiologista. No consultório, era aquele desânimo, aquela história [do paciente] que não consegue perder peso e contrata um personal. Não resolve. Isso não funciona aqui, nem nos EUA, nem na Inglaterra. Não vou entrar no mérito sociológico da questão, mas há um problema: a população está crescendo e são milhões de obesos. Você vai curar tudo com remédio? Não é colocar muita esperança no medicamento, mas ele é um arma terapêutica que pode ser usada.
Raio-X | Iran Gonçalves Jr.
Médico formado pela Universidade Federal Fluminense com doutorado em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo (1997) e MBA em Gestão de Negócios de Alta Tecnologia pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). No grupo EMS/NC, dirige mais de 900 pesquisadores.
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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre
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22 horas atrásem
4 de novembro de 2025O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.
“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”
A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.
O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.
Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:
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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre
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31 de outubro de 2025A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.
Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.
Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.
Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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