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O estudante de Direito que mudou o mundo

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Mahatma Gandhi, foi fundamental para a independência da Índia. Gandhi foi assassinado em 30 de janeiro de 1948 por um radical hindu.

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Figura fundamental para a independência da Índia e reverenciado como pai do Estado indiano moderno, há 70 anos morria, assassinado em 30 de janeiro de 1948, Mahatma Gandhi, líder que inspirou milhões de indianos na década de 1940 a se rebelar contra o Império colonial britânico através da desobediência civil e em protestos pacíficos, visando a conquista de direitos sem o uso da força. Com discursos que apelavam à fé e ao amor, Gandhi continua extremamente presente no dia-a-dia da Índia — em praticamente todas as cidades do país existem estátuas, monumentos, ruas e escolas com seu nome; e crianças estudam sua biografia do primário ao colegial.

Nascido Mohandas Karamchand Gandhi, em 2 de outubro de 1869, em Porbandar, no estado indiano de Gujarat, noroeste do país, o líder acabou ganhando a alcunha “Mahatma” (palavra que significa “a grande alma” em sânscrito) por “haver se tornado um dos mais destacados indianos ativos na vida pública de seu país e do Império Britânico na primeira metade do século 20″, segundo explica Santosh Kumar Rai, professor de história moderna indiana na Universidade de Nova Déli.

Filho do primeiro-ministro (prefeito) de Porbandar e de uma hindu devota, cresceu sob grande influência do Vaishnavismo, uma ramificação do hinduísmo, e do Jainismo, uma religião indiana que prega a não violência e a crença de que tudo no universo é eterno. O vegetarianismo, o jejum como um ato de purificação e a tolerância fizeram parte de sua criação. Casou-se com apenas 13 anos com Kasturba Gandhi, que à época tinha 14 anos.

Aos 19, Gandhi foi para Londres estudar Direito na University College London, onde tinha preocupação constante de manter as tradições de sua cultura e suas crenças. Teve de se adaptar às vestimentas, costumes e, principalmente, se esforçar para manter seu vegetarianismo. Durante sua busca por uma vida sem carne, conheceu diversas pessoas que o apresentaram filosofias que pregavam a negação da sociedade capitalista e industrial, e cultuavam uma vida simples. Esses ideais contribuíram para a construção da personalidade e da filosofia de Mahatma Gandhi.

África do Sul e desobediência civil

Quando voltou à Índia, recebeu a notícia da morte de sua mãe e descobriu que sua timidez era um entrave às suas empreitadas no mundo da advocacia. Em abril de 1893, aos 23 anos, aceitou um emprego no exterior, em uma firma indiana de Natal, na África do Sul. O que deveria ser uma estadia de um ano, se tornou um dos momentos mais importantes da vida de Gandhi:  logo na chegada ao país Gandhi sofreu discriminação devido à cor de sua pele e a sua ascendência — foi solicitado a retirar o turbante em uma corte judicial e impedido de frequentar lugares destinados a europeus.

O momento que acenderia a chama da liderança em Gandhi, no entanto, ocorreu próximo à data em que deveria deixar a África do Sul: ele descobriu que a Assembleia Legislativa de Natal estava prestes a votar uma lei que privaria os indianos vivendo no país do direito ao voto. Embora não gostasse de se envolver em política, decidiu advogar em favor do que considerava “o primeiro passo rumo ao fim” do povo indiano na África do Sul.

Redigiu petições para a assembleia e para o governo colonial britânico tentando impedir a aprovação da lei. Apesar de não ter tido êxito, conseguiu chamar a atenção da imprensa para o que se passava.

Buscou sua esposa e seus filhos na Índia e ao retornar à África do Sul, foi linchado por uma multidão branca, só escapando graças a um disfarce. Gandhi negou-se a processar seus agressores, alegando que o certo era odiar o sistema racista, mas não as pessoas.

Seu primeiro ato de desobediência civil aconteceu em 1906, quando o governo de Transvaal (nordeste da África do Sul) emitiu uma ordem determinando que a população de origem indiana se registrasse junto ao governo. Os indianos se revoltaram e prometeram um protesto violento, porém, sob a liderança de Gandhi, resolveram apenas desobedecer a ordem e pouquíssimos realizaram o registro. Diversos hindus, incluindo Gandhi, foram presos, mas poucas semanas após os protestos, o governo retirou a obrigatoriedade de registro para as mulheres.

Aos poucos, esta forma de manifestação foi ganhando popularidade e Gandhi passou a chamá-la de “Satyagraha” (força da verdade). Ele permaneceria na África do Sul por 20 anos, lutando pelas minorias hindus e contra a discriminação racial. Gandhi costumava dizer que na África do Sul aprendeu a verdadeira função de um advogado: “unir duas partes separadas e ajudar a descobrir a verdade, não incriminar um inocente”.

Independência da Índia e a Marcha do Sal

Pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, em 1914, Gandhi decidiu voltar com sua família à Índia. Lá, começou a espalhar sua filosofia da não violência para conquistar a independência do colonialismo britânico. Gandhi propunha o boicote a produtos britânicos e a desobediência a leis injustas.

O mais famoso ato de desobediência civil na Índia ocorreu em 1930 durante a Marcha do Sal (Satyagraha do Sal). As leis coloniais britânicas proibiam os indianos de fabricar o próprio sal, considerado um ativo e monopólio do Império. Gandhi iniciou uma marcha de quase 200 quilômetros rumo ao mar como forma de protesto à lei. A princípio, a marcha contava com menos de 100 participantes, mas durante o percurso de quase 24 dias mais pessoas se juntaram ao protesto. Quando finalmente alcançaram o mar, os manifestantes já somavam 60.000 pessoas. Na costa, o grupo extraiu sal das águas, e o próprio Congresso Nacional colocou panelas com sal nos telhados para secar.

Milhares de pessoas foram presas ao longo da Satyagraha do Sal — prisões acabaram superlotadas com manifestantes e a polícia não conseguia agir frente a um número tão grande. Quando a polícia usava violência, a população não respondia, agindo de forma pacífica.

O protesto teve êxito e no ano seguinte, Gandhi foi chamado a conversar com o vice-rei. Ficou acordado que os indianos poderiam fabricar o próprio sal e os prisioneiros da marcha foram libertados. Em entrevista a uma rádio britânica à época, Gandhi afirmou então que não buscava apenas a independência da Índia, mas a independência baseada no amor.

O jejum era sua maior forma de protesto, prometendo ficar sem comer até que fosse despertada a consciência hindu frente às injustiças. Muitos dos seus jejuns foram em favor de melhor tratamento para a casta dos Dalits (os intocáveis dentro do sistema de castas hindu), que sofriam intensa discriminação no país. Gandhi ainda seria preso diversas vezes devido a seus atos de desobediência.

A independência da Índia finalmente veio em 1947 — mas não como Gandhi gostaria. Seu sonho era uma Índia unificada entre hindus e muçulmanos, mas estes últimos reivindicavam seu próprio estado, que culminou com a sangrenta partilha do Império Britânico da Índia em Índia e Paquistão (mais tarde o Paquistão seria desmembrado ainda entre suas porções ocidentais e orientais, formando respectivamente os atuais Paquistão e Bangladesh).

As tensões entre hindus e muçulmanos radicais acabaram custando a vida do líder hindu. Logo após a partilha em dois Estados, Gandhi “com seu coração e alma partidos”, se preocupou em ajudar os atingidos pelos conflitos e pelas deportações forçadas dos dois lados da nova fronteira. Foi acusado por ambos hindus e muçulmanos de estar sendo partidário em seu trabalho de assistência aos refugiados surgidos dos novos países.

Em 30 de janeiro de 1948, no fim da tarde, enquanto Gandhi caminhava para sua oração noturna em Nova Déli, o radical hindu Nathuram Godse desferiu contra o líder de 78 anos três tiros à queima-roupa com uma pistola Beretta 9mm. Relatos divergem sobre se Gandhi morreu instantaneamente ou se ainda teve tempo de ser socorrido, morrendo 30 minutos mais tarde. Godse foi condenado à morte por enforcamento, apesar de rumores também dado conta de que Gandhi houvesse pedido antes de morrer que perdoassem o assassino.

“A Índia obteve a liberdade em 15 de agosto de 1947 e a contribuição de Gandhi foi muito importante tanto por causa de sua luta política, exigindo liberdade através de meios pacíficos, quanto por sua criação de consciência social e seu direcionamento para o povo indiano”, explica Vijay Singh Chauhan, Cônsul-Geral da Índia em São Paulo.

Legado

Sete décadas depois, Gandhi continua sendo uma figura importante para a Índia e para o mundo. O dia 30 de janeiro é marcado como o “Dia do Mártir” na Índia. “Um silêncio de dois minutos em memória dos mártires indianos é observado em todo o país às 11 da manhã. Participantes de todas as religiões prestam suas orações, realizam cerimônias e homenagens são organizadas em toda a Índia”, conta Santosh Kumar Rai, o professor da Universidade de Nova Déli. Um Museu Nacional Gandhi também existe na capital e museus menores estão presentes em locais por onde o líder passou.

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Dentre as lutas encampadas por Gandhi estava o direito das mulheres — sobre o qual argumentava que uma sociedade não-violenta só seria possível com o fim das desigualdades. Ele nunca chegou a ganhar o prêmio Nobel da Paz, embora tenha sido indicado cinco vezes — décadas mais tarde, o comitê do responsável pelo prêmio reconheceu o erro e declarou seu arrependimento. Geir Lundestad, secretário do comitê norueguês, chegou a dizer em 2006 que “Gandhi poderia ficar sem o prêmio Nobel, mas o Comitê do Nobel não poderia ficar sem Gandhi”.

“O mundo percebeu hoje que a melhor maneira de buscar suas demandas dos poderosos é através de meios não violentos e que, em última análise, no final é a verdade que ganha”, resume Chauhan, o cônsul indiano.

Por Carolina Marins

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Oxytocin Peptide: A Speculative Exploration

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sangue, laboratório, laboratório de ciências e exame de sangue
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Oxytocin peptide has long been studied for its possible role in various physiological processes within the research model. While traditionally associated with reproductive functions, investigations purport that oxytocin may exhibit a broader range of properties that extend into neurobiology, immunology, and behavioral sciences. As research continues to evolve, the peptide’s interactions with biochemical pathways suggest intriguing possibilities for experimental implications.

It has been hypothesized that the Oxytocin peptide might support neurotransmitter systems, immune signaling pathways, and metabolic regulation. While definitive conclusions remain elusive, ongoing research indicates that the Oxytocin peptide may hold promise in multiple domains, warranting further investigation into its speculative implications.

Structural Composition and Mechanisms

Oxytocin is a neurohypophysial peptide composed of nine amino acids, forming a cyclic structure stabilized by a disulfide bond. Research indicates that its molecular framework may allow it to interact with Oxytocin receptors, which are widely distributed throughout the organism. These receptors are theorized to play a role in modulating neurochemical signaling, immune responses, and metabolic adaptation.

Neurotransmitter Modulation Research

It has been hypothesized that Oxytocin peptide might contribute to neurotransmitter balance by supporting the release and activity of key neurochemicals. Studies suggest that its interactions with serotonergic and dopaminergic systems may be relevant to cognitive adaptability and emotional regulation. Furthermore, investigations purport that the peptide may interact with gamma-aminobutyric acid (GABA) pathways, potentially contributing to neuroadaptive responses.

Neurotrophic Research

Studies suggest that the peptide may also interact with neurotrophic factors, essential for neuronal survival and synaptic plasticity. Research suggests that its structural modifications may support its affinity for neurotrophic signaling pathways, thereby supporting learning, memory retention, and cognitive resilience processes. These speculative mechanisms warrant further exploration in controlled experimental settings.

Potential Implications in Neurobiology

Studies suggest that the Oxytocin peptide may hold promise in neurobiological research, particularly in investigating cognitive resilience and memory retention. It has been hypothesized that the peptide might contribute to synaptic modulation, thereby supporting learning processes. Furthermore, its interactions with neurotrophic factors may be explored in the context of neurodegenerative conditions, where neuronal survival and function are critical areas of study.

Cognitive Adaptability and Memory Retention

Investigations suggest that the peptide may contribute to cognitive adaptability, particularly in situations involving heightened stress or environmental challenges. Research indicates that its interactions with neurotransmitter systems may be examined in the context of cognitive flexibility and emotional regulation. These aspects make it a compelling subject for studies exploring neuroadaptive mechanisms.

Neurodegenerative Research Considerations

It has been theorized that the Oxytocin peptide might exhibit properties relevant to neurodegenerative research. The peptide is believed to interact with neurotrophic factors and neurotransmitter systems in ways that may be explored for their potential support of neuronal resilience. While definitive conclusions remain speculative, ongoing investigations suggest that its structural modifications might support its stability, potentially broadening its scope in experimental frameworks.

Immunomodulatory Research Considerations

Beyond neurobiology, investigations purport that Oxytocin peptides might exhibit immunomodulatory properties. The peptide appears to interact with cytokine regulation, potentially supporting inflammatory responses within the organism. This speculative aspect of its function may be relevant in research focusing on immune resilience and adaptive responses to environmental stressors.

Cytokine Research

Research suggests that the peptide may support cytokine balance, potentially contributing to the regulation of the immune system. It has been hypothesized that its interactions with immune signaling pathways may be explored in the context of adaptive immunity and inflammatory responses. These speculative mechanisms warrant further investigation to delineate their precise implications.

Stress-Related Immune Adaptation

Studies suggest that the Oxytocin peptide may hold promise in research examining the relationship between stress and immune function. Investigations purport that its interactions with neurotransmitter systems and immune signaling pathways might contribute to adaptive responses under conditions of physiological stress. While definitive conclusions remain elusive, ongoing research suggests intriguing possibilities.

Future Directions and Speculative Considerations

While existing investigations suggest intriguing possibilities, further research is necessary to elucidate the precise mechanisms and implications of the Oxytocin peptide. Theoretical models suggest that its structural modifications may support its stability, potentially broadening its scope in experimental frameworks. Continued exploration in controlled settings may provide deeper insights into its biochemical interactions and speculative research implications.

Experimental Frameworks

It has been hypothesized that future research may explore the peptide’s interactions with neurotrophic factors and neurotransmitter systems in greater detail. Studies suggest that its structural modifications might support its affinity for specific biochemical pathways, warranting further investigation into its speculative implications.

Interdisciplinary Research Potential

Beyond neurobiology and immunology, investigations purport that Oxytocin peptide might hold promise in interdisciplinary research domains. The peptide’s interactions with biochemical signaling pathways may be explored in broader physiological processes, potentially contributing to a more comprehensive understanding of its speculative implications.

Conclusion

Oxytocin peptide remains an area of active scientific inquiry, with potential implications that span neurobiology, immunology, and cognitive sciences. While research indicates promising avenues, further investigations are required to substantiate its theoretical implications. As scientific methodologies evolve, this peptide may continue to be a focal point in speculative research aimed at understanding complex biochemical interactions within the research model. Visit Core Peptides for the best research compounds.

References

[i] Meyer-Lindenberg, A., Domes, G., Kirsch, P., & Heinrichs, M. (2011). Oxytocin and the social brain: Neural mechanisms and perspectives in human research. Nature Reviews Neuroscience, 12(12), 703–713. https://doi.org/10.1038/nrn3044

[ii] Lee, H. J., Macbeth, A. H., Pagani, J. H., & Young, W. S. (2009). Oxytocin: The great facilitator of life. Progress in Neurobiology, 88(2), 127–151. https://doi.org/10.1016/j.pneurobio.2009.04.001

[iii] Szeto, A., Nation, D. A., Mendez, A. J., Dominguez-Bendala, J., Brooks, L. G., Schneiderman, N., & McCabe, P. M. (2008). Oxytocin attenuates NADPH-dependent superoxide activity and IL-6 secretion in macrophages and vascular cells. American Journal of Physiology-Endocrinology and Metabolism, 295(6), E1495–E1501. https://doi.org/10.1152/ajpendo.90718.2008

[iv] Neumann, I. D., & Slattery, D. A. (2016). Oxytocin in general anxiety and social fear: A translational approach. Biological Psychiatry, 79(3), 213–221. https://doi.org/10.1016/j.biopsych.2015.06.004

[v] Jurek, B., & Neumann, I. D. (2018). The oxytocin receptor: From intracellular signaling to behavior. Physiological Reviews, 98(3), 1805–1908. https://doi.org/10.1152/physrev.00031.2017

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“Direitos Humanos e Tecnologia” é o tema do II Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário

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Estão abertas, até 30 de junho, as inscrições para o II Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário, promovido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelos demais tribunais superiores e conselhos da Justiça. Em cerimônia prevista para 10 de setembro, haverá a entrega de prêmios de R$ 5 mil para os autores dos melhores trabalhos.

O tema desta segunda edição do concurso, “Direitos Humanos e Tecnologia”, é dividido em dois eixos temáticos: direitos humanos, cidadania e meio ambiente; e inteligência artificial, inclusão digital e desinformação.

Poderão ser inscritos trabalhos divulgados nos meios de comunicação entre 1º de fevereiro de 2024 e 31 de janeiro de 2025. Cada candidato só poderá inscrever um trabalho por eixo temático, optando por apenas uma das cinco categorias do prêmio: jornalismo escrito (impresso ou online), vídeo, áudio, fotojornalismo e jornalismo regional.

A premiação tem como objetivo incentivar a produção de conteúdos jornalísticos que destaquem o papel do Poder Judiciário na promoção da cidadania, dos direitos humanos e da justiça social.

Mais informações podem ser obtidas no edital do concurso.

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CULTURA

Como dar adeus a um filho quatro patas?

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Saudades do meu gato Dom é um relato sobre a perda e o luto de uma família ao vivenciar a eutanásia de um ente querido quatro patas

Será que a perda de um bichinho de estimação, que você considera como membro da família, tem a mesma importância de outros tipos de luto?

“Eu mesmo conversei com várias pessoas que, mesmo anos depois da perda de seu pet, ainda sonhavam com ele. Isso quer dizer que ainda estavam em processo de luto e sofriam de saudade, mas às vezes tinham vergonha de falar e, por isso, viviam um luto solitário”, relata o autor de Saudades do meu gato Dom, um conto testemunho que, com uma linguagem poética, promete ter efeitos terapêuticos naqueles leitores que também já vivenciaram a perda de um animalzinho que era, na verdade, como um membro da família.

Em Saudades do meu gato Dom, o autor nos apresenta um relato sensível, honesto, realista, mas também poético sobre a perda de Dom, um gato de rua que encontrou um lar acolhedor com Pedro, Ana e Théo. Adotado pela família, Dom se tornou um filho do casal e ganhou um irmãozinho, como acontece, de fato, com muitas famílias contemporâneas ao redor do mundo. Porém, quando diagnosticado com uma doença terminal, a difícil decisão de submetê-lo à eutanásia surgiu, acompanhada pela incerteza e o peso da escolha. Será que esse foi mesmo o melhor caminho? Ou seria mais justo esperar a morte chegar naturalmente, mesmo isso significando mais dor e sofrimento para Dom, que já não tinha mais forças de lutar pela vida? O conto narra essa jornada emocional e ética, mesclando memórias, testemunhos e ficção, de forma sensível e na língua da poesia.

“Inicialmente escrevi esse conto como uma forma de lidar com a dor, como recurso para o processo do luto. Agora, a decisão de publicar veio quando percebi que poderia ajudar outras pessoas que também estão sofrendo com a perda de seu bichinho de estimação, mas acham que seu luto não é legítimo. Ninguém tem vergonho pela dor de perder outro ser humano, mas às vezes tem pelo sofrimento em relação ao luto de um pet querido”, diz Francisco Neto Pereira Pinto, que já havia publicado um outro livro em homenagem a Dom, o conto infantil O gato Dom. Assista ao Booktrailer:

Amar às vezes é deixar partir. Dom se foi

em uma noite de quinta-feira, nublada, sem

estrelas no céu ou lua como testemunhas de

sua morte, que foi sem dor, agonia, sofrimento,

abandono (…)

Dom não voltaria jamais para seus pais, seu

irmão Théo, e não conheceria seu irmãozinho

Ravi, que nasceria quase dois meses depois.

Recebeu uma dose letal de anestésico, entrou

em sono profundo, para não perceber que a

morte, como uma dama branca e com patas de

ferro, o rondava. (Saudades do meu gato Dom, p. 7)

 

Com uma narrativa acolhedora e imersiva, Saudades do meu gato Dom é uma leitura rápida, porém surpreendente, arrebatadora e terapêutica, prometendo tocar o coração de quem já amou e perdeu um amigo ou um ente querido quatro patas.

FICHA TÉCNICA

Título: Saudades do meu gato Dom

Autor: Francisco Neto Pereira Pinto

Editora: Mercado de Letras

ISBN: 978-85-7591-741-1

Páginas: 32

Preço: R$ 29

Onde comprar: Amazon

Sobre o autor: Francisco Neto Pereira Pinto é professor, escritor e psicanalista. Doutor em Ensino de Língua e Literatura e graduado em Letras – Português / Inglês, leciona no programa de pós-graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal do Norte do Tocantins e nos cursos de Medicina e Direito do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos. Membro da Academia de Letras de Araguaína – Acalanto, publicou os livros: “À beira do Araguaia”. “O gato Dom”, “Você vai ganhar um irmãozinho”, e Saudades do meu gato Dom.

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Instagram: @francisconetopereirapinto

LinkedIn: Francisco Neto Pereira Pinto

Youtube: @francisconetopereirapinto

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