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O mundo não deve aceitar o ‘novo normal’ na Palestina | Conflito Israel-Palestino

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3 meses atrásem

Quando voltei para minha cidade natal, perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada em janeiro, a tensão era palpável. Isso me lembrou a segunda intifada, que testemunhei em primeira mão quando criança. Houve medo e ansiedade e um aumento do senso de incerteza devido a ataques constantes dos colonos israelenses. As estradas de e para a cidade foram bloqueadas por postos de controle, levando a espera de horas e humilhação para os palestinos que tentam entrar ou sair.
Semanas antes de visitar, os colonos israelenses haviam incendiado a terra da minha família durante a temporada de escolha de azeitona. Isso se seguiu a um ataque semelhante no verão passado e mais dois no ano anterior, que destruíram propriedades, colheitas e oliveiras antigas.
Meu pai me disse que estava impotente, incapaz de extinguir o fogo enquanto os colonos armados eram protegidos pelas forças israelenses. Mesmo que os soldados não estivessem lá para impedir nenhuma ação para salvar a propriedade, não haveria água suficiente disponível para apagar o incêndio, pois é desviado por assentamentos ilegais próximos.
A situação em toda a Cisjordânia ocupada está piorando há anos, mas a violência aumentou bruscamente após 7 de outubro de 2023. Quase metade de todas as crianças palestinas mortas por forças ou colonos israelenses desde o início dos registros foram mortos em Apenas nos últimos dois anos.
Até agora, este ano, essa violência viu um chute de dois anos de idade na cabeça por um atirador de elite israelense dentro de sua casa em sua família e uma mulher grávida de 23 anos morta pelo incêndio israelense. Estes não são incidentes isolados, mas parte de um padrão mais amplo, onde os palestinos são mortos de maneiras sem precedentes, a taxas sem precedentes.
Buscões militares israelenses em casas palestinas e detenção arbitrária tornaram -se uma ocorrência diária. Dos 10.000 palestinos que permanecem nas prisões israelenses, Mais de 300 são criançasa maioria dos quais não enfrenta nenhuma acusação e não tem como saber se ou quando verão suas famílias novamente.
As aldeias são atacadas, as casas são demolidas e a propriedade é destruída a taxas aceleradas. A arquitetura da ocupação – postos de controle, barreiras e permissões – se intensificou e tornou a vida cotidiana insuportável para os palestinos. Quase 900 novos postos de controle e barreiras militares foram instalados desde 7 de outubro. Isso levou a severas restrições e interrupções no movimento aos serviços essenciais, aprofundando uma crise humanitária já terrível.
O que antes era sem precedentes se tornou “rotineiro” – e o mundo parece estar se acostumando a ele. Nossa nova realidade inclui ataques aéreos israelenses em campos de refugiados, hospitais sob cerco, crianças baleadas na frente de suas casas. Tais incidentes de violência brutal se tornaram ocorrências regulares, assim como em Gaza.
Lembra do primeiro ataque hospitalar em Gaza? O primeiro direcionamento de uma escola abrigando os deslocados? O primeiro incêndio de um ataque aéreo israelense rasgando tendas das pessoas deslocadas e queimando vivas? Agora tente se lembrar do último. Tais incidentes violentos tornaram -se tão normalizados que são aceitos como uma realidade sombria em uma terra distante.
O mesmo agora está acontecendo na Cisjordânia ocupada.
Como Save the Children’s Representative nas Nações Unidas, vejo como essa dinâmica se reflete no cenário internacional. A persistente falta de responsabilidade significativa pelas forças israelenses promoveu uma cultura de impunidade – permitindo que atos como escolas de bombardeio, queimando casas e o assassinato de jornalistas e trabalhadores humanitários se tornem vistos como “normais”.
E mesmo quando os holofotes são lançados na Palestina em eventos globais, parece não fazer diferença. No início deste mês, o filme palestino-israelense de nenhuma outra terra ganhou o Oscar de Melhor Documentário.
Aceitando o prêmio, o cineasta palestino Basileia Adra expressou sua esperança de que sua filha infantil não tivesse que viver a mesma vida em que ele estava vivendo atualmente – sempre temendo a violência dos colonos, demolições em casa e deslocamento forçado.
Apesar do filme vencer os elogios mais altos (ou talvez por causa disso), os ataques de soldados e colonos israelenses em Masafer Yatta, a comunidade de Adra, apenas se intensificaram. Não houve ação significativa da comunidade internacional sobre isso.
As pessoas podem ser perdoadas por ficarem sobrecarregadas diante da brutalidade implacável que ocorreu por mais de um ano e meio agora. É apenas humano sentir -se entorpecido. Além disso, tantas pessoas foram expostas à cobertura da mídia que desumanizou sistematicamente os palestinos e deixou de lado suas vozes, cortando a conexão e a empatia humanas.
Mas os governos não podem ser perdoados por não tomarem medidas. Eles têm uma obrigação legal de defender o direito internacional. Suas normas não são relativas; Eles não estão prontos para negociação.
A verdade é que as violações chocantes que ocorrem em Gaza e na Cisjordânia foram normalizadas porque estão sendo aceitas pelos confiados a defender as normas do direito internacional.
Devemos exigir que órgãos e governos internacionais tomem medidas concretas para responsabilizar os autores por suas ações. Isso inclui suspender transferências de armas e mecanismos de apoio que desafiam a impunidade para aqueles que desrespeitam o direito internacional.
A comunidade global deve agir decisivamente para restaurar o respeito pelo direito internacional. Estados que ignoram essas leis minam a própria base de uma ordem global baseada em regras. Enquanto aqueles que violarem os direitos das crianças e o direito internacional têm responsabilidade final, todos os Estados -Membros das Nações Unidas têm um dever de acordo com as convenções de Genebra para garantir a adesão a esses princípios.
Massacres semanais não são normais. Uma população trazida à beira de uma fome causada pelo homem não é normal. Os ataques aéreos em campos de refugiados não são normais. Um sistema de direitos de duas camadas baseado na etnia não é normal. Detender, aprisionar e matar crianças não é normal.
O tempo de observação passiva passou. O mundo deve exigir responsabilidade, apoiar os esforços humanitários e se recusar a aceitar o inaceitável. Todo atraso custa mais vidas; Cada atraso enfraquece o sistema projetado para manter as pessoas em todo o mundo seguras. Somente através da ação coletiva podemos quebrar esse ciclo de violência e garantir um futuro onde as crianças na Palestina e Israel, independentemente de sua etnia ou religião, sejam protegidas e valorizadas.
As opiniões expressas neste artigo são do autor e não refletem necessariamente a postura editorial da Al Jazeera.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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