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O que acontece quando seu corpo congela? – DW – 26/11/2024

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7 meses atrásem
Nossos corpos requerem uma temperatura central de 36,5 a 37 graus Celsius (97,7 a 98,6 graus Fahrenheit).
Embora faça tudo ao seu alcance para manter essa temperatura, o corpo não consegue fazer muito sozinho – mais de cinco milhões de pessoas morrer todos os anos devido a temperaturas congelantes ou excessivamente quentes.
O metabolismo regula a temperatura corporal
O corpo regula sua temperatura central por meio de receptores que ativam o metabolismo.
Para manter o nível ideal de calor, o metabolismo garante que os alimentos que consumimos sejam decompostos para que nossas células possam utilizar os nutrientes. Quando está frio, o corpo precisa de mais energia e nossos vasos sanguíneos se contraem para evitar a perda excessiva de calor.
Dos dedos frios à hipotermia
Mas se esses vasos se contraírem demasiado, as células não terão o sangue necessário para a circulação. Eles se tornam quebradiços, causando dores no corpo. Essa dor atingirá primeiro os dedos das mãos, dos pés, do nariz e das orelhas. Se a temperatura corporal continuar a cair, órgãos vitais como o coração, os pulmões e o cérebro deixarão de funcionar.
A hipotermia ocorre quando a temperatura corporal se desvia dois ou mais graus da norma. Para se proteger, o corpo entra em ação para tentar compensar a baixa temperatura, causando tremores.
Pessoas em estágios iniciais de hipotermia também podem apresentar fala lenta ou arrastada, de acordo com Michael Kuiper, neurologista do Centro Médico de Leeuwarden, na Holanda. Kuiper trata regularmente pacientes com hipotermia em suas clínicas.
Falta de tremor é um mau sinal
A uma temperatura corporal de 32 graus Celsius, o tremor cessa. Isto não é um bom sinal porque significa que o nosso cérebro e as terminações nervosas perderam a capacidade de transmitir sinais, causando dormência nos braços e pernas.
Nesta fase, a dor diminui, mas o corpo mal consegue se mover. Perdemos a capacidade de falar ou pensar com clareza. A essa altura, os sinais de emergência do corpo estão ativados, mas em algum momento eles também deixarão de funcionar.
Kuiper disse que esta fase é marcada por palidez, confusão mental, perda de memória e, eventualmente, coma. Pessoas que sofrem de hipotermia desta intensidade podem expressar uma sensação de tranquilidade, disse Kuiper, o que pode confundir amigos e familiares que tentam ajudá-los.
“Muitas pessoas nos deram uma espécie de experiência quando estavam hipotérmicas e acabaram sendo salvas”, disse Kuiper. “Eles disseram que não queriam mais ir, que só queriam sentar num banco na neve. Eles estavam em paz…só não ligavam mais para isso. Quando começa é difícil, você sente indisposto – você basicamente se sente péssimo, mas quando piora, a dor desaparece.”
Se você estiver com um amigo ou membro da família que possa estar passando por hipotermia, Kuiper disse que um sinal revelador de que a situação se tornou perigosa é quando essa pessoa diz algo como “deixe-me aqui” ou “não quero continuar”.
O tempo que uma pessoa leva para atingir os estágios críticos da hipotermia varia, disse ele, e depende da taxa de perda de temperatura. Para alguns, pode levar horas, mas para outros pode demorar ainda mais.
Como ajudar
Kuiper disse que embora você possa se sentir tentado a dar sua própria jaqueta ou roupa a um amigo que sofre de hipotermia, isso pode piorar a situação, porque ambos estão experimentando as mesmas baixas temperaturas. Sem roupas adequadas, você mesmo pode começar a sentir hipotermia.
“É importante que você obedeça às regras de primeiros socorros, e isso é procurar o perigo e cuidar de si mesmo… porque se você não fizer isso, não poderá ajudar outra pessoa”, disse Kuiper.
Ele disse que você só deve compartilhar roupas se souber que tem o suficiente ou se a hipotermia for resultado da exposição à água (cair em um lago ou lagoa, por exemplo) e não de temperaturas perigosamente baixas por si só.
Se possível, leve a pessoa para um local aquecido, como um carro ou um restaurante próximo, e chame a ambulância. Kuiper disse que é importante garantir que a cabeça esteja coberta, porque é aí que se perde muita temperatura.
Por fim, Kuiper disse que embora uma pessoa com hipotermia possa parecer morta em algum momento, não é incomum que mesmo aqueles com os piores sintomas possam ser revividos quando atingem o aquecimento.
“A única coisa boa sobre a hipotermia é que alguém que pode parecer morto pode ser reaquecido e sobreviver em boas condições neurológicas”, disse ele.
Cuidado com o álcool
Ao contrário da crença popular, as tentativas de se aquecer com vinho quente ou uma dose de vodca são inúteis.
O álcool pode inicialmente fazer com que o corpo sinta uma sensação de calor aconchegante vindo de dentro – isso ocorre porque causa a dilatação dos vasos sanguíneos. Quando o corpo bombeia o sangue quente, porém, ele esfria quase imediatamente. Podemos sentir calor na superfície da pele, mas o próprio corpo ainda está congelando e nossa temperatura interna continua a cair.
Temperaturas congelantes podem causar paralisia. A situação fica mais perigosa à medida que eles caem.
Seja proativo
Prevê-se que a crise energética da Europa cause precariedade neste Inverno, com muitas cidades ucranianas a sofrerem cortes de electricidade contínuos e os preços do gás a dispararem em todo o bloco.
Kuiper disse que diante do frio deve-se usar camadas e cobrir a cabeça. Se você se encontrar em uma casa que perdeu aquecimento, certifique-se de que todos os moradores da casa estejam reunidos no mesmo cômodo, pois o calor dos corpos ajudará a aquecê-la naturalmente. Ele também aconselhou as pessoas a usarem plástico para cobrir janelas e fendas, para evitar a entrada acidental de ar frio.
Ele disse estar preocupado com o facto de, durante o Inverno, as pessoas que temem os elevados preços da energia ou perderem as fontes tradicionais de aquecimento tentarem aquecer as suas casas com carvão ou fogões a gás antigos, o que pode causar envenenamento por monóxido de carbono.
Uma maneira de evitar isso é usar detectores de monóxido de carbono em casa.
O congelamento é indolor?
Se a temperatura corporal cair abaixo de 29,5 graus Celsius, o cérebro para de funcionar. Ficamos inconscientes e pairamos entre a vida e a morte.
Nosso coração fica mais lento, batendo apenas uma ou duas vezes por minuto. Neste ponto, o sangue não pode mais ser bombeado pelo corpo com rapidez suficiente para nos manter vivos, e a morte por frio é quase certa. A ciência não concorda se esta é uma morte “suave”.
‘Putin quer que a Ucrânia afunde no frio e na escuridão’
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Este artigo foi escrito originalmente em alemão em 16 de dezembro de 2018. Foi atualizado em 26 de novembro de 2024 para refletir os desenvolvimentos na Ucrânia.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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