POLÍTICA
O que dizer da política em 2024? A IA encontrou a…

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6 meses atrásem
Matheus Leitão
Falta, leitor, poucos dias para findar o ano de 2024. É aquela hora crucial de rever o que passou e pensar no ano vindouro. Fiz este exercício e fui atrás do que escrevi por aqui nesta coluna. Compilei meus quase 50 artigos entre janeiro e dezembro e pedi ajuda à tal inteligência artificial, a fim de que ela me dissesse algumas “verdades” sobre o que pensei da política e da sociedade brasileira em 2024.
Para o leitor saber como escrevi este artigo: utilizei um compilado com todos os meus 47 artigos publicados este ano. Foram quase 100 páginas e 35 mil palavras para tentar decifrar o que aconteceu no Brasil. Fiz o uso da IA do Google, a Notebook LM.
Quando perguntei qual foi a expressão que mais apareceu nos artigos, a resposta foi curta e direta: “redes sociais”. Não tive surpresa alguma, uma vez que até desculpas pedi ao leitor, de tanto que insisti no tema. De acordo com a IA, ficou evidente que há “forte relevância deste tema no contexto político e social brasileiro atual”. As redes sociais foram mencionadas em relação a diversos aspectos cruciais, o que me faz ratificar a importância da discussão.
Quando mencionei as Redes sociais, falei de 1) Disseminação de ódio: ressaltei que as redes sociais são o principal canal para a propagação de mensagens de ódio, com uma velocidade incomparável. “Isso contribui para um ambiente de polarização e hostilidade”, diz a IA. Assino embaixo obviamente.
2) Influência nas eleições: o poder das redes sociais em influenciar eleições e processos democráticos foi um ponto central de discussão nos meus textos. O exemplo das Filipinas, onde o uso de redes sociais é intenso, é usado para ilustrar como essas plataformas podem impactar os rumos políticos de um país. Não poderia faltar o exemplo das Filipinas e o brilhante livro da jornalista Maria Ressa, ganhadora do Nobel da Paz e que tanto chamei atenção por aqui. Ressa é um exemplo do jornalismo, mas, mais do que isso, um uma sumidade quando o tema é direito e dignidade humana.
3). Regulação necessária: a necessidade de regular as redes sociais foi um tema recorrente nesta coluna, apontado por mim como corrosivo, principalmente pelos disparos em massa, coleta de dados e manipulação por empresas como Meta e Google. A falta de regulamentação no mundo virtual foi vista nos artigos como algo devastador para a democracia. Fico feliz que a própria IA do Google tenha observado que sim, é necessária e urgente a regulação das redes sociais e quão danosa tem sido a coleta de dados e uso desenfreado dessas informações.
4) Debate de valores: destaquei que o debate nas redes sociais é frequentemente corrompido, levando a discussões que transformam adversários em inimigos. Esse ambiente polarizado dificulta o diálogo construtivo. De fato, lembrei do debate prejudicial que são as discussões à volta de lados opositores, sem parar um milímetro sequer para ouvir o interlocutor.
5) Impacto nas campanhas: frisei que as redes sociais foram e têm sido cruciais nas campanhas eleitorais, com cortes e postagens impactantes se tornando mais importantes do que os conteúdos nos meios de comunicação tradicionais. Isso indica uma mudança nas estratégias de comunicação política. Falei muito de eleição, mas pontuei igualmente a volta da televisão como um instrumento importante na comunicação. São Paulo foi apontada como exemplo importante nesse quesito.
6) Desinformação: “a disseminação de notícias falsas nas redes sociais é apontada como um problema que amplifica desgraças e dificulta o estabelecimento da verdade dos fatos”. Não há nem o que dizer. Foi e é desta forma mesmo. Por fim, me lembrou a IA que as redes sociais “são apontadas como um espaço onde a extrema-direita se encontra à vontade”. De fato, muito pela lógica de como as redes sociais funcionam tem sido ali o terreno fértil para extremistas proliferarem seus absurdos e mentiras.
Muito se fala sobre como a esquerda não aprendeu a lidar com as redes. Sem passar pano para partidos e movimentos de esquerda, uma pergunta que fica, e que tentei discutir por várias vezes, é a possibilidade, frente ao formato dos algoritmos e ao modelo de negócios a big techs, de tentar um debate de alto nível e propositivo em um espaço que impulsiona e viraliza a desinformação e o ódio. Embora os erros, na forma e no conteúdo, principalmente por parte do governo federal, sejam gritantes, ainda tenho dúvidas de como, eticamente, proceder com uma comunicação política e institucional nesses meios digitais.
Obviamente eu não parei por aí. Continuei meu diálogo franco e respeitoso com IA e pedi a ela, como quem conversa com um humano, quais eram as grandes discussões, além da questão das redes. Ela rapidamente me entregou tudo. Lembrou-me de que tratei do papel e da força das instituições democráticas: é notável que defendi nos artigos a resiliência das instituições brasileiras frente a desafios como o governo Bolsonaro e os eventos de 8 de janeiro, tema do primeiro artigo do ano. Discuti se essas instituições são tão fortes quanto se diz, e como elas funcionam na prática. Creio que ficou claro, acredito eu, que a polarização e a desconfiança da população afetam a avaliação objetiva da atuação das instituições, mas que elas foram fortes, muito porque figuras da elite política e do judiciário foram cruciais nessa defesa. Fui enfático ao dizer que agentes e instituições são importantes para o debate e que apesar de resistirem, as instituições políticas no Brasil podem não ser tão fortes quanto se afirma.
Continuo com a mesma impressão.
Falei, claro, do papel dos ministros e da gestão pública: nos artigos analisei o perfil de ministros do governo, a dicotomia entre técnicos e políticos e a importância de um equilíbrio entre essas habilidades para uma gestão eficaz. A discussão buscou abordar como os ministros são escolhidos e como eles implementam políticas públicas. O debate sobre a necessidade de gestores públicos que entendam do cenário político e social brasileiro foi muitas vezes salientado. Busquei deixar de lado o discurso dicotômico e contraproducente do “ministro técnico ou político”, sabendo que o perfil dos ocupantes da pasta são muito mais complexos que esta dualidade e envolvem múltiplas variáveis quando diz respeito à escolha de um ministro pelo presidente da República.
Enfim, tratei dos desafios para a democracia brasileira: houve, na maioria dos artigos, uma preocupação com a fragilidade da democracia e a ameaça representada pelo extremismo e o golpismo. Os artigos discutiram a importância de figuras políticas na história e na qualidade da democracia. A complacência com o passado antidemocrático foi duramente criticada por mim, apontando para a necessidade de vigilância constante para defender a democracia.
Por fim, abordei a atuação das Forças Armadas e as fragilidades do governo do presidente Lula. Fui além e discuti temas como segurança pública, educação e a influência de figuras políticas como Bolsonaro e Lula na história recente do país e como pode estar havendo um resfriamento desta dualidade na política brasileira. Está mesmo? Estarei atento a isso.
O ano de 2024 ficou para trás e 2025 parece que vem, por óbvio, carregado de todo esse passado. Embora não acredite que será na política, desejo que ao menos para o leitor, seja um novo ano de grandes realizações.
* Rodrigo Vicente Silva é mestre e doutorando em Ciência Política (UFPR-PR). Cursou História(PUC-PR) e Jornalismo (Cásper Líbero). É editor-adjunto da Revista de Sociologia e Política. Está vinculado ao grupo de pesquisa Representação e Legitimidade Democrática (INCT-ReDem). Contribui semanalmente com esta coluna
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POLÍTICA
CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go…

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2 meses atrásem
5 de maio de 2025
Marcela Rahal
Como se não bastasse a ideia de uma CPI na Câmara, ainda a depender do aval do presidente Hugo Motta (o que parece que não deve acontecer), o governo pode enfrentar uma investigação para apurar os desvios bilionários do INSS nas duas Casas.
Já são 211 assinaturas de parlamentares a favor da CPMI, 182 deputados e 29 senadores, o suficiente para o início dos trabalhos. A deputada Coronel Fernanda, autora do pedido na Câmara, vai protocolar o requerimento nesta terça-feira, 6. Caberá ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, convocar o plenário para a leitura da proposta e, consequentemente, a criação da Comissão.
Segundo a parlamentar, que convocou uma entrevista coletiva para amanhã às 14h30, agora o processo deve andar. O governo ficará muito mais exposto com um escândalo que tem tudo para ficar cada vez maior, segundo as investigações ainda em andamento.
O desgaste será inevitável. O apelo do caso é forte e de fácil entendimento para a população. O assalto bilionário aos aposentados e pensionistas do INSS.
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POLÍTICA
Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg…

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2 meses atrásem
5 de maio de 2025
Ludmilla de Lima
Presidente da Federação União Progressista, Antonio Rueda passará por uma cirurgia nesta segunda-feira, 05, devido a um cálculo renal. Por causa de fortes dores, o procedimento, que estava marcado para amanhã, terá que ser antecipado. Antes do anúncio da federação, na terça da semana passada, ele já havia sido operado por causa do problema, colocando um cateter.
Do União Brasil, Rueda divide a presidência da federação com Ciro Nogueira, do PP. Os dois partidos juntos agora têm a maior bancada do Congresso, com 109 deputados e 14 senadores. O PP defendia que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira ficasse no comando do bloco, mas o União insistia no nome de Rueda. A solução foi estabelecer um sistema de copresidentes, que funcionará ao menos até o fim deste ano.
A “superfederação” ultrapassa o PL na Câmara – o partido de Jair Bolsonaro tem 92 deputados – e se iguala ao PSD e ao PL no Senado. O poder do grupo, que seguirá unido nos próximos quatro anos, também é medido pelo fundo partidário, de R$ 954 milhões.
A intensificação das agendas políticas nos últimos dias agravou o quadro de saúde de Rueda, que precisou também cancelar uma viagem ao Rio.
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POLÍTICA
Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu…

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2 meses atrásem
5 de maio de 2025
Matheus Leitão
A mais nova dobradinha contra Alexandre de Moraes tem gerado frisson nas redes bolsonaristas, mas parece mesmo uma novela de mau gosto. Protagonizada por Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três licenciado da Câmara, e Paulo Figueiredo, neto do último general ditador do Brasil, os dois se uniram para tentar punir o ministro do Supremo Tribunal Federal nos EUA.
Em uma insistente tentativa de se portarem com alguma relevância perante o governo Donald Trump, os dois agora somam posts misteriosos de Eduardo com promessas vazias de Figueiredo após uma viagem por alguns dias a Washington.
Um aparece mostrando, por exemplo, a lateral da Casa Branca em um ângulo no qual parece, pelo menos nas redes sociais, a parte interna da residência oficial do presidente dos Estados Unidos. O outro promete que as sanções ao ministro do STF estão 70% construídas e pede mais “72 horas” aos seus seguidores.
“Aliás, hoje aqui de manhã, eu tive um [inaudível] com eles, no caso o Departamento de Estado especificamente, e o termo que usaram para mim foi: olha, nós não queremos criar excesso de expectativa, mas nós estamos muito otimistas que algo vai acontecer e a gente vai poder fazer num curto prazo”, disse Paulo Figueiredo.
A ideia dos dois é que, primeiro, Alexandre de Moraes, tenha seu visto cancelado e não possa mais entrar nos Estados Unidos. Depois, que ele tenha algumas sanções econômicas, caso tenha bens nos Estados Unidos, como o bloqueio financeiro a instituições do país, como empresas de cartão de crédito.
“O que eu posso dizer para você é que a gente nunca esteve tão perto. Eu não posso dizer quando e nem garantir que vão acontecer”, prometeu ainda Paulo Figueiredo. A novela ainda vai ganhar novos ares nesta semana com a chegada de David Gamble, coordenador para Sanções do governo de Trump, ao Brasil nesta semana.
A seguir as cenas dos próximos capítulos…
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