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O que é guerra híbrida? – DW – 30/11/2024
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No espaço de uma semana, um avião de carga pertencente à empresa de logística alemã DHL caiu na Lituâniadois cabos de dados subaquáticos foram danificados no Mar Báltico e extremistas de direita pró-Rússia Calin Georgescu surpreendentemente venceu a primeira volta das eleições presidenciais na Roménia.
Vários políticos e agências de inteligência ocidentais suspeitam que a Rússia foi a força motriz por detrás dos três incidentes, embora nada tenha sido provado e nenhuma prova que apoie as suspeitas tenha sido tornada pública até agora. Embora a guerra híbrida orquestrada pelo Kremlin sempre tenha representado um perigo, os especialistas alertam agora que esse perigo aumentou dramaticamente desde Invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em 2022.
A guerra híbrida significa alargar as operações militares para incluir espionagem, sabotagem e ataques cibernéticos, bem como envolver-se em interferência eleitoral, propaganda ou campanhas de desinformação para enfraquecer e desestabilizar o inimigo a partir de dentro. Especialistas dizem que a Rússia tem continuamente expandiu seu arsenal de guerra híbrida nos últimos anos.
Suspeita de sabotagem após corte de cabos no Mar Báltico
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Espionagem
Os países europeus expulsaram cerca de 500 diplomatas russos desde o início de 2022. O serviço secreto britânico MI5 disse que pelo menos 400 deles são espiões. Muitas embaixadas e consulados russos estão equipados com comunicações de última geração e tecnologia de espionagem. Se alguma destas situações puder ser definitivamente provada, as agências de inteligência ocidentais optaram por não tornar públicas as informações que possam ter recolhido. Afinal, os edifícios da embaixada e do consulado são considerados território russo e não podem ser acessados pelos estados anfitriões sem a permissão russa.
O serviço secreto holandês alertou que a Rússia está a equipar os seus espiões com documentos falsos e a contrabandeá-los para instituições ocidentais disfarçados de empresários.
Relatos de suspeita de espionagem russa surgem regularmente. Alguns chamaram a atenção para umconversa hackeada entre oficiais do exército alemão discutindo o país Sistema de mísseis Taurus. Outros lidaram com suspeitas de drones russos espionando bases aéreas e zonas industriais europeias. Alguns relatórios também se concentraram em navios suspeitos de espionagem, oficialmente classificados como navios de investigação, que navegam nos mares do norte da Europa e mapeiam infra-estruturas críticas do fundo do mar para detectar possíveis actos de sabotagem.
Sabotar
Na semana passada, um Cargueiro chinês capitaneado pela Rússia supostamente danificou dois cabos submarinos ao arrastar uma âncora sobre o fundo do mar. O incidente é semelhante ao ocorrido em Outubro de 2023. No mês passado, um armazém de Londres utilizado para armazenar ajuda à Ucrânia foi atingido por um ataque criminoso. Em julho, um pacote que deveria ter sido enviado por frete aéreo pegou fogo em um centro logístico da DHL em Leipzig, Alemanha. Pensa-se que a sabotagem russa poderia ter estado em jogo nestes e em numerosos outros casos. No entanto, nada foi provado até agora.
Os serviços de inteligência europeus alertam que o número de atos de sabotagem e incêndios criminosos aumentou dramaticamente no último ano na UE e no Reino Unido.
Ataques cibernéticos
O Escritório Federal de Segurança da Informação (BSI) da Alemanha alerta que o risco de atividades maliciosas no ciberespaço é “maior do que nunca”. A espionagem e a sabotagem online estão sempre presentes. “Antes do ataque da Rússia à Ucrânia, grupos ligados à Rússia eram muito ativos na Alemanha, engajando-se em espionagem cibernética e ataques de ransomware com motivação financeira”, disse o BSI. “O âmbito das ameaças aumentou desde que a Rússia lançou a sua guerra de agressão contra a Ucrânia.”
A agência disse que “o número de ataques DDoS por hacktivistas pró-Rússia” aumentou acentuadamente. Os ataques DDoS envolvem a inundação de sites ou servidores com tráfego até que eles travem devido à sobrecarga. Os hacks destinados a penetrar nas redes empresariais e institucionais também estão aumentando.
Desinformação e propaganda
Outro objectivo da guerra híbrida é tentar influenciar a opinião pública num determinado país-alvo. Falsidades e narrativas pró-russas ou anti-ucranianas são disseminadas para este fim, seja em plataformas de redes sociais através de fábricas de trolls, ou através de meios de comunicação estrangeiros russos.
No início de 2024, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha descobriu uma campanha de desinformação russa “Doppelganger”. Envolveu 50.000 contas falsas de utilizadores de redes sociais que espalharam falsidades e opiniões pró-Rússia nas redes sociais, ao mesmo tempo que ligavam a meios de comunicação falsos que divulgavam propaganda russa. Alguns dos sites pareciam enganosamente semelhantes a sites de notícias conhecidos.
Interferência eleitoral, intromissão no processo político
Um dos objetivos destas campanhas de desinformação é minar o apoio público à Ucrânia. Outro objectivo consiste em desestabilizar politicamente um país-alvo democrático, através do fortalecimento de partidos e candidatos extremistas, por exemplo, fornecendo-lhes apoio financeiro.
Propaganda russa: vídeos deepfake mais difíceis de detectar
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Em Abril, o serviço secreto checo descobriu um site de propaganda chamado Voz da Europaque se acredita ser financiado por Moscou. O site é suspeito de pagar subornos a alguns membros do Parlamento Europeu.
Um dos indivíduossuspeito de ter recebido tais pagamentos é Petr Bystronum eurodeputado da Alternativa populista de extrema-direita para a Alemanha (AfD) festa. Ele negou as acusações.
As agências de inteligência ocidentais também acusaram a Rússia de influenciar direta ou indiretamente dezenas de eleições na Europa, América do Norte e América do Sul. A emissora internacional russa RT teria produzido vídeos sobre temas controversos como a ajuda à Ucrânia, a migração e a economia durante o Eleição presidencial dos EUA campanha. Blogueiros norte-americanos de direita divulgaram alguns dos vídeos.
Os ataques hack-and-leak também fazem parte do repertório da guerra híbrida. Envolvem a pirataria informática a políticos, partidos políticos ou outras instituições para roubar e publicar informações confidenciais, por vezes juntamente com documentos falsificados, antes das eleições. Isto aconteceu, por exemplo, no período que antecedeu as eleições norte-americanas de 2016 e as eleições presidenciais francesas de 2017.
Assassinatos seletivos
O assassinato de figuras influentes é outra faceta da guerra híbrida. Presidente russo Vladímir Putin não se esquivou de atacando indivíduos no exterior. Isto fica claro pelo assassinato de um Ex-comandante checheno no Tiergarten de Berlim parque, que supostamente lutou contra a Rússia durante a Segunda Guerra Chechena. Isto também é evidente no ataque de 2006 ao crítico do Kremlin Alexandre Litvinenko e a tentativa de assassinato contra o agente duplo russo Sergei Skripal e sua filha Yulia em 2018. Todos foram realizados em solo britânico.
Até agora, são principalmente cidadãos russos que foram vítimas de tais ataques. Em julho de 2024, porém, vazou a notícia de que a Rússia estava planejando assassinar Armin PappergerCEO do grupo de armamentos alemão Rheinmetall, que fabrica os tanques Leopard II e outras munições fornecidas à Ucrânia. O Kremlin negou todas as acusações.
Como lidar com a guerra híbrida?
A Rússia está a realizar muitas manobras diferentes de guerra híbrida em toda a Europa, de acordo com Sönke Marahrens, oficial do exército alemão e especialista em segurança híbrida.
“Os operadores russos estão a experimentar coisas diferentes em muitos estados europeus, que são adaptadas individualmente ao respetivo estado”, disse Marahrens ao canal de notícias público alemão tagesschau.de. “As medidas híbridas que funcionam na Polónia não funcionam na Alemanha; o que funciona na Alemanha não funcionaria na Finlândia.”
É por isso, disse ele, que se deve esperar “um espectro muito amplo de ataques no futuro”. Da mesma forma, deve-se mostrar flexibilidade na reação a tais ataques, acrescentou.
Este artigo foi traduzido do alemão.
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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre
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29 de novembro de 2025As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.
A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”
A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”
Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”
A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.
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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre
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27 de novembro de 2025Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.
Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.
O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.
“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.
Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.
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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre
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27 de novembro de 2025Coordenadora geral da Rede Educanorte, a professora Fátima Matos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou que o seminário tem como objetivo avaliar as atividades realizadas no semestre e planejar os próximos passos. “A cada semestre, realizamos o seminário em um dos polos do programa. Aqui em Rio Branco, estamos conhecendo de perto a dinâmica do polo da Ufac, aproximando a gestão da Rede da reitoria local e permitindo que professores, coordenadores e alunos compartilhem experiências”, explicou. Para ela, cada edição contribui para consolidar o programa. “É uma forma de dizer à sociedade que temos um doutorado potente em Educação. Cada visita fortalece os polos e amplia o impacto do programa em nossas cidades e na região Norte.”
Durante a cerimônia, o professor Mark Clark Assen de Carvalho, coordenador do polo Rio Branco, reforçou o papel da Ufac na Rede. “Em 2022, nos credenciamos com sete docentes e passamos a ser um polo. Hoje somos dez professores, sendo dois do Campus Floresta, e temos 27 doutorandos em andamento e mais 13 aprovados no edital de 2025. Isso representa um avanço importante na qualificação de pesquisadores da região”, afirmou.
Mark Clark explicou ainda que o seminário é um espaço estratégico. “Esse encontro é uma prática da Rede, realizado semestralmente, para avaliação das atividades e planejamento do que será desenvolvido no próximo quadriênio. A nossa expectativa é ampliar o conceito na Avaliação Quadrienal da Capes, pois esse modelo de doutorado em rede é único no país e tem impacto relevante na formação docente da região norte”, pontuou.
Representando a reitora Guida Aquino, o diretor de pós-graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), Lisandro Juno Soares, destacou o compromisso institucional com os programas em rede. “A Ufac tem se esforçado para estruturar tanto seus programas próprios quanto os consorciados. O Educanorte mostra que é possível, mesmo com limitações orçamentárias, fortalecer a pós-graduação, utilizando estratégias como captação de recursos por emendas parlamentares e parcerias com agências de fomento”, disse.
Lisandro também ressaltou os impactos sociais do programa. “Esses doutores e doutoras retornam às suas comunidades, fortalecem redes de ensino e inspiram novas gerações a seguir na pesquisa. É uma formação que também gera impacto social e econômico.”
A coordenadora regional da Rede Educanorte, professora Ney Cristina Monteiro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), lembrou o esforço coletivo na criação do programa e reforçou o protagonismo da região norte. “O PGEDA é hoje o maior programa de pós-graduação da UFPA em número de docentes e discentes. Desde 2020, já formamos mais de 100 doutores. É um orgulho fazer parte dessa rede, que nasceu de uma mobilização conjunta das universidades amazônicas e que precisa ser fortalecida com melhores condições de funcionamento”, afirmou.
Participou também da mesa de abertura o vice-reitor da Ufac, Josimar Batista Ferreira.
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