POLÍTICA
O que o perfil dos vereadores eleitos diz sobre o…

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8 meses atrásem
Matheus Leitão
Dias atrás, Fernando Haddad deu uma declaração em que falou sobre rever as finanças globais. A ideia, diz o ministro, é de que as contas sejam equilibradas, a fim de promover com mais rapidez as mudanças ecológicas. A fala de Haddad é, por óbvio, excepcional. É mais do que necessário e urgente que se leve em conta as condições climáticas do planeta em paralelo aos investimentos e gastos. Não há dúvidas de que este é o caminho em um mundo cujas mudanças ambientais se avolumam com catástrofes que não pedem licença para entrar. Há inúmeros problemas estruturais e complexos que merecem igual atenção. Do alto, ao menos de um dos ministérios mais importantes da Esplanada, parece perfeito, mas e o resto do time? E indo mais além: e o Brasil profundo pensa desse jeito?
Não é novidade que o debate eleitoral se mostrou completamente alheio às crises climáticas e aos problemas urbanos e sociais que estão aí. Do Norte ao Sul do país, dos lugares de secas e queimadas até os rincões onde a enchente levou tudo, tirando poucos espaços aqui e ali, não vimos qualquer debate acerca do futuro do planeta e das condições climáticas urgentes. Já é quase redundância dizer que passa pelas cidades algum tipo de solução para as transformações do clima
O dado sobre para onde foram as câmaras municipais – empurrados mais à direita, claro, porque na maioria dos casos é lá mesmo que sempre estiveram – é estarrecedor. Obviamente não se está aqui a colocar um juízo de valor sobre qual espectro político é melhor ou pior. Fato é que no campo da centro-esquerda e em parte da centro-direita é que os debates sobre as mudanças climáticas tem se pautado. As câmaras municipais, contudo, estão no lado oposto. Um estudo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (Redem), da UFPR, prova isso.
Comandado pelo professor Fábio Vasconcelos da UERJ, o trabalho busca estabelecer uma Taxa de Hegemonia Política nas câmaras de vereadores. A ideia é simples e consiste na proporção de vereadores eleitos por partidos, considerando a posição da legenda no espectro ideológico. A medida varia de 0 (hegemonia da esquerda) a 1 (hegemonia da direita). Dessa forma, taxas próximas de 0,5 indicam legislativos locais mais equilibrados entre os dois campos ideológicos. (Ver pesquisa completa aqui).
Quando são analisadas as regiões, o Centro-Oeste – local onde se contram boa parte dos focos e queimadas – a taxa de hegemonia alcança 1, portanto, totalmente dominada por vereadores de direita. Ou seja, na esmagadora maioria das câmaras dessa região, nenhum vereador de partido de esquerda foi eleito.
Em seguida está o Sudeste, com taxa mediana de 0,91 e o Norte, com 0,91. Na sequência vem o Sul, com mediana de 0,89 e, por último, o Nordeste com 0,78. O autor da pesquisa salienta que mesmo que o Nordeste seja onde o campo da direita menos elegeu vereadores, mesmo assim, a direita é – na média – majoritária nas câmaras municipais da região.
Chamei atenção para o meio ambiente, mas a lista poderia ser preenchida com diversas questões urbanas e sociais que as cidades brasileiras estão submetidas. Não bastasse isso, o que temos no cenário internacional é a vitória de Trump, que, todos sabemos, é um negacionista do clima e deve, mais uma vez, tirar os Estados Unidos do acordo climático de Paris. Para onde se olha, fica difícil ter esperança.
* Rodrigo Vicente Silva é mestre e doutorando em Ciência Política (UFPR-PR). Cursou História (PUC-PR) e Jornalismo (Cásper Líbero). É editor-adjunto da Revista de Sociologia e Política. Está vinculado ao grupo de pesquisa Representação e Legitimidade Democrática (INCT-ReDem). Contribui semanalmente com esta coluna.
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POLÍTICA
CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go…

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2 meses atrásem
5 de maio de 2025
Marcela Rahal
Como se não bastasse a ideia de uma CPI na Câmara, ainda a depender do aval do presidente Hugo Motta (o que parece que não deve acontecer), o governo pode enfrentar uma investigação para apurar os desvios bilionários do INSS nas duas Casas.
Já são 211 assinaturas de parlamentares a favor da CPMI, 182 deputados e 29 senadores, o suficiente para o início dos trabalhos. A deputada Coronel Fernanda, autora do pedido na Câmara, vai protocolar o requerimento nesta terça-feira, 6. Caberá ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, convocar o plenário para a leitura da proposta e, consequentemente, a criação da Comissão.
Segundo a parlamentar, que convocou uma entrevista coletiva para amanhã às 14h30, agora o processo deve andar. O governo ficará muito mais exposto com um escândalo que tem tudo para ficar cada vez maior, segundo as investigações ainda em andamento.
O desgaste será inevitável. O apelo do caso é forte e de fácil entendimento para a população. O assalto bilionário aos aposentados e pensionistas do INSS.
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POLÍTICA
Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg…

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2 meses atrásem
5 de maio de 2025
Ludmilla de Lima
Presidente da Federação União Progressista, Antonio Rueda passará por uma cirurgia nesta segunda-feira, 05, devido a um cálculo renal. Por causa de fortes dores, o procedimento, que estava marcado para amanhã, terá que ser antecipado. Antes do anúncio da federação, na terça da semana passada, ele já havia sido operado por causa do problema, colocando um cateter.
Do União Brasil, Rueda divide a presidência da federação com Ciro Nogueira, do PP. Os dois partidos juntos agora têm a maior bancada do Congresso, com 109 deputados e 14 senadores. O PP defendia que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira ficasse no comando do bloco, mas o União insistia no nome de Rueda. A solução foi estabelecer um sistema de copresidentes, que funcionará ao menos até o fim deste ano.
A “superfederação” ultrapassa o PL na Câmara – o partido de Jair Bolsonaro tem 92 deputados – e se iguala ao PSD e ao PL no Senado. O poder do grupo, que seguirá unido nos próximos quatro anos, também é medido pelo fundo partidário, de R$ 954 milhões.
A intensificação das agendas políticas nos últimos dias agravou o quadro de saúde de Rueda, que precisou também cancelar uma viagem ao Rio.
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POLÍTICA
Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu…

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2 meses atrásem
5 de maio de 2025
Matheus Leitão
A mais nova dobradinha contra Alexandre de Moraes tem gerado frisson nas redes bolsonaristas, mas parece mesmo uma novela de mau gosto. Protagonizada por Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três licenciado da Câmara, e Paulo Figueiredo, neto do último general ditador do Brasil, os dois se uniram para tentar punir o ministro do Supremo Tribunal Federal nos EUA.
Em uma insistente tentativa de se portarem com alguma relevância perante o governo Donald Trump, os dois agora somam posts misteriosos de Eduardo com promessas vazias de Figueiredo após uma viagem por alguns dias a Washington.
Um aparece mostrando, por exemplo, a lateral da Casa Branca em um ângulo no qual parece, pelo menos nas redes sociais, a parte interna da residência oficial do presidente dos Estados Unidos. O outro promete que as sanções ao ministro do STF estão 70% construídas e pede mais “72 horas” aos seus seguidores.
“Aliás, hoje aqui de manhã, eu tive um [inaudível] com eles, no caso o Departamento de Estado especificamente, e o termo que usaram para mim foi: olha, nós não queremos criar excesso de expectativa, mas nós estamos muito otimistas que algo vai acontecer e a gente vai poder fazer num curto prazo”, disse Paulo Figueiredo.
A ideia dos dois é que, primeiro, Alexandre de Moraes, tenha seu visto cancelado e não possa mais entrar nos Estados Unidos. Depois, que ele tenha algumas sanções econômicas, caso tenha bens nos Estados Unidos, como o bloqueio financeiro a instituições do país, como empresas de cartão de crédito.
“O que eu posso dizer para você é que a gente nunca esteve tão perto. Eu não posso dizer quando e nem garantir que vão acontecer”, prometeu ainda Paulo Figueiredo. A novela ainda vai ganhar novos ares nesta semana com a chegada de David Gamble, coordenador para Sanções do governo de Trump, ao Brasil nesta semana.
A seguir as cenas dos próximos capítulos…
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