A deportação generalizada de trabalhadores estrangeiros dos Estados Unidos pode comprometer alguns negócios, mas o impacto sobre a inflação e sobre a economia em geral dependeria dos detalhes.
A análise é do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) de Minneapolis, Neel Kashkari, em falas neste domingo (10).
No programa da CBS “Face the Nation”, Kashkari falou sobre o possível impacto econômico da promessa de campanha do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de deportar imigrantes que estão ilegalmente no país.
“Se você simplesmente assumir que as pessoas estão trabalhando —seja em fazendas ou em fábricas— e as empresas perderem esses funcionários, provavelmente teríamos um problema”, disse Kashkari.
“As implicações ainda não são totalmente claras para mim”, acrescentou. “Em última análise, caberá à comunidade empresarial, ao Congresso e ao poder Executivo decidir como se ajustariam.”
A eleição de Trump para um segundo mandato de quatro anos pode representar novas incertezas para o banco central dos Estados Unidos, uma vez que o ciclo de cortes nas taxas de juros continua. Na semana passada, o Fed cortou a taxa básica em 0,25 ponto percentual, para uma faixa entre 4,5% e 4,75%.
Kashkari disse que, embora a expectativa atual seja de outro corte da mesma magnitude na reunião do Fed de dezembro, a próxima decisão ainda está dependente de dados.
“Queremos ter certeza de que a inflação irá cair até a nossa meta de 2%, a partir do nível atual, cerca de meio ponto percentual acima disso”, afirmou Kashkari.
Além da repressão à imigração, Trump disse que vai aplicar amplas tarifas sobre bens importados e vai cortar impostos, o que poderá aumentar os déficits federais. O impacto dessas políticas na inflação, segundo Kashkari, dependerá dos detalhes e de fatores como a forma como outras nações vão responder às novas tarifas.
Uma tarifa, taxa ou imposto cobrado à medida que as mercadorias entram no país pode provocar um aumento pontual nos preços, mas não tem impacto na inflação a longo prazo, explicou Kashkari.
“O desafio é se houver olho por olho. Se for um país que impõe tarifas e, em seguida, respostas, e a situação aumentar… teremos que esperar e ver o que será implementado e depois como os outros países vão responder. Neste momento estamos todos apenas adivinhando”, disse.
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