NOSSAS REDES

MUNDO

Os chefes de IA da Europa alertam sobre o aumento dos custos de conformidade – DW – 25/09/2024

PUBLICADO

em

Oleg Stavitsky não mede as palavras quando lhe perguntam onde pensa que a Europa inteligência artificial (IA) setor está sendo liderado.

“No final das contas, a UE ficará ainda mais para trás”, disse à DW o CEO do aplicativo de música Endel, alimentado por IA. “As regulamentações sufocarão o desenvolvimento local e a ‘Big Tech’ acabará por chegar à UE. As regulamentações e a burocracia estão a estrangular a inovação na UE. É simples assim.”

Por enquanto, a regulamentação parece estar mantendo algumas partes da “Big Tech” dos EUA de fora. As recentes medidas tomadas por gigantes da tecnologia como a Apple e a Meta para reter alguns dos seus modelos de IA mais avançados do mercado europeu levantaram questões sobre as condições actuais das empresas centradas na IA no bloco.

Maçã anunciou em junho que iria atrasar o lançamento de três novos recursos baseados em IA aos usuários da UE devido à incerteza sobre como a Lei dos Mercados Digitais (DMA) da UE poderia afetá-los.

Na mesma época, a Meta disse que não lançaria seu modelo avançado de IA Llama na UE, citando “a natureza imprevisível do ambiente regulatório europeu”.

Não é a primeira vez que os principais criadores de IA dos EUA manifestam fortes reservas sobre a abordagem regulamentar da UE. No ano passado, o CEO da OpenAI, Sam Altman, disse sobre o da Comissão Europeiaentão iminente Lei da IA: “Tentaremos cumprir, mas se não conseguirmos cumprir, deixaremos de operar.”

Um ‘tsunami de legislação’

Nos últimos anos, a UE introduziu uma série de legislação destinado a regular a economia digital nos estados membros.

O Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) entrou em vigor em 2018, a Lei dos Mercados Digitais em 2022 e a Lei de Dados em 2023, enquanto em 2024, mais duas peças legislativas importantes entram em vigor: a Lei de Inteligência Artificial e a Lei de Resiliência Cibernética.

Muitos no setor tecnológico europeu afirmam que as regras cada vez mais rigorosas sobre tudo, desde a concorrência até aos dados, estão a restringir o desenvolvimento das startups digitais do continente.

“O maior problema que vemos é que as pequenas empresas enfrentam um tsunami daquilo que chamamos de excesso de regulamentação”, disse Cecilia Bonefeld-Dahl, diretora-geral da DigitalEurope, que representa mais de 45 mil empresas no setor tecnológico do continente.

Ela diz que o custo crescente da conformidade regulamentar está a levar muitas empresas europeias a simplesmente abandonar o mercado europeu. Muitos unicórnios da UE – isto é, uma startup avaliada em mais de mil milhões de dólares (894 milhões de euros), de propriedade privada e não cotada numa bolsa de valores – trocaram a Europa pelos EUA nos últimos anos.

“Essas empresas supervaliosas e de rápido funcionamento optam simplesmente por sair da Europa por causa do custo de conformidade do mercado”, disse ela à DW.

Cedendo mais terreno

A atração dos EUA é algo que Asparuh Koev, CEO da empresa de logística búlgara Transmetrics, conhece bem. A empresa usa modelos de IA para otimizar o planejamento de transporte das empresas. Koev ajudou a criá-la em 2013 e agora conta com uma equipe de 45 funcionários e um faturamento de cerca de 2 milhões de euros (2,24 milhões de dólares) por ano.

Margrethe Vestager
A Comissária Europeia Margrethe Vestager supervisionou uma série de legislaçãoImagem: Yves Herman/REUTERS

“Quando comecei, o conselho mais repetido que recebi foi que, se quisesse tornar a empresa realmente bem-sucedida, deveria ir para os EUA”, diz ele à DW via Zoom, na sede da empresa em Sófia.

Ele optou por manter a Transmetrics na Bulgária, mas está preocupado com o facto de a Europa acabar por ceder cada vez mais terreno aos EUA e à China em matéria de inteligência artificial.

“Se não tivermos acesso aos modelos fundamentais mais recentes e tivermos de lidar com os modelos da geração mais antiga, isso eventualmente significará que as empresas americanas poderão estar mais bem preparadas para abordar o nosso mercado, o que é uma preocupação”, diz ele.

É uma preocupação que muitos compartilham.

“Queremos que as startups na Europa cresçam e se tornem empresas maiores e concorram com algumas das grandes empresas de tecnologia dos EUA. Isso não será possível se continuarmos a adicionar regulamentação sobre regulamentação”, Alexandru Voica, chefe de assuntos corporativos. e políticas da Synthesia, uma plataforma de vídeo de IA com cerca de 400 funcionários, disse à DW.

“Estar atrasado e esperar pelas tecnologias mais recentes é normalmente uma enorme desvantagem para uma sociedade”, diz Bonefeld-Dahl. Ela espera que, no que diz respeito à regulamentação da IA, a UE e os EUA possam trabalhar em conjunto para identificar definições de risco comuns e harmonizar as suas regras.

“Penso que é isso que é importante, que tenhamos um diálogo entre nações democráticas e com ideias semelhantes para analisar os riscos realmente elevados e depois esquecer este excesso de regulamentação”, diz ela.

Jarek Kutylowski, fundador e CEO da empresa de tradução alemã DeepL, diz que pode haver vantagens para as empresas de IA serem mais regulamentadas do que os seus rivais dos EUA, mas não está claro se isso é suficiente para fazer uma diferença significativa.

“Ainda não se sabe como isso influencia a nossa capacidade de pesquisar, inovar e lançar novos produtos no mercado”, disse ele à DW.

Outra questão: a lacuna de financiamento

Embora tenha sido sugerido que as empresas norte-americanas que retêm os seus modelos de IA mais avançados poderiam permitir que as startups europeias entrassem na brecha, muitos rejeitam a ideia imediatamente.

“Acho que é um cenário de ‘faz-de-conta’”, diz Voica. “Eu trabalhava para Meta. Meta, Google, Microsoft, essas empresas têm grandes equipes de compliance, grandes equipes jurídicas. E se eles não conseguem fazer isso funcionar, como uma empresa como a nossa ou menor, de forma realista?”

UE aprova primeira lei sobre IA

Para ver este vídeo, ative o JavaScript e considere atualizar para um navegador que suporta vídeo HTML5

Stavitsky e Koev dizem que a falta de financiamento na Europa em comparação com os EUA torna tal cenário ainda mais improvável.

“Mais empresas sediadas na UE irão mudar-se para os EUA, levantar capital láe construir produtos para um mercado muito mais aberto e livre”, diz Stavitsky.

Koev salienta que nenhuma das principais empresas de capital de risco ou de IA do mundo vem da Europa. “Não há nada”, diz ele. “Estamos completamente desequipados. Isto apanhou-nos de surpresa. Na Europa, somos muito bons na adopção de inovação depois de esta ter sido seriamente comprovada, mas não somos os primeiros a adotá-la.”

Alguns apontaram Relatório de Mario Draghi sobre a competitividade europeia como um possível sinal de que a Europa irá finalmente agir em conjunto no que diz respeito à IA e a outras tecnologias críticas. O relatório do antigo chefe do Banco Central Europeu e primeiro-ministro italiano apelou a uma nova estratégia industrial para a Europa e instou a UE a aumentar o investimento em 800 mil milhões de euros por ano para competir com os EUA e a China.

“Foi bom ver que Draghi reconhece que, se quisermos vencer o jogo da segurança, da inovação e da prosperidade na Europa, não podemos simplesmente recuar e dizer ‘ah, tudo é perigoso’ e colocar milhões de milhões de custos de conformidade em as empresas”, diz Bonefeld-Dahl.

“Uma empresa na Europa tem agora mais custos de conformidade do que em Investigação e Desenvolvimento. E isso é totalmente, totalmente errado.”

Editado por: Ashutosh Pandey

Corrida de IA: Será que a Europa conseguirá acompanhar a China e os EUA?

Para ver este vídeo, ative o JavaScript e considere atualizar para um navegador que suporta vídeo HTML5



Leia Mais: Dw

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

Após racismo em shopping, estudantes fazem manifestação com dança em SP; vídeo

PUBLICADO

em

Esse cãozinho bastante ferido pediu socorro em uma delegacia no Recife (PE), com um chicote de moto no pescoço dele. Foi atendido na hora. Foto: PRF

Estudantes do Colégio Equipe, em São Paulo, fizeram uma manifestação contra um caso de racismo no Shopping Pátio Higienópolis. Com danças, músicas e jograis, eles pediram justiça contra o preconceito sofrido por dois adolescentes pretos. Racistas não passarão!

Isaque e Giovana, alunos da escola, foram abordados por um segurança enquanto esperavam na fila da praça de alimentação. Eles estavam acompanhados de uma colega branca, que foi abordada pela segurança e questionada se os amigos a “incomodavam”.

Nesta terça-feira (23), estudantes, professores, familiares e movimentos sociais tomaram as ruas da região próxima ao shopping. Ao som de Ilê Aiyê, música de Paulo Camafeu, as crianças deram um show e mostraram que o preconceito não tem vez!

Ato de resistência

A resposta ao caso de racismo veio uma semana depois. Com o apoio de diversos movimentos, os estudantes organizaram a manifestação potente e simbólica.

Eles caminharam pelas ruas e avenidas da região até o Shopping. Lá, leram um manifesto emocionado, que foi repetido em jogral.

Dentro e fora do estabelecimento, o recado foi bem claro: basta de racismo! “Abaixo o racismo! Justiça para Isaque e Giovana”, disse o Colégio Equipe em uma postagem nas redes.

Leia mais notícia boa

Histórico de discriminação

Não foi a primeira vez que estudantes pretos do Colégio Equipe enfrentaram preconceito no Pátio Higienópolis.

Em 2022, outro aluno foi seguido por um segurança dentro de uma loja.

A escola afirmou que tentou dialogar com o shopping na época, mas sem sucesso.

Desta vez, a resposta foi outra: “Ao final, convidamos a direção do shopping para uma reunião no Colégio Equipe. A advogada que recebeu os representantes se comprometeu a encaminhar e responder ao convite.”

Internet apoia

Postado na internet, o vídeo do protesto teve milhares de visualizações e recebeu apoio dos internautas.

“Parabéns escola! Parabéns alunos! Me emocionei aqui! Fiquei até com vontade de mudar meu filho de escola”, disse a ativista Luisa Mell.

Outro exaltou o exemplo de cidadania dos pequenos.

“Cidadania na prática! Que orgulho de toda a equipe e pais. Que orgulho desses alunos que foram solidários. Incrível!”.

O racismo tem que acabar!

Veja como foi a manifestação dos estudantes:

O recado foi certeiro: não passarão!

Uma verdadeira festa da democracia:



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Cai preço dos seguros dos carros mais vendidos no Brasil; Top 10

PUBLICADO

em

O garoto João, de 10 anos, fez um verdadeiro discurso de capitão emocionante para incentivar o time, que perdia partida de futebol em Aparecida de Goiás. - Foto: @caboverdetop/Instagra

Notícia boa para o consumidor. Enquanto tudo sobe, cai o preço dos seguros dos carros mais vendidos no Brasil. É o que revela um novo estudo divulgado esta semana.

Conduzida pela Agger, plataforma especializada no setor de seguros, a pesquisa mostrou que o custo médio para proteger os dez veículos com maior volume de vendas no país teve redução de 5,4%. Os dados foram analisados entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025.

Dentre os modelos avaliados, o Renault Kwid se destacou ao apresentar a maior diminuição no valor, com queda de 12,5%. A queda nos preços reflete uma série de fatores, desde o perfil dos condutores até as estratégias adotadas pelas seguradoras para se manterem competitivas.

Carros com maiores descontos

Entre os modelos analisados, vários apresentaram queda no valor das apólices. Veja os destaques:

  • Renault Kwid: queda de 12,5%
  • Volkswagen T-Cross: queda de 11,22%
  • Honda HR-V: queda de 8,29%
  • Fiat Argo: queda de 7,73%
  • Fiat Mobi: queda de 6,06%
  • Hyundai Creta: queda de 5,88%
  • Volkswagen Polo: queda de 1,27%
  • Chevrolet Onix: queda de 0,43%

Leia mais notícia boa

Impacto para motoristas

Para quem está pensando em contratar ou renovar o seguro, a notícia é animadora.

Com os valores mais baixos, fica mais fácil encontrar um plano acessível e que tenha boa cobertura.

Segundo Gabriel Ronacher, CEO da Agger, “é essencial que os motoristas busquem a orientação de corretores especializados para garantir a melhor cobertura e custo-benefício”, disse em entrevista à Tupi FM.

Impacto nos preços

De acordo com o estudo publicado pela Agger, quatro fatores explicam o motivo dos preços de um seguro.

O histórico do motorista é o principal. Quem não se envolve em acidentes tende a pagar menos.

A idade e o valor do carro também interferem. Veículos mais caros ou com peças difíceis de achar têm seguros mais altos.

Proprietários que moram em regiões com mais roubos ou colisões também tendem a pagar mais.

Por último, o perfil do consumidor, como idade, gênero e até mesmo hábitos de direção.

O Renault Kwid teve uma redução de mais de 12% no preço do seguro. - Foto: Divulgação O Renault Kwid teve uma redução de mais de 12% no preço do seguro. – Foto: Divulgação



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Estudantes de Medicina terão de fazer nova prova tipo “Exame da OAB”; entenda

PUBLICADO

em

O garoto João, de 10 anos, fez um verdadeiro discurso de capitão emocionante para incentivar o time, que perdia partida de futebol em Aparecida de Goiás. - Foto: @caboverdetop/Instagra

A partir de agora, é como com os bacharéis de Direito: se formou, será submetido a uma avaliação específica para verificar os  conhecimentos. Os estudantes de medicina terão de obrigatoriamente fazer uma prova, no último ano do curso, tipo exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O exame já será aplicado, em outubro de 2025, e mais de 42 mil alunos devem ser avaliados. Será um exame nacional e anual. Porém, diferentemente do que ocorre no Direito, o resultado não será uma exigência para o exercício da profissão. O Ministério da Educação (MEC) lançou o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) para avaliar a formação dos profissionais no país.

Para os ministros Camilo Santana (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), o exame vai elevar a qualidade da formação dos médicos no Brasil, assim como reforçar a humanização no tratamento dos pacientes.

Como vai funcionar

A nota poderá servir como meio de ingresso em programas de residência médica de acesso direto. A prova será anual. O exame vai verificar se os estudantes adquiriram as competências e habilidades exigidas para o exercício prático e efetivo da profissão.

Também há a expectativa de que, a partir dos resultados, seja possível aperfeiçoar os cursos já existentes, elevando a qualidade oferecida no país. Outra meta é unificar a avaliação para o ingresso na residência médica.

Há, ainda, a previsão de preparar os futuros médicos para o atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde). Os médicos já formados, que tiverem interesse, poderão participar do processo seletivo de programas de residência médica de acesso direto.

Leia mais notícia boa

O que os resultados vão mudar

Os resultados poderão ser utilizados para acesso a programas de residência médica. Caberá ao estudante decidir se quer que a nota seja aplicada para a escolha do local onde fará residência.

A estimativa é de que 42 mil estudantes, no último ano do curso de Medicina, façam o exame. No total são 300 cursos no país, com aplicação das provas em 200 municípios.

O exame será conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em colaboração com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Segundo as autoridades, a ideia é unificar as matrizes de referência e os instrumentos de avaliação no âmbito do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para os cursos e a prova objetiva de acesso direto do Exame Nacional de Residência (Enare).

Como fazer as inscrições

Os interessados deverão se inscrever a partir de julho. O exame é obrigatório para todos os estudantes concluintes de cursos de graduação em Medicina.

A aplicação da prova está prevista para outubro e a divulgação dos resultados individuais para dezembro.

Para utilizar os resultados do Enamed para o Exame Nacional de Residência, é necessário se inscrever no Enare e pagar uma taxa de inscrição (exceto casos de isenção previstos em edital).

Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes e que não pretendem utilizar os resultados da prova para ingressar na residência, pelo Enare, estarão isentos de taxa, segundo o MEC.

O exame será aplicado, em outubro de 2025, e cerca de 42 mil estudantes devem fazer a prova. Foto: Agência Brasil O exame será aplicado, em outubro de 2025, e cerca de 42 mil estudantes devem fazer a prova. Foto: Agência Brasil



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MAIS LIDAS