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Os mísseis ATACMS são “tarde demais” para ataques ucranianos à Rússia? | Notícias da guerra Rússia-Ucrânia

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Kyiv, Ucrânia – de Washington decisão permitir que Kiev utilizasse Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS) de alta precisão para atingir alvos na Rússia chegou “tarde demais”, diz Vitaly, um militar ucraniano ferido que precisa de muletas para se locomover no centro de Kiev.

Ele acha que o presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, “deveria ter nos deixado usá-los sem quaisquer limites há dois anos”.

“Estávamos expulsando os russos (da região oriental de) Kharkiv e poderíamos ter levado a guerra até eles, ao seu território”, disse o louro de 29 anos à Al Jazeera, omitindo seu sobrenome de acordo com regulamentos de guerra.

Desde então, Moscovo mobilizou centenas de milhares de homens, aumentou a produção de armas, garantiu o fornecimento de armamento do Irão e da Coreia do Norte e contornou as sanções ocidentais para importar artigos de dupla finalidade, como chips utilizados em drones.

“É tarde demais, porque agora os russos estão encorajados. Deles economia trabalha para a guerra, seu povo é zumbificado para se alistar e receber muito dinheiro por isso, e estamos perdendo um pouco a cada dia”, disse Vitaly.

Washington forneceu os primeiros mísseis balísticos de longo alcance ATACMS à Ucrânia no ano passado, mas não permitiu que Kiev os utilizasse para ataques no interior da Rússia.

A decisão de Biden foi divulgada por vários meios de comunicação ocidentais no domingo. A Casa Branca e o Pentágono recusaram-se a confirmá-lo.

Na terça-feira, a indústria de defesa russa informou que a Ucrânia atacou uma “instalação” na região de Bryansk durante a noite com seis mísseis balísticos ATACMS. O alvo teria sido um depósito de armas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse num discurso anterior em vídeo que “ataques não são feitos com palavras”.

“Essas coisas não são anunciadas. Os mísseis falarão por si”, disse ele.

O Kremlin previsivelmente atacou Washington e Kyiv.

O presidente Vladimir Putin assinou na terça-feira um doutrina nuclear revisada, que as autoridades russas disseram anteriormente ser uma medida “ligada ao curso de escalada dos nossos adversários ocidentais”.

Embora a revisão estivesse em andamento, o momento da assinatura de Putin é visto como um aviso depois que os EUA permitiram os ataques ucranianos.

A doutrina afirma que os ataques à Rússia por parte de países apoiados por uma potência nuclear devem ser vistos como um ataque conjunto contra ela.

A decisão da Casa Branca sobre os ataques com mísseis “é um círculo de tensão qualitativamente novo e uma situação qualitativamente nova do ponto de vista” do envolvimento dos EUA neste conflito, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas na segunda-feira.

A Hungria e a Eslováquia, cujos governos se inclinam para o Kremlin, também criticaram a medida.

‘ATACMS não pode mudar nada principalmente’

Alguns analistas ucranianos dizem que a decisão de Biden pode ter resultado da sua preocupação com o seu legado político.

“Esta é uma entrada final para um livro de memórias e uma tentativa de dizer ‘fiz tudo o que pude’ antes de partir”, disse Aleksey Kushch, analista de Kiev, à Al Jazeera.

“Além disso, existe um factor de incerteza estratégica para a Rússia, mas não funcionará mais”, disse ele.

Biden apressou o fornecimento de ajuda militar dos EUA antes de deixar o cargo em Janeiro, enquanto o Presidente eleito Donald Trump e a sua equipa incipiente estão bastante cépticos quanto a um maior apoio à Ucrânia.

Defendem um acordo de paz imediato com Moscovo que implicará a perda das áreas ocupadas da Ucrânia no leste e no sul e, possivelmente, o seu reconhecimento como parte da Rússia.

ATACMSs são mísseis balísticos superfície-superfície com alcance de 300 km (186 milhas). Eles voam alto na atmosfera para ganhar velocidade antes de atingirem seus alvos e, portanto, são difíceis de serem interceptados pelos sistemas de defesa aérea.

(Al Jazeera)

Eles podem transportar ogivas cluster que consistem em centenas de pequenas bombas que explodem sobre uma grande área, ou uma única ogiva que pode destruir grandes estruturas fortificadas.

Mas estão longe de ser uma “arma milagrosa” revolucionária, alertam os analistas.

“O ATACMS, assim como qualquer outro tipo de míssil, não pode mudar nada, principalmente, e os danos que causam são sempre limitados, especialmente quando há poucos deles”, disse Nikolay Mitrokhin, pesquisador da Universidade Alemã de Bremen, à Al Jazeera.

A Rússia há muito que espera a permissão de Washington e já retirou grandes grupos de militares, depósitos de armas e bombardeiros pesados ​​das áreas que podem ser atingidas pelo ATACMS, disse ele.

Os mísseis, no entanto, podem atingir pontes, depósitos de combustível ou pistas de pouso no oeste da Rússia, criando uma “bela imagem” para os telespectadores ocidentais, disse Mitrokhin.

No entanto, o maior problema de Kyiv não são os mísseis ou a chegada de cerca de 12 mil Soldados norte-coreanos na região de Kursk, no oeste da Rússia, onde ajudam Moscou a expulsar as forças ucranianas, disse ele.

O problema é que a configuração da linha de frente fica mais longa, enquanto o número de soldados ucranianos que os defendem diminui drasticamente, disse ele.

“É por isso que a Rússia está a vencer, em primeiro lugar, com o índice principal – o número de soldados no campo de batalha”, disse Mitrokhin.

A Ucrânia também tem uma organização “estranha” de linhas de defesa e enfrenta “enormes” problemas na tomada de decisões em meio a conflitos entre altos escalões, oficiais da linha de frente e militares nas trincheiras, disse ele.

Kiev centrou as suas linhas de defesa nas cidades e vilas industriais da região do cinturão de ferrugem do Donbass, enquanto as forças russas aproveitam esta “falha táctica para simplesmente atravessar os campos à sua volta”, disse Mitrokhin.

Mas a Ucrânia pode usar todas as armas que conseguir.

“A situação nas linhas de frente é difícil, mas precisamos seguir a regra do ‘antes tarde do que nunca’” quando se trata de ATACMS, segundo o tenente-general Ihor Romanenko, ex-vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Ucrânia .

O armamento russo já “ultrapassou” o da Ucrânia, disse ele.

Por exemplo, equipou bombas pesadas planadoras com motores e hélices.

Os bombardeiros lançam-nos longe da linha da frente e do alcance dos sistemas de defesa aérea ucranianos, permitindo-lhes voar por mais de 100 km (62 milhas).

“Precisamos, no mínimo, de paridade”, disse Romanenko à Al Jazeera.

Os problemas militares da Ucrânia

Entretanto, a Ucrânia ainda não conseguiu começar a produzir armas e munições básicas, como pólvora e munições de artilharia.

A escassez ou ausência de armamento fabricado na Ucrânia é exacerbada pela diminuição pós-Guerra Fria da produção de armas no Ocidente.

Embora o Ocidente tenha prometido fornecer um milhão de munições a Kiev dentro de dois anos, as fábricas militares russas produzem-nas sem parar e a Coreia do Norte forneceu cinco milhões de munições da era soviética, disse Romanenko.

No entanto, grupos de voluntários que cresceram rapidamente em toda a Ucrânia compensam a falta de armamento convencional com a produção de centenas de milhares de drones e outros dispositivos.

Mas o maior problema da Ucrânia é a falta de militares treinados que possam substituir os veteranos exaustos e desanimados.

Kiev enfrenta uma terrível escassez de militares, apesar de uma campanha de mobilização implacável e altamente impopular.

É necessário estimular urgentemente a mobilização e a formação dos militares, disse Romanenko.

“Caso contrário, a situação irá deteriorar-se bastante”, concluiu.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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