SAÚDE
Paciente consegue na Justiça fornecimento de medicamento não disponível no SUS
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9 meses atrásem
O fármaco é de utilização continua, em decorrência de possível agravamento das condições de saúde e risco de óbito
Um paciente de Rio Branco conseguiu na Justiça o fornecimento de quatro caixas de um medicamento por mês até o julgamento do processo. Portanto, o ente público deve cumprir a decisão no prazo de cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 1 mil, limitada a 30 dias.
O autor do processo foi diagnosticado com asma alérgica eosinofílica. De acordo com os autos, o paciente teve recente piora do quadro clínico, com episódios de hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue), o que segundo laudo emitido por especialista indica risco de morte iminente em razão da perda precoce da função pulmonar.
Deste modo, o requerente explicou que o tratamento atual não tem gerado melhora. Ele usa anti-histamínicos, corticoides inalatórios, associados com beta-agonistas em altas doses, antileucotrienos e antagonistas anti-muscarínicos de longa duração. O medicamento pleiteado foi prescrito em caráter de urgência em virtude da não eficácia dos tratamentos convencionais anteriormente utilizados.
Em resposta, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) alegou a impossibilidade de fornecimento por não integrar a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, logo não sendo disponibilizado pelo SUS, assim impossibilitando o atendimento da solicitação do impetrante. Em contraponto, a Sesacre apontou a existência de alternativas terapêuticas, previstas na Tabela de Situações Clínicas/2020 do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.
O deferimento da liminar está disponível na edição n° 7.463 do Diário da Justiça (pág. 3), desta segunda-feira, 22. O desembargador Nonato Maia, relator do processo, considerou a necessidade efetiva do medicamento para a manutenção da saúde do paciente e o risco da demora da prestação do atendimento público.
(Processo n° 1000067-07.2024.8.01.0000)
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ACRE
Ufac debate com governo conversão da Fundhacre no HU
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8 meses atrásem
31 de janeiro de 2024A reitora da Ufac, Guida Aquino, reuniu-se com o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Arthur Chioro, com o governador do Estado do Acre, Gladson Cameli (PP), e com a deputada federal Socorro Neri (PP-AC) para debater a possibilidade de transformar a Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) em Hospital Universitário (HU), sob a gerência do governo federal. O encontro ocorreu nessa terça-feira, 30, em Brasília.
A proposta foi apresentada com base no resultado do relatório produzido pela equipe da Ebserh, quando da visita ao Acre, e em dados do Ministério da Saúde. Com a mudança que o governo federal propõe, a população do Estado poderá ter os benefícios de um hospital federal gerenciado pela Ebserh, o qual abrigará, além de atendimento especializado, pesquisas na área de saúde e uma rede interligada de informações com todo o Brasil que abrange 41 hospitais universitários.
Além disso, serão investidos R$ 50 milhões, garantidos com recursos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na compra de equipamentos novos e modernos, além da readequação do espaço físico da Fundhacre. “Com essa nova proposta, a população não vai esperar a construção de um novo hospital para usufruir dos benefícios de um hospital universitário, que estará alinhado com os principais hospitais do país, que são os da rede gerenciada pela Ebserh”, disse a reitora.
Arthur Chioro disse que, nesta fase inicial de análise, a Ebserh faz um diagnóstico técnico. “E das necessidades em termos de atenção hospitalar de média e alta complexidade para toda a população do Acre, observando os recursos já existentes e tentando definir, em conjunto com a Ufac e o governo do Estado, quais as melhores estratégias a serem adotadas.”
Gladson Cameli defendeu o fortalecimento da rede pública de saúde e agradeceu o empenho do governo federal em favor da população acreana. “Esse investimento será muito importante para melhorarmos o atendimento na Fundação Hospitalar e vai nos ajudar a salvar muitas vidas. Essa proposta será analisada com prioridade pelo governo.”
(Com informações da Agência de Notícias do Acre)
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CRISE
Acre chega a 60 casos confirmados de infecções por Oropouche e Mayaro em dez municípios
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9 meses atrásem
4 de janeiro de 2024Primeiro levantamento divulgado pela Sesacre havia mostrado que eram seis municípios com casos confirmados, que somavam 48 registros. Saiba os sintomas e a diferença entre as doenças.
Capa: Febre do Mayaro é transmitida pelo mosquito do gênero Haemagogus, mas já houve comprovação em laboratório da possiblidade de infecção do Aedes aegypti pelo MAYV — Foto: Pixabay/Divulgação.
O Acre chegou a 60 casos confirmados de infecções por Oropouche e Mayaro, detectados em dez municípios no último mês de 2023. De acordo com dados repassados ao g1 pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), o estado chegou a 60 casos até o dia 21 de dezembro.
Com isso, o Acre registrou um aumento em relação ao primeiro balanço divulgado pela Sesacre em novembro do ano passado. Até então, eram seis cidades com casos confirmados, com 48 registros ao todo.
Os primeiros registros das infecções ocorreram em abril deste ano. Conforme o levantamento, os casos foram detectados nas seguintes cidades:
Casos de Oropouche
- Acrelândia – 8 casos
- Brasiléia – 1 caso
- Feijó – 3 casos (não aparecia no primeiro balanço)
- Manoel Urbano – 8 casos (+5 casos)
- Porto Acre – 5 casos
- Rio Branco – 32 casos
- Sena Madureira – 1 caso
Casos de Mayaro:
- Cruzeiro do Sul – 3 casos
- Mâncio Lima – 1 caso (não aparecia no primeiro balanço)
- Rio Branco – 1 caso
Os dois vírus causam sintomas parecidos com os da dengue, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti. O Mayaro, inclusive, é chamado de “primo” da chikungunya. (Veja os sintomas abaixo).
Veja a diferença entre as doenças:
- A febre Oropouche é uma arbovirose, ou seja, virose transmitida por mosquitos, que apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, embora com risco bem menor de complicações hemorrágicas e de morte. Raramente, os casos podem ser complicados por meningite de padrão viral (benigna). O principal mosquito transmissor da doença entre os seres humanos é o Culicoides paraensis, mais conhecido como “maruim”. As medidas de prevenção consistem em se evitar a proliferação e o contato com mosquitos, à semelhança dos cuidados contra a dengue.
- O mayaro é endêmico (tem presença contínua) na Amazônia e é normalmente transmitido pelos mosquitos do gênero Haemagogus, que vive nas matas e também é conhecido por propagar a febre amarela silvestre. É um perfil diferente do Aedes aegypti, vetor da dengue, zika, chikungunya e da febre amarela urbana – já que este vive nas cidades.
“São síndromes febris e se aproximam muito dos sintomas da dengue, com febre, dor no corpo, dor atrás dos olhos e estamos percebendo que estão tendo casos com sintomas na pele. As pessoas estão aparecendo com manchas na pele também. O exame só dava negativo para dengue e resolvemos testar o diagnóstico diferencial, como chamamos”, explicou o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde, Edvan Meneses, à época da divulgação do primeiro balanço.
Arbovírus
O coordenador destacou que há muito tempo o Acre não registrava casos dos vírus na área urbana. Ele destacou que os casos eram encontramos mais no meio rural, e explicou os possíveis motivos para os registros das infecções.
“Pode ser pelo fato da cidade estar adentro mais na mata, mas também por mudanças no ciclo de vida do mosquito. Agora, estamos percebendo que tem mais casas, a gente via muito em gente que ia caçar, assim como a febre amarela. Isso está nos surpreendendo por perceber no meio urbano, onde encontramos mais dengue, zika e chikungunya”, confirmou.
Pela falta de confirmação em áreas urbanas, o coordenador disse que o Ministério da Saúde não enviava testes para os exames. “A gente não conseguia saber em amplo aspecto porque a gente não testava por não ser uma doença endêmica aqui. Pode ser que a gente tivesse casos, mas eram subnotificados por falta de testagem”, disse.
Com os novos registros, o especialista disse que será feita uma reorganização na rede de saúde com capacitação dos profissionais, palestras e alertas sobre os vírus para começar o trabalho de conscientização e combate às infecções.
“Eram casos isolados, não tínhamos esse número de casos na área urbana. Não é uma doença nova, mas não era do nosso meio.Vamos capacitar toda rede sobre Mayaro e Oropouche, até os nomes são difícieis, então, é todo um movimento para capacitar nossa rede, reorganização, deixar o diagnóstico nas unidades, a medicação e era algo que não estávamos esperando. Entrou mais dois arbovírus para a gente trabalhar nesse período epidemiológico”, falou.
Sintomas do vírus Oropouche:
- Febre
- Dor de cabeça
- Dor no corpo e nas articulações.
- Em alguns casos, o paciente pode apresentar vômitos
Sintomas do vírus Mayaro:
Infecção gera sintomas semelhantes à causada por chikungunya, como febre alta e dores articulares, o que dificulta o diagnóstico.
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ACRE
Rio Branco confirma mais de 770 casos de dengue em 2023 e Saúde alerta para risco de epidemia
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4 de janeiro de 2024Capital não registrou óbitos pela doença no ano passado, mas aumento de casos no fim do ano acende alerta para período de inverno. Além da dengue, outros 15 casos de chikungunya e sete de zika vírus também foram confirmados no ano passado.
Capa: Agentes de combate ao mosquito da dengue em Rio Branco — Foto: Murilo Lima/Arquivo/Rede Amazônica.
Mais de 770 casos de dengue foram confirmados em Rio Branco entre 1º de janeiro e 12 de dezembro de 2023, segundo aponta um boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). De acordo com o levantamento, 9.123 casos foram notificados no período, e 779 testaram positivo. Ainda há 510 casos em investigação, e não houve óbitos causados pela doença no ano passado.
O boletim chama atenção para o crescimento da curva de notificações a partir da semana epidemiológica nº 43, a última semana do mês de outubro, o que indica risco de epidemia de dengue.
Casos de dengue começaram a crescer no fim do mês de outubro, e a Semsa vê risco de epidemia — Foto: Reprodução
Em meio a esse cenário, a Semsa iniciou nesta quarta-feira (3) um mutirão com 130 agentes de endemias e mais de 100 servidores da zeladoria municipal para conscientizar sobre os riscos da doença e fazer a limpeza de ruas e quintais.
O primeiro bairro escolhido para a ação foi o Sobral, e a ação deve continuar ao longo do mês de janeiro. A secretária Sheila Andrade ressalta que é preciso que os moradores colaborem com a ação e permitam a entrada dos agentes.
“É preciso que a população entenda que ela tem um papel fundamental na prevenção. Muitas pessoas não permitem que os nossos agentes entrem em suas casas, e não têm o cuidado que a gente sempre está falando. A gente precisa entender e respeitar o nosso período do inverno amazônico, que é onde há probabilidade maior de crescimento do mosquito da dengue. Todo e qualquer lugar, por menor que seja, como uma tampinha de garrafa PET, eles conseguem depositar os seus ovos. Então, nós precisamos entender que dengue é uma doença grave, a dengue mata. Se a gente não se cuidar, o município de Rio Branco pode ter uma epidemia entre janeiro e fevereiro, muito forte, e muitas pessoas podem vir a óbito”, declarou.
Ainda conforme o boletim epidemiológico, 54% dos casos de dengue foram diagnosticados em mulheres, contra 46% em homens. O bairro de Rio Branco com maior número de casos confirmados é o Belo Jardim, com 51. Confira a lista abaixo:
- Belo Jardim – 51 casos
- Vila Acre – 46 casos
- Cidade do Povo – 34 casos
- Vitória – 29 casos
- Taquari – 26 casos
- São Francisco – 23 casos
- Belo Jardim II – 18 casos
- Calafate – 17 casos
- Cidade Nova – 16 casos
- Eldorado – 16 casos
- Santa Helena – 16 casos
- Santa Inês – 16 casos
- Conquista – 15 casos
- Nova Estação – 13 casos
- Tucumã – 13 casos
Além da dengue, outros 15 casos de chikungunya e sete de zika vírus também foram confirmados no ano passado.
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