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Palestinos lutam pela vida no Egito – DW – 14/11/2024

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7 meses atrásem
No passado, Mona sempre amou o som do mar. Morando em Gazao mar estava à sua porta. O sol, as ondas — tudo isso a fez esquecer os desafios diários.
“Sempre que estava com raiva ou triste, ia para o mar e sentia que poderia compartilhar minhas preocupações com o horizonte”, disse ela à DW.
O guerra em Gazano entanto, mudou tudo. O mar tornou-se uma testemunha silenciosa da morte, do desespero e das dificuldades.
Mona e sua família tiveram que fugir várias vezes das bombas e drones do exército israelense, a última vez para uma tenda à beira-mar.
“Tenho visto tanta morte e sofrimento”, disse ela com tristeza.
Mona, que optou por não revelar seu nome verdadeiro a DW, fugiu para Egito há seis meses. A jovem de 31 anos estava grávida quando fugiu da guerra em Gaza com os seus dois filhos pequenos e acabou no Cairo.
O mar está agora longe e os sons tranquilizadores das ondas e do vento foram substituídos pela agitação da capital do Egipto, pelos gases de escape, pelas luzes e por uma vida quotidiana que muitas vezes lhe tira o fôlego.
À noite, ela é assombrada por pensamentos sobre o que viveu em Gaza e por preocupações. “Tive de deixar o meu marido para trás porque não havia dinheiro suficiente para ele deixar o país”, disse ela. A família arrecadou 5.000 dólares (cerca de 4.700 euros) de doadores no estrangeiro para a sua fuga.
Vários milhares de pessoas doentes e feridas foram autorizadas a entrar no Egipto para tratamento em hospitais locais durante o ano passado. Outros palestinianos saíram de Gaza com a ajuda de embaixadas estrangeiras, ou através de uma empresa intermediária egípcia que exige uma elevada “taxa de coordenação” para ajudar os palestinianos a fugir de Gaza.
Foi também assim que Mona e seus filhos escaparam. Segundo relatos, a corretora está ligada aos serviços de segurança do Estado egípcio. No entanto, eles negaram qualquer conexão.
Nenhum apoio formal aos refugiados palestinos
O número real de palestinianos de Gaza que vivem actualmente no Egipto ainda não foi divulgado. determinado.
Em Maio, o embaixador palestiniano no Egipto, Diab al-Louh, estimou o número em cerca de 100.000, mas os trabalhadores humanitários locais acreditam que o número é maior.
O Rafa passagem de fronteira entre Gaza e o Egito foi fechada em 7 de maio, depois que os militares israelenses tomaram controle da área. Aqueles que não foram evacuados por motivos médicos são, em grande parte, deixados à própria sorte.
A maioria tem vistos de turista vencidos há muito tempo, o que significa que residem ilegalmente no país e estão excluídos da educação pública, dos cuidados de saúde e de outros serviços.
Como os palestinianos não estão abrangidos pelo mandato da agência da ONU para os refugiados, não recebem qualquer apoio formal.
A agência de ajuda da ONU para refugiados palestinos, UNRWAseria realmente responsável; no entanto, nunca teve um mandato para o Egipto. Como resultado, os refugiados dependem de grupos privados de voluntários egípcios que distribuem alimentos, distribuem roupas e sapatos, procuram biscates e recolhem donativos.
De acordo com um análise pelo Grupo Internacional de Crise, uma organização independente que trabalha para prevenir guerras, a guerra em Gaza representa um problema considerável desafios para o Egito.
O governo egípcio está preocupado que a indignação pública sobre as ações de Israel em Gaza poderia desencadear protestos contra o governo do Presidente Abdel Fattah el-Sissiespecialmente tendo em conta a difícil situação económica no Egipto. Em Março, dezenas de manifestantes preso depois dos protestos contra a inflação e a pobreza.
O Egipto recusa-se a permitir que os palestinianos de Gaza resolver permanentemente. Segundo o International Crisis Group, a preocupação é que Israel não permita o regresso dos refugiados palestinos.
‘Uma abordagem diferente à ajuda’
Por enquanto, Mona reprimiu a ideia de se algum dia conseguirá regressar a Gaza.
“As primeiras semanas aqui no Cairo foram muito difíceis, mas depois conheci Lucy”, disse ela.
Lucy, que não quer revelar seu nome verdadeiro, é uma daquelas pessoas que mudou a vida de Mona para melhor. Originária da Alemanha, ela mora no Egito há quase duas décadas.
Lucy se lembra vividamente de seu primeiro encontro com Mona no Cairo. “Percebi como ela estava magra e pálida, e obviamente grávida”, disse ela à DW. “Ela mal falava, mas mesmo assim me convidou para jantar. Foi uma reunião tranquila e ficou claro para mim que ela precisava de apoio.”
“Lucy não só me acompanhou até o parto, mas também organizou a alimentação para nós e ajuda meus filhos em tudo”, disse Mona, acrescentando que “graças a ela, meus filhos podem ser crianças aqui no Cairo”.
A filha de Mona tem 6 anos e o filho 4. Junto com o novo bebê, a pequena família vive com a ansiosa esperança de um futuro seguro em um país estrangeiro.
Lucy faz parte de um grupo que representa um princípio de solidariedade e não um projeto de caridade.
“A Ajuda Mútua é uma abordagem diferente à ajuda”, disse ela. “É orientado para a comunidade, anticapitalista e livre de grandes organizações ocidentais que muitas vezes só servem a si mesmas”.
Anteriormente, enquanto vivia na Alemanha, Lucy também trabalhou com refugiados, cuidando de famílias e ajudando-as a preencher formulários. No entanto, o seu encontro com Mona tem um significado especial. Ela disse que sente a força e o orgulho que os palestinos de Gaza carregam, apesar de tudo o que têm experiente.
“Mona sempre diz que é palestina, filha de Gaza. E tem orgulho disso”, disse Lucy.
Sem direitos, sem escola, sem trabalho
No entanto, a situação jurídica no Cairo continua a colocar dificuldades a Mona e a outros palestinianos.
Sem estatuto de residência, ela não tem permissão para trabalhar e os seus filhos não podem ir à escola – apesar de a sua filha já ter idade suficiente para começar as aulas.
Isto seria algo que ela esperava oferecer-lhes em Gaza.
“Gaza é meu coração”, disse Mona, com a voz trêmula. Ela sente falta das ruas, dos cafés, do senso de comunidade. “Eu amo Gaza, eu amo a Palestina”.
Recentemente, ela encontrou um pequeno momento de paz quando visitou a cidade de Ain Sokhna, no Mar Vermelho, com Lucy.
“Pude compartilhar novamente minhas preocupações com o mar”, disse ela.
Mona não sabe se ficará no Cairo ou não. Ela ainda espera que um dia possa ver novamente o mar em Gaza.
Fugindo da guerra em Gaza – para uma nova vida no Egito?
Este artigo foi escrito originalmente em alemão.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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