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‘Permanecer vivo foi sorte’: Alegria e desespero em Gaza por causa do cessar-fogo Israel-Hamas | Notícias do conflito Israel-Palestina

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5 meses atrásem
Deir el-Balah, Gaza e Beirute, Líbano – Na Faixa de Gaza, muitos palestinianos celebram, esperando que a guerra devastadora de 15 meses acabe finalmente.
Israel e o Hamas concordaram com uma proposta de cessar-fogo, de acordo com o Qatar e os Estados Unidos, que envolveria uma troca de cativos e prisioneiros e o regresso dos palestinianos às suas casas em Gaza. Israel diz que subsistem algumas questões, enquanto o Hamas anunciou a sua aceitação.
Em Gaza, a alegria dos palestinianos é temperada com tristeza, depois de terem vivido a morte de tantos dos seus entes queridos, numa guerra israelita que grupos de direitos humanos e especialistas das Nações Unidas descreveram como um “genocídio”.
Vários palestinianos disseram à Al Jazeera que planeiam regressar às suas cidades e aldeias assim que tiverem oportunidade, tendo sido deslocados por ataques israelitas e pelas chamadas “ordens de evacuação”.
“Assim que houver um cessar-fogo, voltarei e beijarei a minha terra em Beit Hanoon, no norte de Gaza”, disse Umm Mohamed, uma mulher de 66 anos que perdeu dois dos seus 10 filhos quando uma bomba israelita caiu sobre a sua casa. em dezembro de 2023.
“O que percebi nesta guerra é que a sua casa, a sua pátria e os seus filhos são tudo o que têm”, disse ela à Al Jazeera.
A guerra de Israel contra Gaza matou mais de 46.500 palestinos e feriu mais de 100.000. Tudo começou após um ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, no qual 1.139 pessoas foram mortas e cerca de 250 foram feitas prisioneiras.
Durante a ofensiva de Israel em Gaza, bombardeou sistematicamente escolas, hospitais e campos de deslocados, destruindo quase todos os serviços básicos e estruturas que sustentam a vida, de acordo com Especialistas da ONU e grupos de direitos humanos.
Em setembro de 2024, o Centro de Satélites das Nações Unidas descobriu que 66 por cento de todas as estruturas na Faixa de Gaza foram danificados ou destruídos pelos ataques israelenses.
Israel também reforçou o seu cerco existente a Gaza no início da guerra, causando fome em massa e um colapso na ordem pública.
Agora que o fim da miséria parece estar tentadoramente próximo, os palestinianos lutam para processar tudo – e todos – que perderam na guerra.
“Tenho sentimentos contraditórios… mas rezo a Deus para que possamos regressar às nossas vidas normais sem nos sentirmos inseguros”, disse Mohamed Abu Rai, um médico de 47 anos, no seu consultório em Deir el-Balah.
Memória e tristeza
Os palestinianos reflectiram sobre os entes queridos que perderam devido aos ataques israelitas antes do agora esperado cessar-fogo.
Lubna Rayyes, que era diretora da escola primária International American na cidade de Gaza, disse que perdeu um dos seus colegas, Bilal Abu Saaman, que estava a resgatar pessoas dos escombros quando foi bombardeado.
Rayyes disse que telefona frequentemente à viúva de Abu Saaman e pergunta sobre os seus filhos pequenos.
“Ele era um professor excelente e muito gentil. Quando ele morreu, isso realmente me afetou e ainda dói até agora”, disse Rayyes à Al Jazeera por telefone do Cairo, Egito, onde mora com o marido e três filhos desde o ano passado.
“Bilal era realmente uma das melhores pessoas do mundo”, acrescentou ela.
Rayyes também falou sobre a casa de sua família, que foi reduzida a cinzas por soldados israelenses que a incendiaram.
“Não sobrou nada da casa”, disse ela, suspirando. “Não há mais fotos de família, nem qualquer tipo de lembrança (recuperamos). Tudo se foi.”
Abu Rai também perdeu sua casa, mas, assim como Rayyes, ele disse que a memória de colegas e amigos falecidos lhe traz mais tristeza.
Ele acredita que o número real de vítimas ultrapassa em muito o número oficial e ainda não consegue compreender como sobreviveu durante os últimos 15 meses.
“Permanecer vivo em Gaza sempre foi uma questão de sorte”, disse ele.
Ficar ou ir?
Enquanto muitos palestinianos anseiam por regressar e reconstruir as suas comunidades, outros não conseguem imaginar-se a permanecer no enclave sitiado por mais tempo.
Mahmoud Saada, 52 anos, disse não acreditar que haverá uma solução duradoura para o conflito israelo-palestiniano, apesar do cessar-fogo previsto.
Ele diz que levará seus filhos pequenos e deixará Gaza assim que a passagem para o Egito for aberta.
“Juro por Deus que não voltarei a Gaza. Estou tão cansado e farto”, disse ele de Deir el-Balah, onde dorme com a família dentro de uma pequena tenda lotada.
“Quero deixar Gaza e ir para qualquer outro lugar”, disse ele à Al Jazeera.

Abu Rai também disse que não consegue imaginar ficar em Gaza agora que tudo está completamente destruído.
Ele acredita que a maioria dos sobreviventes estão profundamente traumatizados e simplesmente não conseguem reconstruir as suas comunidades e vidas novamente, especialmente porque Gaza já lutou para recuperar de inúmeras guerras anteriores com Israel.
Neste momento, ele suspeita que muitas pessoas estão a tentar encontrar uma saída, pelo menos por enquanto.
“Houve muita destruição e estamos começando do zero, novamente. A reconstrução constante das nossas comunidades rouba muito tempo das nossas vidas. Cada dia que perdemos, não recuperamos”, disse ele à Al Jazeera.
Abu Rai, Rayyes e Umm Mohamed concordam, no entanto, que os palestinos sentirão falta de Gaza se partirem, tornando a mudança difícil para muitos.
No final, acreditam que a maioria das pessoas irá ficar ou regressar a Gaza, se puderem.
“Precisamos voltar eventualmente, sabe?” Rayyes disse à Al Jazeera.
“Realmente não há lugar como o nosso lar.”
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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