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Pessoas com TDAH podem morrer mais cedo, diz estudo – 27/01/2025 – Equilíbrio e Saúde
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Ellen Barry
Um estudo com mais de 30 mil adultos britânicos diagnosticados com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ou TDAH, descobriu que, em média, eles estavam morrendo mais cedo do que pessoas da mesma idade na população geral— cerca de sete anos mais cedo para os homens e cerca de nove para as mulheres.
O estudo, publicado na quinta-feira (23) no The British Journal of Psychiatry, é considerado o primeiro a usar dados de mortalidade por todas as causas para estimar a expectativa de vida em pessoas com TDAH. Estudos anteriores apontaram uma série de riscos associados à condição, entre eles pobreza, transtornos de saúde mental, tabagismo e abuso de substâncias.
Os autores alertaram que o TDAH é substancialmente subdiagnosticado e que as pessoas em seu estudo —a maioria diagnosticada como jovens adultos— podem estar entre as mais severamente afetadas. Ainda assim, descreveram suas descobertas como “extremamente preocupantes”, destacando necessidades não atendidas que “requerem atenção urgente”.
“É um número grande, e é preocupante”, diz Joshua Stott, professor de envelhecimento e psicologia clínica na University College London e um dos autores do estudo. “Vejo isso como mais uma questão de desigualdade de saúde do que qualquer outra coisa. Mas é uma desigualdade de saúde bastante grande.”
O estudo não identificou causas de morte precoce entre pessoas com TDAH, mas descobriu que elas tinham o dobro de probabilidade de fumar ou abusar do álcool em comparação com a população geral e que apresentavam taxas muito mais altas de autismo, comportamentos autolesivos e transtornos de personalidade do que a população geral. Na idade adulta, Stott diz, “elas acham mais difícil controlar impulsos e têm comportamentos mais arriscados.”
Ele afirma que os sistemas de saúde podem precisar se ajustar para melhor atender pessoas com TDAH, que podem ter sensibilidade sensorial ou dificuldade em gerenciar o tempo ou se comunicar com os clínicos durante consultas breves. Ele diz esperar que tratamentos para abuso de substâncias ou depressão possam ser adaptados para pacientes com TDAH.
“Se é uma questão de sistemas, é maleável”, acrescenta ele. “Isso não precisa ser assim.”
Estudos anteriores apontaram um número incomum de mortes precoces para pessoas com TDAH. Uma meta-análise de 2022 no jornal JAMA Pediatrics descobriu que mortes por causas não naturais, como acidentes ou suicídio, eram 2,81 vezes mais altas entre aqueles diagnosticados com TDAH do que na população geral.
Um estudo de 2019 que usou tabelas atuariais para prever a expectativa de vida concluiu que adultos diagnosticados com TDAH na infância tinham uma redução de 8,4 anos na expectativa de vida em comparação com a população geral, algo que os autores atribuíram à educação e renda reduzidas, taxas mais altas de tabagismo e consumo de álcool e sono reduzido.
Russell Barkley, o autor principal desse estudo, diz que os dados deixaram claro que o TDAH não deve ser visto como um transtorno infantil, como enurese noturna, mas como um problema ao longo da vida.
“Para mim, o melhor análogo é o diabetes”, afirma Barkley, professor aposentado de psicologia clínica na Virginia Commonwealth University. “Este é um transtorno que você precisa gerenciar, como pressão alta, colesterol e diabetes. Você precisa tratar isso para a vida toda.”
O novo estudo examinou 9.561.450 pacientes nas práticas de cuidados primários do Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha, entre os quais 30.039 foram diagnosticados com TDAH. Cada pessoa no grupo com TDAH foi pareada com 10 pares sem o transtorno para fins de comparação. Entre aqueles com TDAH, 193 pacientes do sexo masculino e 148 do sexo feminino morreram durante o período de acompanhamento, que durou de 2000 a 2019.
Stephen Hinshaw, professor de psicologia na Universidade da Califórnia, Berkeley, que estuda TDAH mas não esteve envolvido na nova pesquisa britânica, descreveu o estudo como “uma descoberta importante”, a primeira análise de mortes de indivíduos diagnosticados com o transtorno. Ele acrescenta que era lamentável que as causas de morte dos sujeitos não fossem incluídas.
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“Existem fatores de risco a serem trabalhados”, diz ele. “Essa é a principal limitação do estudo, porque seria realmente importante saber, em termos de prevenção, devemos nos concentrar na suicidabilidade? Melhor dieta e exercício? Depressão?”
O diagnóstico de TDAH mudou nos últimos anos, à medida que os clínicos concluíram que muitas pessoas mais velhas, especialmente mulheres e pessoas de cor, não foram diagnosticadas no início da vida e poderiam se beneficiar do tratamento. À medida que os diagnósticos de primeira vez aumentaram entre pessoas mais velhas, a prevalência permaneceu consistente entre crianças, em torno de 11% nos Estados Unidos e 5% na Grã-Bretanha.
Stott afirma esperar que, à medida que essas mudanças demográficas se consolidem, os sistemas de saúde façam mais esforços para identificar as necessidades de pacientes neurodivergentes. Em décadas passadas, diz ele, eles podem ter sido vistos de forma desdenhosa pelos cuidadores, como “a criança travessa na escola.”
“Se você é constantemente dito, quando criança, sente-se, pare de ser tão travesso —se você conversar com pessoas com TDAH, essa é a experiência delas— pare de falar, vá e sente-se lá fora”, diz ele. “São todas essas coisas que desgastam suas chances de vida, de muitas maneiras.”
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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