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PF encontra meio-termo para apurar homicídio em Guarulhos – 10/11/2024 – Cotidiano

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Cézar Feitoza

A abertura de um inquérito da Polícia Federal para investigar o assassinato do empresário Antônio Gritzbach no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, foi um meio-termo encontrado pela corporação para não federalizar o caso.

A decisão foi tomada no sábado (9). Havia defensores no governo Lula (PT) de que a PF assumisse a investigação do caso em substituição à Polícia Civil de São Paulo.

De acordo com quatro delegados ouvidos pela Folha, a avaliação vencedora foi de que a federalização traria o ônus do caso para a PF, sendo que o Ministério Público paulista já acompanhava a situação de Gritzbach.

A solução de abrir de ofício um inquérito paralelo ao da Polícia Civil —com o argumento de que o homicídio ocorreu em área aeroportuária, cuja jurisdição é da PF— permite que os delegados federais entrem no caso sem grande interferência na polícia paulista.

“A Polícia Federal instaurou inquérito policial para apurar o homicídio ocorrido nesta sexta-feira (8/11) no desembarque do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos“, diz a PF em nota.

O comunicado afirma que a “investigação será realizada de forma integrada com a Polícia Civil de São Paulo e decorre da função de polícia aeroportuária da instituição”.

Antes de anunciar a abertura do inquérito, o diretor-geral da PF, Andrei Passos, conversou com o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. Por telefone, o chefe da Polícia Federal disse que a ideia era compartilhar informações e atuar em cooperação.

Com o meio-termo, a sugestão de federalizar o caso foi deixada de lado, por ora. Para puxar o caso para o âmbito da União, seria preciso cumprir um rito previsto na legislação.

Federalizar um caso significa enviar para a esfera federal a investigação e o julgamento de determinado crime. O inquérito deixa de ser conduzido pelas polícias estaduais e passa para a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal.

Para isso acontecer, a PGR (Procuradoria-Geral da República) precisa fazer um pedido para o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Quando há interesse do governo federal na mudança do andamento dos inquéritos, o Ministério da Justiça pode pedir à PGR a federalização do caso.

O tribunal vai analisar se o pedido se encaixa em algum dos critérios para a mudança de esfera do inquérito. São eles: haver grave violação de direitos humanos, incapacidade das autoridades locais ou risco de impunidade.

Em 2020, por exemplo, a PGR pediu a federalização da investigação da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Na época, o STJ negou o pedido por não identificar inércia ou inação das autoridades estaduais.

A possibilidade de federalização de investigações foi criada por uma Emenda Constitucional de 2004, conhecida como reforma do Judiciário.

O primeiro caso de deslocamento de inquérito ocorreu em 2010, quando o STJ aceitou o pedido para que o assassinato do ex-vereador Manoel Mattos, na Paraíba, fosse levado à Justiça Federal.

Mattos denunciava grupos de extermínio que atuavam em Pernambuco e na Paraíba. Ele morreu em janeiro de 2009, com tiros de pistola e espingarda, enquanto conversava com amigos no terraço de sua casa de veraneio.

A morte de Gritzbach no aeroporto de Guarulhos é investigada como uma possível vingança da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O empresário era suspeito de ter mandado matar dois integrantes da facção após o sumiço de US$ 100 milhões (cerca de R$ 574 milhões), e fechou um acordo de delação premiada com a Justiça.

Ele voltava de uma viagem ao Nordeste com a namorada. O empresário voltou com uma bagagem com joias avaliadas em R$ 1 milhão. O valor, segundo a Polícia Civil, era parte de um pagamento de dívida.

Agentes do DHPP (divisão de homicídios da Polícia Civil) considera que o grupo criminoso tinha treinamento especial e contava com informações privilegiadas.

Além do empresário, alvo dos atiradores, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, também foi baleado e chegou a ser levado para a UTI do Hospital Geral de Guarulhos. Ele não resistiu e morreu na noite de sábado (9). Outras duas pessoas ficaram feridas.



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

A Rede Educanorte é composta por universidades da região amazônica que ofertam doutorado em Educação de forma consorciada. A proposta é formar pesquisadores capazes de compreender e enfrentar os desafios educacionais da Amazônia, fortalecendo a pós-graduação na região.

Coordenadora geral da Rede Educanorte, a professora Fátima Matos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou que o seminário tem como objetivo avaliar as atividades realizadas no semestre e planejar os próximos passos. “A cada semestre, realizamos o seminário em um dos polos do programa. Aqui em Rio Branco, estamos conhecendo de perto a dinâmica do polo da Ufac, aproximando a gestão da Rede da reitoria local e permitindo que professores, coordenadores e alunos compartilhem experiências”, explicou. Para ela, cada edição contribui para consolidar o programa. “É uma forma de dizer à sociedade que temos um doutorado potente em Educação. Cada visita fortalece os polos e amplia o impacto do programa em nossas cidades e na região Norte.”

Durante a cerimônia, o professor Mark Clark Assen de Carvalho, coordenador do polo Rio Branco, reforçou o papel da Ufac na Rede. “Em 2022, nos credenciamos com sete docentes e passamos a ser um polo. Hoje somos dez professores, sendo dois do Campus Floresta, e temos 27 doutorandos em andamento e mais 13 aprovados no edital de 2025. Isso representa um avanço importante na qualificação de pesquisadores da região”, afirmou.

Mark Clark explicou ainda que o seminário é um espaço estratégico. “Esse encontro é uma prática da Rede, realizado semestralmente, para avaliação das atividades e planejamento do que será desenvolvido no próximo quadriênio. A nossa expectativa é ampliar o conceito na Avaliação Quadrienal da Capes, pois esse modelo de doutorado em rede é único no país e tem impacto relevante na formação docente da região norte”, pontuou.

Representando a reitora Guida Aquino, o diretor de pós-graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), Lisandro Juno Soares, destacou o compromisso institucional com os programas em rede. “A Ufac tem se esforçado para estruturar tanto seus programas próprios quanto os consorciados. O Educanorte mostra que é possível, mesmo com limitações orçamentárias, fortalecer a pós-graduação, utilizando estratégias como captação de recursos por emendas parlamentares e parcerias com agências de fomento”, disse.

Lisandro também ressaltou os impactos sociais do programa. “Esses doutores e doutoras retornam às suas comunidades, fortalecem redes de ensino e inspiram novas gerações a seguir na pesquisa. É uma formação que também gera impacto social e econômico.”

A coordenadora regional da Rede Educanorte, professora Ney Cristina Monteiro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), lembrou o esforço coletivo na criação do programa e reforçou o protagonismo da região norte. “O PGEDA é hoje o maior programa de pós-graduação da UFPA em número de docentes e discentes. Desde 2020, já formamos mais de 100 doutores. É um orgulho fazer parte dessa rede, que nasceu de uma mobilização conjunta das universidades amazônicas e que precisa ser fortalecida com melhores condições de funcionamento”, afirmou.

Participou também da mesa de abertura o vice-reitor da Ufac, Josimar Batista Ferreira.



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