ACRE
PF suspeito de premeditar morte da filha diz que deu leite por orientação da mãe da criança

PUBLICADO
6 anos atrásem

O policial federal Dheymersonn Cavalcante, acusado de ter envolvimento com a morte da filha Maria Cecília, de apenas dois meses, ocorrida na última sexta-feira, dia 09, em Rio Branco, resolveu abrir o jogo e contar tudo sobre a morte da criança. Ele deu uma entrevista exclusiva ao ac24horas na última quarta-feira, dia 13.
O policial, que se diz inocente, conta e comprova, com documentos e fotos, que ajudou financeiramente a enfermeira Micilene Souza, e que tinha uma relação de “muito afeto” com a filha. O policial também confirmou que deu leite industrial a criança, mas que foi a própria mãe quem o orientou a fazer isso.
Em mensagens supostamente trocadas por Dheymersonn e Micilene, cedidas ao ac24horas, a enfermeira conta ao pai da criança que Maria Cecília teve problemas respiratórios e que quase morreu dentro de casa enquanto dormia. Diz ainda que dava leite industrial à bebê e que a criança havia ficado doente dias antes de morrer.
Dheymersonn Cavalcante conversou com a reportagem, mas não autorizou fotografias. O policial estava acompanhado da esposa e do advogado. A conversa aconteceu em um edifício comercial no bairro Bosque, no período noturno. Nitidamente abalado, o policial contou que retirou a barba por medo e que teve a vida e o nome destruídos por uma “mentira” que cairá por terra na Justiça.
Leia a entrevista exclusiva com o policial.
ac24horas: Você tinha um relacionamento com a mãe da Maria Cecília. Você pressionou a dona Micilene a abortar essa criança?
Dheymersonn: De maneira nenhuma. Isso é mentira, e eu posso provar. Ela foi auxiliada durante a gestação. Eu tinha transferido valores em dinheiro. E em tudo, antes de qualquer obrigação. Outra coisa que nunca existiu: essa história de comprimidos para o abordo. Isso é mentira! Eu tenho conversas [no whatsapp] para comprovar isso também. Quem teve a ideia de abortar, tão logo soube que ela estava grávida, não fui eu, foi ela. Eu tenho como provar que foi ela quem teve a iniciativa. E a irmã dela disse que entendia. E eu disse que concordava porque ela me falou de um problema de saúde que podia levá-la a um óbito.
ac24horas: O que aconteceu naquele dia? A criança tomou leite mesmo artificial? Havia esse hábito?
Dheymersonn: A Micilene conta que a minha filha não tomava leite artificial, mas é mentira dela. A minha filha tomava leite artificial desde o sétimo dia de vida. Eu deixei a Micilene no hotel no último dia 05, e aqui nós cuidamos da bebê, passeamos, passávamos o dia inteiro com a criança. Fomos no Lago do Amor, fomos com minha mãe e a bebê na Ufac. Tiramos fotos juntos e fomos fazer o DNA juntos. Marquei consulta com o oftalmologista, porque ela disse que tinha a bebê um problema no olho. Eu fiz o melhor. Nos relacionávamos muito bem, eu tenho todas as provas aqui. Ela que por vezes deixava de falar da minha filha, e isso me gerava angústia.
ac24horas: Essa criança já teve algum problema de saúde?
Dheymersonn: No dia 18 [de fevereiro] ela ficou sem me dar notícia. Dias depois, quando apareceu, ela me disse que a minha filha quase morreu. Ela disse que a criança comeu, dormiu e que quando ela acordou já estava sem respiração. Ela disse que ressuscitou a minha filha. Depois disso, a angústia foi tão grande que eu nem perguntei se ela havia levado a minha filha no médico.
ac24horas: O que você tem a dizer sobre esse leite? Me explica direito essa história. Ela tomava isso? A mãe dava esse leite? Como era essa suposta mamadeira? Vocês deram leite demais para a bebê?
Dheymersonn: O leite ela tomava, sim, artificial. Eu tenho como provar, eu tenho isso. Ela fala que eu dei duas mamadeiras para a criança. Duas mamadeiras é muito leite. O que ela tomou, na verdade, foram duas chuquinhas. E eu acredito que a minha mãe deu uma quantidade razoável que se dá a uma criança. Eu espero que a perícia faça um bom trabalho e encontre o problema que a minha filha tinha. Ela já tinha tido um episódio como esse. Ela quase morreu. E nem por isso eu responsabilizei a mãe dela. Eu até que poderia. O leite que eu dei à minha filha era o mesmo leite que ela dava: era o leite apropriado de zero a seis meses. Era o leite Nan. Ela foi alimentada no dia 07 e no dia 08 [de março].
ac24horas: É verdade que a criança chegou “molinha” em casa? Ela tomou alguma coisa? Essa criança foi dopada? Como foi isso?
Dheymersonn: Ela fez uma declaração muito triste, muito infeliz, dizendo que a menina tinha chegado molinha no dia 07. Ela tinha ficado uns dias comigo, aliás, algumas horas do dia, e eu sabia que eu tinha que voltar para a menina mamar. Eu sabia que não podia ficar direto com ela. E eu não ficava muito tempo.
ac24horas: Você teria coragem de matar uma criança inocente de três meses? Como você se sente sendo acusado desse crime tão bárbaro?
Dheymersonn: Deus me livre! Eu não como e não durmo se não for com remédio. Eu não sei explicar o sentimento que eu tenho – e começa a chorar-. Eu estou afastado do trabalho porque eu não tenho condições de trabalhar. Eu perdi a minha filha, perdi minha imagem, e estou sendo visto por todo mundo como um monstro. Eu não sei o por quê ela está fazendo isso, mas mas eu sei que vou mostrar a verdade. Eu tenho todas as provas como eu falei. No final de tudo isso, ela é quem vai responder! Eu perdi minha filha e estou passando por isso!
ac24horas: Você não acha que sua mãe poderia ter causado a morte dessa criança? Ela não pode ter dado leite demais à Maria Cecília?
Dheymersonn: De maneira nenhuma. A minha mãe quando soube, ela ficou foi feliz. Minha mãe amava essa menina assim como eu. A Micilene mesmo falava que ela ia estragar a criança porque dava carinho demais, dengo demais. Ela [Micilene] agradecia a minha mãe pelo carinho, pelo cuidado. A minha mãe veio pra cá justamente para isso: para cuidar de mim e da minha filha. De maneira nenhuma isso teria acontecido. Nunca!
ac24horas: Você tem medo de ser preso? O que você espera disso?
Dheymersonn: Eu não vou ser preso, porque eu não fiz isso. Porque a Micilene está mentindo. Se ela está desesperada, quer encontrar um culpado, eu não sei. Eu sei que cuidei da minha filha da melhor maneira que eu pude. No dia, quando eu falei com a minha mãe, ela estava em desespero. Eu tinha ido no shopping comprar frauda, e voltei voando. Eu não sei porque a Micilene está fazendo isso. Eu socorri a minha filha, eu fiz o melhor que eu podia por ela. Agora, vem a Micilene dizer que eu fiz tudo isso. Eu não mateia a minha filha. Eu tenho medo do que as pessoas podem fazer quando me encontrarem. Eu não matei a minha filha.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
ACRE
Reitora da Ufac discute comissão para plano de carreira dos TAEs — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
2 horas atrásem
2 de junho de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, reuniu-se com a Comissão Interna de Supervisão (CIS) do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE) para tratar do trabalho desenvolvido pela comissão. A reunião ocorreu na sexta-feira, 30, no gabinete da Reitoria.
A CIS é uma comissão permanente vinculada à Reitoria com o objetivo de assessorar a gestão, trabalhando o acompanhamento, a fiscalização, a avaliação da implementação do PCCTAE, bem como de manter uma constante interação com as políticas e diretrizes da Comissão Nacional de Supervisão do plano.
“Recebemos hoje a CIS, que está se estruturando e elaborando seu regimento para que possamos aprovar no Conselho Universitário”, disse Guida. “Ações importantes já ocorreram e em breve serão divulgadas aos técnico-administrativos.”
A CIS informou à reitora que está em processo de revisão e atualização do seu regimento interno. “Depois esse documento vai ser encaminhado ao Conselho Universitário para aprovação”, contou a coordenadora do CIS, Sirley Resende. “A partir disso, vamos ter bem definidas e alinhadas as atribuições da comissão.”
(Tales Gabriel, estagiário Ascom/Ufac)
Relacionado
ACRE
Ufac realiza curso de sobrevivência em campo e áreas de desastres — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
2 horas atrásem
2 de junho de 2025
A Ufac promoveu o curso de extensão Raciocínio Quantitativo e Técnicas de Segurança em Campo e em Desastres, coordenado pelo professor Rodrigo Serrano, tendo como instrutor o professor Foster Brown. As atividades ocorreram de 26 a 30 de maio, no Viveiro da Ufac, campus-sede, reunindo estudantes dos cursos de graduação em Ciências Biológicas e Engenharia Florestal, além de alunos de pós-graduação dos programas Bionorte, Geografia e Ciências Florestais.
Os participantes iniciaram com exercícios básicos de calibração do passo e da extensão do braço, habilidades usadas para estimativas de distâncias e áreas em ambientes onde o uso de instrumentos pode ser limitado. Esses conhecimentos foram aplicados em atividades práticas, como a estimativa de quanto tempo a água de um açude poderia suprir as necessidades de mil pessoas durante uma seca.
Os alunos também fizeram exercícios físicos e psicológicos de resistência, testando seus limites em caminhadas longas e na prática de natação de sobrevivência, o que serve para atuação em áreas remotas ou afetadas por desastres. Membros do Corpo de Bombeiros Militar do Acre administraram aulas de reanimação cardiopulmonar e forneceram segurança durante a prova de natação de sobrevivência.
Além disso, representantes das Defesas Civis Estadual e Municipal compartilharam experiências sobre como treinamentos acadêmicos como esse contribuem para o aprimoramento das ações de resposta e preparação para desastres na região amazônica.
Segundo os organizadores, a iniciativa demonstra o compromisso da Ufac em formar profissionais com competências interdisciplinares, cada vez mais necessárias diante das mudanças climáticas e dos riscos ambientais.
Relacionado
ACRE
Ufac inaugura laboratório voltado à biodiversidade e bioeconomia — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
12 horas atrásem
2 de junho de 2025
O programa de pós-graduação em Produção Vegetal, da Ufac, inaugurou o Laboratório de Estudos Integrados em Biodiversidade e Economia da Amazônia (Leibe), no Bloco dos Doutorados. O espaço é voltado à promoção da ciência, inovação e saberes tradicionais em benefício da Amazônia e seus povos. A cerimônia de inauguração ocorreu na quarta-feira, 28.
A implantação do Leibe foi viabilizada com apoio de emenda parlamentar, no valor de R$ 100 mil, do senador Sérgio Petecão (PSD-AC), o que permitiu a estruturação inicial do local e a aquisição de equipamentos modernos e adequados às necessidades de pesquisas em diversas áreas da biotecnologia, com destaque para bioprospecção de produtos naturais, microbiologia, biologia molecular e bioinformática.
O laboratório nasce com a missão de transformar conhecimento científico em soluções práticas e sustentáveis para o desenvolvimento regional. “A floresta é fonte de vida, saber e inovação”, disse a reitora Guida Aquino. “Com ciência e responsabilidade, transformamos biodiversidade em desenvolvimento. Este laboratório é um passo firme nesse caminho.”
Além disso, o Leibe foi idealizado com o propósito de respeitar os saberes dos povos originários e das comunidades tradicionais. “Queremos identificar espécies amazônicas com potencial ainda pouco explorado e transformá-las em oportunidades para a bioeconomia local”, explicou a professora Almecina Balbino.
Para a professora Marilene Santos, o Leibe representa um compromisso com a preservação da floresta. “Com a valorização dos conhecimentos ancestrais e com a construção de um futuro mais justo, sustentável e conectado com a nossa identidade amazônica”, destacou.
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- ACRE12 horas ago
Ufac inaugura laboratório voltado à biodiversidade e bioeconomia — Universidade Federal do Acre
- ACRE2 horas ago
Ufac realiza curso de sobrevivência em campo e áreas de desastres — Universidade Federal do Acre
- ACRE2 horas ago
Reitora da Ufac discute comissão para plano de carreira dos TAEs — Universidade Federal do Acre