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Polícia da Moldávia explica como a Rússia se intrometeu nas últimas pesquisas – DW – 30/10/2024

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8 meses atrásem
No final da noite de 20 de outubro, logo após as urnas para a eleição presidencial e UE referendo em Moldávia havia fechado, o presidente Maia Sandu, de rosto impassível, dirigiu-se brevemente aos repórteres.
Houve, disse ela, um “ataque sem precedentes à liberdade e à democracia em nosso país”.
O presidente pró-Ocidente da Moldávia prosseguiu dizendo que fraude nas eleições e no referendo aconteceram numa “escala sem precedentes” e foram feitas tentativas de comprar até 300.000 votos.
Sandu falou por apenas 90 segundos e saiu sem responder perguntas.
As pesquisas de opinião erraram
Neste momento, estava a tornar-se evidente que Sandu seria o vencedor claro na primeira volta das eleições presidenciais.
Ficou também claro que os seus oponentes predominantemente pró-Rússia tinham recebido consideravelmente mais votos do que as sondagens de opinião indicavam.
Quanto aos resultados do referendo sobre a UE, olhou para o momento da breve conferência de imprensa do presidente como se as sondagens de opinião tivessem estado muito erradas: os primeiros resultados sugeriram que uma clara maioria dos eleitores moldavos tinha rejeitado os planos do governo de consagrar a sua ambição de aderir à UE na constituição.
Na manhã seguinte, porém, as coisas pareciam muito diferentes. Graças aos votos da diáspora moldava, o campo pró-UE conseguiu mudar a situação, vencendo por uma maioria tênue. No entanto, o resultado final diferiu muito das previsões das pesquisas.
A Moldávia está profundamente dividida ou os votos foram comprados?
Ao longo dos últimos nove dias, os observadores eleitorais têm-se perguntado se a divisão pró-UE/pró-Rússia na Moldávia é muito mais profunda do que o previsto ou se os resultados das eleições foram realmente, como afirmou Sandu, o resultado de uma fraude eleitoral sem precedentes.
A polícia moldava apresentou ao público os resultados das suas investigações no final da semana passada.
Altos funcionários da polícia afirmaram que a manipulação desempenhou um papel importante no resultado das duas eleições e que a fraude não tinha precedentes, não apenas em termos da sua escala, mas também em termos dos métodos utilizados, que nunca tinham sido vistos antes na Europa.
Aplicativo de banco russo usado para pagamentos
Segundo o chefe da polícia do país, Viorel Cernauteanu, um grupo criminoso com ligações ao empresário moldavo nascido em Israel, Ilan Shor, que agora vive em Rússiaenvolveu desde abril deste ano cerca de 138 mil cidadãos moldavos numa rede que procurava comprar votos eleitorais.
Foram abertas contas no Promsvyazbank russo (PSB) para essas 138 mil pessoas. O PSB, que já foi um banco privado, mas é estatal desde 2018, é considerado o banco da indústria de armamentos russa e já estava sujeito a sanções ocidentais antes mesmo A Rússia lançou a sua guerra em grande escala contra a Ucrânia.
Os cidadãos moldavos puderam utilizar uma aplicação do PSB para aceder ao dinheiro pago nas suas contas do PSB em troca dos seus votos e dos votos dos seus familiares.
A polícia afirma que os indivíduos receberam o equivalente a cerca de 100 euros (108 dólares) por um voto a favor de um candidato pró-Rússia nas eleições presidenciais ou por um voto contra a ambição da Moldávia de aderir à UE no referendo da UE.
Pagamentos em dinheiro também usados
O dinheiro também foi pago por centenas dos chamados “coordenadores locais”, que foram encarregados de verificar se as pessoas do seu respectivo grupo tinham efectivamente votado da forma que haviam prometido.
Os eleitores em questão poderiam comprovar o seu voto tirando uma fotografia do seu boletim de voto na cabine de votação.
A Polícia da Moldávia registou cerca de 1,4 milhões de transações através da aplicação PSB por pessoas que vivem na República da Moldávia desde abril. A maior parte do dinheiro — aproximadamente 39 milhões de dólares (36 milhões de euros) no total — foi transferida para contas do PSB pertencentes a cidadãos moldavos nas semanas que antecederam as eleições e o referendo.
Dez por cento dos eleitores na Moldávia envolvidos
Estima-se que, além das 138 mil pessoas que supostamente usaram o aplicativo, outras duas a quatro pessoas por usuário estiveram envolvidas – a maioria das quais eram familiares do usuário.
Só o número de utilizadores da aplicação representa mais de 10% dos eleitores que votaram dentro da Moldávia – ou seja, não membros da diáspora moldava.
Polícia acusa Ilan Shor
Falando numa conferência de imprensa na quinta-feira passada, o Chefe da Polícia Cernauteanu afirmou inequivocamente que “a campanha de corrupção eleitoral foi organizada por membros da organização criminosa de Ilan Shor”.
Shor, que fugiu para Israel em 2019, foi condenado a 15 anos de prisão pelo seu papel de liderança no que ficou conhecido na Moldávia como o “roubo do século”, onde aproximadamente mil milhões de euros foram roubados do sistema bancário da Moldávia através de uma estrutura de empréstimos complexa entre 2012 e 2014.
Shor mudou-se de Israel para a Rússia no início de 2024. Ele foi sancionado pelos EUA e pela UE, e um mandado da Interpol foi emitido para sua prisão. A Rússia recusa-se a extraditá-lo.
Shor ainda politicamente ativo no exterior
Apesar de ter fugido da Moldávia, Shor ainda é politicamente activo na pequena e antiga república soviética. O seu primeiro partido, o Partido Sor (Shor), foi banido em 2023, assim como outros partidos fundados posteriormente pelo empresário fugitivo.
Durante anos, Shor financiou campanhas anti-europeias e pagou pessoas para participarem em protestos pró-Rússia na Moldávia.
Foi também co-responsável por uma série de enormes campanhas de desinformação no período que antecedeu as recentes eleições. Uma das narrativas divulgadas nestas campanhas foi que a integração na UE significaria que a Moldávia seria arrastada pela NATO para uma guerra contra a Rússia.
Quando as autoridades descobriram o esquema de fraude?
Segundo a polícia moldava, importantes dados técnicos detalhes sobre a fraude eleitoral só foram descobertos pelos investigadores poucos dias antes de o país ir às urnas. Há, no entanto, dúvidas se este foi realmente o caso.
Afinal, a própria Presidente Sandu disse no dia seguinte às eleições que o Judiciário não tinha feito o suficiente para evitar a fraude. Ela deu a entender que a corrupção generalizada era responsável pelo facto de tal interferência eleitoral ter sido possível, em primeiro lugar.
O procurador-geral Ion Munteanu foi um passo além, acusando os serviços secretos russos de terem desenvolvido o mecanismo usado para comprar votos através do aplicativo PSB.
Ele prosseguiu, dizendo que peritos e especialistas da Moldávia que anteriormente trabalharam como “policiais, juízes, procuradores públicos e advogados” ajudaram a estabelecer o mecanismo em todo o país.
Segundo turno eleitoral em 3 de novembro
O país voltará às urnas neste domingo para o segundo turno das eleições presidenciais.
Maia Sandu continua sendo a favorita à vitória — como foi no primeiro turno. No entanto, o seu adversário na segunda volta, Alexandr Stoianoglo, poderia obter os votos de outros candidatos que não obtiveram tão bons votos como ele. Pode acabar sendo uma corrida muito acirrada.
Stoianoglo, que ficou bem atrás de Sandu no primeiro turno, é um ex-procurador-geral que foi destituído do cargo após acusações de corrupção em 2021. Stoianoglo tem o apoio do Partido dos Socialistas da República, pró-Rússia e anti-UE da Moldávia (PSRM).
Embora ele próprio não tenha se manifestado diretamente contra a adesão da Moldávia à UE ou a favor de qualquer aliança formal com a Rússia, enfatizou que Chisinau deveria manter laços estreitos com a Rússia.
Apesar de tudo isto, Sandu evitou até agora acusar diretamente a Rússia de estar por trás da fraude. Ela apenas falou de “bandidos” e obviamente espera que isso seja suficiente para persuadir os eleitores céticos e indecisos a apoiá-la nas urnas no dia 3 de novembro.
Este artigo foi publicado originalmente em alemão.
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MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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