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Política e fome: Gaza toma conhecimento da decisão de Israel de proibir a UNRWA | Notícias das Nações Unidas

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8 meses atrásem
Até esta manhã, Hussam Abu Ghaban, de 38 anos, não tinha ouvido falar da decisão do Knesset israelita de proibir a agência da ONU responsável pelo bem-estar da sua família.
Agora, com o Knesset israelita a aprovar dois projetos de lei que proíbem a agência de Israel e impedem a sua capacidade de trabalhar em Gaza, a família não sabe o que fazer.
Alguém no campo próximo, operado pela Agência de Assistência e Obras da ONU (UNRWA), tinha mencionado isso, mas Abu Ghaban não sabia do que acabou por ser um voto esmagador do Knesset a favor da proibição, apesar da indignação internacional.
‘As pessoas passariam fome’
A preocupação no rosto de Abu Ghaban era inevitável enquanto ele avaliava a notícia. Ele, a sua esposa Ola e os seus oito filhos fugiram do campo de refugiados de Shati, no norte da Faixa de Gaza, no início de Novembro, para as proximidades relativamente seguras de um campo em Deir el-Balah mantido pela UNRWA.
Superlotado e com poucos recursos, o campo representa um pequeno apoio aos 1,9 milhões de pessoas deslocadas em Gaza.
“O apoio da UNRWA tem sido crucial”, disse Abu Ghaban a um tradutor.
“Eles fornecem serviços essenciais, como saúde, educação e alimentação, bem como administram o acampamento”, disse ele, descrevendo como a família de 10 pessoas, reduzida a viver em uma tenda, dependia da agência da ONU para o número cada vez menor de itens essenciais que passar pelos postos de controle israelenses.
Abu Ghaban não sabia como a família sobreviveria sem o apoio que a agência da ONU tem dado a gerações deles desde que foram desenraizados da sua aldeia de Hiribya para dar lugar ao novo estado de Israel na Nakba (catástrofe) de 1948.

Desde então, impedidos de regressar por Israel, a sua deslocação tornou-se geracional.
Abu Ghaban lutou para imaginar a vida sob os ataques brutais de Israel a Gaza sem o apoio da ONU.
“Os refugiados lutariam para sobreviver”, disse ele. “As pessoas passariam fome e isso poderia levar ao aumento da violência”, disse ele sobre um enclave que descreveu como já dominado pela fome, pelo medo e pela instabilidade.
A vida já é difícil, disse ele. Não havia espaço no acampamento oficial quando chegaram. Agora eles existem na sua periferia, embora ainda sob os cuidados da ONU.
Abu Ghaban apontou para a folha de plástico que a UNRWA tinha fornecido para cobrir a sua tenda. Ele ainda não tinha nada que tornasse o chão de terra áspero seguro para seus filhos, o mais novo com apenas seis anos.
A vida em Deir el-Balah já é bastante difícil para os jovens, explicou Abu Ghaban. “Eles agora são forçados a se concentrar apenas na sobrevivência, mas posso ver que ainda se lembram da vida anterior. As atividades recreativas da UNRWA ajudam a aliviar um pouco a tensão.
“As crianças ainda expressam suas esperanças através do desenho”, disse ele, apontando para o esboço infantil na parede da tenda de uma família voltando para casa.

A impotência da ajuda
A legislação que poderá travar grande parte da ajuda prestada à família Abu Ghaban tornar-se-á lei 90 dias após o ministro das Relações Exteriores de Israel informa a ONU.
Além disso, sem nenhuma agência humanitária alternativa prevista na legislação para substituir a UNRWA, as consequências para aqueles que estão presos em Gaza serão catastróficas.
Dentro do enclave, a UNRWA actua como o que o seu porta-voz Jonathan Fowler descreveu como a “espinha dorsal” da operação humanitária internacional em Gaza.
Sem a UNRWA, essa operação de ajuda em Gaza seria desfeita, disse ele.
Em Gaza, a situação nunca foi tão desesperadora. Na região norte, com acesso estritamente controlado pelos militares israelenses, a fome paira sobre todos à medida que as preocupações internacionais sobre um cerco à área, negado pelo governo israelita, continuam a crescer.

Caso a capacidade da UNRWA de operar no território fosse interrompida, a prestação da assistência limitada que ainda penetra partes de Gaza também seria interrompida, disse Fowler à Al Jazeera.
“Tal movimento de um estado membro da ONU contra uma organização mandatada pela Assembleia Geral da ONU é sem precedentes e perigoso”, disse Fowler.
“Isso… viola as obrigações do Estado de Israel sob o direito internacional… (e) seria um revés para os esforços de paz sustentáveis e para alcançar uma solução diplomática para o conflito israelo-palestiniano de décadas”, acrescentou.
“Não resistir às tentativas de intimidar e minar as Nações Unidas no território palestiniano ocupado acabará por comprometer o trabalho humanitário e de direitos humanos em todo o mundo.”
A política da fome
A campanha de longa data de Israel contra a UNRWA intensificou-se durante a guerra de Israel em Gaza e inclui uma lista de acusações ainda não comprovadas de apoio aos combatentes do Hamas.
Durante todo o tempo, a UNWRA esforçou-se por trabalhar no terreno em Gaza para ajudar a mitigar os efeitos de uma campanha militar israelita. considerado pelo Tribunal Internacional de Justiça na sua decisão de Janeiro um potencial caso de genocídio.
No entanto, euface à pressão internacional, sem paralelo durante os 13 meses de guerra total em Gazao Knesset israelita votou esmagadoramente pela proibição da agência, potencialmente colapsando toda a frágil rede de ajuda que até agora conseguiu sustentar o que resta da população de Gaza.
Até mesmo o aliado mais próximo de Israel, os Estados Unidos, reconheceu a gravidade da situação. Falando no início desta semana, um funcionário do Departamento de Estado reconheceu tanto a terrível situação humanitária em Gaza, especialmente no norte, como o papel da UNRWA na sua mitigação.
Uma das redatoras da legislação israelense que proíbe a UNRWA, Yulia Malinovsky, rejeitou as preocupações dos EUA, que forneceram a Israel cobertura diplomática inabalável e armamento durante a sua guerra em Gaza, como representando uma interferência inaceitável nos assuntos internos de Israel.

“Parabenizo e agradeço aos membros do Knesset de todo o espectro político por aprovarem as leis que esta noite puseram fim à contínua desgraça da cooperação com a UNRWA”, o provocador de extrema direita e ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, disse.
“Quem prejudicar a segurança do Estado de Israel, o Estado de Israel irá prejudicá-lo”, acrescentou.
“Essa lei não era popular apenas em Israel – o fato de ela ser aprovada era considerado um simples fato”, disse Ori Goldberg, analista de Tel Aviv, à Al Jazeera.
“Era óbvio. Isto une Israel oficial e não oficial na sua completa indiferença à situação dos palestinos.”
Goldberg continuou, descrevendo as motivações subjacentes à legislação como mais sinistras do que aquilo que chamou de “ódio” ao movimento de colonos de Israel que procurava desapropriar e até matar palestinianos.
“Isso é muito pior”, disse ele, “isso é indiferença. Israel simplesmente não se importa com os palestinos.”
Falando do desafio do Knesset face aos apelos internacionais à contenção, Goldberg disse: “Demos um passo mais perto do objectivo final de Israel, alcançar total impunidade para tudo o que quiser fazer, quando quiser, livre de a comunidade internacional.”
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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