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Por que a Autoridade Palestina está invadindo o acampamento de Jenin, lutando contra as Brigadas de Jenin? | Cisjordânia ocupada

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7 meses atrásem
Há combates no campo de refugiados de Jenin entre as forças da Autoridade Palestina (AP), que invadiram o campo, e os combatentes das Brigadas de Jenin.
Jenin ocupa um lugar especial nos corações e mentes das pessoas que vivem sob a ocupação israelita na Cisjordânia.
Aqui está o que sabemos até agora:
O que está acontecendo em Jenin?
Depois de cinco dias cercando o campo de refugiados de Jenin, as forças da Autoridade Palestina o atacaram, trocando tiros com combatentes das Brigadas de Jenin.
A AP matou um comandante das Brigadas Jenin chamado Yazid Ja’ayseh e feriu várias pessoas.
A Autoridade Palestina também matou o palestino Rahbi Shalabi, de 19 anos, durante confrontos com combatentes em Jenin.
Após os confrontos que mataram Shalabi e feriram um parente seu de 16 anos, o Hamas condenou as forças de segurança da AP.
A luta continua.
O que é o campo de refugiados de Jenin?
Poderá perguntar-se como é que os palestinianos são alojados em “campos de refugiados” nas suas terras.
A resposta é que as pessoas que vieram para o campo de Jenin em 1953 tinham sido etnicamente limpas das suas casas em 1948 pelas milícias sionistas para abrir caminho ao estabelecimento do Estado de Israel sobre as ruínas das aldeias palestinianas.
O campo tem sido um reduto de grupos armados que se opõem à ocupação de Israel há décadas, o que lhe confere um lugar especial em muitos corações e mentes.
Também tem havido repressões crescentes por parte das forças israelitas e agora da AP, que está envolvida na coordenação de segurança com Israel.
Israel lançou uma grande operação de 10 dias no campo e noutros locais em Agosto, matando e ferindo dezenas de pessoas.
Durante os ataques ao longo dos anos, as forças israelitas destruíram bairros inteiros em Jenin, alegando que albergavam combatentes e punindo os civis que lá vivem matando-os ou prendendo-os ou destruindo as suas casas.
Jenin é um dos 19 campos de refugiados na Cisjordânia ocupada e tem uma elevada taxa de pobreza e desemprego.
Quem são as Brigadas Jenin?
As Brigadas Jenin, também conhecidas como Batalhão Jenin, são um grupo guarda-chuva que inclui as Brigadas dos Mártires Al-Aqsa da Fatah, as Brigadas al-Quds da Jihad Islâmica e as Brigadas Qassam do Hamas, de acordo com o Conselho Europeu de Relações Exteriores.
Os grupos uniram-se contra a ocupação israelita no campo, local de severa repressão durante e desde a segunda Intifada.
O que é o PA?
A Autoridade Palestina é um órgão governamental que tem autoridade administrativa parcial sobre partes da Cisjordânia ocupada.
A AP é dominada pelo partido Fatah, grupo fundado por Yasser Arafat.

Espere, então os combatentes do Fatah estão lutando contra as forças da AP?
Nesta luta, a facção armada da Fatah, as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa em Jenin, luta contra as forças invasoras da AP.
Isto não é novo. Em Jenin, o braço armado da Fatah desenvolveu-se à parte da AP, de uma forma que tem em conta as considerações locais.
Em 2022, a revista +972 escreveu que as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa são agora “virtualmente independentes da Fatah (e)…estão a cooperar com outras milícias armadas nos campos de refugiados para apresentar uma frente unida contra a intensificação das incursões israelitas”.
“As Brigadas Al-Aqsa não estão ligadas ao partido – nem através de ajuda financeira nem de mobilização política”, disse o analista político Jihad Harb ao +972 na altura.
“(Dentro do campo, as famílias pertencentes a diferentes partidos estão agora, na sua maioria, relacionadas através do casamento, por isso não é fácil separá-las umas das outras ou de serem recipientes de recursos alcançáveis, como armas de fogo.”

Qual é o problema da AP com Jenin?
A Autoridade Palestina prendeu vários combatentes da resistência no início deste mês.
O porta-voz da AP, Brigadeiro-General Anwar Rajab, disse que esta última operação, chamada Proteger a Pátria, foi lançada para “erradicar a sedição e o caos” na Cisjordânia.
A coligação de grupos de resistência dos Comités de Resistência Popular (RPC) condenou o assassinato de Ja’ayseh como “uma grave violação de todas as normas e tradições nacionais… em linha com a agenda sionista que visa eliminar a resistência na Cisjordânia”.
A RPC desaprova a colaboração da AP em questões de segurança e a sua abordagem conciliatória em relação a Israel.
Os Acordos de Oslo, assinados pelo então líder do Fatah, Arafat, levaram à criação da AP em 1994, destinada a garantir que eles cuidariam da segurança no território palestiniano.
A medida foi amplamente criticada na altura por alguns intelectuais palestinianos, como Edward Said, e por facções palestinianas, como o Hamas, por desistir da resistência armada sem criar um Estado palestiniano definitivo.
Historicamente, as Brigadas Jenin têm trabalhado para evitar o confronto directo com a AP, voltando antes o seu foco para a ocupação israelita.
Mas a Autoridade Palestina tem reprimido recentemente, inclusive prendendo membros das Brigadas e conduzindo esta operação.
Quantas pessoas foram mortas?
Pelo menos uma pessoa morreu e várias ficaram feridas.
A AP cercou o acampamento há cinco dias e os combates começaram na madrugada de sábado.
Fontes disseram à Al Jazeera que as forças da AP também cercaram o Hospital Governamental de Jenin, revistaram ambulâncias e invadiram o Hospital Especializado Ibn Sina.
Qual é o significado deste evento?
Jenin é o centro da resistência na Cisjordânia. Quase todas as famílias ou casas da cidade perderam alguém nas mãos das forças israelenses.
“Esses grupos (em Jenin) começaram como um mecanismo de defesa da comunidade, então quanto mais violentos os ataques de Israel se tornavam e quanto mais sistêmicos, maiores esses grupos cresciam”, disse Tahani Mustafa, especialista em Israel-Palestina do International Crisis Group, a Al. Jazeera no início deste ano.
Mas os confrontos significam uma mudança na política após extensa pressão, naquilo que as Brigadas Jenin consideram ser um esforço para extinguir a resistência armada.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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