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Por que a Autoridade Palestina está invadindo o acampamento de Jenin, lutando contra as Brigadas de Jenin? | Cisjordânia ocupada
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11 meses atrásem
Há combates no campo de refugiados de Jenin entre as forças da Autoridade Palestina (AP), que invadiram o campo, e os combatentes das Brigadas de Jenin.
Jenin ocupa um lugar especial nos corações e mentes das pessoas que vivem sob a ocupação israelita na Cisjordânia.
Aqui está o que sabemos até agora:
O que está acontecendo em Jenin?
Depois de cinco dias cercando o campo de refugiados de Jenin, as forças da Autoridade Palestina o atacaram, trocando tiros com combatentes das Brigadas de Jenin.
A AP matou um comandante das Brigadas Jenin chamado Yazid Ja’ayseh e feriu várias pessoas.
A Autoridade Palestina também matou o palestino Rahbi Shalabi, de 19 anos, durante confrontos com combatentes em Jenin.
Após os confrontos que mataram Shalabi e feriram um parente seu de 16 anos, o Hamas condenou as forças de segurança da AP.
A luta continua.
O que é o campo de refugiados de Jenin?
Poderá perguntar-se como é que os palestinianos são alojados em “campos de refugiados” nas suas terras.
A resposta é que as pessoas que vieram para o campo de Jenin em 1953 tinham sido etnicamente limpas das suas casas em 1948 pelas milícias sionistas para abrir caminho ao estabelecimento do Estado de Israel sobre as ruínas das aldeias palestinianas.
O campo tem sido um reduto de grupos armados que se opõem à ocupação de Israel há décadas, o que lhe confere um lugar especial em muitos corações e mentes.
Também tem havido repressões crescentes por parte das forças israelitas e agora da AP, que está envolvida na coordenação de segurança com Israel.
Israel lançou uma grande operação de 10 dias no campo e noutros locais em Agosto, matando e ferindo dezenas de pessoas.
Durante os ataques ao longo dos anos, as forças israelitas destruíram bairros inteiros em Jenin, alegando que albergavam combatentes e punindo os civis que lá vivem matando-os ou prendendo-os ou destruindo as suas casas.
Jenin é um dos 19 campos de refugiados na Cisjordânia ocupada e tem uma elevada taxa de pobreza e desemprego.
Quem são as Brigadas Jenin?
As Brigadas Jenin, também conhecidas como Batalhão Jenin, são um grupo guarda-chuva que inclui as Brigadas dos Mártires Al-Aqsa da Fatah, as Brigadas al-Quds da Jihad Islâmica e as Brigadas Qassam do Hamas, de acordo com o Conselho Europeu de Relações Exteriores.
Os grupos uniram-se contra a ocupação israelita no campo, local de severa repressão durante e desde a segunda Intifada.
O que é o PA?
A Autoridade Palestina é um órgão governamental que tem autoridade administrativa parcial sobre partes da Cisjordânia ocupada.
A AP é dominada pelo partido Fatah, grupo fundado por Yasser Arafat.

Espere, então os combatentes do Fatah estão lutando contra as forças da AP?
Nesta luta, a facção armada da Fatah, as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa em Jenin, luta contra as forças invasoras da AP.
Isto não é novo. Em Jenin, o braço armado da Fatah desenvolveu-se à parte da AP, de uma forma que tem em conta as considerações locais.
Em 2022, a revista +972 escreveu que as Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa são agora “virtualmente independentes da Fatah (e)…estão a cooperar com outras milícias armadas nos campos de refugiados para apresentar uma frente unida contra a intensificação das incursões israelitas”.
“As Brigadas Al-Aqsa não estão ligadas ao partido – nem através de ajuda financeira nem de mobilização política”, disse o analista político Jihad Harb ao +972 na altura.
“(Dentro do campo, as famílias pertencentes a diferentes partidos estão agora, na sua maioria, relacionadas através do casamento, por isso não é fácil separá-las umas das outras ou de serem recipientes de recursos alcançáveis, como armas de fogo.”

Qual é o problema da AP com Jenin?
A Autoridade Palestina prendeu vários combatentes da resistência no início deste mês.
O porta-voz da AP, Brigadeiro-General Anwar Rajab, disse que esta última operação, chamada Proteger a Pátria, foi lançada para “erradicar a sedição e o caos” na Cisjordânia.
A coligação de grupos de resistência dos Comités de Resistência Popular (RPC) condenou o assassinato de Ja’ayseh como “uma grave violação de todas as normas e tradições nacionais… em linha com a agenda sionista que visa eliminar a resistência na Cisjordânia”.
A RPC desaprova a colaboração da AP em questões de segurança e a sua abordagem conciliatória em relação a Israel.
Os Acordos de Oslo, assinados pelo então líder do Fatah, Arafat, levaram à criação da AP em 1994, destinada a garantir que eles cuidariam da segurança no território palestiniano.
A medida foi amplamente criticada na altura por alguns intelectuais palestinianos, como Edward Said, e por facções palestinianas, como o Hamas, por desistir da resistência armada sem criar um Estado palestiniano definitivo.
Historicamente, as Brigadas Jenin têm trabalhado para evitar o confronto directo com a AP, voltando antes o seu foco para a ocupação israelita.
Mas a Autoridade Palestina tem reprimido recentemente, inclusive prendendo membros das Brigadas e conduzindo esta operação.
Quantas pessoas foram mortas?
Pelo menos uma pessoa morreu e várias ficaram feridas.
A AP cercou o acampamento há cinco dias e os combates começaram na madrugada de sábado.
Fontes disseram à Al Jazeera que as forças da AP também cercaram o Hospital Governamental de Jenin, revistaram ambulâncias e invadiram o Hospital Especializado Ibn Sina.
Qual é o significado deste evento?
Jenin é o centro da resistência na Cisjordânia. Quase todas as famílias ou casas da cidade perderam alguém nas mãos das forças israelenses.
“Esses grupos (em Jenin) começaram como um mecanismo de defesa da comunidade, então quanto mais violentos os ataques de Israel se tornavam e quanto mais sistêmicos, maiores esses grupos cresciam”, disse Tahani Mustafa, especialista em Israel-Palestina do International Crisis Group, a Al. Jazeera no início deste ano.
Mas os confrontos significam uma mudança na política após extensa pressão, naquilo que as Brigadas Jenin consideram ser um esforço para extinguir a resistência armada.
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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