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Por que a carne moída foi recolhida nos EUA devido a uma possível contaminação por E. coli? | Notícias explicativas

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Os Estados Unidos têm registado uma série de surtos de E. coli em produtos que vão desde cebolas até, mais recentemente, carne moída.

Mais de 167.000 libras (75,75 toneladas) de carne moída foram recolhidas depois que pessoas adoeceram por comer hambúrgueres em restaurantes com um fornecedor de carne comum.

Aqui está o que você deve saber sobre o surto atual e as bactérias.

O que é E. coli e é perigosa?

Escherichia coli, comumente abreviada para E coli, é uma bactéria encontrada no meio ambiente, nos intestinos de pessoas e animais e em alimentos. Embora a maioria das cepas sejam inofensivas, algumas, como a E coli O157:H7, podem causar doenças graves e até a morte.

Esta cepa produz toxinas que podem causar sintomas e complicações gastrointestinais graves, incluindo danos aos vasos sanguíneos dos rins. Crianças, idosos e indivíduos imunocomprometidos são especialmente vulneráveis ​​à E. coli.

O que sabemos sobre as recentes infecções e vítimas?

Entre 2 e 14 de novembro, pelo menos 19 pessoas em Minnesota adoeceram por comerem carne contaminada com E. coli. Isso levou a um recall nacional de quase 76 toneladas de carne moída pela Wolverine Packing Co., com sede em Detroit.

A carne contaminada, distribuída em restaurantes em todo o país, foi atribuída a hambúrgueres servidos em Red Cow e Hen House Eatery em Minnesota. Nenhum caso foi relatado fora do estado e a investigação está em andamento.

Quatro indivíduos foram hospitalizados, incluindo duas pessoas que desenvolveram complicações renais graves.

“O problema foi descoberto quando o FSIS foi notificado pelo Departamento de Agricultura de Minnesota sobre um grupo de pessoas doentes que relataram ter consumido carne moída antes da doença”, disse o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura dos EUA (FSIS).

As autoridades de Minnesota disseram que uma amostra da Wolverine Packing Co testou positivo para E. coli (Ed White/AP Photo)

No final de outubro, em um surto separadocebolas picadas da Taylor Farms, com sede na Califórnia, que são usadas no McDonald’s Quarter Pounders, foram confirmadas pela Food and Drug Administration dos EUA como sendo a fonte de uma infecção por E. coli.

Pelo menos 104 pessoas em 14 estados adoeceram. Trinta e quatro deles foram hospitalizados, quatro desenvolveram doença renal potencialmente fatal e uma pessoa morreu no Colorado.

O Departamento de Agricultura do Colorado descartou os hambúrgueres de carne bovina como causa do surto. O McDonald’s também removeu temporariamente os Quarter Pounders de um quinto dos seus 14 mil restaurantes nos EUA, por precaução.

Como a E. coli contamina a carne e os produtos?

A E. coli pode contaminar a carne durante o abate e processamento de animais. As bactérias, que estão naturalmente presentes nos intestinos de bovinos saudáveis, podem espalhar-se para a carne se o conteúdo intestinal ou matéria fecal entrar em contacto com a carcaça. Este risco aumenta durante o manuseio inadequado ou saneamento insuficiente nos matadouros.

A carne moída é especialmente suscetível porque combina carne de vários animais, aumentando a probabilidade de contaminação.

Para os produtos agrícolas, a contaminação ocorre quando os vegetais entram em contacto com a água ou o solo que transporta E. coli durante a colheita, processamento ou manuseamento.

Por exemplo, a água escoada que flui através das explorações pecuárias, muitas vezes após a chuva, pode transportar poluentes como resíduos animais para sistemas de irrigação ou outras fontes de água, como rios, potencialmente espalhando bactérias como a E. coli às culturas.

Carne moída
Carne moída é exposta à venda em um mercado em Washington, DC (J Scott Applewhite/AP Photo)

Como a E. coli nos alimentos infecta os humanos?

Após o consumo de alimentos contaminados com E. coli, as bactérias entram no sistema digestivo e fixam-se no revestimento do intestino.

Cepas como E coli O157:H7 liberam toxinas que danificam as paredes intestinais e causam sintomas como cólicas abdominais.

Os seres humanos também podem contrair E. coli ao beber ou nadar em água contaminada, ao contato direto com uma pessoa infectada, ao manusear animais ou carne infectados, ao tocar em superfícies contaminadas ou ao consumir leite e sucos não pasteurizados.

A pasteurização envolve o aquecimento de alimentos ou líquidos a uma temperatura específica para matar bactérias nocivas e, ao mesmo tempo, preservar a qualidade do produto.

Quando não são praticadas medidas adequadas de higiene e segurança alimentar, como lavar as mãos e limpar superfícies, o risco de infecção aumenta.

Cozinhar mata a E. coli nos alimentos?

Sim, a E. coli pode ser morta cozinhando alimentos a uma temperatura de pelo menos 71 graus Celsius (160 graus Fahrenheit).

Os produtos crus, quando não manuseados ou limpos adequadamente, correm risco de contaminação. O manuseio seguro envolve:

  • Enxaguar frutas e vegetais para eliminar bactérias superficiais que possam vir do solo ou da água. A carne não deve ser enxaguada – ela pode conter grandes quantidades de bactérias nocivas, que podem respingar em superfícies e alimentos próximos
  • Descartar as folhas externas de vegetais folhosos, como alface ou repolho, que têm maior probabilidade de transportar contaminantes
  • Garantir que facas, tábuas de corte e bancadas sejam higienizadas para evitar contaminação cruzada
  • Armazenar produtos e carne na temperatura recomendada

Quais são os primeiros sinais de uma infecção?

Os sintomas de uma infecção geralmente aparecem três a quatro dias após a exposição, mas pode levar até nove dias.

Os primeiros sinais incluem:

  • Diarréia, muitas vezes com sangue
  • Cólicas estomacais
  • Febre acima de 38,9°C (102°F)
  • Vômito
  • Em casos graves, sintomas como redução da micção e fadiga extrema podem indicar complicações renais.

Como são tratadas as infecções por E. coli?

A maioria das infecções se resolve sozinha dentro de cinco a sete dias.

O tratamento normalmente se concentra na hidratação para combater a desidratação induzida pela diarreia.

Os antibióticos são geralmente evitados, pois podem piorar os sintomas. Isto é porque antibióticos pode fazer com que a E. coli libere toxinas prejudiciais, que podem intensificar os sintomas e danificar os vasos sanguíneos.

Os antibióticos também podem perturbar o equilíbrio das bactérias boas no intestino, potencialmente retardando a recuperação.

Casos graves de infecção, especialmente aqueles que envolvem danos nos vasos renais, podem exigir hospitalização e diálise renal.

O que vem a seguir?

O FSIS disse estar “preocupado que algum produto possa estar em geladeiras ou freezers de restaurantes”. Aconselhou os restaurantes a descartarem produtos cárneos com data de validade de 14 de novembro de 2024 e produtos congelados com data de produção de 22 de outubro de 2024.

No geral, 167.277 libras (75.875 toneladas) de carne moída foram recolhidas.

A Wolverine Packing Co disse ao New York Post que está “conduzindo uma auditoria interna intensiva para revisar completamente os fornecedores e processos em vigor, incluindo medidas rigorosas de controle de qualidade”.

No caso do surto do McDonald’s, duas pessoas entraram com ações judiciais, cada uma pedindo um mínimo de US$ 50 mil em indenização.

No início de novembro, o McDonald’s também disse que estava investindo US$ 100 milhões para trazer os clientes de volta às lojas após o surto, incluindo US$ 65 milhões que irão diretamente para as franquias mais afetadas.



Leia Mais: Aljazeera

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

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Ufac sedia 10ª edição do Seminário de Integração do PGEDA — Universidade Federal do Acre

A Rede Educanorte é composta por universidades da região amazônica que ofertam doutorado em Educação de forma consorciada. A proposta é formar pesquisadores capazes de compreender e enfrentar os desafios educacionais da Amazônia, fortalecendo a pós-graduação na região.

Coordenadora geral da Rede Educanorte, a professora Fátima Matos, da Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou que o seminário tem como objetivo avaliar as atividades realizadas no semestre e planejar os próximos passos. “A cada semestre, realizamos o seminário em um dos polos do programa. Aqui em Rio Branco, estamos conhecendo de perto a dinâmica do polo da Ufac, aproximando a gestão da Rede da reitoria local e permitindo que professores, coordenadores e alunos compartilhem experiências”, explicou. Para ela, cada edição contribui para consolidar o programa. “É uma forma de dizer à sociedade que temos um doutorado potente em Educação. Cada visita fortalece os polos e amplia o impacto do programa em nossas cidades e na região Norte.”

Durante a cerimônia, o professor Mark Clark Assen de Carvalho, coordenador do polo Rio Branco, reforçou o papel da Ufac na Rede. “Em 2022, nos credenciamos com sete docentes e passamos a ser um polo. Hoje somos dez professores, sendo dois do Campus Floresta, e temos 27 doutorandos em andamento e mais 13 aprovados no edital de 2025. Isso representa um avanço importante na qualificação de pesquisadores da região”, afirmou.

Mark Clark explicou ainda que o seminário é um espaço estratégico. “Esse encontro é uma prática da Rede, realizado semestralmente, para avaliação das atividades e planejamento do que será desenvolvido no próximo quadriênio. A nossa expectativa é ampliar o conceito na Avaliação Quadrienal da Capes, pois esse modelo de doutorado em rede é único no país e tem impacto relevante na formação docente da região norte”, pontuou.

Representando a reitora Guida Aquino, o diretor de pós-graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), Lisandro Juno Soares, destacou o compromisso institucional com os programas em rede. “A Ufac tem se esforçado para estruturar tanto seus programas próprios quanto os consorciados. O Educanorte mostra que é possível, mesmo com limitações orçamentárias, fortalecer a pós-graduação, utilizando estratégias como captação de recursos por emendas parlamentares e parcerias com agências de fomento”, disse.

Lisandro também ressaltou os impactos sociais do programa. “Esses doutores e doutoras retornam às suas comunidades, fortalecem redes de ensino e inspiram novas gerações a seguir na pesquisa. É uma formação que também gera impacto social e econômico.”

A coordenadora regional da Rede Educanorte, professora Ney Cristina Monteiro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), lembrou o esforço coletivo na criação do programa e reforçou o protagonismo da região norte. “O PGEDA é hoje o maior programa de pós-graduação da UFPA em número de docentes e discentes. Desde 2020, já formamos mais de 100 doutores. É um orgulho fazer parte dessa rede, que nasceu de uma mobilização conjunta das universidades amazônicas e que precisa ser fortalecida com melhores condições de funcionamento”, afirmou.

Participou também da mesa de abertura o vice-reitor da Ufac, Josimar Batista Ferreira.



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