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Por que as pessoas amam (e odeiam) ‘Último Natal’ – DW – 29/11/2024

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Isso nos atinge sem piedade todos os anos, quase impossível de evitar: está no rádio, está no topo das paradas de singles, está tocando nos alto-falantes em Mercados de Natal ou supermercados e lojas de departamentos. Não Playlist de Natal está completo sem “Último Natal”.

Juntamente com a gravação original da dupla pop britânica Wham!, existem inúmeras versões cover para escolher, cantadas em espanhol, alemão, francês, italiano, japonês, sueco, português e vários dialetos de idiomas. Os estilos musicais desses covers variam da salsa ao metal, do folk ao R&B. E novos covers estão sendo gravados a todo momento por artistas contemporâneos, como Taylor Swift.

A história do ‘Último Natal’

O vídeo da versão original conta uma história sentimental: um grupo de amigos se reúne para Natal em um chalé aconchegante nas montanhas nevadas. Há uma tensão e saudade óbvia entre um dos homens (vocalista do Wham! George Michael) e uma das mulheres, ambas chegaram com pessoas diferentes.

Através de um flashback, ficamos sabendo que o broche brilhante usado pelo namorado da mulher (interpretado pela outra metade de Wham!, Andrew Ridgeley), foi dado a ela no Natal anterior por Michael. Ele, ferido pelo manejo descuidado de seu coração, jura entregá-lo apenas a alguém especial, na esperança de evitar mais lágrimas.

Este drama de formato curto é o auge do kitsch dos anos 1980 – não apenas por causa dos olhares ansiosos dos personagens principais, mas também graças ao uso pródigo de foco suave e aos penteados secos que estavam na moda na época.

Curiosidade: o vídeo foi filmado no resort suíço de esportes de inverno de Taxa Saas. Mas o chalé onde a ação se passa só é visto em tomadas externas. O elenco e a equipe técnica não puderam entrar porque ninguém na vila tinha a chave. Portanto, as tomadas internas foram filmadas no centro cultural de Saas-Fee.

Transformando desgosto em sucesso

De acordo com a lenda da música pop, no verão de 1984, George Michael, então com 21 anos, anotou algumas linhas em um caderno enquanto ele e seu colega de banda Ridgeley estavam em um ônibus a caminho de visitar os pais de Michael. Como Wham!, a dupla já estava nas paradas pop, com seu single “Wake Me Up Before You Go-Go” alcançando o primeiro lugar no Reino Unido e nos EUA.

Mas até as estrelas pop podem estar apaixonadas, e Michael decidiu escrever uma música inspirada em seu próprio coração partido. Como Ridgeley lembrou em uma entrevista de novembro de 2023 para a Smooth Radio, Michael desapareceu em seu antigo quarto na casa de seus pais e voltou mais tarde tão animado como se tivesse descoberto ouro. O que ele tinha: ele tocou para Ridgeley uma melodia que se tornaria uma das canções pop mais conhecidas do mundo.

Pouco se sabe, porém, é que a música foi originalmente intitulada “Última Páscoa”. Mas a gravadora decidiu lançar a música em 30 de novembro de 1984, bem a tempo para o Natal. E assim “Última Páscoa” se transformou em “Último Natal”.

“George realizou alquimia musical, destilando a essência do Natal na música”, contou Ridgeley. “Adicionar uma letra que contava a história de um amor traído foi um golpe de mestre e, como fazia tantas vezes, tocou corações.”

Um retrato de Andrew Ridgely: ele está sorrindo para a câmera, vestindo uma camisa azul clara desabotoada na parte superior e um paletó azul escuro.
Andrew Ridgeley escreveu um livro de memórias sobre seu tempo no Wham!Imagem: Urszula Sołtys/Dutton/AP Aliança de foto/imagem

Rapidamente ficou claro que a música tocou um ponto sensível, expressando a dor de inúmeras pessoas que passam as festas de fim de ano sozinhas, de luto por um amor perdido. A melodia que Michael escreveu é tão engenhosamente cativante que você pode facilmente perder o fato de que ela consiste em apenas quatro acordes.

Fugindo de ‘Whamageddon’

Isso a torna um verme de ouvido quase instantâneo, o que tornou a faixa não apenas uma das canções de Natal mais tocadas de todos os tempos, mas também – junto com Mariah Carey‘All I Want for Christmas Is You’ – entre os mais irritantes. Dificilmente pode ser evitado nesta época do ano, mas isso não impede algumas pessoas de tentar.

Em 2016, a página de comédia “Whamagedom” no Facebook lançou um desafio que desde então se espalhou muito além do domínio daquela plataforma de mídia social. Para jogar, as pessoas fazem de tudo para evitar ouvir a versão original Wham! da música (versões cover não contam) entre dezembro 1 e 24. Se você chegar à véspera de Natal sem ouvir, pode dizer que sobreviveu “Whamagedom.” Os perdedores são enviados para “Whamhalla”.

As regras afirmam que tocar a música deliberadamente para nocautear as pessoas é desaprovado – como um DJ em um estádio esportivo do Reino Unido aprendeu em 2023 quando ele tocou a música de brincadeira em um jogo de futebol com a presença de cerca de 7.000 pessoas. Ele se desculpou depois de ser criticado, dizendo que não percebeu que as pessoas levavam o desafio tão a sério.

Não é preciso ser um brincalhão para mandar você para “Whamhalla”, já que as chances de ouvir “Last Christmas” involuntariamente são enormes. Nas primeiras décadas desde o seu lançamento, nunca chegou ao primeiro lugar nas paradas, mas isso mudou durante o COVID 19 pandemia. A música alcançou o primeiro lugar no Reino Unido em 1º de janeiro de 2021, seguida pela Alemanha no final daquele ano.

Este ano, também, está em alta rotação em inúmeras estações de rádio – sem mencionar o uso em inúmeras mídias sociais. Tornou-se mais difícil do que nunca evitar o “Último Natal”.

George Michael se apresentando no palco em Cardiff, País de Gales, em 5 de outubro de 2012. Ele está vestindo um terno roxo e camisa preta e óculos escuros roxos.
O falecido George Michael teria completado 60 anos em junho de 2023Imagem: Geoff Caddick/EPA/dpa/aliança de imagem

A ajuda vem na forma de estações de rádio como a Rádio Bob da Alemanha, que se declarou uma “zona livre do ‘Último Natal'”.

Este ano marca 40 anos desde o Wham! lançou “Last Christmas”, e sua longevidade e onipresença certamente se devem em parte à natureza universal de seu tema. O desgosto nos feriados existirá enquanto as pessoas se apaixonarem e celebrarem o Natal.

Este artigo foi escrito originalmente em alemão. Foi atualizado em 29 de novembro de 2024.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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