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Presença da Bielorrússia no futebol internacional é validação de um Estado pária | Bielorrússia

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Nick Ames European sports correspondent

TA faixa na área quase vazia do Legia Varsóvia dizia mais do que qualquer ação em um campo de futebol poderia. Lá embaixo, Dínamo Minsk estavam perdendo por 4 a 0 para o time da casa no jogo da Conference League da semana passada, mas ninguém realmente se importou. “Vozes silenciadas, mas não devem ser esquecidas”, dizia, o slogan continuando sob uma imagem da Bielorrússia reaproveitada para representar mãos agarradas às grades das celas da prisão. “Liberte todos os presos políticos.”

Posteriormente, as tentativas simbólicas da mídia bielorrussa exilada de envolver os jogadores do Dínamo em conversas não relacionadas ao futebol foram frustradas. Os riscos eram demasiado elevados, o potencial de retribuição demasiado grande; todo mundo sabia disso realmente. De volta à fronteira, o lado oposto foi: outra farsa vazia de instituição esportiva que representa pouco além do governo de um estado pária.

Quatro jogadores do elenco do Dínamo voltaram a viajar esta semana, preparando-se para a seleção nacional. Na sexta-feira à noite eles enfrentarão Irlanda do Norte no Windsor Park, em um jogo da Liga das Nações que, por um tempo, ficou envolto em dúvidas. A Bielorrússia está proibida de jogar no seu país natal desde março de 2022, uma punição aplicada pela Fifa e pela Uefa pelo papel do país na facilitação da invasão ilegal russa na Ucrânia. A entrada noutros estados fica ao critério dos anfitriões e o governo do Reino Unido, que impôs sanções à Bielorrússia pelo mesmo motivo, demorou a decidir se deveriam ser concedidos vistos aos jogadores de futebol.

A permissão foi concedida há duas semanas para alívio da Federação Irlandesa, que sentiu que a equipe sofreria indevidamente se o jogo fosse transferido para o exterior. Assim, a Bielorrússia jogará em Belfast, na esperança de pelo menos imitar o impasse “caseiro” do mês passado entre os dois na cidade húngara de Zalaegerszeg e, conscientemente ou não, procurando desviar a impressão de que a sua presença é uma mancha no desporto.

Jogadores da Bielorrússia comemoram gol contra a Eslováquia em 2022. Fotografia: Marko Đurica/Reuters

Acenar com a presença da Bielorrússia na cena internacional implica o endosso tácito da múltiplos horrores. A sua cumplicidade com os abusos da Rússia é suficientemente terrível antes que o quadro interno e um histórico atroz em matéria de direitos humanos, no qual o futebol e os jogadores de futebol não foram poupados, sejam explicados. Acredita-se que existam mais de 1.300 presos políticos, os mesmos indivíduos referenciados pelos torcedores em Varsóvia, na Bielo-Rússia. Estas prisões têm sido frequentemente o resultado da menor oposição ao regime autoritário de Alexander Lukashenko.

Mais de um jogador passou um tempo na prisão. Acredita-se que cerca de 48 jogadores de futebol tenham sido colocados na lista negra do Ministério do Desporto da Bielorrússia por expressarem opiniões antigovernamentais, participarem em manifestações ou recusando-se a participar de demonstrações de apoio. Isso levou, em alguns casos, à recusa ou rescisão de contratos e, na prática, significa que a selecção da Bielorrússia está repleta apenas de jogadores com os quais o Estado se considera compatível. Embora a federação de futebol local tenha conseguido reabilitar as carreiras nacionais de alguns dos jogadores na lista negra ao longo do ano passado, pensa-se que as tentativas de estender o mesmo àqueles com potencial para a selecção nacional tenham fracassado a nível governamental. Nenhum dos órgãos dirigentes do futebol internacional parece excessivamente preocupado com a sugestão de interferência estatal numa das suas federações-membro.

O receio na Bielorrússia é que, com a provável formalidade da reeleição de Lukashenko prevista para finais de Janeiro, a atmosfera de repressão se agrave ainda mais. Mas o futebol continua e, na segunda-feira, o seleccionador nacional, Carlos Alos, recebeu uma prorrogação de contrato de dois anos que supostamente inclui um aumento salarial. Alos, um espanhol de 49 anos, está no comando há pouco mais de um ano. Ruanda e Catar estão entre os lugares onde já trabalhou.

Os rostos dos presos políticos bielorrussos pintados numa parede em Varsóvia. Acredita-se que existam mais de 1.300 presos políticos no país. Fotografia: Kuba Stężycki/Reuters

A nível desportivo, Alos alcançou um nível de sucesso, levando uma equipa desolada a impressionantes empates iniciais contra a Suíça e a Roménia, juntamente com uma vitória no Kosovo. Eles estão invictos há quatro jogos e um ponto atrás da Irlanda do Norte, que lidera o terceiro grupo de Liga das Nações C. “Ainda temos chances de ficar em primeiro lugar”, disse Alos. “Não podemos treinar sem pensar na vitória. Estamos estabelecendo metas máximas para a partida.”

Entre as tarefas de Alos está a qualificação da Bielorrússia para a Copa do Mundo de 2026. Este é um resultado altamente improvável, mas uma questão mais relevante é como os poderes dirigentes do futebol irão percebê-lo até lá. A sua presença no cenário continental, seja a nível de selecções nacionais ou de clubes, não é muito popular: um exemplo prático surge na forma do acordo do Dínamo para acolher os jogos “em casa” da Liga Conferência desta época, no amigável Azerbaijão, o que é frustrante para os clubes adversários forçados a em longas viagens para laços a portas fechadas sem recompensa financeira. Mas eles e a Rússia têm muitos defensores na Uefa e na FIFA; há alguns envolvidos no jogo que temem que, se as relações com os dois países se normalizarem sob a presidência de Donald Trump nos EUA, a pressão aumentará para aliviar rapidamente as sanções desportivas.

O Dínamo optou por não providenciar bilhetes para os seus adeptos assistirem ao jogo do Légia, apesar da proximidade dos países e do perfil do clube na Bielorrússia. Talvez eles entendessem o que estava por vir. A faixa que destacava a situação dos prisioneiros estava longe de ser a única demonstração de raiva contra o regime de Lukashenko a entrar no estádio. Secções do Legia que apoiavam de forma visível e audível também emprestaram o seu peso. Resta saber se o Windsor Park está equipado com exibições semelhantes; independentemente disso, os visitantes da Irlanda do Norte são apenas uma marionete de um país que não tem mais crédito desportivo.



Leia Mais: The Guardian

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MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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MUNDO

Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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