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Presidente da Coreia do Sul sofre impeachment – 14/12/2024 – Mundo

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Presidente da Coreia do Sul sofre impeachment - 14/12/2024 - Mundo

Victor Lacombe

Depois de uma tentativa fracassada no último dia 7, o Parlamento da Coreia do Sul obteve apoio necessário e votou neste sábado (14) pela destituição do presidente Yoon Suk Yeol, 11 dias depois da tentativa de autogolpe promovida por ele com a decretação de lei marcial.

O impeachment de Yoon foi aprovado por 204 votos a favor e 85 contra — era necessário o aval de dois terços da Assembleia Nacional, ou 200 dos 300 assentos. Três congressistas se abstiveram e outros oito votaram nulo.

No último dia 7, a votação de impeachment tinha falhado depois de um boicote do PPP. Neste sábado, como já havia indicado o presidente da sigla à imprensa, o partido não inviabilizou o movimento da oposição.

Com o impeachment, o primeiro-ministro Han Duck-soo assume as funções presidenciais, conforme determina a Constituição sul-coreana. Caso a Corte Constitucional chancele a decisão do Legislativo, o que é provável, novas eleições para o cargo de chefe do Executivo precisam ser realizadas em até 60 dias.

Investigado pela polícia por insurreição e alvo de protestos por sua renúncia, a permanência de Yoon no cargo se tornou praticamente insustentável na quarta-feira (11), quando fez um discurso televisionado no qual subiu o tom contra a oposição.

Na ocasião, disse que a declaração de lei marcial classificada como autogolpe pela oposição foi necessária e questionou a lisura das eleições legislativas de abril deste ano, nas quais perdeu a maioria na Assembleia Nacional. Yoon reafirmou também que não renunciaria. A posição do presidente causou surpresa e indignação até entre aliados, pois no sábado anterior (7), horas antes da primeira votação de impeachment, ele pediu desculpas à nação e afirmou que havia sido movido pelo desespero ao recorrer à lei marcial, que restringe direitos políticos.

No segundo pronunciamento, em uma tentativa de justificar a declaração da lei, o presidente afirmou que “grupos criminosos” que paralisam o trabalho do Estado e desafiam o Estado de Direito devem ser combatidos e impedidos de chegar ao poder “a qualquer preço”.

A investigação contra ele levou a polícia sul-coreana a tentar fazer uma operação de busca no gabinete presidencial na quarta (11), mas os agentes foram impedidos pela equipe de segurança de Yoon. Além disso, o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun está preso desde o dia 8 —na última terça (10), ele tentou cometer suicídio na prisão.

Nos dias que se seguiram ao autogolpe frustrado, o líder da bancada governista no Legislativo, o deputado Choo Kyung-ho, havia dito que se esforçaria para tentar barrar um impeachment, mas que isso não significava concordância com a “lei marcial inconstitucional”. Choo também teria pedido que Yoon deixasse o partido.

A declaração de lei marcial, na noite de 3 de dezembro, foi a primeira desde o fim da ditadura no país, em 1987. O texto suspendia atividades políticas e liberdades civis e levou militares às ruas de Seul, que chegaram a invadir o Parlamento, mas recuaram.

A medida foi rejeitada no Parlamento por unanimidade na madrugada de quarta (4), tarde de terça no Brasil, em uma votação sem participação de parlamentares governistas, que ademais também se manifestaram contra o expediente.

Ex-promotor de Justiça que se tornou estrela no país, Yoon Suk Yeol foi eleito em 2022 com uma plataforma conservadora no pleito mais apertado da história coreana. A vantagem em relação ao segundo colocado foi de apenas 0,73 ponto percentual.

Yoon liderava a equipe de investigação dos crimes que levaram ao afastamento da primeira mulher presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, presa e condenada em 2018 a 24 anos de prisão por uma série de violações envolvendo corrupção e abuso de poder. Libertada após um indulto presidencial em 31 de dezembro de 2021, tornou-se aliada de seu antigo algoz.





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Questões em torno de uma possível suspensão da reforma previdenciária

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Questões em torno de uma possível suspensão da reforma previdenciária

Discussões entre os partidos políticos e o governo sobre a preparação do orçamento para 2025, no Ministério da Economia e Finanças, em Paris, 6 de janeiro de 2025.

É mais fácil falar do que implementar. Há vários dias que surge a ideia de suspender a reforma previdenciária graças às negociações entre o governo e parte da esquerda. Nesta fase nada está decidido, asseguram duas fontes do executivo, sublinhando que convém aguardar pela declaração de política geral entregue na terça-feira, 14 de janeiro, pelo primeiro-ministro, François Bayrou, na Assembleia Nacional. Mas a confirmar-se esta hipótese, considerada pela equipa no poder a pedido do Partido Socialista (PS), levanta muitas questões práticas e jurídicas.

A lei de 14 de abril de 2023 procura manter os trabalhadores no emprego por mais tempo, nomeadamente aumentando gradualmente a idade legal de reforma de 62 para 64 anos, “à taxa de três meses por geração”. Então, desde 1é Setembro de 2023, as pessoas nascidas entre o início de setembro de 1961 e o final de dezembro de 1961 devem (com algumas exceções) ter pelo menos 62 anos e três meses para solicitar o pagamento da sua pensão. Os nascidos em 1962 devem ter atingido a idade mínima de 62 anos e seis meses. E assim por diante até as pessoas nascidas a partir do início de 1968: terão que esperar até os 64 anose aniversário para se aposentar.

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Criador de ‘The Wire’ diz que a era de ouro da TV acabou – 13/01/2025 – Ilustrada

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Criador de 'The Wire' diz que a era de ouro da TV acabou - 13/01/2025 - Ilustrada

Walter Porto

“Dinheiro”, responde David Simon antes mesmo de o repórter terminar a pergunta sobre as razões de a televisão estar num período mais, digamos, medíocre artisticamente. “Dinheiro”, repete o criador de “The Wire”, uma das séries que consolidaram a era mais gloriosa da TV americana.

“A HBO começou como uma insurgência contra a televisão”, afirma ele, sobre o canal responsável por pôr de pé, na virada do século, seu roteiro influente sobre a guerra às drogas na cidade de Baltimore, além de outras joias como “Sex and the City”, “Família Soprano” e “A Sete Palmos”. “Era uma janela única na história da TV, e eu consegui dar um jeito de me meter ali. Não acho que ela exista mais.”

“Aquela era de ouro, de uma ‘contraprogramação’ que exibia coisas que não estariam normalmente na TV, essa janela fechou”, diz o escritor de 64 anos. “Estou esperando o próximo que vai ter culhão para fazer o que a HBO fez há 30 anos. Porque ela mesma [hoje o serviço de streaming Max] acabou de enfiar todo seu dinheiro num remake dos livros de ‘Harry Potter’. É o lugar mais seguro onde lançar a bola.”

Essa acomodação se explica pelos cifrões, como ressalta um homem lendário por sua retórica firme e rabugice incurável, um roteirista tão acostumado a olhar para os problemas que afligem a floresta, em vez das árvores, que transformou isso na premissa de sua série mais famosa.

“The Wire”, que durou de 2002 a 2008 e foi exibida no Brasil com o impopular título “A Escuta”, começa como um embate entre policiais e traficantes, mas amplia cada vez mais sua lupa ao longo das temporadas para diagnosticar as chagas dos sindicatos, da política, das escolas e da imprensa americana.

Nas suas décadas de glória, os canais a cabo usavam sucessos como “Família Soprano” e “Game of Thrones” para bancar produções ousadas como essa, que tinham mais dificuldade de se pagar. A proliferação dos streamings apertou a margem de lucro, de acordo com Simon, “e a primeira coisa que se corta quando a receita é ameaçada é aquilo que se arrisca mais”.

“Pense que há apenas uma década eles me deram dinheiro para fazer uma minissérie de seis episódios sobre política de moradia [‘Show Me a Hero’], sobre o porquê de os Estados Unidos ainda serem um país segregado. É para fazer coisas como essa que eu acordo de manhã. E não consigo mais vender nada disso.”

O irônico é que Simon nunca quis se tornar um midas do audiovisual. “Meu plano sempre foi continuar como jornalista. Nunca achei que passaria tempo significativo fazendo dramaturgia na televisão. Só que continuavam me oferecendo oportunidades, e eu nunca voltei a escrever um livro.”

O motivo original da entrevista que Simon deu à Folha na última quarta-feira, ostentando a careca brilhosa e os olhos verde-claros em frente ao computador de sua casa, era justamente sua grande obra literária, “Divisão de Homicídios” —que só agora chega ao Brasil, pela Darkside, em ótima tradução de Diego Gerlach.

O livro-reportagem de 1991 catapultou o nome de Simon, já repórter respeitado do jornal The Baltimore Sun, ao boca a boca nacional. Locado durante um ano dentro de uma unidade de polícia, ele criou uma narrativa de estofo incomum, mais de 600 páginas que se leem com sabor de romance e não tiveram informações contestadas pelos agentes envolvidos, mesmo que o retrato deles passe longe do heroico.

A estratégia para o sucesso desse trabalho, segundo o autor, foi bem simples. “Tempo”, diz Simon. “Jornalistas normalmente caem de paraquedas numa cena, colhem declarações de quem encontram pela frente e seguem para a próxima reportagem. Foi um incrível luxo ficar um ano numa só divisão da polícia.”

E foi esse esforço, afinal, que lhe abriu os portões da televisão. A obra foi transformada dois anos depois na série “Homicídio” pela rede aberta NBC, na qual Simon atuou como produtor e consultor. Pegou gosto e, a partir daí, passou a esquematizar o que se tornaria a minissérie “The Corner” e, depois, a monumental “The Wire” em parceria com o detetive Ed Burns —ele mesmo um personagem do livro, descrito como um lobo solitário durão e brilhante.

As raízes sempre foram os fatos, e ler os relatos de Simon se parece com acompanhar trechos de “The Wire” —se não há um McNulty de fato, existe na vida real um Jay Landsman como o interpretado por Delaney Williams. O livro alcança o efeito hipnótico da série no conflito da urgência com a burocracia, da justiça com a anarquia, de agentes mais ou menos empenhados com seus obstáculos infernalmente banais.

“O trabalho é este: você senta atrás de uma escrivaninha de metal financiada com dinheiro público no sexto andar”, escreve o autor num trecho inspirado. “Atende ao telefone quando toca pela segunda ou terceira vez, porque Baltimore retornou os equipamentos da AT&T para cortar despesas, e o novo telefone, em vez de tocar, emite um som que parece vir de uma ovelha de metal.”

Poucas páginas depois, na mesma descrição, ele sobe o tom. “Você fala pelo morto. É quem vinga aqueles que foram perdidos pelo mundo. O seu salário pode até ser pago com o dinheiro dos impostos, mas, que diabos, depois de seis cervejas, você praticamente consegue convencer a si mesmo de que trabalha para Deus em pessoa.”

David Simon nunca voltou para esse jornalismo —de onde saiu batendo a porta. Ficou tão fulo com o que via como práticas abusivas de repórteres-estrela do Baltimore Sun que escreveu a última temporada de “The Wire” inspirado nessa experiência, tornando um de seus desafetos no principal vilão, um jornalista que inventava histórias para se dar bem. A temporada foi criticada como a mais bidimensional da série.

Dá um gostinho da desilusão sofrida pelo autor, que contemporiza agora dizendo que lê bom jornalismo todo dia, mas entende que ele produz cada vez menos impacto e que a crise da imprensa foi crucial para os Estados Unidos estarem “em queda livre na direção de um regime totalitário”. “Minha admiração pelos jornalistas que reportam da rua não diminuiu, mas há menos gente lendo isso e mais gente corrompida pelos altos níveis de desinformação”, afirma.

“Toda organização de imprensa tinha um produto valioso em mãos. Mas, como o dinheiro vinha dos anunciantes, elas não concebiam um modelo baseado em assinaturas. Não entendiam o mundo novo da internet e aí passaram a dar seu produto de graça ali. Quando perceberam o erro, a maior parte dos leitores tinha ido embora e a maior parte do produto tinha se perdido. Passaram a vender cascas vazias de si mesmas.”

Simon soltava a língua no dia seguinte ao anúncio de que a Meta deixaria de usar checagem de fatos em suas plataformas, numa postura alinhada à eleição de Donald Trump. O repórter pergunta se a batalha contra a disseminação de informações falsas já está perdida e a resposta, para um pessimista nato, era até previsível.

“Só vai piorar. Tudo está acelerando e não acho que a imprensa esteja numa posição de conter o que a ‘big data’ está fazendo para destruir a credibilidade dos fatos”, diz. “Estamos indo para o inferno.”





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Cometa mais brilhante de 2025 aparecerá no céu esta semana: veja como observar

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A jovem Ana, de Jaú, passou 9 anos fazendo cursinho para medicina. Ela foi aprovada! - Foto: @analaurarm/Instagram

Prepara-se para ver o cometa mais brilhante de 2025. O ATLAS (C/2024) G3 estará visível esta semana aqui no Hemisfério Sul. Torça para fazer tempo bom aí onde você está.

O cometa poderá ser visto a partir desta segunda, 13 quando vai alcançar o periélio, o ponto mais próximo do Sol e poderá ser visto, a olho nu. Como assistir?



O astro deve dar o ar da graça logo após o pôr do sol, no horizonte oeste e, a cada noite, vai estar um pouco mais alto no céu. Para uma melhor observação, procure locais com baixa iluminação artificial.

Como e onde observar

Durante as primeiras noites, o ATLAS (C/2024) G3 aparece próximo à constelação de Capricórnio.

Conforme os dias passam, o cometa ganha altitude no céu e isso vai facilitar, ainda mais, sua observação.

Objetos como binóculos ou pequenos telescópios podem potencializar a visualização do fenômeno e tornar a experiência mais impressionante.

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G3 é especial

Descoberto em 2024, o ATLAS (C/2024) G3 é especial, justamente por ser um dos mais brilhantes que vão passar esse ano.

O nome revela detalhes de sua descoberta: ele foi identificado em abril de 2024 pelo sistema ATLAS, uma rede que identifica corpos celestes próximos à Terra.

Desde sua descoberta, diversos astrônomos observam o astro, esperando que ele atinja um brilho intenso. Finalmente vai acontecer agora!

O que é um cometa

Segundo o site The Planetary Society, cometas são pequenos mundos de rocha e gelo de formato irregular que sobreviveram à formação do Sistema Solar.

Semelhantes aos asteroides, porém mais gelados, os cometas se aquecem quando se aproximam do Sol e, ao expelirem gás e poeira, ganham as famosas “caudas brilhantes.

O G3 ATLAS vai aparecer no horizonte oeste, logo após o pôr do sol. - Foto: NASA / JPL-Caltech O G3 ATLAS vai aparecer no horizonte oeste, logo após o pôr do sol. – Foto: NASA / JPL-Caltech



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