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Qual é a ciência por trás da descoberta das origens de Cristóvão Colombo? | Notícias de ciência e tecnologia

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Um documentário transmitido este mês pela televisão nacional espanhola ganhou manchetes em todo o mundo pela sua afirmação revolucionária de que Cristóvão Colombo era um judeu sefardita da Península Ibérica, contrariamente à teoria amplamente aceite de que ele veio de Génova, em Itália.
Uma equipe de especialistas forenses liderada pela Universidade de Granada usou análises de DNA para investigar os antecedentes do explorador do século XV, numa tentativa de encerrar um debate de longa data sobre as origens do homem cujas expedições abriram caminho para os europeus colonizarem o Américas.
Embora o método científico por trás das descobertas ainda não tenha sido tornado público, as afirmações revolucionárias contidas no documentário Columbus DNA: His True Origins trouxeram à tona como o DNA pode conter a chave para os mistérios não resolvidos do passado.
Como funciona a ‘arqueogenética’?
Arqueogenética é o estudo do DNA antigo, ou DNA com mais de 70 anos.
Rodrigo Barquera, pesquisador em arqueogenética do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, Alemanha, explicou que o material genético é coletado de amostras arqueológicas humanas e depois purificado e sequenciado antes de ser examinado.
“Quanto mais tempo passa desde a morte da pessoa, mais difícil é encontrar material genético”, disse Barquera à Al Jazeera, acrescentando que as condições em que os restos mortais são preservados também desempenham um papel crucial.
A análise pode revelar informações sobre o sexo e a ascendência da pessoa, bem como quaisquer doenças de que a pessoa possa ter sofrido. Também pode determinar quais populações estão mais relacionadas com a amostra e, portanto, sugerir uma área geográfica de proveniência.
O que não pode ser inferido são elementos culturais como nacionalidade ou religião, ou etnia precisa.
O que foi descoberto sobre Cristóvão Colombo?
O documentário transmitido no Dia Nacional de Espanha afirmou que as descobertas – que ainda não foram revistas por pares – mostram que Colombo era de origem “mediterrânica ocidental”, sugerindo uma semelhança genética com as pessoas que habitavam a Península Ibérica, onde está localizada a actual Espanha. .
Esta conclusão contradiz a opinião amplamente difundida de que Colombo era originário da República de Génova, uma cidade portuária localizada no norte da Itália.
O documentário também sugeriu que Colombo era um judeu sefardita, uma população específica da diáspora judaica associada à Península Ibérica.
No entanto, como afirmou Barquera, “não existe gene para o judaísmo”, uma vez que traços culturais como a religião não estão contidos no ADN de uma pessoa.
A equipe da Universidade de Granada, que liderou a pesquisa sobre Colombo, não detalhou o método científico utilizado. Isso será revelado quando as descobertas forem publicadas oficialmente em novembro.
Barquera, que não tem ligação com o projeto, especulou, porém, que os pesquisadores podem ter encontrado semelhança com alguns traços compartilhados pela população judaica.
Embora o judaísmo não seja uma característica genética, mas sim cultural, eles podem ter tido um “grupo” – ou um grupo – de judeus com quem comparar a informação genética.
Mesmo assim, ele disse: “Os testes geralmente são feitos com vários grupos humanos e todos eles mostrariam alguma atração estatística”. Portanto, não seria científico identificar uma única afiliação em vez de múltiplas afiliações prováveis.

Por que foi realizado o estudo dos restos mortais de Colombo e por que isso é importante?
A proveniência do homem que fez a “descoberta” europeia das Américas em 1492 tem sido debatida há muito tempo.
Francesc Albardaner, arquiteto e pesquisador de Colombo há décadas que aparece no documentário, tem sido um dos proponentes de uma versão da história diferente da “teoria de Gênova” que os livros didáticos afirmam há séculos.
“Colombo era catalão e filho de um homem da República de Génova e de uma mulher judia de Valentia”, disse Albardaner à Al Jazeera, acrescentando que as suas conclusões coincidem com as apresentadas pelo documentário.
Albardaner afirma que Colombo preferiu se apresentar usando sua filiação paterna devido ao desprezo e à perseguição enfrentados pelos judeus na época.
Acrescentou que os proponentes da “teoria de Génova” se depararam com o facto de os documentos produzidos sob o governo de Fernando de Aragão não indicarem o local de origem de Colombo, como era o caso na altura.
“Ao falar de estrangeiros, o Reino de Castela disse explicitamente de onde eles eram”, disse Albardaner, citando como exemplo documentos que registravam o explorador italiano Giovanni Caboto como veneziano.
“No caso de Colombo, apenas afirmam que ele é estrangeiro”, disse Albardaner, acrescentando que esta anomalia nunca foi totalmente explicada.
A teoria de que Colombo nasceu judeu sob o reinado de Fernando também explicaria por que ele conseguiu se tornar um dos mais altos funcionários públicos do reino, uma posição que seria improvável que um estrangeiro ocupasse.
Albardaner acrescentou que estabelecer a verdade histórica sobre o início da vida de Colombo teve consequências. “Um pequeno erro pode levar a toda uma série de suposições erradas”, disse ele, deixando os historiadores à deriva ao pesquisar seus primeiros anos e atividades.
Por exemplo, num artigo de investigação, Albardaner detalhou como a afirmação de Colombo de que tinha visitado “todo o Oriente e o Ocidente” antes de 1470 – contida numa carta escrita em 1501 – foi rejeitada, especialmente por estudiosos italianos, como invenção e vaidade.
Albardaner argumentou que colocar a vida de Colombo sob o domínio de Fernando daria credibilidade histórica ao seu serviço naval no Mediterrâneo e estabeleceria que ele tinha, de facto, começado a navegar em 1461 ou antes.
Que outros casos famosos de descobertas genealógicas ocorreram?
Os pesquisadores estão usando o DNA para desvendar os muitos mistérios que ainda cercam a história da humanidade.
Vários estudos centraram-se nos vestígios dos Neandertais, relações ancestrais distantes com os humanos modernos, para reconstruir quão próxima era a sua relação com a nossa espécie e como era a sua organização social.
O fóssil de uma criança de seis anos recuperado no sítio arqueológico de Cova Negra, na província de Valência, Espanha, escavado em 1989 e examinado no início deste ano, sugeria até sinais de compaixão entre os neandertais.
Apelidada de “Tina”, a criança é a primeira evidência conhecida de uma pessoa com síndrome de Down e também sofria de diversas doenças. Pesquisadores da Universidade de Alcala, na Espanha, concluíram que para a criança ter sobrevivido pelo menos seis anos, o grupo deveria ter ajudado continuamente a mãe em suas tarefas diárias, apontando para a compaixão.
Barquera e sua equipe em Leipzig também trabalharam nos vestígios de outra figura histórica, o compositor e pianista alemão Ludwig van Beethoven. “Poderíamos reconstruir parte da genealogia e, como a amostra era muito boa, poderíamos até fazer alguns testes para questões de saúde e confirmar que ele tinha hepatite B”, disse Barquera.
“No passado, podíamos apenas confiar no que estava escrito, mas agora (graças a estas tecnologias) podemos confirmar ou excluir algumas suposições”, acrescentou.
“Em alguns casos, podemos ajudar a traçar uma imagem melhor de eventos históricos específicos.”
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MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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