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Rato africano gigante ajuda a combater tráfico de animais – 04/11/2024 – Ambiente

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Michael Peel

Cientistas treinaram roedores gigantes para farejar o comércio ilegal envolvendo animais selvagens, desde chifres de rinoceronte até escamas de pangolim, impulsionando a crescente luta contra o lucrativo contrabando da vida selvagem.

Os ratos se saíram bem em dois testes em um porto em Dar es Salaam, a maior cidade da Tanzânia, e agora estão sendo preparados para um papel mais amplo na inspeção de armazéns e contêineres de transporte. A implantação expande o uso dos roedores em várias funções, que já incluem a descoberta de patógenos da tuberculose até minas terrestres.

O tráfico de produtos ilegais da vida selvagem é avaliado em até US$ 20 bilhões por ano, de acordo com a Interpol, tornando-o um dos maiores e mais lucrativos mercados ilícitos do mundo.

“Nosso estudo mostra que podemos treinar ratos-gigantes-africanos para detectar vida selvagem traficada ilegalmente, mesmo quando ela foi ocultada entre outras substâncias”, disse Isabelle Szott, pesquisadora da Fundação Okeanos e coautora de um artigo publicado na semana passada na revista científica Frontiers in Conservation Science.

“As maiores vantagens dos ratos são seu tempo de treinamento relativamente curto, flexibilidade para trabalhar com diferentes treinadores e custo-efetividade.”

Os ratos-gigantes-africanos —que podem crescer até quase 1 metro de comprimento, do nariz à cauda— foram treinados em várias fases usando recompensas como objetos aromatizados.

Eles começaram aprendendo a “cutucar o nariz” em um buraco contendo um cheiro alvo, como presa de elefante. Em seguida, foram ensinados a ignorar outros odores comumente usados para esconder remessas de contrabando, incluindo cabos elétricos e grãos de café.

Os ratos, que foram treinados na organização sem fins lucrativos de treinamento de animais Apopo, se mostraram tão bons quanto os cães em lembrar cheiros meses após sua última exposição, disseram os pesquisadores.

Alguns dos investigadores peludos —Kirsty, Marty, Attenborough, Irwin, Betty, Teddy, Ivory, Ebony, Desmond, Thoreau e Fossey— foram nomeados em homenagem a conservacionistas e ativistas contra o tráfico de animais.

Seu próximo teste será trabalhar no porto usando usando coletes feitos sob medida. Quando identificarem mercadorias contrabandeadas, devem puxar uma bola presa à roupa com as patas dianteiras para acionar um alerta sonoro para seus manipuladores.

O treinamento de cada rato custa de US$ 7.000 a US$ 8.000 (de R$ 40,5 mil a R$ 43,6 mil) para estar habilitado para operações existentes, como detecção de minas terrestres e de tuberculose. Isso representa uma fração do preço de tecnologias de inspeção eletrônica, como raios-X e scanners, disseram os pesquisadores.

“A imagem negativa dos ratos como animais sujos esconde o fato de que são disciplinados e muito limpos, inteligentes e simpáticos”, disse Kate Webb, outra coautora do estudo e professora assistente da Universidade Duke. “Quando nossos ratos estão trabalhando, eles estão focados no trabalho”, disse Webb.

O tráfico de vida selvagem aumentou com a demanda de compradores por espécies raras como animais de estimação, bem como o uso de partes do corpo em medicamentos tradicionais e itens de luxo.

O comércio envolve cada vez mais grupos de crime organizado e apresenta riscos para a saúde humana, pois pode espalhar doenças infecciosas e desencadear pandemias. Brigadas de roedores parecem ser uma “ótima ideia”, disse Tim Redford, coordenador de treinamento da Fundação Freeland, grupo não governamental de combate ao tráfico de vida selvagem.

“Combater o crime contra a vida selvagem é caro e os orçamentos estão sempre apertados, então ratos de busca provavelmente serão uma solução prática para as agências de aplicação da lei”, disse ele, acrescentando que as criaturas devem ser “cuidadas de forma ética e recompensadas por seu trabalho”.

Defensores do uso de roedores dizem que seu tamanho e suas incríveis habilidades olfativas devem permitir que alcancem cantos de contêineres de carga e aberturas de ventilação até mesmo onde cães podem ter dificuldade em chegar.

“As gangues criminosas por trás desse comércio destrutivo e ilegal se adaptam constantemente ao seu modus operandi”, disse Richard Scobey, diretor executivo do grupo sem fins lucrativos Traffic, que monitora os fluxos globais de vida selvagem. “Para superá-los, as equipes de aplicação da lei precisam de uma ampla gama de ferramentas.”



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Ufac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre

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Ufac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, e a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, realizaram nessa quarta-feira, 15, no anfiteatro Garibaldi Brasil, uma atividade em alusão ao Dia dos Professores. O evento teve como objetivo homenagear os docentes da instituição, promovendo um momento de confraternização. A programação contou com o show de talentos “Quem Ensina Também Encanta”, que reuniu professores de diferentes centros acadêmicos em apresentações musicais e artísticas.

“Preparamos algo especial para este Dia dos Professores, parabenizo a todos, sou muito grata por todo o apoio e pela parceria de cada um”, disse Guida.

Ednaceli Damasceno parabenizou os professores dos campi da Ufac e suas unidades. “Este é um momento de reconhecimento e gratidão pelo trabalho e dedicação de cada um.”

O presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara, reforçou o orgulho de pertencer à carreira docente. “Sinto muito orgulho de dizer que sou professor e que já passei por esta casa. Feliz Dia dos Professores.”

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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PZ e Semeia realizam evento sobre Dia do Educador Ambiental — Universidade Federal do Acre

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PZ e Semeia realizam evento sobre Dia do Educador Ambiental — Universidade Federal do Acre

O Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) realizaram o evento Diálogos de Saberes Ambientais: Compartilhando Experiências, nessa quarta-feira, 15, no PZ, em alusão ao Dia do Educador Ambiental e para valorizar o papel desses profissionais na construção de uma sociedade mais consciente e comprometida com a sustentabilidade. A programação contou com participação de instituições convidadas.

Pela manhã houve abertura oficial e apresentação cultural do grupo musical Sementes Sonoras. Ocorreram exposições das ações desenvolvidas pelos organizadores, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sínteses da Biodiversidade Amazônica (INCT SinBiAm) e SOS Amazônia, encerrando com uma discussão sobre ações conjuntas a serem realizadas em 2026.

À tarde, a programação contou com momentos de integração e bem-estar, incluindo sessão de alongamento, apresentação musical e atividade na trilha com contemplação da natureza. Como resultado das discussões, foi formada uma comissão organizadora para a realização do 2º Encontro de Educadores Ambientais do Estado do Acre, previsto para 2026.

Compuseram o dispositivo de honra na abertura o coordenador do PZ, Harley Araújo da Silva; a secretária municipal de Meio Ambiente de Rio Branco, Flaviane Agustini; a educadora ambiental Dilcélia Silva Araújo, representando a Sema; a pesquisadora Luane Fontenele, representando o INCT SinBiAm; o coordenador de Biodiversidade e Monitoramento Ambiental, Luiz Borges, representando a SOS Amazônia; e o analista ambiental Sebastião Santos da Silva, representando o Ibama.

 



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Curso de extensão da Ufac sobre software Jamovi inscreve até 26/10 — Universidade Federal do Acre

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Curso de extensão da Ufac sobre software Jamovi inscreve até 26/10 — Universidade Federal do Acre

O curso de extensão Jamovi na Prática: Análise de Dados, da Ufac, está com inscrições abertas até 26 de outubro. São oferecidas 30 vagas para as comunidades acadêmica e externa. O curso tem carga horária de 24 horas e será realizado de 20 de outubro a 14 de dezembro, na modalidade remota assíncrona, pela plataforma virtual da Ufac. É necessário ter 75% das atividades realizadas para obter o certificado.

O objetivo do curso é capacitar estudantes e profissionais no uso do software Jamovi para realização de análises estatísticas de forma intuitiva e eficiente. Com uma abordagem prática, o curso apresenta desde conceitos básicos de estatística descritiva até testes inferenciais, correlação, regressão e análise de variância.

Serão explorados recursos de importação e tratamento de dados, interpretação de resultados e elaboração de relatórios. Ao final, o participante estará apto a aplicar o Jamovi em pesquisas acadêmicas e profissionais, otimizando processos de análise e apresentação de dados com rigor científico e clareza.

 



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