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Segurança Pública finaliza 2024 com redução de mais de 26% no número de mortes violentas e com ações pioneiras de combate a criminalidade

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4 meses atrásem
Ana Paula Xavier
O ano de 2024 foi marcante para a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp/AC), com avanços significativos que refletem o esforço conjunto das forças de segurança e os investimentos estratégicos realizados pelo governo. De acordo com dados do período de janeiro a novembro, o estado registrou uma redução de 26,15% nas mortes violentas intencionais (MVI), em comparação com o mesmo intervalo de 2023.

O secretário de Segurança Pública, coronel José Américo Gaia, enfatiza a importância desses investimentos: “Os recursos aplicados foram fundamentais para a diminuição dos índices de criminalidade e para a promoção de um ambiente mais seguro para todos os acreanos”.

Resultados positivos e desafios
Dos 22 municípios do estado, 14 apresentaram queda nos registros de MVI. Por outro lado, seis municípios, incluindo Capixaba e Xapuri, não registraram mortes violentas em 2024, indicativo positivo de progresso.

Rio Branco, a capital do estado, continua concentrando 47,83% das MVI, mas também apresentou uma redução de 24,51% em comparação a 2023. A diminuição é atribuída a uma combinação de esforços das forças de segurança, incluindo todo o Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), composto pela Polícia Militar (PMAC), Polícia Civil (PCAC), Corpo de Bombeiros Militar (CBMAC), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) e Instituto Socioeducativo (ISE).
Integração das forças de segurança
A colaboração entre as forças de segurança foi um fator fundamental para alcançar tais resultados. O diretor operacional da Sejusp, coronel Atahaulpa Ribera, destaca que cada instituição desempenha papel vital na construção de um ambiente mais seguro. “A integração dos esforços é a chave para enfrentar os desafios da criminalidade no Acre”, diz.

Os dados também revelam que os homicídios representam 88,20% das mortes violentas no estado, com uma redução de 15,98% em relação ao ano anterior. Além disso, houve uma queda significativa nos latrocínios (66,67%) e nas mortes decorrentes de ação policial (30,77%). Os feminicídios também apresentaram uma diminuição de 20%, refletindo um esforço contínuo para combater a violência de gênero.
Avanços no Ciopaer e novas estruturas
O Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) celebrou 15 anos de atuação em 2024, destacando-se em resgates e operações que salvam vidas e combatem a criminalidade. Um relato emocionante foi o de Giuliana Santi, a primeira vítima a ser resgatada pelo Ciopaer, que expressou sua gratidão à equipe que salvou sua vida. “Esses 15 anos [desde o resgate] trouxeram muitas coisas maravilhosas para minha vida. Sempre que vejo um helicóptero, me emociono, porque sei que ele salvou a minha vida”, relata. Em 15 anos de atuação, o número de atendimentos em todos os municípios acreanos é de 1.500 resgates. Somente em 2024, foram mais de 60 horas de voo e mais de 40 missões até o momento.

Em 2024, o governo do Acre, por meio da Sejusp, deu início às obras da primeira Base de Aviação do Juruá, localizada em Cruzeiro do Sul, com um investimento de quase R$ 5 milhões. A nova estrutura visa expandir os serviços do Ciopaer, garantindo atendimento eficiente, especialmente em áreas de difícil acesso. A base beneficiará municípios como Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, otimizando o tempo de resposta em operações de salvamento, patrulhamento e transporte de pacientes.

Combate ao tráfico e crime organizado
Nos últimos anos, o Acre tem enfrentado desafios significativos relacionados ao tráfico de drogas e ao crime organizado, especialmente em suas fronteiras com a Bolívia e o Peru. Para lidar com esses desafios, o Gefron foi criado há cinco anos e tem se destacado nas operações contra o tráfico de entorpecentes e contrabando. Desde sua criação, o grupo apreendeu 180 veículos, 1.392 munições e 171 armas de fogo, além de desmontar redes de tráfico de pessoas e realizar inúmeras prisões.

De acordo com o titular da Sejusp, o trabalho do Gefron em parceria com as demais forças que compõem o Sisp foi vital para a segurança pública, reforçando o controle nas fronteiras e garantindo a proteção das comunidades locais. “As operações têm sido intensificadas e, ao longo dos anos, o grupo, com todo o Sisp, tem ajudado a reduzir a criminalidade em todo o estado”, disse José Américo Gaia.
Capacitações e oportunidades
Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), a Sejusp formou 80 alunos em Rio Branco e 27 em Cruzeiro do Sul, com o curso de Teleatendimento dos Serviços Emergenciais (190-193). O curso buscou capacitá-los com habilidades relevantes para o ingresso no mercado de trabalho, bem como para contribuir de forma significativa em situações de emergência e crises. Colaborando para uma resposta rápida e bem-estar da sociedade, 23 alunos já atuam no atendimento dos serviços emergenciais de segurança pública.

Além disso o Centro Integrado de Ensino e Pesquisa em Segurança Pública (Cieps) ofereceu, em 2024, cerca de 53 cursos, contemplando aproximadamente 1.200 alunos, que puderam adquirir conhecimentos que vão desde análise criminal a capacitações sobre cerco eletrônico.

Investimentos estruturais, equipamentos e tecnologias
O Acre firmou acordo com uma empresa japonesa e se torna primeiro estado do Norte a usar inteligência artificial no combate à criminalidade. A tecnologia já demonstrou sucesso em outros estados e será implantada no Acre sem custos públicos. O acordo tem como objetivo integrar soluções tecnológicas avançadas às estratégias de segurança já existentes e aplicadas pela Segurança Pública do Estado , promovendo um ambiente mais seguro para a população. Com a utilização de sistemas de inteligência artificial, tornou-se possível analisar grandes volumes de dados em tempo real, identificando padrões de comportamento e potencializando a eficiência das operações policiais. Essas ferramentas auxiliam na previsão de crimes, no mapeamento de áreas de risco e na otimização do patrulhamento, permitindo uma resposta mais rápida e eficaz às ocorrências.

O aplicativo Escola Segura foi uma das tecnologias criadas em 2024. Trata-se de um instrumento essencial de comunicação direta entre a comunidade escolar e as forças de segurança. Com ele, professores, alunos e funcionários poderão acionar rapidamente as autoridades em situações de emergência, facilitando o registro de ocorrências e promovendo um ambiente escolar mais seguro e propício ao aprendizado. As escolas Berta Vieira de Andrade e Lourival Pinho, de Rio Branco, são as escolas-piloto do projeto.
Também foi inaugurado o 2º Batalhão da Polícia Militar, reforçando a segurança pública no Segundo Distrito da capital. O investimento foi de quase R$ 3 milhões, e a nova instalação oferece uma estrutura moderna e funcional, incluindo salas para recepção, inteligência policial, análise criminal, arquivo, refeitório e administração. A infraestrutura contempla alojamentos masculinos e femininos, banheiros acessíveis (PNE), reserva de armas e almoxarifado, proporcionando melhores condições de trabalho para os policiais.
A Sejusp também realizou a entrega da sede do Conselho Penitenciário do Acre (Copen/AC), em Rio Branco. O espaço permitirá a atuação do conselho de maneira mais eficiente, promovendo um ambiente de trabalho adequado para o cumprimento das funções. A expectativa é que, com uma infraestrutura mais adequada, o conselho possa desempenhar ainda melhor o seu papel, contribuindo para um sistema penal mais justo, que assegure os direitos dos apenados e fortaleça ações voltadas à sua ressocialização.

Este ano foi de progressos significativos na Segurança Pública do Acre, impulsionado por investimentos estratégicos e pela colaboração entre diversas forças de segurança. “Embora desafios persistam, a redução nos índices de criminalidade e a implementação de novas estruturas e operações demonstram que, com união e determinação, é possível avançar em direção a um estado mais seguro para todos os acreanos. As ações contínuas e o comprometimento de todos os envolvidos prometem um futuro mais esperançoso e seguro para o Acre”, avalia o secretário de Segurança.
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Minicurso para agricultores aborda qualidade e certificação de feijão — Universidade Federal do Acre

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15 de abril de 2025
O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá realizou o minicurso “Controle de Qualidade de Feijões Armazenados e Certificação de Feijão”, ministrado pelos professores Bruno Freitas, da Ufac, e Guiomar Sousa, do Instituto Federal do Acre (Ifac). As aulas ocorreram em 30 de março e 1 de abril, em Marechal Thaumaturgo (AC).
O minicurso teve como público-alvo agricultores e membros da Cooperativa Sonho de Todos (Coopersonhos), os quais conheceram informações teóricas e práticas sobre técnicas de armazenamento, parâmetros de qualidade dos grãos e processos para certificação de feijão, usados para agregar valor à produção local e ampliar o acesso a mercados diferenciados.
“Embora existam desafios significativos no processo de certificação do feijão, as oportunidades são vastas”, disse Bruno Freitas. “Ao superar essas barreiras, com apoio adequado e estratégias bem estruturadas, os produtores podem conquistar mercados internacionais, aumentar sua rentabilidade e melhorar a sustentabilidade de suas operações.”
Guiomar Sousa também destacou a importância do minicurso para os produtores da região. “O controle de qualidade durante o armazenamento do feijão é essencial para garantir a segurança alimentar, preservar o valor nutricional e evitar perdas que comprometem a renda dos agricultores.”
O minicurso tem previsão de ser oferecido, em breve, para alunos dos cursos de Agronomia da Ufac e cursos técnicos em agropecuária e alimentos, do Ifac.
O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá é financiado pela Fapac, pelo CNPq e pelo Basa. A atividade contou com parceria da Embrapa-AC, da Coopersonhos e da Prefeitura de Marechal Thaumaturgo.
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Projeto oferece assistência jurídica a alunos indígenas da Ufac — Universidade Federal do Acre

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15 de abril de 2025
O curso de Direito e o Observatório de Direitos Humanos, da Ufac, realizam projeto de extensão para prestação de assistência jurídica ao Coletivo de Estudantes Indígenas da Ufac (CeiUfac) e a demais estudantes indígenas, por meio de discentes de Direito. O projeto, coordenado pelo professor Francisco Pereira, começou em janeiro e prossegue até novembro deste ano; o horário de atendimento é pela manhã ou à tarde.
Para mais informações, entre em contato pelo e-mail cei.ccjsa@ufac.br.
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Ufac discute convênios na área ambiental em visita ao TCE-AC — Universidade Federal do Acre

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11 de abril de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, participou de uma visita institucional ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC), com o objetivo de tratar dos convênios em andamento entre as duas instituições. A reunião, que ocorreu nesta sexta-feira, 11, teve como foco o fortalecimento da cooperação técnica voltada à revitalização da bacia do igarapé São Francisco e à ampliação das ações conjuntas na área ambiental.
Guida destacou que a parceria com o TCE em torno do igarapé São Francisco é uma das mais importantes já estabelecidas. “Estamos enfrentando os efeitos das mudanças climáticas e precisamos de mais intervenções no meio ambiente. Essa ação conjunta é estratégica, especialmente neste ano em que o Brasil sedia a COP-30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima].”
A reitora também valorizou a atuação da presidente Dulcinéia Benício à frente do TCE. “É uma mulher que valoriza a educação e sabe que é por meio da ciência que alcançamos os objetivos importantes para o desenvolvimento do nosso Estado”, completou.
Durante o encontro, foram discutidos os termos de cooperação técnica entre o TCE e a Ufac. O objetivo é fortalecer a capacidade de resposta das instituições públicas frente às emergências ambientais na capital acreana, com o suporte técnico e científico da universidade.
Para Dulcinéia Benício, o momento marca o fortalecimento da parceria entre o tribunal e a universidade. Ela disse que a iniciativa tem gerado resultados importantes, mas que ainda há muito a ser feito. “É uma referência a ser seguida; ainda estamos no início, mas temos muito a contribuir. A universidade tem sido parceira em todos os projetos ambientais desenvolvidos pelo tribunal.”
Ela também ressaltou que a proposta vai além da contenção de enxurradas. “O projeto avança sobre aspectos sociais, ambientais e de desenvolvimento, que hoje são indispensáveis na execução das políticas públicas.”
Participaram da reunião o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid, além de professores e pesquisadores envolvidos no projeto. Pelo TCE, acompanharam a agenda os conselheiros Ronald Polanco e Naluh Gouveia.
Também estiveram presentes representantes da Secretaria de Estado de Habitação e Urbanismo, da Fundape e do governo do Estado. O professor aposentado e economista Orlando Sabino esteve presente, representando a Assembleia Legislativa do Acre.
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