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Sem apagão, moradores de SP vivem com problemas de energia – 19/10/2024 – Cotidiano

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Lucas Lacerda

Ao menor sinal de chuva ou vento, moradores do Instituto de Previdência, um bairro de 70 anos espremido entre a avenida Eliseu de Almeida e a rodovia Raposo Tavares, na zona oeste de São Paulo, já esperam pelo pior: queda de energia, horas ou dias para o restabelecimento do serviço e o risco de prejuízo com eletrodomésticos.

Não é preciso que rajadas de vento com mais de 100 km, como a do temporal de 11 de outubro, derrubem as árvores. Basta que os galhos delas toquem fios com proteção gasta e quase tão antigos quanto o bairro para derrubar a energia. Esses cabos são de média tensão e passam em grupos de três, um do lado do outro, pela parte superior dos postes.

Nessa configuração, se espalham por uma área maior, aumentando o risco de contato com as árvores. E se apoiam justamente em traves de madeira no topo dos postes, que têm sofrido com as intempéries ao longo das décadas.

Morador do bairro, José Jacinto Andrade, 64, comprou sua casa em 2000 e, notando a fiação antiga no imóvel, resolveu trocar. Mas percebeu que o problema estava fora da residência. Segundo ele, por desinteresse da Enel na manutenção.

“A manutenção preventiva é um investimento e dá retorno. Se substituíssem toda a rede média que temos aqui, por fiação compacta, não precisariam fazer essas podas radicais nas árvores, que ficam com forma de ‘y’. No futuro, elas vão cair e causar problemas na fiação.” O modelo, mais moderno, agrupa os fios em uma área menor.

Na última sexta-feira (18), a Folha registrou, junto com José, transformadores com aparência antiga e os postes com traves de madeira nas ruas Jacob Maris, Geraldo Nogueira Cobra e rua Francisco Perroti.

“Não é que a fiação seja ruim, mas precisa de manutenção”, diz o aposentado, que diz ter dúvidas sobre a a viabilidade do enterramento. Defende, inclusive, um projeto no bairro de 400 imóveis. “Trocar a fiação e acompanhar por um ano para ver o quanto vai demorar para alguém fazer um chamado corretivo.”

A Enel afirmou que vai analisar a situação da rede nos endereços citados pela reportagem no Instituto da Previdência. “A companhia reitera seu compromisso com a sociedade em todas as áreas em que atua e reforça que está fazendo os investimentos necessários para aumentar a qualidade os serviços em linha com as expectativas das autoridades e dos consumidores.”

Ainda, citou investimentos de R$ 6,2 bilhões na área da concessão em São Paulo, que inclui capital e 23 municípios da região metropolitana, entre 2024 e 2026. O número, segundo a nota, representa um aumento de 45% nos níveis anuais de investimento, que passaram de R$ 1,4 bilhão para cerca de R$ 2 bilhões ao ano.

A pouco mais de um quilômetro a pé a oeste, do outro lado do parque Previdência e da rodovia Raposo Tavares, moradores de um prédio no Jardim Adhemar de Barros vivem desde fevereiro com uma oscilação permanente de energia elétrica que queima aparelhos e lâmpadas e interrompe a conexão de internet.

Quando notou o problema, o pesquisador Breno Benedykt, 36, trocou a fiação do apartamento, sem sucesso. Conforme as semanas foram passando, as lâmpadas queimadas foram trocadas por outras que suportavam a variação de energia. Trabalhar virou motivo de transtorno, com a conexão e as luzes interrompidas a todo momento.

Em março, ele ficou sabendo que a situação ocorria em todo o prédio. Começaram naquele mês as mais de 20 visitas de técnicos da Enel. Foi preciso pedir à ouvidoria da empresa, segundo Benedykt relatou à Justiça, o envio de um medidor de energia para verificar a oscilação.

O resultado do teste saiu em abril, com “valores inadequados aos limites estabelecidos e padronizados na legislação vigente.” A empresa, então, afirmou que repararia o problema até dezembro, com uma reforma que incluía a troca de um transformador.

“Prometeram resolver o problema junto com uma reforma que iria abarcar toda a região e que estaria pronta até dezembro, mas que nem sequer começou”, afirmou Breno. Procurada, a companhia não respondeu sobre o caso do condomínio.

Nos meses seguintes, tanto ele quanto a mulher, grávida, precisaram concluir seus projetos do doutorado, nos intervalos da oscilação de energia, que também afeta a internet. Agora, também se preocupam com a estrutura para cuidar da filha recém-nascida.

Breno fez reclamações no Procon, que considerou que a Enel não apresentou um projeto para conclusão da melhoria, nem informou prazo para a solução. Depois, foi à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), responsável pela fiscalização do serviço prestado pela Enel. No protocolo, a agência repetiu o compromisso da empresa de resolver o problema até dezembro.

A procura no Juizado Especial Cível também não adiantou, já que o processo terminou com a necessidade de um um laudo técnico sobre a oscilação da energia. Assim, o juizado se declarou incompetente e afirmou que o pedido deveria ser feito na Vara Cível Comum, que exige advogado. Descrente da resolução do problema no prazo, Breno está à procura de um representante para voltar à Justiça.

Saiba como procurar atendimento

Falta de luz

  • SMS: Envie gratuitamente um SMS do seu celular para o número 27373 com a palavra LUZ e o número da instalação que está sem energia. Exemplo: LUZ 012345678
  • App Enel (disponível para iOS e Android)
  • WhatsApp Enel: (21) 99601-9608

Reclamação na Aneel

  • Assistente virtual (robô): ChatBot
  • Formulário no site da Aneel
  • Aplicativo para celular: Aneel Consumidor
  • Atendimento por telefone, no telefone 167, de segunda a sábado, das 6h20 à meia-noite
  • Telefone 0800-7270167 (de segunda a sábado, das 6h20 à meia-noite)

Reclamação no Portal Gov.br

Ação na Justiça

  • Na falta de solução amigável e em casos de prejuízo de até 20 salários mínimos (R$ 28.240 neste ano), o consumidor pode procurar o Juizado Especial Cível; acima desse valor, a Justiça comum
  • Reunir provas de que o dano em aparelhos foi causado pelo apagão, notas fiscais e vídeos
  • Tentar registrar a reclamação em todos os canais possíveis, inclusive o Procon, antes de ir à Justiça



Leia Mais: Folha

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou nesta segunda-feira, 1º, na sala ambiente do bloco de Nutrição, a entrega oficial do material destinado ao Laboratório de Toxicologia Analítica e ao Projeto Farmácia Viva, reforçando a infraestrutura científica da instituição e ampliando o suporte às ações de ensino, pesquisa e extensão.

A ação integra o Projeto de Implantação do Laboratório de Toxicologia Analítica, que recebeu a doação de 21 equipamentos permanentes, adquiridos com recursos do Ministério Público do Trabalho da 14ª Região (MPT-14), mediante autorização da Primeira Vara Federal do Acre. A iniciativa reconhece o interesse público e a relevância social das atividades desenvolvidas pela Universidade Federal do Acre, especialmente nas áreas da saúde, inovação científica e desenvolvimento regional.

Os equipamentos recebidos fortalecem duas frentes estratégicas da instituição. No âmbito do Projeto Farmácia Viva, eles ampliam a capacidade de cultivo, processamento e controle de qualidade de plantas medicinais, reforçando também as ações de extensão voltadas à promoção da saúde e ao uso racional de fitoterápicos. Já na área de toxicologia analítica, os novos aparelhos permitem o desenvolvimento e validação de métodos de análise, o processamento de matrizes biológicas e ambientais e o suporte a investigações científicas e forenses.

“Parabenizo os três professores que estão à frente desse projeto: a professora Marta Adelino, Dayan Marques e Anne Grace. Isso moderniza nossa universidade e representa um salto qualitativo na formação de profissionais”,  afirma a reitora Guida Aquino.

O professor Dayan de Araújo Marques, docente do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) e farmacêutico industrial, realizou a apresentação das fases do projeto. Ele destacou que a parceria com o MPT-14 representa a consolidação de um espaço científico. “Essa consolidação é capaz de oferecer respostas mais rápidas e precisas às demandas de saúde e meio ambiente no Acre, reduzindo a dependência de laboratórios externos e ampliando o impacto social das pesquisas desenvolvidas na universidade”.

Com a entrega desse conjunto tecnológico, a instituição eleva seu potencial de atuação laboratorial e reafirma o compromisso com a produção de conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade acreana.

Também compuseram o dispositivo de honra o Pró Reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; a coordenadora do projeto do laboratório de toxicologia analítica, Marta Adelino da Silva Faria; a procuradora do Trabalho, representando o ministério público, Ana Paula Pinheiro de Carvalho.

 



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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