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Seminário Estadual da Primeira Infância no Contexto Indígena recebe representantes estaduais da Assistência Social

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Carolina Torres

Em continuação ao 1° Seminário Estadual da Primeira Infância no SUAS no contexto Indígena, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), apresentou nesta quarta, quinta e sexta-feira, 6, 7 e 8, no auditório do Ministério Público de Cruzeiro do Sul, a atuação dos programas Primeira Infância no Suas e Criança Feliz (PCF), além da Segurança alimentar, os direitos da primeira infância, e outros.

Encontro reuniu em torno de 100 pessoas. Foto: Carolina Torres/Secom

O segundo dia de evento teve como objetivo capacitar os técnicos municipais e estaduais em assistência social com um olhar voltado para as crianças indígenas. E conta com a participação de representantes do Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome (MDS), além de técnicos do Maranhão, Roraima, Pará, e líderes de 13 municípios do Acre.

Seminário iniciou na quarta-feira, 6, na terra indígena Puyanawa. Foto: Carolina Torres/Secom

A secretária adjunta da SEASDH, Amanda Vasconcelos, destacou que a troca de experiências com os outros estados enriquece as políticas públicas no Acre.

“O evento foi um sucesso. Todos os dias tivemos a casa cheia, com a participação dos municípios. Houve uma troca de experiências sobre as realidades de cada município, o que enriqueceu muito nossas discussões. Os estados da região Norte, como Maranhão e Roraima, trouxeram suas experiências e contribuíram significativamente para a nossa localidade”, explicou.

Nos três dias também  foi discutido sobre a Primeira infância no Suas, a intersetorialidade como eixo estruturante do Programa Criança Feliz (PCF), PCF no estado do Acre, PCF e a Interface com o Cadastro Único, Atuação do programa Saúde da Mulher e da Criança no Dsei ARJ, Segurança alimentar na Primeira Infância, Direitos da Primeira Infância Indígena, Povos indígenas do Acre – Quem são e onde estão?.

Rafael Moreira, do MDS, prestigiou o evento. Foto: Carolina Torres/Secom

O segundo dia de evento contou com a presença do representante do Ministério do Desenvolvimento Social Família e combate à Fome (MDS), Rafael Moreira, que destaca que recentemente, foi firmada uma cooperação técnica com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que abrange a área da Amazônia Legal, incluindo o Acre e outras regiões, para melhorar o atendimento a essas populações indígenas.

“Nossa intenção é fazer com que, nesse processo de adaptação da política, possamos apresentar propostas e soluções que minimizem as situações degradantes enfrentadas por essas comunidades quando se deslocam para as cidades, como o alcoolismo e casos de suicídio. Isso não é, de forma alguma, o objetivo do programa”, frisa.

Técnicos de outros estrados também prestigiaram o evento. Foto: Carolina Torres/Secom

Os representantes estaduais também apresentaram as perspectivas das suas regiões da primeira infância no contexto indígena, como a coordenadora do PCF do estado do Maranhão, Miranilde Silva, que relatou que o seminário é de extrema importância para o Acre e trouxe contribuições significativas não apenas para o próprio estado, mas também para os outros que estiveram presentes.

“Ele representa um passo inicial para um desenvolvimento mais eficiente de políticas públicas voltadas para os povos indígenas. Acredito que é dessa forma que se começa a construir políticas públicas: provocando debates, fomentando ideias e trazendo os atores para dentro desse espaço de discussão. É essencial que o Estado do Acre  continue promovendo essas ações, provocando mudanças e indo a campo para garantir que as políticas públicas cheguem a esse público”, explica.

Programas essenciais da primeira infância foram apresentados. Foto: Carolina Torres/Secom

Também estiveram presentes representantes do Distrito Sanitário Indígena (DSEI) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Nesta sexta-feira, 8, também foi abordado o PCF e a interface com o Cadastro Único, atuação do programa Saúde da Mulher e da Criança no Dsei ARJ, segurança alimentar na primeira infância.

Primeira Infância

O programa Primeira Infância é uma ação do Governo Federal instituída por meio do Decreto nº 8.869, de outubro de 2016, e consolidada pelo Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de 2018, com a finalidade de promover o desenvolvimento integral das crianças na primeira infância, considerando sua família e seu contexto de vida. O programa se desenvolve por meio de visitas domiciliares que buscam envolver ações intersetoriais com as políticas de Assistência Social, Educação, Saúde, Cultura e Direitos Humanos.

Marcela Rocha é coordenadora estadual da Primeira Infância. Foto: Carolina Torres/Secom

A coordenadora estadual do programa Marcela Rocha, ressalta que a primeira infância além de trabalhar o desenvolvimento infantil, busca fortalecer os vínculos familiares.

“O seminário vem com a proposta de que possamos atender ao público indígena. Sabemos das limitações e dos desafios, mas estamos tentando, com este seminário, plantar uma semente da importância de chegarmos a esse público, que, em sua maioria, se encontra em áreas de difícil acesso, é vulnerável e, muitas vezes, tem seus direitos violados”, ressalta.

Cadastro Único

O coordenador estadual do Cadastro Único e do Bolsa Família, Ismael Maia, apresentou o Cadastro único e a relação dele com o PCF.

Crianças indígenas são destaque em fórum do juruá. Foto: Carolina Torres/Secom

“O Cadastro Único é uma ferramenta de caracterização socioeconômica extremamente importante para o levantamento de dados e informações sobre esse público, tanto para o Estado quanto para os municípios. Enfatizamos a importância de oferecer políticas públicas para essa faixa etária e destacamos que o Cadastro Único tem um papel preponderante e essencial na captura desses dados, permitindo que os gestores realizem as devidas intervenções”, explica.

Segurança alimentar no contexto Indígena

A segurança alimentar e nutricional é essencial para um bom desenvolvimento na primeira infância, nesse contexto também foi apresentada a importância da atuação  desse tema diretamente no contexto indígena. Onde os primeiros anos de vida mostram-se determinantes para o desenvolvimento dos indivíduos.

Alimentação saudável e nutritiva também é essencial para o desenvolvimento das crianças. Foto: Carolina Torres/Secom

A chefe da Divisão de Articulação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e da Política Estadual de SAN, Daiane Alves, explica que é essencial discutir o direito humano à alimentação adequada no contexto indígena, especialmente considerando as mudanças significativas que os povos originários têm enfrentado nos últimos anos.

Só conseguimos identificar um problema quando conhecemos sua existência. Por isso, é importante abordarmos aspectos técnicos sobre subnutrição, desnutrição, obesidade e os impactos que as hipovitaminoses podem ter no crescimento das crianças, prejudicando seu desenvolvimento, particularmente devido à migração desses povos para as áreas urbanas. Essa transição e o contato com outras culturas podem resultar em um choque cultural e em problemas nutricionais que tendem a se agravar ao longo da vida”, disse a gestora.

É crucial informar e capacitar para que as comunidades possam identificar sinais de doenças nutricionais e saibam a quem recorrer para buscar apoio profissional, mesmo que não realizem diretamente o tratamento.

Tema foi apresentado no segundo dia. Foto: Carolina Torres/Secom

Daiane ressalta que a desnutrição não está associada apenas à ingestão calórica insuficiente, mas também à falta de nutrientes essenciais para a manutenção da saúde.

“Em 2018, em áreas urbanas, houve relatos de óbitos de crianças por desnutrição, o que levou a um estudo aprofundado para entender as causas, visto que as aldeias são produtoras de alimentos. No entanto, a sazonalidade no Norte é um desafio, pois nem todos os alimentos estão disponíveis ao longo do ano. Por isso, em alguns períodos, as crianças acabam sofrendo as consequências dessa variação”.

Artesanato indígena

Eventos indígenas também promovem a economia acreana. Foto: Carolina Torres/Secom

Fomentando a economia indígena, o seminário fez a exposição de itens de artesanato oriundos da Associação dos Artesãos do Vale do Juruá (Assavaj), que produz os produtos feitos à mão e utiliza materiais encontrados na região como sementes, fibras, cipós, e madeiras que transformam-se em lindas peças artesanais

A vendedora e artesã Erlandia claudino Páscoa, disse que durante os três dias de evento faturou mais de R$ 3 mil na venda de colares, pulseiras, bolsas e outros itens. Além disso enfatizou a importância da promoção de mais eventos como esse que promovem também a economia indígena.

Pulseiras, colares, anéis e outros itens são os mais vendidos. Foto: Carolina Torres/Secom

“Eu acho muito importante, até mesmo porque divulga o artesanato tanto indígena, tanto dos cruzeirenses, e divulga o Vale do Juruá em todos os eventos que somos convidados, desde já agradecemos o convite e esperamos vender muito mais, aqui estamos representando três etnias, os marubu, puyanawas, Unikui e alguns artesãos do Vale do Juruá”, explica.

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.

Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”

Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.



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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou a abertura dos Jogos Interatléticas-2025, na sexta-feira, 17, no hall do Centro de Convenções, campus-sede, e celebrou o espírito esportivo e a integração entre os cursos da instituição. A programação segue nos próximos dias com diversas modalidades esportivas e atividades culturais. A entrega das medalhas e troféus aos vencedores está prevista para o encerramento do evento.

A reitora Guida Aquino destacou a importância do incentivo ao esporte universitário e agradeceu o apoio da deputada Socorro Neri (PP-AC), responsável pela destinação de uma emenda parlamentar de mais de R$ 80 mil, que viabilizou a competição. “Iniciamos os Jogos Interatléticas e eu queria agradecer o apoio da nossa querida deputada Socorro Neri, que acredita na educação e faz o melhor que pode para que o esporte e a cultura sejam realizados em nosso Estado”, disse.

A cerimônia de abertura contou com a participação de estudantes, atletas, servidores, convidados e representantes da comunidade acadêmica. Também estiveram presentes o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, e o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 



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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

Os kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues aos atletas inscritos nesta quinta-feira, 23, das 9h às 17h, no Centro de Convivência (estacionamento B), campus-sede, em Rio Branco. O kit é obrigatório para participação na corrida e inclui, entre outros itens, camiseta oficial e número de peito. A 2ª Corrida da Ufac é uma iniciativa que visa incentivar a prática esportiva e a qualidade de vida nas comunidades acadêmica e externa.

 



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