NOSSAS REDES

MUNDO

Subir tarifa de ônibus sem qualidade afastará passageiro – 05/11/2024 – Cotidiano

PUBLICADO

em

Tulio Kruse

A perspectiva de aumento do valor da tarifa do sistema de ônibus municipal em São Paulo a partir de janeiro, após congelamento do preço por quase cinco anos, faz especialistas em transporte alertarem para o risco de que o número de passageiros mantenha-se abaixo do patamar pré-pandêmico. O consenso é que, sem investimento para aumentar a qualidade do serviço, o volume de usuários ficará abaixo do ideal e pode haver até fuga de passageiros.

Esse diagnóstico é compartilhado até por quem vê o aumento da tarifa como o caminho mais lógico, devido à defasagem do preço. Desde janeiro de 2020, data do último reajuste, a inflação foi de 52% pelo IGPM (Índice Geral de Preços-Mercado), calculado pela Fundação Getulio Vargas.

Uma correção por esse índice levaria o preço do bilhete para R$ 6,69. Nenhum especialista considera factível que a gestão do prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB) aumente a tarifa, hoje em R$ 4,40, até esse patamar. A diferença é arcada pelo subsídio pago pela prefeitura às empresas.

Segundo dados da SPTrans, hoje o número de viagens de passageiros no sistema municipal não chega a 7,5 milhões em dias úteis. Em março de 2020, antes das medidas de distanciamento social terem início, eram 9 milhões de viagens de passageiros por dia. Esse número já vinha caindo antes mesmo da crise sanitária.

Questionado sobre a tarifa durante a primeira semana após sua reeleição, Nunes não descartou o reajuste e disse que o assunto será estudado até o fim de dezembro. “O meu desejo é manter a tarifa, mas eu preciso manter o equilíbrio fiscal e não tirar da saúde, da educação”, disse.

No início deste ano, Nunes decidiu manter o valor do bilhete de ônibus em R$ 4,40, enquanto o governador Tarcísio de Freitas elevou a tarifa no metrô, trens e ônibus intermunicipais para R$ 5. Foi a primeira vez em 11 anos que o sistema municipal ficou com preço diferente dos serviços estaduais.

“Na prática, a decisão tem sido essencialmente política”, diz Ciro Biderman, coordenador do FGVCidades e ex-chefe de gabinete da SPTrans, empresa municipal de transporte. “Estão colocando muito dinheiro na operação [custeio], eu investiria mais na qualidade do serviço, cobraria mais das empresas que elas garantam um intervalo menor entre os ônibus, para que a frequência seja mais estável e não espere tanto nos pontos.”

Em São Paulo, o aumento da cobrança não está vinculado à obrigação de reforçar investimentos. Segundo Biderman, os reajustes acompanhavam a inflação mais de perto até 2013, mas passaram a ter desfasagem maiores após a eclosão de protestos pelo país, que tiveram início com manifestações contra o aumento da tarifa municipal.

A palavra final sobre o reajuste é sempre do prefeito e tem como base análises de áreas técnicas da prefeitura, levando em conta critérios como a inflação do período, o preço do diesel e de outros insumos usados no transporte.

“Desde as manifestações, a tarifa vem aumentando bem abaixo da inflação sistematicamente, e no entanto a gente só viu perder passageiros”, diz Biderman. “O fato é que a tarifa não está conseguindo atrair. As pessoas, assim que podem, migram para o carro ou para a moto.”

Para o especialista em transportes Rafael Calabria, a solução para o problema está na mudança no cálculo de pagamento das empresas. Desde a assinatura dos novos contratos de concessão das linhas, em 2019, a prefeitura prevê remunerar as empresas de ônibus com base nos custos da operação, por quilômetro rodado, e não mais com base no número de passageiros.

Nos últimos cinco anos, porém, o pagamento é feito com base num cálculo “de transição”, previsto para vigorar enquanto a prefeitura não implementar o SMGO (Sistema de Monitoramento e Gestão Operacional), que permitirá saber em tempo real onde estão os veículos, entre outras funcionalidades.

As regras de transição ainda consideram o número de passageiros como um fator relevante no cálculo dos pagamentos. Segundo Calabria, isso favorece ônibus mais lotados. “Belo Horizonte já mudou essa forma de pagamento por lei, Porto Alegre está estudando fazer isso também, no Rio de Janeiro o BRT já é feito dessa forma”, relata o especialista. “É preciso pensar no sistema de ônibus em termos de cobertura do serviço, pois é um serviço essencial assim como o atendimento médico.”

Passageiros de ônibus, metrô e trem perdem em média duas horas e 47 minutos por dia em seus trajetos, o que significa dez minutos a mais em comparação com 2023, segundo pesquisa da Rede Nossa São Paulo publicada neste ano. Os motoristas de carro, no entanto, tiveram alívio: hoje gastam duas horas e 28 minutos na soma de suas viagens diárias, 18 minutos a menos do que há um ano.

Além do maior tempo de deslocamento, a espera pela chegada dos ônibus também ficou mais longa. O tempo médio de espera pelo transporte municipal é de 24 minutos, três a mais do que no ano anterior —na zona leste, essa média é de 27 minutos.

O ônibus municipal é o meio de transporte mais utilizado pela população da capital, o que repete o resultado de anos anteriores. Praticamente 4 em cada 10 (38%) afirmam que é o modal usado com mais frequência.



Leia Mais: Folha

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO

em

O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

Leia mais notícia boa

Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO

em

Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

Leia mais notícia boa

A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO

em

O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

Leia mais notícia boa

Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

//www.instagram.com/embed.js



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MAIS LIDAS