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SUS está preparado para atender transplantados com HIV

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Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil*

No Brasil, a presença do vírus HIV no organismo de doadores é um dos poucos fatores que impedem a doação de órgãos que ainda estão em condições de serem doados, embora quem já seja infectado pelo vírus possa receber um transplante. A infectologista Lígia Pierrotti, membro do Comitê Científico de Infecção em Transplante e Imunodeprimido da Sociedade Brasileira de Infectologia, ressalta que a situação dos seis pacientes do Rio de Janeiro que foram infectados pelo vírus HIV ao receberem transplante de órgãos é sem precedentes e não deve ser tratada como um acontecimento dentro da normalidade.

“É inaceitável o que houve, o que houve é criminoso”, afirma. Ela assegura, no entanto, que há protocolos no Sistema Único de Saúde (SUS) para que estes pacientes sejam cuidados, já que os tratamentos para pacientes transplantados que já tinham HIV antes do transplante estão consolidados no país. “A gente já tem experiência com isso”. 

Após receber um transplante, de acordo com a infectologista, todos os pacientes precisam fazer o uso contínuo de medicação para diminuir a imunidade e evitar que organismo rejeite o novo órgão. Essa medicação é compatível com o chamado coquetel para HIV.

“Eles vão fazer uso de medicação para diminuir a imunidade e não ter rejeição. Então, para toda a vida, eles têm um acompanhamento, em geral, com as equipes de transplante ou com equipes que têm experiência nesse atendimento, para fazer uso de medicações imunossupressoras e várias medicações para garantir o funcionamento do órgão transplantado”, explica Pierrotti.

A médica acrescenta: “junto com isso, agora, esses pacientes que são infectados, eles também vão fazer o tratamento da infecção do HIV, tomando a terapia antiretroviral altamente eficaz, que é o coquetel do HIV, que todo mundo conhece, fazendo todo o acompanhamento especializado do HIV. Então, a gente vai somar duas vertentes de cuidado, que são completamente compatíveis”.

Há também, de acordo com a infectologista, os casos de pacientes transplantados que adquirem HIV ao longo da vida, que também seguem o tratamento normalmente. Ela destaca que os medicamentos evoluíram muito ao longo dos últimos anos, dando mais conforto aos pacientes. “Ao longo dos últimos 30 anos a gente aumentou muito o número de drogas antirretrovirais que a gente tem disponíveis e hoje, felizmente, temos no cenário, no arsenal terapêutico do HIV, várias drogas que podem ser utilizadas com maior segurança no paciente transplantado”.

Doação de órgãos

A soropositividade para HTLV – vírus linfotrópico de células T humanas, retrovírus humano que pode causar câncer – também é outro impeditivo para a doação de órgãos no país, bem como a tuberculose ativa. Para garantir que os órgãos a serem doado estejam em perfeitas condições, é feita uma bateria de exames. Foi nesta etapa que houve falha no caso dos seis pacientes transplantados do Rio de Janeiro, o que, de acordo com Lígia Pierrotti é uma situação sem precedentes e que não deve ser tratada como um acontecimento dentro da normalidade. 

Para a médica, as normas existentes são seguras, e o que houve foi um descumprimento das regras que existem e não um problema nas regras em si. “Não houve uma falha no que é preconizado, houve uma falha em seguir do que é preconizado. Hoje a gente tem várias orientações do que é preconizado tanto no cuidado, na cadeia de cuidado, desde a identificação do potencial doador até a realização do transplante, e depois até o protocolo de acompanhamento do receptor”, diz.

Sistema de transplantes

O Sistema Nacional de Transplantes é considerado o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. Ele é garantido a toda a população por meio do SUS, e é responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país, segundo dados do Ministério da Saúde.

O transplante de órgãos pode salvar vidas em caso de órgãos vitais como o coração, bem como devolver a qualidade de vida, quando o órgão transplantado não é vital, como os rins. Com o transplante, é possível ter um prolongamento da expectativa de vida, permitindo o restabelecimento da saúde e, por consequência, a retomada das atividades normais.

Em todo o país, 44.844 pessoas esperam pelo transplante de um órgão, de acordo com o Ministério da Saúde. A maior parte, 41.445, está na fila por um rim. O fígado aparece em segundo lugar, com fila de 2.325 pessoas, seguido pelo coração, com 436. São Paulo é estado com o maior número de pessoas que aguardam um transplante, 21.601. O Rio de Janeiro aparece em quinto lugar, com 2.160 pessoas na lista de espera.



Leia Mais: Agência Brasil

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Avó de 95 anos leva alianças no casamento do neto e comove convidados; vídeo

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Isanelly Silva é a nova promessa para o levantamento de peso do Brasil. Ela brilhou no mundial e agora é campeã. - Foto: reprodução Instagram @isa.lpo

Tão lindinha… Essa avó de 95 anos entrou no casamento do neto levando as alianças e fez os convidados se emocionarem. Sim, foi a dama de honra da cerimônia. O momento, postado nas redes na semana passada, já foi assistido por mais de 1 milhão de pessoas.

Juliana Alves e Thiago Darcadia, neto da vó Carminha, selaram o amor em Mogi Guaçu, São Paulo. A idosa não é apenas a avó de Thiago, mas também o coração da família. Ao entrar com as alianças, a vovó não escondeu a emoção.

A cerimônia foi no sítio da idosa, que o ‘amor’ dela, já falecido, comprou de presente para ela. “Thiago e Juliana, com muito amor eu vos desejo nesse dia que está sendo maravilhoso para todos nós, eu lhes dedico meu amor e meu carinho. Que dia feliz!”, disse dona Carminha com lágrimas nos olhos.

Momento mágico

E quando o mestre de cerimônias pediu que a idosa entrasse, ela veio com tudo.

Muito animada e no salto, Carminha exibiu as alianças, que estavam costuradas em um porta-alianças, para todos verem. Naquele momento, ela era a pessoa mais orgulhosa do mundo!

Thiago, o noivo, desceu a escadaria para recepcionar a vózinha e a ajudou a subir no topo do altar.

Enquanto os noivos trocavam os votos, Carminha assistia a tudo de pertinho em uma cadeira posicionada na lateral do altar. Ali, ela se acabou em lágrimas! No final, ela deu um beijinho em cada um e abençoou o casal.

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Recado para os noivos

Sobrou tempo também para um recado especial ao novo casal.

“Eu lhes desejo bem, todo meu amor e meu carinho. O que eu fui, o que eu passei, continuo até hoje, porque hoje eu tenho meus filhos. Meu amor se foi, mas eu fiquei e vocês estão juntos”, disse a idosa.

“Aproveite hoje e sempre para toda a vida. Com muito amor, sempre com amor em primeiro lugar”, finalizou.

Vovó famosa

Nas redes, Carminha é famosa. Junto com o neto Leonardo Darcadia, ela conquistou mais de 1 milhão de seguidores.

Em um dos vídeos postados pelo publicitário, Carminha fala da relação que tem com o sítio onde o casamento foi realizado.

“Olha, vocês tem que conservar, esse lugar é maravilhoso. A casa estava tombada, a gente passava lá na estrada, descia do carro e o ‘Amor’ falava assim: ‘eu vou comprar esse sítio. A casa tá linda, Leonardo”, contou a avó para o neto.

Carminha ainda ficou surpresa em como os netos conseguiram restaurar a casa, revivendo várias memórias nela.

“A história deste sítio é linda. Está maravilhoso, a sala de jantar da minha mãe, a pia da minha casa, tem quase 100 anos. É da minha casa, da nossa casa. Essa peça tem quase 100 anos, a pintura nova ficou linda, as portas azuis, aqui é o meu quarto, o meu banheiro, isso tudo ficou demais”, comemorou.

A entrada de Carminha no casamento do neto foi emocionante. Veja:

Agora o recado da vovó Carminha para os noivos:

Ao contar a história do sítio, Carminha ficou emocionada:

Na cerimônia, Carminha recebeu todo o carinho dos noivos. Ela deixou um recado especial para eles! – Foto: @leonardodarcadia/Instagram

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Professora faz “desafio da gentileza” e doa dinheiro para alunos fazerem o bem; inspirada na irmã

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Depois da câmera flagrar o ato honesto de um funcionário dos correios dos EUA, o bairro iniciou uma corrente de gentileza. - Foto: WXYZ

O desafio da gentileza, pensado por uma professora dos EUA, faz os alunos se conectarem com pessoas e fazerem o bem. – Foto: Kristina Ulmer

A sala de aula da professora Kristina ficou repleta de amor depois que ela criou o “desafio da gentileza” com os alunos. Todo ano, ela entrega US$ 20 (pouco mais de R$ 100) para cada um deles e propõe que façam uma boa ação com a quantia. Olha que ideia legal.

A ideia surgiu após a morte trágica da irmã, Katie, em um acidente de carro. Ao encontrar US$ 100 na bolsa da jovem, ela decidiu que precisava dar um novo sentido àquele valor e honrar a memória de Katie. E assim se foi quase uma década.

Todos os anos, os alunos da Hatboro-Horstmann High School recebem dinheiro e surpreendem com atos generosos e criativos. “Descobri que, quando comecei a fazer este projeto… um pedaço de mim que estava faltando da minha irmã começou a ser preenchido”, disse em entrevista à CBC.

Não precisa muito dinheiro para fazer gentileza

A estudante Sydney Cassal já participou do desafio cinco vezes.

“Na primeira vez que participei do desafio, não achei que seria possível fazer a diferença com US$ 20, mas descobri que isso não é verdade. Você não precisa ter milhões — qualquer um pode fazer a diferença.”

Essa essa história do desafio começou com dor. Katie, irmã mais nova de Kristina, era uma pessoa que se preocupava com todos.

Trabalhando como garçonete, a menina tinha o sonho de ajudar e havia acabado de concluir o curso para ser técnica de emergência médica. Antes que pudesse exercer a nova profissão, um trágico acidente a levou embora.

Naquele momento, Kristina sentiu que precisava fazer algo com o dinheiro deixado pela irmã. E a resposta veio da melhor forma: ela transformou o valor em uma lição sobre empatia e conexão.

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“Desafio da Gentileza”

Desde então, cada aluno recebe uma nota de US$ 20 e a missão de fazer um ato de gentileza. Depois, eles gravam um vídeo mostrando o que fizeram.

Alguns doam alimentos, outros fazem presentes para moradores de casas de repouso, produzem biscoitos para policiais ou costuram roupas para hospitais.

Uma das alunas, por exemplo, fez toucas de crochê para bebês prematuros.

“Quero que eles criem conexões com as pessoas ao redor deles. Queria que eles percebessem que, sabe, as pessoas ao redor deles podem estar passando por dificuldades”, contou.

Gentileza inspira

Para a professora, o projeto muda a forma como os jovens enxergam o mundo.

“Gosto que eles consigam ver o verdadeiro significado de atos de gentileza e entender o impacto que algo como um pequeno ato de gentileza pode causar.”

Boa ideia para ser copiada, não?

Veja como foi o desafio em 2024:

Kristina (à direita), pensou na ideia para honrar a memória da irmã Katie (à esquerda). - Foto; Kristina Ulmer

Kristina (à direita), pensou na ideia para honrar a memória da irmã Katie (à esquerda). – Foto; Kristina Ulmer



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“Envelhecer é conquista”: Parada do Orgulho LGBT+ vai homenagear idosos em SP; desbravadores

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Isanelly Silva é a nova promessa para o levantamento de peso do Brasil. Ela brilhou no mundial e agora é campeã. - Foto: reprodução Instagram @isa.lpo

Renata Dias

02 / 05 / 2025 às 10 : 12

A tradicional Parada do Orgulho LGBT+, na Avenida Paulista, em São Paulo, será no dia 22 junho e vai homenagear idoso desbravadores. – Foto: ONG Dois Terços

A Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo vai ser diferente este ano: vai homenagear idosos com o tema: “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”. Um mapeamento, feito por pesquisadores da USP em 2024, mostrou 12% da população, quase 19 milhões de adultos no país, se identificam como assexuais, lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros (ALGBT).

A festa quer “refletir, honrar e cuidar das gerações que vieram antes”. Segundo a organização do evento, a população LGBT+ idosa enfrenta a exclusão, o abandono, a invisibilidade e a ausência de políticas públicas que assegurem uma velhice digna, segura e respeitosa, segundo o grupo Dois Terços.

A Parada LGBT+, que existe há 29 anos, vai tomar a Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 22 de junho. O evento, comandado pela ONG POLGBT-SP (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo) lembrou dos idosos que abriram caminho para a liberdade do amor: “Se hoje milhares ocupam ruas com orgulho e visibilidade, é porque tantas outras, antes delas, enfrentaram a repressão, o preconceito e a violência para que esse espaço de luta e celebração fosse possível.”

Primeiros LGBT+ famosos no Brasil

Nos anos 1960/1970, os primeiros homossexuais e travestis brasileiros começaram a se assumir publicamente e, sofrendo todo preconceito da época, começaram a abrir caminho para as novas gerações serem mais aceitas na sociedade. Um processo longo que continua.

Entre eles, nomes como a artista Cláudia Celeste, os estilistas Clodovil e Dener, as transformista Rogéria e Madame Satã. Depois vieram, Ney Matogrosso, Cazuza, Cássia Eller, Renato Russo, Angela Ro Ro, Roberta Close e Vera Verão entre outros, que emprestaram seus talentos e visibilidade para inspirar e mostrar à sociedade que a discriminação não é tolerável. É crime e mata.

E, em comunicado da organização da Parada fala desses brasileiros desbravadores:

“Muitas dessas pessoas ainda caminham entre nós. Outros já se despediram, mas permaneceram vivos na memória coletiva e nos marcos de cada conquista da comunidade. É essa herança de luta que a Parada SP homenageia em 2025: corpos que resistiram e que continuam a inspirar gerações.”

Pelas estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2025 o Brasil terá mais de 31 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, independentemente da sexualidade.

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou nossos tempos como a “década do envelhecimento saudável nas Américas”.

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Aplausos nas redes sociais

Nas redes sociais, a escolha do tema foi elogiada por internautas.

“Tema incrível….Parabéns”, reagiu uma seguidora.

“Vamos celebrar quem abriu caminhos para nossa liberdade”, completou outro.

“Parabéns pelo tema! Respeita quem tem história”, ressaltou um internauta.

“Que bom! Afinal tanta gente deu a cara a tapa”, concluiu outro.

A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo este ano será um convite à reflexão sobre a vida dos idosos e a não exclusão. Foto: Freepik

A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo este ano será um convite à reflexão sobre a vida dos idosos e a não exclusão. – Foto: Freepik

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