Para chegar nesse resultado, o time de pesquisadores começou a alimentar a rede neural com um número imenso de fotografias de rostos, ensinando-a a reconhecer características e padrões. A partir disso, o próximo passo foi ensinar a associar essas características com padrões de atividade cerebral gravadas nos eletroencefalogramas, enquanto pessoas observavam os rostos que a máquina tinha aprendido.
Voluntários no experimento tiveram os sensores acoplados a eles antes de enxergarem as imagens de rostos. Neste momento, a inteligência artificial foi capaz de reconstruir faces utilizando a informação lida pelos sensores com uma taxa de acerto assustadora. “Não houve apenas uma reconstrução da percepção, mas também do que a pessoa imaginava e lembrava, daquilo que elas queriam expressar”, complementou Adrian Nestor, coautor do estudo.
A equipe espera que a descoberta possibilite aplicações práticas no futuro, como o auxílio a pessoas que não se comunicam verbalmente. Uma outra possibilidade um pouco mais Black Mirror é combater o crime, coletando informação de testemunhas para identificar possíveis suspeitos – em vez de simplesmente confiar em descrições verbais. Exatamente como o episódio “Crocodile”, da quarta temporada da série, na qual uma investigadora de seguros interroga pessoas com uma máquina que reconhece memórias.
A pesquisa completa foi publicada no periódico eNeuro. Por Lucas Baranyi.