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Trocar ou manter: a escolha certa para seus títulos de renda fixa – 17/01/2025 – De Grão em Grão

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Michael Viriato

Você já se viu trocando algo antigo por algo mais moderno apenas porque parecia ser uma oportunidade melhor? Imagine que você tem um carro em bom estado, mas decide trocá-lo por um modelo mais novo porque ouviu dizer que ele é mais econômico. No entanto, ao fazer as contas, percebe que os custos da troca e as despesas adicionais superam o benefício esperado. Trocar um título de renda fixa com uma taxa menor por outro com uma taxa maior segue uma lógica parecida. É uma decisão que parece simples à primeira vista, mas, sem uma análise cuidadosa, pode gerar perdas desnecessárias.

Muitos investidores que adquiriram títulos prefixados ou referenciados ao IPCA em anos anteriores, especialmente entre 2020 e 2022, têm se perguntado se faz sentido atualizar sua carteira. Afinal, a realidade do mercado mudou, e as taxas atualmente oferecidas são mais atraentes.

Por exemplo, um título adquirido a IPCA+6,5% ao ano naquela época pode parecer desinteressante frente a um título disponível hoje a IPCA+8% ao ano. A troca parece lógica, mas será que vale a pena? Essa decisão exige atenção a dois pontos fundamentais: o custo da troca e a perspectiva para as taxas futuras.

O primeiro fator a considerar é se o lucro adicional do título com a taxa maior compensará a perda gerada pela venda antecipada do título atual. Quando você vende um título antes do vencimento, ele é negociado a uma taxa de mercado, o que pode implicar perdas, especialmente em um cenário de alta de juros.

Imagine que você vende um título adquirido a IPCA+6,5% ao ano e registra uma perda de 6% no valor pela marcação a mercado. Para compensar essa perda, o título a IPCA+8% ao ano que você pretende adquirir precisará gerar ganhos superiores a essa diferença. Se o prazo restante for curto, o ganho adicional pode não ser suficiente para justificar a troca. Daí entra em cena o segundo fator de decisão.

O segundo fator é o cenário de taxas futuras. Suponha que você acredita que as taxas continuarão subindo nos próximos meses. Nesse caso, pode ser mais vantajoso adiar a troca e esperar por melhores oportunidades. Afinal, a aquisição de um título com uma taxa ainda maior no futuro pode trazer benefícios superiores. Essa estratégia exige paciência e uma visão clara do comportamento esperado do mercado de juros.

Para ilustrar, considere um investidor com um título a IPCA+6,5% ao ano, válido por mais dois anos, e que pensa em trocá-lo por um a IPCA+8% ao ano com vencimento em seis anos. Se a venda antecipada do título atual gerar uma perda de 6% e o novo título levar quatro anos para superar esse prejuízo, o investidor deve ponderar se está disposto a esperar esse tempo para começar a ver ganhos reais. Ou se não vale mais esperar os dois anos para vencimento do título antigo e capturar taxas similares ou maiores a atual.

Também é importante lembrar, que os títulos marcados a mercado já refletem as taxas atuais, ou seja, não importa a taxa de aquisição e não se deve pensar em troca para atualizar a taxa. Por exemplo, títulos da plataforma do Tesouro direto são marcados a mercado. Portanto, não é por que você adquiriu um título a IPCA+6% ao ano em 2023 que ele está com esta taxa. O preço de seu título já caiu para refletir a nova realidade do mercado. Logo, de hoje até o vencimento, ele vai render as taxas atuais que estão próximas de IPCA+7,5% ao ano e não a sua taxa antiga.

Em resumo, a decisão de trocar ou manter não deve ser tomada com base apenas na comparação entre taxas. É fundamental analisar o custo da troca, o prazo dos títulos, as perspectivas econômicas e a forma de marcação de preços do título. Mais do que isso, lembre-se de que as perdas em uma troca mal planejada são irreversíveis, enquanto a paciência e o planejamento podem proteger seu patrimônio de armadilhas financeiras.

Assim como na troca de um carro, nem sempre a mudança é a melhor escolha – e, no caso dos investimentos, o tempo pode ser o seu maior aliado.

Ao tomar decisões de investimento, busque sempre alinhar suas escolhas ao seu planejamento financeiro e ao cenário de mercado. Se tiver dúvidas, conte com especialistas para ajudá-lo a avaliar as melhores opções. Afinal, investir é mais do que buscar taxas maiores – é sobre construir um futuro com segurança e estratégia.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre

O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.

“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”

A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.

O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.

 

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 

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Propeg — Universidade Federal do Acre

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Propeg — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.

 

Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:

 



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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre

A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.

Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.

Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.

Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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