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Vanuatu realiza eleições em meio à devastação do terremoto | Vanuatu

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Michelle Duff in Port Vila

POlls foram inaugurados em Vanuatu, uma nação do Pacífico que enfrenta a instabilidade política e a logística de realizar eleições antecipadas no rescaldo de um terremoto de magnitude 7,3 que matou pelo menos 14 pessoas e deslocou milhares.

Como o centro de Port Vila permaneceu fechado, com vários edifícios destinados à demolição, alguns moradores fizeram fila em tendas a partir das 6h30 para votar.

“Procuro alguém que tenha coração, estamos enfrentando um desastre, precisamos de alguém com integridade e que seja estável”, disse o estudante Jeffrey Namu, 24 anos.

Eleitores na assembleia de voto de Freshwota em Vanuatu. Há grandes esperanças entre os jovens de que o próximo governo possa ajudar a reconstruir o país. Fotografia: Christopher Malili/The Guardian

Mais de 350 agentes policiais juntaram-se aos funcionários eleitorais para supervisionar as eleições, num país onde a criminalidade e a violência baseada no género têm aumentado desde o terramoto de 17 de Dezembro. “Foi um desafio para nós, é muito difícil e não queremos privar ninguém do direito de voto”, disse o principal responsável eleitoral, Guilain Malessas.

As urnas serão encerradas às 16h30 e o novo parlamento deverá reunir-se no prazo de 21 dias após a divulgação dos resultados oficiais.

Mas mesmo quando muitos reconstruíram as suas casas, havia esperança – especialmente entre os jovens de Vanuatu – de que o próximo governo pudesse ajudar a unir o país. “Vanuatu corre mais riscos devido às alterações climáticas e precisamos que o governo seja estável para que, quando ocorrer uma catástrofe, possamos enfrentá-la”, afirma Laetitia Metsan, 21 anos, uma estudante de protecção ambiental. “Para muitos jovens, estamos cansados ​​disso.”

Em Junho de 2024, Vanuatu votou a favor de reformas num referendo convocado pelo então primeiro-ministro Charlot Salwai com o objectivo de melhorar a estabilidade política. O parlamento de Vanuatu, conhecido como “Telhado Vermelho”, tem 52 assentos. O partido com maior maioria nas últimas eleições conquistou oito cadeiras.

Governos de coligação contínua destituíram primeiros-ministros em média uma vez por ano durante as últimas duas décadascom remodelações ministeriais significando que alguns ministérios tiveram mais de uma dúzia de ministros em dois anos. Apenas seis meses após o referendo, o o presidente, Nikenike Vurobaravu, dissolveu o parlamento após uma moção de censura no primeiro-ministro.

“Nos sentimos pegos de surpresa”, diz Anna Naupa, especialista em política de Vanuatu. “Eles não têm tempo para continuar a gerir um país e as pessoas procuram um governo que possa resolver os nossos problemas económicos e sociais.”

Agora, muitos dizem que se sentiram abandonados durante a resposta ao terremoto. “Estávamos perdidos”, diz Marie Louise Milne, 35 anos, uma das sete candidatas mulheres nas eleições e também uma das mais jovens. Ela renunciou ao cargo de vice-prefeita de Port Vila para concorrer ao parlamento e disse que as pessoas estavam pedindo sua ajuda após o terremoto.

A bandeira da candidata Marie Louise Milne da Confederação Verde de Vanuatu (VGC) pendurada na entrada da comunidade de Holen Mataso. Ela é uma das sete candidatas participantes. Fotografia: Christopher Malili/The Guardian

“A dissolução aconteceu e depois veio o terramoto e depois as pessoas vieram ter comigo e disseram – onde está a recuperação? Ninguém veio perguntar se as pessoas estavam bem, o que precisavam, abastecimento de água, comida.”

Ela quer melhorias na saúde das mulheres, incluindo detecção e tratamento do cancro do colo do útero e da mama e cuidados de maternidade, e prevenção da violência contra as mulheres. “As mulheres precisam ser ouvidas.”

Em Vanuatu, a votação é muitas vezes motivada pela necessidade e não pela ideologia, e muitas ilhas carecem de estradas e de acesso a cuidados de saúde básicos e à escolaridade. Alguns disseram que estavam votando em quem seu chefe aconselhasse. Outros votam com base em quem poderia ajudar a melhorar a sua aldeia.

Noella Velvel, da ilha de Ambrym, quer iluminação pública solar, um telhado de ferro para a sua casa e um aumento no preço da copra, um subproduto do coco, do qual a sua família tem uma plantação. “Quando votei da última vez, não esperava ajuda”, diz ela.

‘Desiludido com o processo’

Os candidatos fizeram campanha até meia-noite de segunda-feira, com comboios de apoiadores dirigindo pelas ruas esburacadas, agitando bandeiras e dançando noite adentro. No entanto, muitos temiam o impacto do terramoto e a baixa participação eleitoral, que caiu abaixo de 50% em 2022. Centenas de residentes de Port Vila fugiram para as ilhas de origem após o terremoto e não são elegíveis para votar lá, juntamente com um novo sistema de votação.

“Temos feito muita educação na comunidade”, diz o diretor-executivo da Transparency International Vanuatu, Dr. Willie Tokon. “Mas as pessoas estão dizendo que fomos votar nas últimas eleições antecipadas e nada aconteceu.”

A equipe de campanha da União dos Partidos Moderados (UMP) viaja em comboio. Os candidatos fizeram campanha até meia-noite de segunda-feira. Fotografia: Christopher Malili/The Guardian

Outros acham que isso poderia funcionar como um incentivo. “As pessoas estão desiludidas com o processo e querem mudanças”, afirma Terence Malapa, repórter político do Vanuatu Daily Post.

Numa campanha para responsabilizar os deputados pelo dinheiro público, o defensor do clima Ralph Regenvanu – um político com perfil global e de olho no cargo mais alto – diz que pretende continuar responsabilizar os países produtores de combustíveis fósseis pelo seu impacto em Vanuatujuntamente com a reforma do serviço público.

Para muitos, esse sentimento ressoou. “Há muitas pessoas desempregadas neste momento, muitas empresas fechadas, muitas pessoas não vão à escola”, diz Etul Franky, 44 anos. “Precisamos de um governo que resolva isso.”



Leia Mais: The Guardian

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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